FC Porto e Villarreal jogam 5ª feira o seu 52º jogo oficial da época, sendo que os espanhóis já levam 33 jornadas de campeonato, contra 27 dos portistas num máximo possível de 30.
E se chegar, como todos esperamos, a final de Dublin, o recorde de jogos oficiais numa época para uma equipa portuguesa atingirá os 58 jogos, um número que só as grandes equipas da Europa podem alcançar e graças aos seus mais extensos campeonatos nacionais, como em Espanha, Inglaterra ou Alemanha.
Ao garantir a presença no Jamor para tentar manter a Taça de Portugal em sua posse pelo 3º ano seguido, o que será um recorde do clube, o FC Porto já assegurou superar o recorde dos 56 jogos oficiais de 2000 e 2001 com Fernando Santos ao comando, na altura com 34 jornadas de campeonato e longos percursos europeus quer na Taça UEFA (2001) quer na Champions (2000) em que chegou em ambas aos 1/4 final. Os 56 jogos do FC Porto só foram igualados pelo Sporting em 2008 devido a um longo percurso europeu e ao facto de ter atingido as finais da Taça de Portugal e da Taça da Liga.
O FC Porto de Mourinho, com André Villas-Boas como mero observador de jogos, atingiu as 55 e as 53 presenças em jogos oficiais respectivamente nas conquistas da Taça UEFA (2003) e da Champions (2004). A actual equipa comendada por AVB também já superou este registo.
É um facto assinalável, até em termos europeus porque durante muitos anos se percebeu que as equipas portuguesas não tinham estofo físico para épocas tão desgastantes. Se, porventura, disputavam muitos jogos, caíam uma série de troféus pelo caminho e raramente se conseguia mais de um título em disputa. O FC Porto de Fernando Santos, note-se, perdeu o hexacampeonato em 2000 ao fazer mais 13 jogos oficiais do que o Sporting de Inácio que foi eliminado à primeira na Taça UEFA (Viking), para se vingar na final com repetição da Taça de Portugal no Jamor. Mas Mourinho soube gerir esforços e expectactivas, conquistando em 2003 a tripla Campeonato-Taça-UEFA e em 2004 a dupla Campeonato-Champions, perdendo apenas a Taça de Portugal mas ganhando ainda a Supertaça (ante o Leiria).
E é tão assinalável que, como se comprova com os números idênticos ao actual Villarreal que visita o Dragão na 5ª feira, o FC Porto ombreia com os melhores da Europa, pois raras são as equipas que superam os 55 jogos oficiais numa época, algo só ao nível de Barça, Madrid e M. United.
Na época passada, os três grandes portugueses estiveram muito igualados. FC Porto (51), Benfica (51) e Sporting (52) prolongaram uma época atípica para os níveis habituais dos competidores lisboetas que só raramente chegam a este tipo de números. O Sporting este ano não chegará aos 50 jogos e o Benfica, com 51, vai atingir (considerando as três jornadas em falta no campeonato) 56 jogos com o duplo embate com o Sp. Braga (57 no máximo se chegar a Dublin) e beneficiando da repescagem na UEFA, mas claramente em défice físico que já na época passada tornou agonizante o final de campanha para os encarnados e desta vez é mais notório como se comprovou com uma periclitante forma na Taça da Liga em cuja final acabou a "pedir a hora" e a mandar bolas para a bancada.
Veja-se, agora, em que níveis físicos estão FC Porto e Benfica e perceba-se que é preciso estofo para aguentar tal pedalada, compreendendo-se melhor o alargamento pontual desmesurado e já pornográfico (19 pontos) na tabela do campeonato e com hipóteses de se agravar.
Como dizia o maldito Bela Gutmann, o Benfica não tinha cu para duas cadeiras (considerando, há 50 anos, apenas o campeonato e a Taça dos Campeões), como não tem agora.
As épocas mais desgastantes do FC Porto foram as seguintes (pela ordem de jogos no CN, TP, Supertaça a que em 2004 se juntou a Supertaça europeia no Mónaco e a Taça Intercontinental no Japão, e UEFA's), atingindo sempre pelo menos os 1/4 final das eurotaças (com asterisco as respectivas provas conquistadas):
2000 34 6* 2* 14 56
2001 34 7* 3* 12 56
2002 34 4 1* 16 55
2001 34 7* 3* 12 56
2002 34 4 1* 16 55
2003 34* 6 - 13* 53
2004 34* 6 1+1 13* 55
De momento, os jogos oficiais do FC Porto são 27 (faltam 3) do campeonato, 6 (falta a final) na Taça de Portugal, 1 da Supertaça, 3 na Taça da Liga claramente desvalorizada e 14 (mais os 2 com o Villarreal) na Taça UEFA, com o Jamor completará 57 e com Dublin 58. Tivesse o FC Porto chegado à final da Taça da Liga e alcançaria 60 jogos oficiais, algo muito raro mesmo.
Por isto, entre outros predicados que a Europa conhece melhor do que certos tristes opinadeiros encartados cá da parvónia, o FC Porto eleva o seu estandarte a nível internacional e é reconhecidamente a melhor equipa portuguesa, em palmarés, e a que mais facilmente qualquer adepto estrangeiro identificará como equipa do mais alto nível.
Também por isto, André Villas-Boas, equipa técnica e jogadores, presidente Pinto da Costa e SAD, o FC Porto está de parabéns e se torna grandioso a justificar o indelével trilho de conquistas inolvidáveis dos últimos 30 anos.
Há 20 anos, por exemplo, o Benfica de Eriksson somou 51 jogos, mas o campeonato teve 38 jornadas e a Europa acabou com dupla derrota 0-1 com a Roma logo à primeira na Taça UEFA.
O mundo e o futebol português mudaram muito com a hegemonia do FC Porto que os números comprovam de forma exemplar e sem a mínima contestação, apesar de muito desconhecimento e ignorância de tanta gente mal identificada com o que é sério, competitivo e ganhador no futebol em Portugal e ao longo de décadas, ao contrário de proezas ocaisonais de outros rivais de menor categoria e inferior reconhecimento internacional.
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