Como o pc de casa foi para arranjar, curtocircuitado ainda antes de Vila do Conde a prenunciar o FC Porto em tilt, não posso trazer aqui imagens de capas de Abril e Maio. Vocês sabem do que eu estou a falar... A Imprensa do regime é o que é e o culto das figuras gradas que por ali passam, porque raras são as nascidas lá, como rara é a riqueza nacional lá produzida, dá nisto cinco meses depois do Ricardo Coração de Leão, do treinador sagaz e motivador e das ajudas e inovações, taratata, que mais um ídolo colocado no altar como uma vaca da Índia lá sofre agora os "ataques da Imprensa", as "cabalas nas notícias" e "movimentações estranhas". Que ergue os bezerros de ouro derrete-os ao primeiro fogo numa qualquer curva do deserto. Vocês sabem do que eu estou a falar, até porque esse costuma(va) dizer que o futebol come os filhos que gera.
Não vi o Videoton e não digo que seja uma equipa desconhecida como ouvi na rádio, só para desprezar mas revelador da ignorância generalizada. Sei que o sentido de medida a ver as nossas equipas não como são e valem mas pela imagem melhor, de Abril e Maio (já sucedeu ao FC Porto pós-AVB e quem sofreu foi VP, não os jogadores apáticos no campo), que os apaniguados guardam mesmo que nas trazeiras da memória e debaixo do capacete cabeludo. Nem sou sportinguista para lembrar um 3-0 macambúzio com um Viking Stavanger norueguês em 1999, antes de entrar Inácio que de seguida sofreu 3-0 nas Antas e o empreendedor Roquette, aliçerçado na sua veia imobiliária sempre com a bola dominada, garantira que a melhor equipa não iria ganhar o campeonato. Porque passou a haver um sentimento de pena para com o Sporting a jejuar de títulos há 18 anos...
Tudo isto não me entusiasma nem põe em órbita, antes dá pena e a psicologia da pena no futebol tuga, movido pela ficcionária, fraccionária e facciosa Imprensa da bola indígena - também ela no seu plano inquinado e inclinado rumo à deletéria fase de sobrevivência após asneiras e ascensão de mediocridade na pasquinagem selvática de alcateias sem donos preocupados com o dinheiro que perdem a par do produto embrutecido em descrédito - levou o Sporting da cagueira de ganhar ao M. City à beira da final europeia e a miopia de "rapidamente voltaremos ao lugar que o Sporting merece no futebol português" até perder a Taça com estudantes...
Os instigadores do futebol pequenino de Abril e Maio, que acabou por dar no que deu até ao Jamor e ao 4º lugar com o Marítimo à perna, têm também o que merecem. Como sempre passando ao lado do essencial, desvalorizando o futebol e desprezando o crescimento do jogo per se. Logo na 1ª jornada, de resto, disse por aqui que sabia no que ia dar o Sporting após 0-0 confrangedor em Guimarães. Nunca pensei é que, de não só fortes, mas "extremamente fortes", a queda fosse tão abrupta. Mas deve deixar o FC Porto em alerta.
A psicologia da pena, disto tudo sem nexo e a cair de podre, com terramoto na capital do Império falido onde já só há trogloditas e xerifes de Nottingham para assaltar o povo em nome do tal Ricardo Coração de Leão tido como a combater na Terra Santa, vai provocar a união assanhada da Imprensa em volta e envolta pelo carisma do leão a ressuscitar e o sentimento de pena extensivo ao árbitro, seja ele qual for, para ajudar os coitadinhos a não perderem no Dragão e, provavelmente, como na média da liga tuga, a negar mais um penálti ao FC Porto.
Comem-nos vivos antes de irem para o crematório e depois entitulam aquilo de cemitério de treinadores. Domingos tinha obrigação de se precaver, se é que não teve amigos para melhores conselhos. Só Pinto converteu-se aos prazeres da capital e quis ser um deles, mas torna-se só mais um pinto degolado no teatro de sombras do reino do faz de conta.
As luzes da ribalta cegam qualquer um. Que o FC Porto veja isso à distância e não perdoe o momento, não tenha piedade católica e desfrute do domingo para dar a extrema unção. Quem se deve rir é Salvador em Braga. Na capital não há e até Jesus se queixa de extraterrestres...
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