25 maio 2014

Como ler as eleições europeias se os espanhóis não nos entendem?

A palhaçada cumpriu o seu ciclo com cartaz mais ou menos eleitoral. O Tózero esteve ao seu nível, reclamando uma "mudança" quando levou a cabeça de lista o eurodeputado com mais faltas no Parlamento Europeu e com zero (0) documentos produzidos em 5 anos em Estrasburgo. As pessoas, que nem conhecem os da lista, votam por uma suposta ideia, nem ideologia é, revelando-se também inúteis para o propósito de mudança. A "intrapolação" dos resultados para a Europa para a realidade interna é digna do circo montado em que a Imprensa, no rescaldo eleitoral, "castiga" quem não obteve mais votos para protagonizar a "mudança" proclamada mas não deu uma informação sobre os candidatos que, piores do que aqueles em S. Bento que ainda se vão vendo semanalmente, não fazem ideia quem sejam.

E como ler os resultados "europeus"? Com a parcimónia contrária à que em Lisboa se recebeu a final da Champions. Já tinha ouvido nos primeiros desembarques e julguei brincadeira; depois continuou-se a ouvir só perguntas em português que, mesmo tão básicas, embatucavam os castelhanos e a sua proverbial falta de jeito para línguas e certamente pouco virados para o Atlântico porque Madrid ainda é mais "supranacional" do que Lisboa e esta é uma aldeia à beira da capital ibérica que é a deles.
 
Foi tão ridículo julgarmo-nos, estas tv's da parvalheira nacional-serôdia, na Europa do futebol, com montes de directos a ouvir os tasqueiros e os convivas que mesmo à despedida de um adepto do Atl. Madrid uma parvinha, creio que na RTP, perguntava se Ronaldo era o melhor do mundo e recebeu de resposta que era Futre - mas a parvinha não deve ter percebido e só deve ter na cabecinha tonta ou vazia o tronco nu que CR7 quis mostrar para as capas dos pasquins cá da terrinha. Em Madrid, ao invés, não foi Ronaldo que contou, foi Ramos, depois Bale, ainda Marcelo e di Maria, além de Ancelotti. Em Lisboa não percebem que o mundo vai mais além do Terreiro do Paço e da Praça da Figueira onde estava a fan zone do RM.
 
Portugal esforça-se, muito mas raramente bem sucedido, por receber os visitantes com agrado, simpatia e, para tal, fazendo-os sentir-se em casa facilitando no idioma: hotéis, restaurantes, até taxistas e polícias aprendem umas coisas de inglês ou outro idioma. Os estrangeiros, em cujo país não têm essa deferência e dificilmente o Português entrará nas suas prioridades para receber visitantes tugas, notam esse esforço e valorizam, daí acharem-nos simpáticos, que os recebemos bem e por aí fora, relaxando-os sobre o nosso solo acolhedor, sob o sol aconchegante e no calor da comida que conforta o estômago e outros sentidos.
 
O que ordenaram aos pés-de-microfone nas tv's da parvalheira? Falem-lhes em Português e eles que se desenrasquem! Ou seja, os pataratas editores e chefes acham que deve ouvir-se montes de espanhóis, sendo que os castelhanos são os menos entusiastas por línguas, mas não se lhes fala da melhor forma que entendam para se exprimirem como sabem e podem, porque são dos gentios mais limitados à face da terra, já Eça o tinha relatado.
 
Cheguei a pensar que também era dificuldade dos pés-de-microfone falarem espanholês, e era, minha nossa senhora que essas estagiárias devem ir a umas aulas de castelhano que há por aí, mas a tendência foi geral: era para falar-lhes em Português e mainada.
 
Há quem possa achar que assim está bem, mas a verdade é que o futebol foi deles, a final foi deles, as suas opiniões interessavam tanto quanto aquela parvinha esperar de um colchonero que assentisse ser CR7 o "mehor do mundo". Mas só idiotas podiam esperar resultados diferentes e os espanhóis não quiseram saber do Português para nada, foram-se embora despreocupados, à parte os do Atlético decepcionados pelo resultado, e a maioria das entrevistas de rua não serviu nada a não ser o ridículo disto tudo. Uma vergonha mas todo o respeito pelos pergaminhos a que as tv's tugas nos têm habituado. Mas se o futebol relatado e comentado é mau e entregue aos mesmos, como dar ideias aos novatos e aos repórteres de rua?
 
Chapeau final para a parvinha da Maria João Ruela (SIC), ainda no sábado à noite e decorria o intervalo da final, passei lá em zapping porque o Rodrigues dos Santos (RTP) ainda nos davaa saber uma reportaem num combóio de adeptos desde Madrid da noite anterior!, fechar os directos da rua espantada por os espanhóis não perceberem Português. Da TVI não vi nem ouvi nada, nem quero ouvir o Dani a masturbar-se com o Real Madrid...
 
Há comprovadamente gente estúpida e gente a mais, ignara, como a SIC abundantemente tem revelado aos vários Artur Baptista da Silva que lá aparecem e à escardalhada e benficada em geral que me afastaram irrevogavelmente da SICN há anos, no panorama da Imprensa tuga.
 
Daí ela, a Imprensa, ter a mesma credibilidade que têm os políticos, a Política que também não sabe (a Imprensa) tratar a não ser com o reverencial respeitinho a uns figurões palermas que por aí andam há anos a repetir vacuidades, mas decerto convencida que está na bitola da importância e das credencais da Imprensa no panorama europeu em geral. Tão convencida do seu papel "imprescindível" na Informação - quando se vê cada vez mais sub-informação enquanto crescem os chamados subdirectores da dita - como o patarata do Tózero da sua inabalável vitória. Pífios.

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