É pelo menos o registo de Jackson comparando com a época de estreia de El Tigre: obtivera os mesmos 8 golos em menos jogos (10 contra 11 jogos), desta vez carimbou a vitória depois de anular a desvantagem fazendo a jogada e assistência para Varela empatar.
Não me lembro de Falcao ter feito uma jogada assim e servir de assistente para um colega marcar, pelo menos numa jogada de driblar um adversário, ir à linha e cruzar de forma perfeita.
Jackson está cada vez mais envolvido no jogo colectivo do FC Porto. E desembaraça-se muito bem sozinho, além de aparecer no sítio certo. Por ironia, porém, foi a falhar dois golos aparentemente fáceis (servido por Varela, logo depois do 1-0 e por Fernando para cabecear sozinho sobre a barra) que Jackson impediu o FC Porto de ganhar mais folgadamente e, assim, perder por um golo a liderança para o Benfica. Questão de pormenor, tal como é um pormenor que o FC Porto tenha ganho apenas 2-1. Porque fez muito mais para golear e porque mesmo a perder, num lance fortuito e raro de assédio a Helton, num canto ao primeiro poste em que se está a defender mal (vide golo do Dínamo na 4ª feira), a equipa jogava bem, com paciência, rodando a bola e variando os flancos apesar de os laterais não ajudarem muito na ida à linha, perseverando na linha de fazer oscilar e acabar por confundir a cerrada defensiva do Estoril.
Mas tenho a certeza que, com Jackson a falhar e Otamendi a acertar num poste a dois metros, muitos adeptos devem ter tirado uns extras a dizer mal da equipa, aparentemente lenta mas só a desmontar pacientemente a apertada defensiva contrária, e claro do treinador.
Vítor Pereira, por sinal, no final deu toda a primazia aos jogadores pela "transformação" na 2ª parte para virar o resultado. Mas ali houve dedo do treinador para reposicionar os jogadores.
De tal forma que, quase sem se perceber, mas vincando de novo a primazia do colectivo, enquanto os adversários apertam James e tentam quebrar a genialidade do seu jogo, outros jogadores aparecem e a equipa desenvolve um futebol fluído, variado e pressionante. Encostou o Estoril às cordas e os golos surgiram com naturalidade e de rajada. Mas poucos devem valorar estes aspectos que, de facto, são quase imperceptíveis e deixam espaço para dissertações sobre velocidade e intensidade de jogo.
E o FC Porto lá vai. Jackson também. A crescer. Mesmo que alguns pormenores falhem, os pormaiores são muito mais entusiasmantes. Importa é pesar bem uns e outros. É como apreciar os números de Jackson e de Falcao no seu período de estreia.
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