20 dezembro 2011

Venham os árbitros... estrangeiros!

A UEFA nomeou hoje os 12 árbitros para o Europeu de Junho próximo. Entre eles, Pedro Proença, claramente o melhor português na actualidade. Diria ser o único minimamente aproveitável. Até por exclusão de partes. Os elogios à generalidade da arbitragem portuguesa que fui ouvindo pela rádio são mais do mesmo politicamente correcto. A nossa arbitragem é muito fraca, em geral. Também não aprecio particularmente os apitos de França e Bélgica, conheço-os razoavelmente para ter ideia sobre a sua valia, não dou palpites avulso na matéria. Mesmo os italianos, os modelos nos anos 90, encabeçados por Collina, estão a um nível pouco mais que suficiente, hoje em dia. E, como noutros países acima citados, incluindo Portugal, salva-se um ou dois. Tudo o resto é muito fraco.

Os árbitros nomeados, a que poucos darão atenção e cuja maioria os comentadeiros tugas mal conhecem, são os seguintes, cito da UEFA:
Cüneyt Çakır (TUR), Jonas Eriksson (SWE), Viktor Kassai (HUN), Bjorn Kuipers (NED)
Stéphane Lannoy (FRA), Pedro Proença (POR), Nicola Rizzoli (ITA), Damir Skomina (SVN)
Wolfgang Stark (GER), Craig Thomson (SCO), Carlos Velasco Carballo (ESP), Howard Webb (ENG)

Não gosto em especial deste último, o Collina inglês que acho abaixo de nível aceitável e disse-o antes do jogo do FC Porto em Sampetersburgo. Çakir é um novato, o rookie como Pedro Proença. Os outros são estabelecidos na hierarquia internacional. As coisas são claras e não meras teorias da conspiração... dos mesmos do costume.

Agora, porque trago isto aqui? Porque quase todos já apitaram jogos do FC Porto nas eurotaças. Nas últimas três épocas, incluindo esta. Lá está, poucos se lembrarão dos nomes, mas estiveram presentes nas campanhas portistas: quatro deles em 2009-10 nos seis jogos da Champions. Alguns repetiram nos últimos anos. Kuipers, o holandês "comprado" alegadamente num jantar onde nunca esteve em Matosinhos com dirigentes portistas, como os compinchas da Marca e do Rascord asseveraram, esteve em poucos meses na semifinal com o Villarreal, no Dragão, e infelizmente na Supertaça do Mónaco, onde ficou um penálti por marcar para o FC Porto que podia ter dado 1-1 perto do fim, antes do 2-0 de Fàbregas. Já esta época, os últimos três apitaram o FC Porto também na Champions.

Enfim, só Proença, pela nacionalidade, e o jovem turco Çakir não apitaram o FC Porto na Europa, mais o alemão Stark, presente noutros jogos há mais tempo. Todos os outros sim. Nos últimos três anos.

Quer dizer que a elite de árbitros da UEFA não impediu o FC Porto de fazer carreira: 1/8 final na Champions em 2010, vencedor da Liga Europa em 2011, desviado da Champions para a Liga Europa em 2012. E, aqui, por uma maioria de árbitros bimbos, muito fracos, além do desastrado Webb que em quatro jogos europeus só num não expulsou algum portista...

O FC Porto dá-se bem com os melhores árbitros e triunfa na UEFA com a elite da arbitragem. Tem até razões de queixa, como no Mónaco.

Podia ser uma lição, enésima demonstração de o FC Porto ganhar sem ajudas de árbitros lá fora. Mas não é.

Os parvalhões do costume desataram a comparar um penálti flagrantíssimo sobre Belluschi com um inexistente em Coimbra para o Sporting e igualmente não marcado. São mesmo os parvalhões do costume, com tempo de antena e coluna de jornal à disposição para as diatribes clubísticas que nada adiantam na matéria, só acirram ânimos. E, contudo, a verdade é muito diferente do que dizem.

Pinto da Costa tem mais um motivo para falar de arbitragem. Há quem rejeite ter esse direito: os parvalhões do costume. O FC Porto ganha mais com bons árbitros.

Ao invés, daquela lista acima, falta Olegário Benquerença, creio que o único outro árbitro que a UEFA integra na sua elite. Olegário que é muito "poupado" por cá, ausente de quase todos os jogos importantes, passando pelos pingos da chuva. O chefe dos árbitros acha que é uma maneira de defendê-lo? E de promovê-lo, escondendo-o das polémicas? Olegário não tem estofo psicológico, como as suas declarações já demonstraram, teme os grandes jogos. Ficou marcado pela Imprensa lisbonense, tem medo de assumir, queimou-se.

O pior, entretanto, é que praticamente desapareceu da Europa, apita muito pouco na UEFA e decerto por causa da arbitragem miserável que prejudicou o Barcelona frente ao Inter de Milão, em 2010.

Ironicamente, não se queixando dos árbitros nesses jogos (a 2ª mão foi de Bleeckere, o belga que anulou o 2-0 ao Barça que dava o apuramento para a final de Madrid), Mourinho queixou-na na época passada do alemão Stark, pela expulsão de Pepe mais do que justificada. Stark está, Olegário não. Por algo será. E Mourinho pelo menos na arbitragem não tem influência. Pode deixar os basbaques tugas a salivar de glórias, mas ainda terá de fazer mais para merecer estar acima de Guardiola e do Barcelona, que por acaso têm sido muito prejudicados em Espanha com queixas da arbitragem nos jogos em que não ganhou, mas sem alaridos parvos e destemperados.

Na arbitragem, vale a competência e ahonestidade. Como sempre.

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