04 junho 2014

Os ratos celestiais

Faz hoje 25 anos do Massacre de Tiananmen, a praça da Paz Celestial, em Pequim. O famoso regime chinês já tratou de bloquear o Google nos últimos dias, como se os indígenas não se lembrassem e o Mundo assobiasse para o lado. A verdade é que assobia, como fez para os Jogos Olímpicos de 2008...

Digo o famoso regime chinês porque é famoso por transfigurar-se. Em Moscovo nunca o conseguiram em 70 anos e a versão actual do poder soviético teve de passar pela metamorfose perestroikiana não sem estar sujeita ao putsch de Agosto de 91. O regime na China era famoso pelo famoso Mao, o Che de olhos em bico e avidez igual à do argentino, e a não menos avançada Revolução Cultural. Foi uma resolução e pêras, acabando com os filhos a sovarem os pais "retrógrados" e o governante Deng Xiao Ping a comer o pão que o mau diabo amassou enquanto impulsionava a indústria pesada que mandava atear sob fogo de lenha desbravando meio mundo não obstante a fome atroz de milhões. E de volta à ribalta depois de reabilitado, o mesmo Deng comentou aos críticos capitalistas do sistema comunista subitamente virado para a Economia e acumulação de capital que "não importa a cor do gato se servir para apanhar ratos", citação de um governante alemão. E aí está a China comunista rendida aos devaneios do capitalismo sendo mesmo o principal financiador dos bonds americanos...
 
Há 25 anos, por acaso, assisti à chegada de uma comitiva chinesa de futebol jovem na Escócia, dias depois da matança celestial naquela praça do império do meio. Silêncio absoluto era a táctica tradicionalista de inspiração estalinista, sob o pretexto da diferença linguística. Ler livros sobre aqueles paraísos dos socialistas devia ser obrigatório: por tratar-se de vermelhos e terem mesmo bolinhas encarnadas para maiores de 18 que possam compreender aquilo.
 
Por cá, os ratos celestiais da pobre paróquia preparam-se para assaltarem a Liga de que o Figueiredo trapaceiro e ditador não quer sair nem de rastos ou amarrado a um pinheiro. Talvez uma Seara o convença de estar maduro para o cargo vazio de poder a não ser mandatando umas arbitrariedades, agora que o Seara tem o beneplácito da II Liga e o Rangel, sempre desafiador mas sempre amarrotado, já lhe fez a corte, tal como o Marta de pelo macio já se deixou pelo caminho do consenso vermelho que é o que Liga o futebol tuga.

Sem comentários:

Enviar um comentário