Manchester a dobrar torna Liga (Europa) ainda mais rija

Como se não bastasse o exemplo do APOEL - único vencedor de grupo de sempre com saldo de golos nulo, 6-6 -, até o Basileia relegou o M. United para a Liga Europa com o mérito de ganhar o embate directo hoje (2-1), o que confirma a fraca valia destes diabos vermelhos hoje em dia e aos quais não bastou sequer o regresso de Rooney (falhou um golo de caras com 1-0). E para se ver no que se torna a segunda competição da UEFA, o seu vizinho City também cai da Champions onde os orçamentos não contam, como se vê. Mas esta vitória inútil do líder invicto do campeonato inglês deixa o FC Porto fora dos cabeças-de-série para o sorteio do dia 16, pois o Nápoles (vencedor em Villarreal, que só somou derrotas, e vingando a eliminação da época passada na segunda competição da UEFA ante os espanhóis) continua na Champions: são City, United, Valência e Olympiacos os quatro melhores terceiros que vão juntar-se aos 12 vencedores de grupos da Liga Europa como protegidos no próximo sorteio.
(hoje quis adiantar serviço à espera de actualizar à noite e postei uma coisa que era suposto ir para rascunho e esperar pelos últimos jogos).

Numa ronda final da Champions com incríveis resultados, não só o CSKA Moscovo saltou de 4º para 2º ao vencer em S. Siro aos 87' e até o Lyon, que partia com -4 golos no seu saldo e -7 em relação ao Ajax, obteve a maior goleada de sempre fora (1-7 em Zagreb onde o Dínamo abriu o marcador mas acabou com o recorde de 22 golos sofridos) e também se apurou, enquanto a Real ajuda madrilena (3-0 em Amesterdão) não serviu ao FC Porto com o saldo de 6-6 em golos dos holandeses (partiam com +3) inferior ao 7-7 dos portistas. Porto, Ajax, Trabzonspor e Viktoria Plzen mudam de trilho.
Vai ser difícil a vida na Liga Europa para todos, incluindo Sporting e Braga já apurados, e ao FC Porto defender em Bucareste o título. Mas há que olhar para a frente e nem pensar em mais nada que o campeonato e a Taça da Liga até Fevereiro. Embora muita gente, indiferente à realidade competitiva da Champions, ainda insista em persistentes erros de avaliação para justificar o afastamento portista.

Em 2004, o FC Porto foi 2º do grupo com 8 pontos que agora não chegaram e só ganhou em casa uma vez, ao Chelsea de Mourinho no último jogo. E os 9 pontos de APOEL e Zenit serviram agora num grupo onde o vencedor não se destacou e tornou tudo nivelado. Nove pontos que relegam o Olympiacos para a Liga Europa noutro grupo, tudo porque o Marselha a perder 2-0 no campo do campeão alemão deu a volta e ganhou 3-2... Marselha, Lyon e CSKA apuram-se com os mesmos pontos do FC Porto... Mais uma tragédia para os gregos do Pireu...

Anda gente preocupada com os pontos perdidos com o APOEL. Continuo a pensar no horrível jogo do Dragão. Porém, foi um golo em fora-de-jogo que ditou a derrota em Chipre e que se revelou decisivo... São coisas, é o futebol que os números não contam. Em 2004, para desmistificar a falácia que aí corre enquanto calaram a irregularidade do 2-1 cipriota há um mês, o FC Porto perdeu em Paris (2-0) e empatou no Dragão (0-0). Apurou-se por fim e o PSG acabou... em último. Se se lembram, foi graças ao CSKA Moscovo que foi à capital francesa apurar-se para a Taça UEFA, sem marcar um golo ao campeão português e europeu. Porém, o mesmo CSKA que parecia tão aprazível viria a ganhar a Taça UEFA eliminando o Benfica e ganhando a final ao Sporting em Alvalade.

Isto resulta de esquecerem os resultados e a história dos jogos e dos apuramentos vistos só à luz do resultadismo, crescendo historietas como falácias. Afinal, bastava um golito ontem e a discussão seria outra. Com défice de cultura desportiva (Rui Costa dixit), há pouco quem aceite haver três resutlados possíveis em futebol. E quem critique a percepção real de a Liga Europa nada ter a ver com a exigência da Champions. Até aqui Vítor Pereira foi criticado por entender a realidade.

Falácia não é/foi a falta de Falcao: afinal, só ele mesmo não esteve ontem, como ouvi hoje na rádio para enfatizar que a equipa portista era praticamente a mesma da conquista de Maio.

Precisamente, o FC Porto já tinha comprado a baliza de Dublin para o museu e o árbitro Carlos Velasco Carballo, a confirmar pouca valia, da final com o Braga esteve no Dragão. Num jogo quase sem oportunidades, o FC Porto aproveitou apenas uma falha de marcação e Falcao não falhou. Ontem abundaram as ocasiões e não se marcou. Tivesse sido a atitude dos jogadores outra pelo menos em casa com os cipriotas e outro dragão se levantaria. A atitude que teve prolongamento indecoroso em Coimbra e isto sim, tudo somado, não deve ser esquecido. Mas a dura Liga europeia do aço vai manter despertos os concorrentes.

ACT. Só faltava ter árbitros portugueses outra vez a beneficiar a equipa de Mourinho, com João Santos a anular dois golos limpos ao Ajax com 0-1