17 dezembro 2011

Rio mira do rio e de Lisboa (na RTP) falam do Porto em implosão

Enquanto o pateta Louçã continua na AR a fazer que é o Rui Prantos, inventando questiúnculas para adiar o eterno descanso destinado a alminhas tão virulentas, tivemos mais um deputado do PS - where else? - a lembrar que o só cretinismo herdado é candidato a um cobiçado, pelo Portugalório hodierno, Prémio Imaterial de Coisa Nenhuma, na sua canseira de fazer vergar os malditos que nos emprestam dinheiro, alemães ou outros. E vá de fazer tremer os alicerces de qualquer coisa...

"O barco [Douro Spirit]  apitou quando chegou à zona do Aleixo. Do grupo de cerca de 250 pessoas concentradas na Rua do Ouro, à espera de assistirem à implosão, ouviram-se alguns insultos dirigidos ao presidente da Câmara do Porto, que Rio não terá ouvido. Sem embarcar na excitação que a implosão suscitou entre alguns dos convidados, e numa altura em que também não havia notícia dos incidentes registados entre polícia e moradores do bairro mais inconformados, o autarca afirmou ser preciso “respeitar as pessoas que viveram ali”. “Podem ter tido ali vidas aborrecidas e deprimentes, mas ninguém gosta de ver a sua casa demolida”. no Público on line, ao fim da tarde de ontem, assim a modos como o Jesus de Benfica...
Isto é só o que resume Rui Rio há 10 anos presidente da Câmara do Porto. Deprimente, vazio e insultuoso. Como um pequeno tirano, distante da plebe que condena a trabalhos forçados.
É o homem que se diz "estou aqui para eliminar os obstáculos", e tanto batalhou contra o Plano de Pormenor das Antas, visando o FC Porto, como até esgrimiu meses a fio argumentos por um túnel à porta do Museu Soares dos Reis, numa querela de faca e alguidar por centímetros de rua. Ele mostra como luta pelos portuenses e, sob pretexto de combater a droga como se o seu mercado não surja noutro lado, tal como os "arrumadores" que quis "acantonar" mas sem evitar que tudo voltasse ao mesmo, viu do rio Douro, rodeando-se de 250 basbaques alguns deslumbrados com uma implosão, a demolição de uma torre do Bairro do Aleixo. E quis convencer-nos de estar a pensar na habit(u)ação social, reprimindo decerto os mixed feelings a propósito de um empreendimento de luxo a surgir ali, mirando o rio para a Afurada, quando as quatro torres restantes desaparecerem do mapa até 2013, confia ele, mesmo apreensivo quanto a falta de dinheiro no mercado bancário mas entregue totalmente a um empreendimento imobiliário, ironia das ironias, daquele tipo que dizem ter começado, com a bolha, a crise mundial pelo subprime americano...
Pôs-se ao largo, Rui Rio, cobarde mas magnânimo a permitir que umas centenas de convivas contemplasse o espectáculo, ele que detesta foguetório sanjoanino a meias com a Gaia de Menezes. É todo um retrato do homem, que os portuenses reelegeram duas vezes por maioria, e do imobilismo da cidade, pela qual, uma vez ao ano, se ouve ele bramar contra a capital Lisboa.
Para completar o cenário, não sei pela demolição do Aleixo com cenas made in America, se pela década de governação apática e sem rumo, nada como a RTP fazer um programa ontem à tarde para comentar alguma coisa. A propósito, nada melhor que um jornalista de Lisboa (David Dinis), de um jornal de Lisboa (DN) e a falar desde Lisboa para os estúdios do Porto, no Monte da Virgem, por acaso em Gaia.
Seria cómico se não fosse uma tragédia. Seria brilhante se um reparo destes fosse feito no JN, jornal do Porto à volta do qual se agregaram outros meios mas cuja sede de grupo passou para Lisboa (Controlinveste), se é que alguém no Porto, à parte o FC Porto, ainda eleva a voz contra o centralismo de Lisboa que se diz combater.

E seria bonito que a aperaltada Felisbela Lopes, hoje de manhã na sua vez de falar de cátedra sobre a Imprensa e derivados, aparecesse na RTP a repetir o que concluiu no seu estudo sobre os comentadores na televisão que qualquer leigo entende empiricamente e sem precisar de tirar um curso: a RTP do serviço público dá-nos isto, com mais gente de Lisboa enquanto uma menina muito bonita mas jornalisticamente sem substância a emprestar a voz em off de uma implosão há 20 anos no Porto de que ninguém se lembra, a tv não citou o exemplo e a implosão de há 20 anos terá sido o que é hoje o desertificado panorama de média no Porto. Pó.

4 comentários:

  1. Quanto ao Aleixo, só lhe posso dizer que uma porcaria de torres como aquelas - conhecida por sanduiche de vento - teria de forçosamente levar as pessoas que nela habitavam a serem tristes! Ainda bem que se demoliu aquela porcaria e pena que não se tenham demolido as outras. - Dar melhores condições de vida às pessoas que lá habitavam não é crime, é obrigação. Que tenha demorado dez anos até ao homem ter conseguido fazê-lo só demonstra as politiquices e movimentações que todos fazem para ganhar protagonismo. Na Inglaterra muitos bairros sociais destes foram implodidos e as pessoas transferidas para casas, num movimento para pôr fim aos bairros. Era bom que da esquerda à direita ,em portugal, houvesse finalmente consenso que enfiar as pessoas em guetos não lhes vai fazer bem, antes pelo contrário.
    Para mim, por isso, este é um marco.

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  2. Os guetos fica onde? Onde estavam ou para onde enviam as pessoas?

    A seguir vão os pescadores, mais abaixo, na Cantareira? E o Menezes vai fazer o mesmo na Afurada?

    Os mamarrachos, concordo, estavam ali a mais, mas desde o princípio. Foi o urbanismo de outros tempos, com as preocupações sociais da época.

    Vamos ver se o Rio e algum filho não serão ocupantes do gueto de luxo que ali vão erguer...

    Eu já acredito pouco em boas intenções... especialmente desta gente.

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  3. Zé Luis, nem parece seu; não podemos condenar os actos pelas pessoas que os fazem, ou porque vão dar outra finalidade ao lugar! as torres estavam a mais e aquela forma de preocupação social, já na época era contestada. O que torto nasce tarde ou nunca se endireita. Então, badabum e ponto final.
    pena, por exemplo, que não façam o mesmo com a ampliação do hospital de sto antónio... um "erro de casting" e uma perda de dinheiro...

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  4. Caro amigo, no intervalo do Porto-Marítimo zappei e apanhei o Rui Rio entrevistado na RTPI ou N de nada. O homem diz que não sabe o que vão fazer ali. Não sei, diz ele.

    Por mim está tudo dito. Ele não sabe e marca dez anos de mandato a mandar umas torres abaixo. Deve ser por acaso. E deixar a vista linda para o rio...

    Quanto ao badabum, é mesmo quando se quer, pode e manda. Os chineses fizeram muito disso para os Jogos Olímpicos, "limparam" uma mancha (casas velhas, ruas estreitas, pobres no centro histórico, uma limpeza e ponto final) do País que nunca deixará de as ter.

    Se formos aos argumentos do urbanismo pelo urbanismo, metade da cidade do Porto devia ser demolida.

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