O Barcelona voltou a convencer, mesmo falhando a maior goleada de sempre no Bernabéu onde já ganhou por 3-0, por 6-2 e até por 5-0. Mourinho teve vergonha do último jogo em casa em que se limitou a defender para perder 0-2 e culpar o árbitro na semifinal da Champions. Desta vez só mudou Khedira por Diarra ao lado de Xabi Alonso no "doble pivote", o Real Madrid foi inundado de futebol por todos os lados, inclusive o direito com Coentrão, quiçá o Maicon de Mourinho! Mesmo recebendo um golo de avanço pela paragem cerebral costumeira de Valdez na baliza catalã. Nem com 1-0 oferecido com recorde (22") e obtido por ressalto para Benzema aproveitar, nem por acabar com 11 em campo como se queixava de que nem isso lograva, Mourinho deixou de falar do árbitro e, imagine-se, até da sorte que nunca lhe aflorou os lábios que entendeu fechar antes de mais um Clásico!
Mourinho calado começa a ser um fenómeno, tal como Cristiano Ronaldo desde que não jogue com o Barça e não veja Messi voltar a mostrar que é de longe muito melhor do que ele, como o Barça tem futebol que nem em imagens a preto e branco, como as vetustas instituições se habituaram, se lhe compara.
Qual Jorge Jesus ou subjugado por uma "Manita" ou escapado miraculosamente de uma derrota (como da última vez no Dragão), Mourinho ainda tem uma bandeira para agitar em defesa do seu estatuto de alegado melhor do mundo: uma final que ganhou à custa de porrada de criar bicho na final da Taça do Rei. Pode ser vilipendiado dentro e fora do campo. Refugiar-se impotente no banco e jogar na especulação de preferir o cepo Benzema a Higuaín de outra cepa ou substituir o melhor médio que é Ozil por um Kaká com o pensamento no Milan cujo Milanello-Laboratório lhe atenue o efeito da decadência inexorável. Até dar um aceno de simpatia, como aquele do fair-play da treta, de cumprimentar o adjunto de Guardiola a quem agrediu mas fazê-lo, teatral, para a fotografia, apenas no final do jogo.
Estas declarações que agora pesquei no As, de Madrid mas não de malabarismos informativos, definem a perda da aura que a superior categoria do Barcelona definitivamente lhe infligiu.
"El fútbol es un juego y los detalles y la suerte forman parte de él. Con 1-0, pudimos hacer el segundo, y un jugador tan fantástico como Cristiano Ronaldo lo hubiera hecho en circunstancias normales. Con 2-0, el escenario habría sido diferente, porque el primer tiempo fue equilibrado. El segundo gol del Barça fue pura suerte, no hubo talento ni fallo. Y al minuto siguiente perdonamos el 2-2. Luego ellos tuvieron la supremacía psicológica de ganar como tanto les gusta. El 1-3 fue normal. Pero es que también pudimos hacer el segundo. Sin embargo, el tiro de Kaká no entró por mala fortuna, no por una gran parada del portero. Sin quitar mérito al rival, la suerte ha marcado la diferencia", añadió.
"Ellos han ganado más partidos que nosotros y es fácil analizar que quien gana más es mejor que su adversario. Porque pasa el tiempo y olvidamos la expulsión Pepe, el gol anulado a Higuaín en Barcelona y nos quedamos sólo con los números. Sin embargo, nosotros ganamos una final, que vale más que un partido como este, porque el campeonato continúa. Escogería para ganar lo que ganamos, que daba un título", concluyó.
Mourinho explicó por qué renunció al trivote: "Jugábamos en casa, queríamos ganar y ser ofensivos, y además pensaba que Özil nos daría un rendimiento muy bueno en nuestra casa". En la víspera compareció su segundo, Aitor Karanka, y fue preguntado por qué fue él quien habló con la prensa tras el choque: "He venido porque hemos perdido. No voy a mandar a mi ayudante en esta circunstancias. Antes sí, porque no hay que dar la cara". Y evitó pronunciarse sobre los pitos a Cristiano Ronaldo: "No tengo tiempo para escucharlos".
Só não sabia que CR7 tinha sido assobiado. E Mourinho nem tem ouvidos nem soluções para isso.
Entretanto, após o jogo do Bernabéu, o Barça voou directamente para o Japão onde - instalando-se no hotel que o FC Porto ocupou em 2004 e que recebeu a equipa de Rijkaard também em 2006 - tenta reconquistar o título mundial de clubes conquistado há dois anos nos Emiratos. E já com a vitória no bolso do jogo da próxima jornada (4-0 ao Rayo) em que o Madrid de Mourinho vai a Sevilha. Mas para a Marca parece que se jogava em Madrid a posição do umbigo do Mundo... com a habitual inspiração do "medo cénico" e um Real vitorioso nos últimos 16 jogos exuberantes e aos quais Valdez deu mais um de avanço sem merecer o "agradecimento" de Mourinho para quem a sorte é quando sorri ao adversário e não quando ganha em Valência à rasca ou o Barça marca um golo de ressalto...
Enquanto podemos desfrutar da melhor equipa da História do Futebol nos intervalos dos jogos que o Real Madrid ganha profusamente vendidos nas tv's portuguesas onde por várias semanas não se vê um resumo de uma equipa que tem 39-0 em golos no Camp Nou para a Liga, já temos pasquins, quais cópias piores que o original acima, a dedicar 10 páginas ao Clásico espanhol, uma coluna de "notícias" na capa certamente por causa do Real Madrid e o campeão português e líder da Liga remetido para uma "orelha" (ao lado do título) que se confunde com publicidade. Nada de estranhar num periódico que foi baluarte e líder como jornal desportivo e se assume como "diário generalista especializado em futebol"... onde tem lugar notícias deste género...
As tv's portuguesas prosseguiram hoje a sua bacoquice intemporal, indiferentes à leitura geral e lapidar em Espanha
Meu caro Zé Luís, não vale a pena bater no ceguinho sobre a posição do FC Porto nas capas dos jornais! Se na vida social, a auto-estrada da exportação custa-nos o triplo em portagens do que a auto-estrada Lisboa-Cascais...
ResponderEliminarSe a publicidade do Millenium ao "finito" Mourinho onde diz que ganhou tudo em Portugal e simbolicamente colocam as taças sobre... Lisboa!!!
Se o porto de Leixões o unico que dá lucro terá que ser gerido a partir de... Lisboa!!!!
Nem no tempo do Salazar o centralismo foi assim tão estupidamente bacoco, saloio e senil!!!!
Olá Zé Luís, assim é que eu gosto.
ResponderEliminarA pasquinada sempre colocando os clubes da 2ª circular nos píncaros, como se fossem os melhores do mundo, relegando o FCP ao cantinho de página em letras minúsculas, é bom sinal.
Como já disse Pinto da Costa, quando "alguns" me elogiam muito, é melhor eu ir ao médico.:-)
A respeito do Mourinho, só não tenho pena dele porque mesmo levando banhos de bola consecutivos do Barça, continua arrogante, arranjando desculpas esfarrapadas(desta vez foi a sorte, da outra vez o árbitro, até o calendário já culpou!?!).
E se dúvidas houvessem sobre quem é melhor, basta ver no confronto direto:Messi é o craque do time, assume as despesas e brilha, CR7 que é o craque do time, devia pegar no jogo, mas apaga-se...ou para ser mais simpático, passa ao lado do jogo.
Por isso, naquela conversa que tivemos a respeito do melhor de sempre, a diferença de Pelé para os outros (estou a falar de Eusébio, Bobby Moore, Facchetti, Beckenbauer, Luisito Soares, Di Stefano, Puskas, e outros imortais)era exatamente esta:os outros vez ou outra, ganhavam quando o enfrentavam, e repare que Pelé não tinha apenas CR7 e Rooney como adversários:-)
O nosso FCP, com um mínimo de sorte e aquele penalty marcado, poderia até ter feito uma surpresinha na uefa supercup(ou poderia ter acordado o diabo!!!)...
Abraço
Felisberto, eu não bato em ceguinho algum, e o meu pudor vai muito além disso ou mesmo de "fazer campanha" contra os que fazem campanha contra o FC Porto - acho que até o FC Porto faz campanha contra si próprio!!!
ResponderEliminarAgora, uma coisa é pensar em denunciar os trastes detractores diariamente. Outra, que eu faço, é pontualmente apontar as bacoquices costumeiras que apanho por acaso, pois em geral nem lhes ligo pevide.
Não me preocupam os medíocres, mas sei que devemos ter cuidado com eles porém só quando nos surgem no caminho.
Em tudo o resto, Felisberto, partilho totalmente das suas preocupações. Há mais alguns assim, até poderemos pensar que somos muitos e somos alguém, mas sabemos que os que mandam, põem e dispõem na cidade é que deixaram isto chegar a este ponto.
ResponderEliminarEste ponto, contudo, não tem mais retorno. Jamais se repetirá, como no passado da nossa História que criou a Muy Nobre, Leal e Invicta Cidade do Porto, que alguém pense conquistar Lisboa a partir do Porto, tipo D. Pedro. Não acredito que alguém mais faça das tripas coração por qualquer filho da puta que pense subir na vida chegando à capital.
rbn, não ponho em causa a sua fé em Pelé, nem belisco a aura do distinto Rei do futebol, mas como sempre disse, e mantenho, são circunstâncias diferentes, tempos direfentes, botas e bolas diferentes, tempos de reacção diferentes, jogadores diferentes, regras diferentes. Tomo sempre em atenção as circunstâncias: estas fazem o homem e tudo o que o envolve. Pelé tem o seu lugar sagrado e o epíteto justo de O Rei. Maradona, para mim, não lhe ficava atrás e é irrelevante ou muito subjectivo dizer quem é o melhor, tal como Messi que, contudo, nunca o será se não for campeão mundial pelo seu País, isso é certo. Agora, em qualidade extraordinária, estão todos ao mesmo nível.
ResponderEliminarA Pelé travou-o salvo erro um tal Germano ou Morais de Portugal, em 1966, esqueço agora o nome. A Maradona nem um Goikoechea travou. Messi, apesar das ameaças de Pepe, ainda não travaram. Há, parafraseando Mourinho, momentos também de sorte que podem ser decisivos.
Mal vi Pelé a tv no seu tempo. Vi Maradona e até ao vivo. Vi Messi e não páro de me surpreender, mas não esqueço Xavi e Iniesta por quem ninguém se escandalida por não terem uma Bola de Ouro para cada um. Como ninguém se escandalizou por Sneijder, em 2010 de título europeu e italiano e finalista do Mundial, nem sequer estar nos 3 melhores do pódio da FIFA...
É por isso que não gosto que me venham falar de jogadores. Acho que devemos só desfrutar da felicidade de poder vê-los. Tal como uma música de Beethoven, uma pintura da Capela Sistina, um livro como os Lusíadas.
Até já aprendi, sem poder desfrutar, por ouvir no canal História que a Marlene Dietrich tinha o melhor sexo oral da sua época. Afinal, um orgasmo é sempre único, apesar de se poder repetir saudável e, permita-me, benemeritamente...
A Supertaça europeia mostrou o FC Porto no máximo da sua competência naquela circunstância: Kléber a titular mas substituído ao intervalo, Álvaro Pereira sem jogar não se sabe porquê e uma pretensa equipa à imagem da da época passada mas que ninca pode sair igual. Só se for... o Barcelona.
ResponderEliminarDo Barça, eu digo desfrutemos porque, como já escrevi nessa ocasião, nunca vi nada assim e por tanto tempo, mas não durará muito mais. Nem me admirará se o RM for campeão espanhol. Pode suceder. O RM está muito melhor, sem dúvida, o Barça não se sabe se acabará já esta época. Espero que não, mas duvido que dure muito mais. É a lei da vida. Duvido mais ainda que alguma outra equipa se lhe compare e ganhe o que esta equipa já ganhou e nem falo do futuro próximo.
ResponderEliminarCaro Zé Luís quem travou o Pelè foi Vicente o irmão do Matateu.
ResponderEliminarsaudações portistas
Obrigado, ainda bem que há quem seja porventura mais velho e tenha mais memória do que eu. A verdade é que não fui procurar e do episódio já me esqueci, à parte a imagem do lance que registei de ver uma vez ou outra na tv, porque sou de 62 e 66 não é da minha percepção a não ser, posteriormente, as minissaias e os Beatles.
ResponderEliminarnos idos de 40, passou por Portugal uma equipa de encantar. Eram também argentinos, de fino trato da bola, como agora são os de Barcelona, que só um Mourinho azedo não reconhece, e um Pepe de encomenda ainda não conseguiu dizimar. Daqueles, só tenho imagens das conversas do meu pai, que se ria com os da Bola, que naquela altura tinham outro nome (Sports), mas já liam pela mesma cartilha.
ResponderEliminarExultaram com os 9-4 com que o Porto foi brindado, mas no dia seguinte, após uma viagem desgastante, foram 10 os remetidos à "selecção" de então, que os irónicos destas bandas crismaram de Selecção Nacional... sem Araújo.
É que eles recorreram aos do costume, para fazer um brilharete, e foi o que se viu.
Agora continuam parvos, e incapazes de reconhecer o mérito desta equipa catalã, que é uma daquelas que só se vê de muitos em muitos anos.
Quem tem a hipótese de ver, que disfrute. Eu tiro-lhes o chapéu. É futebol.
Dinâmico, pensado, colectivo, versátil, e respeitador do adversário
victor, também ouvi gente desse tempo falar com assombro do San Lorenzo de Almagro, creio que em 1946. Aliás, falei disso e falei deles há tempos, precisamente por causa do Barça e de ser a cópia fiel dos relatos que me deram sobre essa equipa argentina que deslumbrou Portugal.
ResponderEliminarE ser do Barça, pelo menos em afecto reconhecedor do talento, é apenas uma circunstância. Se recuarmos ao tempo da guerra civil percebemos muito bem como é importante o futebol na moldagem dos caracteres. É isso o regionalismo, que os bacocos dizem ser "bairrismo", "provincianismo" e outros adjectivos que lhes maquilham a pequenez.
ResponderEliminarCom todo o apropósito, o Barça é uma Nação!
E eu adoro este "país"!