Não sei se os jornais ditos desportivos, ou da "especialidade" em que se tornou o exótico Rascord, vão pegar hoje num golo como o de Roberto Sousa ao Benfica. Se fosse do Benfica ao Marítimo, as capas estariam feitas de véspera. Mas a nossa Imprensa Destrutiva só conta a história dos heróis que vendam papel e não as histórias que interessem a todos indiferenciadamente. Por isso marca passo e passa-lhes ao lado a exaltação de momentos como estes, no feliz ano da graça de 2011. Da mesma forma, o sectarismo clubístico de braço dado com a bajulação mediática deixam também indiferentes a maioria dos adeptos que sabe como um ou dois clubes são tratados nas palminhas e outros aos pontapés. Para quem gosta de futebol, porém, há pontapés que ficam para a posteridade e já não é preciso uma capa de jornal destinada a ganhar bolor e amarelecer nem uns segundos mais de televisão no day-after...
8/1/2011, Guarín abre assim o marcador do Porto-Marítimo (4-1)
Roberto Sousa viu Guarín marcar este golo, antes de ser substituído por Sidnei aos 52' do jogo da 15ª jornada da época passada. Talvez inspirado no portista que chegou a obter o título de "melhor golo da época na Europa", vingando a tese do "vanos todos votar neste que é do nosso clube", repetiu a gracinha anteontem e ainda bem que escolheu o momento e especialmente outro adversário para se "vingar".
2/12/2011, Roberto Sousa inicia assim a recuperação no marcador do Marítimo-Benfica (2-1)
Mas grandes golos já não são estranhos a quem marcou num disparo de fora da área para o Leixões bater o Sporting em Alvalade quando a tropa de José Mota liderou a I Liga em 2008-09. Este, porém, ainda menos será lembrado. Se ainda fosse do Sporting ao Leixões...
Não há país algum da Europa, daquele patamar que Portugal vê ao perto e quer lá chegar, que despreze e maltrate tanto o futebol como neste cantinho de invejas viscerais e até preguiças intemporais. Por isso, no tratamento informativo, chegamos onde estamos. Avisem-me se disto for dado nos próximos dias algum sinal positivo, algum sinal de vida... em Marte.
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