10 fevereiro 2015

Salvadores da Liga: o futebol em Inglaterra

Enquanto por cá, como tenho denunciado, nem se sabe os horários dos jogos com uma semana de antecedência, pois só pode servir adeptos interessados mas eles vão-se afastando, noutras paragens os salvadores da Liga - assim, enfática mas macarronicamente, tratados pelos propagandistas tugas - tratam de coisas mesmo importantes, eles e não NOS. Ah, e pode saber-se os horários de todos os jogos até 22 de Março, antes da paragem dos campeonatos para as selecções!

Mas isso é o que se admitia antes, de um dia para o outro o negócio tornou-se oficial: mais de 70% de aumento de receitas dos direitos tv porque há mais concorrência e não faz baixar o preço, como os saloios de cá julgam e o futebol de lá avaliza-se acima do preço de mercado.
 
Dá para perceber as diferenças e entender os números envolvidos, há muito conhecidos. O 20º classificado da Liga inglesa ganha mais numa época do que a equipa que vença a Champions, seja Real Madrid ou Chelsea.

Afinal, o profissionalismo em Inglaterra começou em 1887; por cá ainda se brinca aos cóbois mesmo que vamos exportando um Mourinho ou outro Ronaldo armados em vedetas perante a Imprensa e condicionando a Informação que vende e justifica os biliões pagos em direitos que até os obriga a falar!

Que dizer, não dos números, mas do que vemos semanalmente em Inglaterra?

O futebol, mesmo com bilhetes caros mas que tendem também a baixar por imposição aos clubes em virtude da subida de receitas via TV, vale muito e é bem vendido por ser bem tratado, bem comercializado, bem relatado, bem descrito e melhor televisionado.

Por lá ainda é sempre tratado como futebol, por cá fala-se cada vez mais em negócio e cada vez menos é bem trabalhado e rentabilizado.

Em Inglaterra as TV's sempre venderam bem o produto, equivalendo ao preço elevado pago por ele.

Em Portugal as TV's tratam o futebol aos pontapés, literalmente, além de maltratar a bola e a própria Língua Portuguesa.

Em Inglaterra vê-se futebol em todas as dimensões: já há o "Olho de Falcão" para ajuizar as bolas dentro ou fora da baliza (algumas vezes já esta época) e não é preciso mandar linhas exdrúxulas até às bancadas em pantominices geométricas para marcar uma linha de fora-de-jogo sem artifícios patetas.

Não ajuda a evitar os erros de arbitragem, essencialmente os erros de apreciação: esta noite, o Tottenham fez 2-2 em Liverpool num lance livre em que não foi falta (Gerrard até viu o amarelo e acabou lesionado) defensiva e do remate (Eriksen) saiu o golo em ressalto em fora-de-jogo (Kane) com recarga em cima da baliza (Dembélé). O Liverpool acabou por ganhar com Balotelli a estrear-se na Liga a marcar!, ele que desde o inicio de Novembro não é titular.

Em Portugal as TV's complicam os lances, mesmo repetindo-os até à exaustão e pondo, mais tarde, parlapatões a palrar e depois se possível os grunhos de casa a atazanar num circuito fechado de insanidade e estupidez naturais de gente mal (in)formada, doente do clube mas patego de bola, com gente alegadamente profissional percebendo ainda amenos do que a turba ignara.

Em Inglaterra, o telespectador é informado dos minutos de compensação, ou mesmo por inserção de pequena imagem ou se tal não existe, o que é raro pois mesmo a posteriori pode aparecer a informação crucial, não passa despercebido ao relatador e/ou comentador.

Em Portugal não se transmite um jogo em condições, ou porque se queixam de não as ter em Penafiel ou Estoril ou não as criando nos estádios que são 5 estrelas para a UEFA e onde faltam as câmaras para ver os fora-de-jogo sem as patetices alegadamente geométricas e trigonométricas da profundidade e da irracionalidade e faltam câmaras não com o "Olho de Falcão" mas pelo menos posicionadas nas linhas de fundo para alinharem o ângulo com os postes e, daí, a linha de baliza.

Em Portugal podia ser igual, podia ser copiado, mas seguramente não seria a mesma coisa.

É o dinheiro, ou a falta dele, mas é a incapacidade geral que ressalta e manda bolas fora.

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