24 maio 2014

A importância de um treinador

Já falei dele na semifinal com o Bayern. Agora ganha como treinador a terceira Liga dos Campeões, depois de duas com o Milan em 2003 e 2007, igualando Bob Paisley (3 com o Liverpool). A sua serenidade e versatilidade táctica contagia o Real Madrid e as substituições ao intervalo acabam por ganhar, no limite mas com justiça, a final a um estóico Atlético de Madrid.
 
A 1ª parte do RM foi má, controlado e até afogado pelo acerto táctico constante do Atlético. O golo redentor, aos 90+3, percebeu-se que afundou moralmente a equipa com menos recursos técnicos e físicos. O Real deitou fora o campeonato, o Atlético teve de lutar por ele até ao fim e, em Lisboa, pagou caro todo o esforço de Abril e Maio embora sem perder a sua identidade e sem desmerecer da admiração granjeada toda a época.
 
As entradas de Marcelo, por Coentrão, e Isco, por Khedira, recompuseram o RM, arrumaram o meio-campo e deram impulso pela esquerda onde só di Maria não chegava. A inclusão de José Sosa no Atlético encurtou mais a equipa parcimoniosa a sair a jogar. E a queda dos dois esteios defensivos do Atlético nas laterais, Filipe Luis e Juanfran, a soçobrarem após uma época praticamente inesgotáveis, desequilibrou a contenda.
 
Não foi Ronaldo, pouco fresco e nada dinâmico, a acrescentar alguma coisa, viu-se mais, como num anúncio, D. Inércia e um RM à imagem do BES atrapalhado e falido.
 Foi a inércia que ganhou com o acumular do peso das últimas semanas no Atlético e um golo fatídico nos descontos, 40 anos depois de Schwarzenbeck ter marcado aos 120' em Bruxelas - que lembro ter visto na tv - para forçar um segundo jogo em que as forças também faltaram ao Atlético e cujo golo, de livre de Luís Aragonês, não chegou. A minha maior simpatia para o Atlético que acompanho no infortúnio, mas os meios galácticos do RM e um treinador de topo e recordista acabaram impondo a lei do mais forte. Mesmo com D. Inércia em campo também e não Ronaldo.

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