Portugal está mal porque, em geral, em todas as actividades, transversalmente à sociedade, não há qualidade. Não há capacidade de previsão e de avaliação, falhando a decisão. Mais de um milhão de analfabetos e vários milhões anafados em literacia. Fala-se de 20% de pobres, mas não só pobres economicamente. Há uma pobreza de tudo e há muito. O 5 de Outubro, doravante dia de finados da República, será o mais actual e cruel testemunho da indigência a que chegou o empobrecimento de que se fala? Empobrecimento e ignorância é isto!
A Informação padece cada vez mais disso. Mas a culpa não é dos leitores, os acusados do declínio da Imprensa em geral, por não comprarem jornais, mesmo consumindo informação. A rádio é de borla e a tv idem, apesar de a RTP custar 2,25 euros mensais (e 140ME em 2013 por essa via!!!) na conta da electricidade de cada fogo (salvo seja), leia-se casa, melhor contador... A RTP tem coisas boas, mas muitas muito más. Já não presta e não presta serviço que outros não fazem. Só se diferencia por viver do colo do Estado, da mama do contribuinte. Salvo uns marmelos, incluindo os das valquírias que gozem o seu delírio artístico e expõem os seios para chamarem atenção com o fito profissional, e umas coisas prà fotografia, como beijar um polícia ou atacar a Polícia já noite dentro para não se ver os "artistas" incendiários que se autoproclamam difusores da cidadania, ninguém quer a RTP para nada.
A Imprensa em geral caiu na qualidade de forma abrupta. É geral ou adapta-se e segue em frente? O NYT já tem edição em português (Brasil) e a Newsweek começará 2013 só em digital. Por cá, há anos que o online dos jornais é ridículo e nunca avançará nas novas plataformas. A qualidade caiu quando exactamente? E foi antes de cair nas vendas ou nas audiências? Ou a despachar pessoal? Vai por aí o chirivari por causa de uns quantos títulos em risco de sobrevivência. Já vários passaram por fases más, amanhã tocará a outros. O público, em geral, já não crê na credibilidade da Informação, pelo menos a sua independência. Jornais correia de transmissão de partidos e de clubes: intoxicação, subserviência, proteccionismo, demarcação de interesses e território. Coutadas. Dizem que são dos patrões, três ou quatro. O público, porém, conhece mal os patrões e não conhece as dores de parto nas Redacções. Lá dentro diz-se, por princípio, que o público não tem de saber dos problemas internos de jornais, rádios e televisões.
O público quer boa informação, mas dificilmente encontra qualidade na dita. Os patrões, como em muitas áreas de actividade, percebem pouco do negócio, melhor do "produto". Pensam produzir bem com menos pessoal, sendo que a Informação não sai em máquinas, embora cheguem amiúde pela net quando dantes chegava pelo telex, as agências noticiosas. Dantes, como hoje, mesmo as notícias de agência que chegavam iguais a todos careciam de tratamento, confirmação, depuração, edição, avaliação e enriquecimento. É como trabalhar uma matéria-prima e dar-lhe o melhor acabamento, pôr na montra e atrair a atenção do cliente.
Não adianta choradinho embrulhado em panegíricos por gente conhecida e de pontual boa vontade.. A coisa tá preta.. E como é tudo tão mau, vendido a patacos e mesmo assim envolto em secretismo para saldar contas antigas que serviram para comprar um Império de Comunicação que deu barraca, os títulos envolvidos nem uma linha deram de uma notícia que deve alarmar o País. Ou deveria, agora que o Sol se põe.. De resto, aumentando os economicamente pobres e os pobres de espírito para além da condição económica, com os papagaios e parolos de gravata que enxameiam as pantalhas e inundam o éter radiofónico não há hipóteses de sair da crise. Alguns da má informação aparecem para a má informação. Depois equiparam-se, mimetizam-se e, claro, dizem todos o mesmo. O nivelamento por baixo é geral. Ao invés, com a facilidade de obter informação que qualquer cidadão poderá trabalhar melhor do que numa Redacção, há gente que não só não precisa de receber a Informação porque já a tem, mas é capaz de perceber a transmissão de uma má Informação por profissionais.
Vamos tendo coisas patuscas, como a ala esquerdófila do Público a renegar a Direcção Editorial que mandou o Público ao charco e é tão de Esquerda quanto os actuais contestatários, uns e outros sob a mira do capitalista Belmiro farto de pagar défices de exploração inadmissíveis no resto da Sonae. Isto é desta semana, a prometer chamas.
Tivemos ontem dois exemplos. O líder de vendas em jornal expõem o problema da eventual independência escocesa no seio do Reino Unido com alguém com uma bandeira de Gales... Só mais tarde deram conta, puseram a bandeira certa como se a foto anterior (ao lado) não tivesse mais do que a bandeira para identificar o "país". Metem aquilo como se fossem coxas e mamas das "famosas" e títulos degradantes de faca e alguidar entre algumas coisas sérias.
Na RTP, onde claramente escrever livros não faz escritores e parece sobrar todo o tempo do mundo para actividade literária quando falta tempo para acompanhar a actualidade noticiosas, aquilo tornou-se uma fábrica de doutores. Aranjaram, já lá, sempre tempo para uma licenciatura. Eles estão por aí, alguns até são tratados por "sr(a) dr(a)". Um caso é de alguém que nem dicção tem para ler um texto, quanto mais estar na tv a ler títulos na "revista de Imprensa". Um horror.
José Rodrigues dos Santos, o Orelhas televisivo, supra-sumo dos jornalistas-escritores, deve andar em pulgas atrás da sua para entrevistar o Orelhas do Benfica. Vai daí, chama o concorrente às eleições do circo, Rui Rangel. O tema do dia seria este, o juiz escusar-se a julgar na Relação de Lisboa o caso de droga, armas, terrorismo social da cambada que se abriga em Telheiras e vive à sombra dos pavilhões auriculares da imensidão de cimento lá no Alto dos Moinhos. O pivot, director de Informação da RTP, desconheceu que desde o final da manhã não se falava de outra coisa na rádio (e tv) e aos costumes disse nada. JRS deve saber tanto de futebol como Rui Rangel dos 95 jogadores sob contrato na Luz, entre eles contratações sonantes que Rangel putativo candidato a presidente não quer, mas foi incapaz de citar, por exemplo, a do Olá, John!
Podia replicar-se milhares de exemplos de banalidade por vários títulos e estações televisivas. Fiquemos pela venialidade, até porque depois da falhada entrevista, em termos jornalísticos, a Rui Rangel, a RTP preocupou-se em passar algo sobre uma vedeta americana em Lisboa a passar... publicidade. Os telejornais estão cheios de vacuidade, fait-divers que duram, duram e prolongam a emissão de supostas notícias por mais de uma hora. Por aí se vê quanto ganham, à hora.
Poderíamos ir a fundo ao futebol, por cá avalia-se a "qualidade" não pelo jogo, mas pelo resultado e se este falhar pela "simpatia" para com um treinador, jogador ou até presidente. Isto, assim, dá para o torto. Em qualquer canal. Ou título. Doutor. Ou enfermo. Já sabemos que o FC Porto cimentou uma superioridade acima da média nacional, daí ganhar tanto e conseguindo ser razoável e saudavelmente gerido. Veja-se o ostracismo da Câmara, a repulsa invejosa pela maravilha da transformação das Antas ou o negativismo indiferente com que, em geral, os seus resultados, no futebol e nas contas financeiras, é falado na Informação caótica, imbecilmente parcial e de uma desfaçatez ignóbil. Os resultados do FC Porto advêm da qualidade mas esta nunca é sublimada. Uma bandeira, no futebol, amiúde alvo de acrimónia, ou mesmo lapidação sem os autores evitarem frases lapidares pensando ir dar ao mesmo...
Mas as caras da tv são conhecidas. Algumas até chegaram ao Dragão, mas nenhum portista sabe porquê e para quê. As velhinhas e pantalhistas militantes incapazes de saírem da portugalidade das coisas tugas conhecem a senhora da tv ou o senhor do telejornal, mas só de ver, não retiveram nada no ouvido.
Há excepções. José Gomes Ferreira, já aqui muito elogiado, está sempre na berra. Hoje é alvo de campanha no Facebook em exaltação da sua qualidade. Temas de economia só ouço com ele. Se vejo o Medina Carreira é por ele, não pela Judite que expõe sempre a sua pequenez e ignorância. Na política é só anões e silvas, tal como no futebol, deixadas às Anas Lourenços e Hugos Gilbertos a "condução dos conflitos". Ah, salvam-se mesmo os do cinema, porque o pessoal gosta de ouvir sem ver (filmes).
Mesmo aí a qualidade nota-se. O resto arrota-se. Bom fds.
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