31 outubro 2006

Anderson's lesionados não movem o FCPorto

Por isso há que andar para a frente agora que já festejamos, e bem, e embora o clássico de sábado ainda esteja muito à “flor da pele” por razões que não podem nem devem ser esquecidas tal a sua gravidade, eu prefiro falar de futebol propriamente dito e é altura de vermos o que esteve mal. O porquê de uma segunda parte muito abaixo do nível da primeira, o porquê de tanto sofrimento e como tentará ser o FCPorto sem o nosso puto prodígio, já que como poderão ver na "Opinião da Bancada" está tudo muito dividido quanto às consequências que isso poderá acarretar.
O professor, aquando da agressão que pôs fora do jogo Anderson, resolveu colocar em campo Raúl Meireles, que como todos sabem é um trinco. Com isso o meio campo deixou de pressionar tão à frente como desejado e com isso o adversário teve mais espaço para construir as suas jogadas de ataque, tal como já tinha acontecido noutros jogos. Tenho algum receio, confesso, que Jesualdo Ferreira comece a adoptar este esquema com a falta do puto. A sua substituição natural seria Jorginho, faz o mesmo lugar, tem boa técnica e sabe perfeitamente fazer as tais transições defesa-ataque que parecem deixar de existir quando falta alguém nesse lugar. Lucho Gonzalez pode e tem técnica para fazer esse lugar, mas a sua forma, longe da do ano anterior, coloca-o a um nível até abaixo do mediano, tendo Jorginho muito mais espírito de sacrifício para desempenhar a função.
Quando o técnico coloca Raul Meireles juntamente com Paulo Assunção, ambos dividem a mesma zona do terreno, ainda que acredite que o professor dê mais liberdade a Meireles. Mas o que se passa é que a tendência será sempre a de recuar e ficar sempre a dúvida de quem marca quem. É evidente que o treino pode ajudar a clarificar posições e marcações, mas não raras vezes os adversários entraram pelo nosso meio campo dentro com tabelinhas entre jogadores que simplesmente não estão a ser marcados.
Muito pertinentemente um visitante do blog (Zé Luís) lembrou que o ano passado já os dois médios jogavam juntos e jogavam bem. Mas na minha opinião e numa situação defensiva, com a táctica de Co, Paulo Assunção funcionava como 2º central e Meireles era o real trinco não defendendo propriamente juntos a mesma área do terreno. Mas ainda existe outra grande diferença, é que o número de atacantes do FCPorto era maior, logo prendiam mais adversários no seu meio campo, não tendo estes os espaços que tiveram, por exemplo, na 2ª parte do último jogo.
Outra situação que por certo todos terão reparado foram as entradas dos adversários pelo lado direito da defesa, em que Fucile terá muitas vezes apanhado dois adversário pela frente, faltando então um médio que o ajuda-se, já que Quaresma raramente o fazia. Algo que não sucedeu do lado contrário estando Lisandro sempre pronto a ajudar Cech aquando da subida do lateral contrário. É realmente o que falta ao grande jogador que é Quaresma e que muito nos agradou no ano passado, espírito de equipa e prontidão a correr juntamente com o defesa mais próximo. Ainda assim em Fucile nota-se alguma falta de frescura física, natural depois de tanto tempo sem jogar e chamado para grandes jogos. Nota-se também alguma inocência na marcação individual que sendo ainda novo estará sempre a tempo de aprender.
São estes para mim os principais problemas com que o FCporto se debate no pós-Anderson. Evidentemente existirão outros problemas, mas serão, para mim, pormenores comparativamente com estes.
PS: Não se esqueçam de actualizar as vossas equipas da “Liga da Bancada”. O Fantasy Football tem hoje e amanhã mais uma jornada e têm até às 18H15 de hoje para a actualização.

30 outubro 2006

É revoltante

Inqualificável, triste, vergonhoso, indecente, nojento, lamentável, etc., etc., etc.. Escolham vocês o adjectivo. Soube há pouco que Anderson terá fracturado o perónio. Em linguagem mais corrente partiu a perna. Aliás partiu é muito evasivo, a bem dizer partiram-lhe a perna. Estou completamente revoltado. Tudo indica que estará parado por um período nunca inferior a 3 meses. Só espero que esteja apto para "lhes fazer a folha" na 2ª volta.

Mais uma vez um grego, daquela equipa da capital, que terá tido instruções claras para o fazer. Quem esteve no estádio, como eu, pôde ter visto aquele dirigente vermelho, que já foi presidente duma casa do FCPorto, ao intervalo a esperar pelo grego que praticou aquele atentado ao Anderson e a ele se abraçar, talvez com o objectivo de lhe dizer missão cumprida e lhe “dar uma beijoca".

Já o ano passado tinha acontecido e são demasiadas coincidências. Em lances a meio campo que em nada punham em perigo a sua baliza, os jogadores daquele clube que já têm fama de “caceteiros”, fizeram o que melhor sabem fazer, dar cacetada. O ano passado Lisandro Lopez, que estava a fazer um campeonato de alto nível, foi ceifado por outro grego que, penso agora, terá tido o mesmo tipo de instruções. Só no final da época regressou e nunca mais foi o mesmo jogador, estando agora a querer mostrar-se mais.
A esta vergonhosa coincidência junta-se o árbitro S.L.B. (senhor Lucílio Baptista) que, tal como no ano passado, também não sancionou o agressor. E este ano ainda teve o desplante de nem marcar falta perante uma entrada assassína daquelas. Que dirão as pessoas de outros países viram uma coisa destas? Que pensarão essas pessoas do futebol português? Que pensarão da nossa liga? É uma boa oportunidade para direcção da liga que acabou de entrar em funções mostrar que está realmente em prol do futebol e do que ele tem de melhor, e castigar quem o tenta destruir.
Solicito ao FCPorto que apresente queixa contra esse jogador e que seja castigado por tanto tempo quanto Anderson estiver parado. Todos nos lembramos que Paulinho Santos já uma vez foi castigado por um tempo semalhante. Só assim não me sentirei injustiçado. Só assim poderei compreender o afastamento de um dos jogadores mais entusiasmantes que apareceu no nosso futebol desde há muito tempo. Só assim continuarei a acreditar no verdadeiro futebol espectáculo.

29 outubro 2006

Coração de Dragão

FCPorto 3-2 Benfica
(Lisandro, Quaresma, Katsouranis, Nuno Gomes, Bruno Moraes)
O 12º jogador
Foi num ambiente como nunca antes tinha visto no Dragão que se jogou o jogo de ontem. O público foi ontem sem dúvidas o 12º jogador de uma equipa que teve a alma, o coração e a garra que todos nós queremos no nosso FCPorto, pelo menos na 1ª parte, mas já lá vamos.
O Estádio do Dragão, perto de fazer 3 anos, registou talvez a sua maior enchente depois da inauguração. 50.223 adeptos quase todos do FCPorto viram o jogo e foram simplesmente extraordinários conseguindo tornar o ambiente para os visitantes sufocante. Parabéns a todos.
Exibição de Sonho
Com este fantástico ambiente foi também mais fácil aos jogadores se empolgarem e partirem para um primeira parte simplesmente sublime em que a equipa de Jesualdo encostou às cordas um adversário que pareceu chegar a um ponto que quereria apenas perder por poucos. Quaresma estava endiabrado, Postiga exuberante e Anderson, enquanto lá esteve, sempre empolgante. A pressão era feita à saída da área encarnada e as oportunidades sucediam-se umas atrás das outras, acabando o FCPorto por marcar num lance de felicidade, quando Postiga, que jogador que ele está, rematou de fora da área embatendo a bola em Lisandro e acabando por enganar o guarda-redes contrário.
Estava feito o primeiro golo aos 12 minutos e o FCPorto continuava numa toada muito ofensiva e parecia querer humilhar por completo um adversário que parecia não ter forças para reagir. Foi com naturalidade que aos 20 minutos Ricardo Quaresma resolveu “dar um nó cego” ao defesa contrário e enfiar a bola “na gaveta”, um golasso só ao alcance dos melhores. O público ficou completamente extasiado e a continuação da exibição dava a entender que a noite e a ser uma noite verdadeiramente memorável.
O pesadelo
Aos trinta minutos de jogo, um jogador grego adversário tem uma entrada dura que atinge Anderson. Imediatamente me lembrei de uma situação idêntica que acontecera no ano passado e curiosamente quase no mesmo sítio. Curiosamente essa entrada dura também não teve qualquer sanção por parte do árbitro, curiosamente também enviou o nosso jogador para o “estaleiro”. Curiosamente, e ao entrar R. Meireles para o lugar do Anderson, o jogo virou-se ao contrário e o adversário começou a equilibrar o jogo, criando até duas boas oportunidades ainda antes do intervalo, tendo Helton que mostrar o grande guarda-redes que é. E assim chegou o intervalo.
Na 2ª parte, a pressão que fazíamos na defesa dos encarnados começou a ser feita apenas perto da nossa defesa, o meio campo começou a ser dominado e quase não conseguíamos sair do nosso meio campo. E voltamos ao mesmo. A semana passada tinha escrito o seguinte: “Ao colocar dois trincos em jogo, os jogadores no seu inconsciente assimilam que é para ter medo e para defender, exactamente como fizeram em Londres e em Braga. Apesar de Paulo Assunção fazer de Meireles (trinco), Meireles não faz de Lucho e Lucho,(…) não é construtor de jogo, para isso existem outros jogadores no plantel.” Está mais que provado que Meireles e Assunção juntos só representa confusão. E está provado pelo quarto jogo consecutivo. Jorginho, apesar de não se poder comparar a Anderson, é o homem certo para o substituir e para continuar a manter o adversário em sentido e a defender no seu meio campo.
Assim, a equipa lisboeta conseguiu criar oportunidades e consequentemente o seu golo que fez a equipa portista se descoordenar em todos os sectores e o golo do empate adivinhava-se. Para piorar a situação, Jesualdo resoveu tirar o jogador mais criativo que ainda tínhamos em campo (Quaresma, que fez uma grande exibição) para entrar um jogador que nada acrescenta ao futebol do nosso clube (Tarik). Surgiu então o empate e o sonho tornou-se me pesadelo para as 50.000 pessoas que estavam naquele estádio. Faltavam apenas 10 minutos para o final e já ninguém acreditava na mudança do resultado estando o adversário satisfeitíssimo com o empate.
A alma portista
Muitos adeptos saíram então do estádio, mostrando a fraqueza do seu portismo e mostrando que não são necessários no apoio ao FCPorto. E os jogadores numa demonstração de crer, garra, atitude e esperança não desistiram e foram buscar forças para, depois já dos noventa minutos, darem uma enorme alegria aos excelentes adeptos que acreditaram sempre. Bruno Moraes fez o estádio do Dragão explodir como nunca antes tinha visto. Foi impressionante e eu tive o prazer de lá estar. Quebrou-se assim a “malapata” com o clube da Luz no Dragão e com o S.L.B. (Senhor Lucílio Baptista).
Esta vitória poderá ser um tónico para o resto do campeonato, fazendo sempre acreditar em todos os jogos até ao fim. Esta vitória e como bem dedicou o nosso presidente é dedicada sobretudo para o grande postista Pôncio Monteiro. Os meus desejos de rápidas melhoras para ele.
PS: Está uma nova questão na "Opinião da Bancada" na barra lateral. Tenta-se saber juntos dos portistas o que pensam da ausência de Anderson, se a equipa é ou não dependente dele ou se as tácticas é que não são as melhores com a sua saída, etc. Informo que Helton foi considerado o melhor em campo no jogo com o Sporting com 51% dos votos (21). Quaresma ficou em 2º lugar com 20% (8 votos) e Lucho em 3º com 15% (6 votos).

27 outubro 2006

Um Dragão de honra

Este é um dos jogos que os portistas mais esperam todos os anos. A rivalidade existente com o clube que nos vai visitar amanhã é das mais antigas do futebol português e assume (já assumiu mais que agora) uma rivalidade entre o Porto, cidade oprimida pela capital, e a própria capital, Lisboa, em termos mais gerais entre o norte e o sul. São também as equipas que mais títulos conquistaram em Portugal e de há uns anos para cá as duas equipas com mais adeptos do país.
Talvez por isso o anterior técnico, Co Adriaanse, nunca terá sido perdoado, apesar de ter ganho o campeonato e a taça. As derrotas que "Mister Co" obteve com o clube lisboeta ficaram sempre entaladas nas gargantas de muitos portistas.
Por ironia, o técnico actual do FCPorto, é (ou era) um antigo benfiquista e estará amanhã debaixo de fogo se a equipa não der o que os adeptos pretendem, uma vitória. Aliás nestes jogos para os adeptos só existe um resultado possível. E para Jesualdo, tal como para os adeptos, essa vitória tem mais importância do que os simples 3 pontos que dela resultam.
Depois de um clássico em que a equipa não correspondeu ao esperado pelos adeptos e pelo seu treinador, o FCPorto tem de regresso uma das suas “pedras chave”, Anderson. Sobre o novo mágico do Dragão estão depositadas grandes esperanças para fazer a diferença na equipa em relação ao último jogo. É verdade que todos confiamos que ele faça essa diferença, mas também é que verdade que estamos a falar de um jogador que por mais genialidade que tenha é um jovem de apenas 18 anos. Mas com o Dragão lotado a puxar por ele, tal como todos os outros jogadores, terá uma motivação que poderá até suplantar o que ele tem feito nos outros jogos.
As alterações na equipa serão sobretudo a troca de P. Assunção por Anderson, o que faz a diferença toda no meio campo e na forma como a equipa ataca, havendo assim uma grande ligação entre a defesa e o ataque. Meireles deverá continuar na equipa e sendo um trinco com boa técnica será a melhor opção apesar da sua forma não ser a melhor. Fucile, depois do bom entendimento que teve com Quaresma em Alvalade, parece ter ganho a confiança de todos e deverá ser titular, isto mesmo com o regresso do castigado Bosingwa.
Acima de tudo o que se pede à equipa é que ela seja digna, que honre os seus adeptos e que mostre ao adversário o significado dessa palavra depois de todos os enxovalhos de que somos vítimas durante todo o ano. Pede-se um público unido em torno da sua equipa e que mostre o orgulho de sermos dragões, porque assim a vitória não escapará.
FCPorto - Benfica, SportTv1 Sábado 19H45
PS: Destaco mais um troféu para o melhor guarda-redes de sempre no nosso futebol, Vitor Baía. Desta vez ganhou o troféu de melhor guarda-redes da época passada que tem em consideração factores estatísticos e é atribuído pelo Sindicato dos Jogadores. Pois é mesmo no banco supera, e com 37 anos, certos guarda-redes sempre muito sobrevalorizados. Parabéns Baía.
PS2: Na "Opinião da Bancada" desta semana em que estava a votação o melhor jogador do empate do clássico entre o Sporting e o FCPorto, Helton foi considerado o melhor jogador com 50% dos votos (17), seguido de Quaresma com 24% (8 votos) e Lucho com 15% (5 votos). A votação fica abeta até ao final do jogo de amanhã, por isso ainda pode ser alterada.

26 outubro 2006

A mística do FCPorto

Muitos já devem ter ouvido falar, outros já devem ter falado, alguns dizem que ela falta na equipa de agora, ainda outros dizem que é um mito e alguém até já disse que ela não é possível no futebol de hoje. Os jogadores nos dias que correm mal chegam a conhecer bem o próprio estádio quanto mais a mística do clube. Mas de repente é possível lembrar vários jogadores que representaram a mística do FCPorto, por exemplo o João Pinto, o Jaime Magalhães, o André, o Paulinho Santos, etc.
Mas o que é a afinal a mítica mística do FCPorto? Para tentarem ter uma ideia do que ela é deixo aqui dois trechos de uma recente entrevista a um jornal:
“A primeira lição que recebi no FC Porto foi a lição do respeito. Aprendi a observar o grupo, aprendi a necessidade de conhecer cada uma das pessoas e a ser educado. Transmitir aos que chegam a mística do FC Porto é, também, transmitir-lhes a mística da cidade. Sempre que chegava um estrangeiro eu próprio fazia questão de lhe mostrar o melhor do Porto. E ainda hoje há jogadores que me telefonam com saudades de comer um bom cabrito.”
“O FC Porto não era o nosso emprego, era o nosso trabalho. A grande diferença é que fazíamos mais do que aquilo a que estávamos obrigados. Trabalhava-se por gosto e habituávamos os mais novos à ideia de que ganhar todos os títulos era natural e a nossa obrigação. Nem nós próprios nem nenhum portista esperava menos de nós. Essa era a mística do ‘dragão’”
Quem "recitou" estas palavras foi um senhor chamado Jorge Costa. Ele fala no passado quando diz “essa era a mística do dragão”, mas eu acho que um grande clube como o FCPorto tem sempre essa mística. Nem que ande mais acanhada que noutros tempos, ela está lá, dentro daquele balneário. Principalmente quando nesse balneário está um outro senhor chamado Vitor Baía. Ele é uma referência, tem o carisma, a liderança, a humildade e é um exemplo para todos os outros como bem podemos comprovar quando o FCPorto marca um golo.
Se a mística muitas vezes parece andar desaparecida, é em jogos como o do próximo sábado que reaparece. E nós sócios e adeptos também fazemos a mística portista, quem não se lembra do antigo tribunal das Antas?
Por isso vamos encher aquele estádio e fazer dele um verdadeiro inferno para os nossos adversários. No sábado todos ao Dragão apoiar a melhor equipa do mundo, o nosso FCPorto.

25 outubro 2006

Será medo, temor ou receio?

Uma das definições que vem no dicionário (da Porto Editora) a respeito da palavra medo diz o seguinte: “sentimento de inquietação que surge com a ideia de um perigo real ou aparente”.
Vem isto a propósito do próximo jogo do FCPorto no Dragão com um dos chamados grandes.
No FCPorto tenta-se falar de futebol, tentando nada mais por em causa. Fala-se de tácticas e de como elas se alterarão com o regresso do Anderson; falam os jogadores da confiança que têm na vitória, afirmando que se sentem os favoritos para vencer o jogo; falam os adeptos das opções do treinador, da má forma de alguns jogadores, do que esteve mal no último jogo, etc. Resumindo falam de futebol.
Por parte da equipa lisboeta também se fala de muita coisa, mas há uma coisa de que definitivamente não falam, que é de futebol. E não falam porque se sentem inquietos com a ideia de defrontar uma equipa que acham melhor, o tal “perigo real ou aparente”. Assim, cobardemente, tentam arranjar armas para tentar vencer esse perigo, já que não o podem evitar.
Uma das armas que acham poder melhor os ajudar é precisamente essa figura incontornável nos jogos de futebol em Portugal, que é o árbitro. Tentam a todo o custo condicioná-lo, isto mesmo antes de saberem quem era e agora que sabem que contentes devem estar. Fazem pressão na Liga de Clubes, fazem pressão na comissão de arbitragem, fazem exposições sobre a actuação do último árbitro à liga, fazem insinuações do mais reles que pode haver, fazem em suma o que podem para que no jogo com o FCPorto o “homem do apito” lhes dê a “mãozinha” que pensam terem necessidade. E o pior ainda, é que dá resultado. Basta ver que vai apitar o jogo um árbitro que ainda há 3 jornadas apitou o nosso clube, na nossa única derrota. Pensarão eles que será uma óptima ajuda, não duvido.
Outra coisa que fazem são nojentos e soezes ataques pessoais ao presidente do nosso clube, tentando criar guerrinhas sabe-se lá para esconder o quê dos seus adeptos. Talvez seja para fazer esquecer alguma derrota por 3-0, algum lapso sobre um pedido de bilhetes para os seus adeptos ou até um certo passivo que ultrapassa os 300 Milhões? Não sei, nem me interessa, são problemas deles e tudo isto, vindo de quem vem, acaba por já não ser novidade.
O que já é novidade é o engenheiro que nos fez perder o “Hexa-campeonato” também entrar nesse jogo das insinuações e dizer que receava expulsões no último jogo da sua actual equipa, precisamente por causa do seu próximo jogo, o jogo contra o FCPorto. Então resta-nos perguntar, tal como o faz José Manuel Ribeiro no seu comentário de ontem em O Jogo:
a) o que o fez recear as expulsões?
b) se o que insinua lhe vem da experiência vivida no FCPorto, foi assim ou não que ganhou o único título nacional da sua carreira?
c) a ser verdade, como raio arranjou maneira de perder dois campeonatos?
Agora digam-me se, e perante tudo isto, os responsáveis do clube que vem jogar no próximo sábado ao Dragão não padecem por inteiro do sentimento descrito no primeiro parágrafo?
PS: Gostava muito de saber, e a respeito do cartoon, porque é que um homem que passa a vida a insultar o nosso clube não é expulso de sócio do clube.

24 outubro 2006

A equipa mais jovem... da terra deles

«Dragão 14 anos mais jovem
Mais ou menos pertinente, mais ou menos frequente, a estatística invadiu os relvados e serve há muito de suporte a análises complementares e, inclusive, alternativas. Posse de bola, remates, ataques e faltas ganham corpo em cifras, hoje muletas de utilidade inegável a ensaios futebolísticos. Dos mais simples ou mais intrincados, podendo, inclusive, ser elaborados para sublinhar o índice de aproveitamento de um jogador ou a juventude de um plantel.
Venerada por treinadores, a estatística é também uma ferramenta indispensável para televisões, rádios e jornais. Seguindo a tendência, confiando na exactidão da matemática, que não deixa os números mentir, o www.fcporto.pt decidiu dedicar as próximas linhas a um breve e despretensioso estudo em que os algarismos aparecem nos lugares dos jogadores.
O recurso à estatística surge aqui a propósito do Sporting-F.C. Porto de domingo à noite, revelando a frieza e o rigor dos números que Jesualdo Ferreira fez alinhar em Alvalade uma equipa 14 anos mais jovem do que a escalada por Paulo Bento. O onze portista totalizou 263 anos contra os 277 da formação sportinguista. Ou seja, a média de idades dos leões ultrapassou os 25 anos (25,1), enquanto a dos dragões não atingiu os 24 (23,9).
A média da equipa inicial do F.C. Porto sai ainda penalizada pela ausência do brasileiro Anderson, um habitual titular que não integrou a lista de convocados para o jogo de Alvalade, devido a uma distensão muscular na face posterior da coxa direita, que impôs a sua substituição no encontro com o Hamburgo. Para além de começar, o F.C. Porto terminou a partida de Alvalade com a equipa mais jovem. As três substituições operadas por cada um dos treinadores não permitiram mais do que o atenuar da diferença etária: os portistas acrescentaram a experiência de um ano com as entradas de Jorginho, Bruno Moraes e Diogo Valente para os lugares de Paulo Assunção, Ricardo Quaresma e Lisandro López; os sportinguistas rejuvenesceram quatro anos com as inclusões de Miguel Garcia, Alecsandro e Carlos Martins, em substituição de Marco Caneira, Paredes e Nani.
Ao apito final de Pedro Proença, o F.C. Porto voltava a ser a equipa mais jovem em campo, com menos nove anos do que o adversário e uma média de idades de 24 contra os 24,8 do opositor.»
Início do jogo
Sporting: 277 anos somados no total dos onze jogadores, média de 25,1 anos
F.C. Porto: 263 anos somados no total dos onze jogadores, média de 23.9 anos
Após as substituições
Sporting: 273 anos somados no total dos onze jogadores, média de 24,8 anos
F.C. Porto: 264 anos somados no total dos onze jogadores, média de 24 anos.
Pois é, cai por terra mais um mito da "imprensa" lisboeta. A jovem equipa de Alvalade afinal não é a mais jovem equipa do campeonato.
Mas não se preocupem que não mais irão ouvir falar do valor e do mérito das equipas jovens da nossa liga.
Nota adicional: A equipa que jogou no último jogo da "Champions League" (equipa que aparece na imagem) e que venceu o Hamburgo por uns concludentes 4-1 tinha uma média de idades de 22,4 anos.

23 outubro 2006

Ponto de equilíbrio

Sporting 1-1 FCPorto
(Yannik, Quaresma)
Detesto enganar-me nestes casos, mas o que é certo é que o professor deu novamente avanço ao adversário ao colocar em campo uma equipa mais defensiva. Ao colocar dois trincos em jogo, os jogadores no seu inconsciente assimilam que é para ter medo e para defender, exactamente como fizeram em Londres e em Braga. Apesar de Paulo Assunção fazer de Meireles (trinco), Meireles não faz de Lucho e Lucho, apesar do excelente jogo que fez, não é construtor de jogo, para isso existem outros jogadores no plantel.
O que aconteceu na primeira parte deveria ser uma aula do que o treinador não deve voltar fazer. O meio campo a jogar com dois jogadores que são trincos por natureza tem tendência a encostar na defesa, criando um fosso enorme com o ataque. Por isso foi muito natural as bolas raramente chegarem jogáveis ao trio de ataque e com isso as ocasiões de perigo a favor do FCPorto terem sido quase inexistentes na primeira parte.
O Sporting é já de si uma equipa pressionante e com o esquema táctico do FCPorto, a equipa de Alvalade aparecia sempre a pressionar em cima da nossa área. Com frequência as oportunidades foram aparecendo sendo salvas pelo enorme Helton, até que quase no fim da 1ª parte aconteceu um golo, apesar de tudo, resultante de uma falha defensiva inadmissível a este nível, com a defesa a deixar completamente só na pequena área um adversário. Mesmo assim merecem destaque na defesa Fucile e os dois centrais, principalmente o Bruno Alves que fez um grande jogo.
Para a 2ª parte aconteceu a mudança esperada. Saiu o P. Assunção para a entrada do Jorginho, claramente um jogador que esticava muito mais o meio campo e assim dava profundidade ao futebol dos azuis-e-brancos. A equipa entrou a pressionar muito mais à frente e com clara vontade de serem eles a mandar, com vontade de conseguir o empate.
Logo no início da segunda metade apareceu o golo por Quaresma, numa excelente assistência do guarda-redes adversário. E assim o FCPorto controlou por completo o adversário na 2ª parte (algo que não tinha acontecido na 1ª) e apareceram algumas boas oportunidades. Isto claro está sem nunca o Sporting deixar de procurar também a nossa baliza. Mas notava-se que o jogo estava claramente controlado pelo FCPorto.
Perto do final do jogo Jesualdo Ferreira trocou os dois extremos, Quaresma e o apagado Lisandro Lopez, por Diogo Valente e Bruno Moraes, passando a equipa a jogar num claro 4-4-2, o que fez desequilibrar a equipa do Paulo Bento. Mas o jogo já estava perto do final e acabou precisamente com o FCPorto em cima da área do adversário.
O empate acaba então por ser um resultado justo, num jogo em que o FCPorto praticamente só jogou meia parte. É um resultado positivo se pensarmos que estivemos a perder e sobretudo é positivo já que continuamos na frente depois de jogar com um adversário directo em casa deste.
PS: Na "Opinião da Bancada" está uma nova pergunta, desta vez para elegerem o melhor jogador do FCPorto neste jogo. De salientar que à pergunta "Agora, onde acham que poderá chegar o FCPorto na Champions League?", a grande maioria (quase 80%) acha que passará aos oitavos de final.

21 outubro 2006

Garra de dragão

O clássico com o Sporting, apesar de ainda muito campeonato haver para jogar, é já um jogo determinante para as duas equipas em questão, mas é-o principalmente para o FCPorto em caso de vitória. O empate não seria mau, já que o primeiro lugar se manteria nas nossas mãos, mas se vencer o FCPorto ganha um embalo muito grande para o êxito no campeonato porque interiormente os jogadores ganharão uma confiança extra que os permitirá encarar todos jogos com apenas a pressão do primeiro lugar, que é óptima, e sobretudo com a confiança total dos adeptos.
O adversário tem uma equipa muito jovem e bem aproveitada pelo seu técnico, mas a diferença da média de idades para o FCPorto não é assim tão grande, apesar do que a imprensa tanto apregoa, e com uma enorme vantagem para os dragões: os jogadores azuis-e-brancos são os campeões, estatuto que injecta motivação e que nenhum dos jovem jogadores verdes-e-brancos faz ideia do que é.
A equipa de Paulo Bento tem como base a coesão defensiva, explorando sempre o erro do adversário. Mas a essa mesma equipa quando acontece estar em desvantagem tem tendência a desorganizar-se e a não conseguir reagir a essa adversidade.
Jesualdo deveria jogar com a mesma equipa que jogou na passada terça-feira, só que terá de ser Jorginho no lugar de Anderson. O puto é a grande ausência, principalmente por ser um jogo em que a diferença poderia estar na sua magia e consequentemente poderia ter influência no resultado final, mas isso nunca saberemos. E Jorginho, um mal amado, não é tão mau como o "pintam", é evidente que não é o Anderson, mas jogaria na sua posição natural (o ano passado raramente o fez), tem boa técnica e ainda por cima tem muito boas recordações daquele estádio.
Vários portistas são da opinião que ao sair Anderson entraria Paulo Assunção. Mas isso seria mudar a estrutura da equipa e passaríamos a jogar com dois trincos. Eu pergunto, mudar para quê? Não se lembram de termos mudado com o Arsenal? O que disseram de Jesualdo? Que diriam depois de uma derrota em Alvalade a jogar com dois trincos? Afinal temos medo do Sporting? Nunca ouviram a expressão “em equipa que ganha não se mexe”? Mudar por mudar, preferiria a solução de jogar com o Lisandro Lopez atrás dos avançados, indo Vieirinha para a direita e Quaresma para o extremo oposto. Mas o Jesualdo lá saberá o que fazer e terá o meu apoio seja qual for a decisão.
A nossa defesa, que é considerada porventura o nosso pior sector, parece estar bem, embora com alguns percalços nos últimos jogos que felizmente não deram em golo. Mas com os erros aprende-se, os níveis de concentração têm tendência a melhorar a cada jogo e o entrosamento entre os jogadores e entre os sectores também. Fucile que já teve uma prova de fogo e terá uma segunda ainda maior, parece dar conta do recado. Bruno Alves, outro mal amado, tem estado também muito bem, muito certo e não tem dado muitas hipóteses aos adversários.
Mas para vencer o que esta equipa necessita é da atitude que teve no jogo com o Hamburgo, necessita que os jogadores entrem com a vontade que não demonstraram em Braga, necessita no fim de contas de mostrar a... garra de dragão.
Sporting - FCPorto - SportTv1 Domingo 20H30

20 outubro 2006

Dúvida e certeza

Anderson em dúvida
Ontem o jornal “O Jogo” noticiava que ainda existe uma ténue esperança que o Anderson possa jogar em Alvalade. Eu quero a todo o custo acreditar que é possível a sua recuperação, já que, e tendo em conta o estilo de jogo do adversário, seria o jogador ideal para romper com uma defesa como aquela.
Lembro que o estilo de jogo do clube lisboeta é baseado na eficácia defensiva, jogando no erro do adversário. Jogadores desiquilibradores como o nosso puto e por exemplo Quaresma podem resolver com apenas um lance de génio um jogo que se prevê muito equilibrado e muito jogado no miolo do terreno.
Muitos pensam que é preferível o puto recuperar bem para depois estar a 100% para o clássico seguinte. É evidente que sim, mas acho que ele fará muito mais falta para o próximo jogo que para o jogo no Dragão. A equipa que nos visita no jogo seguinte está claramente inferior a todos os níveis em relação à equipa verde-e-branca e um FCPorto mesmo sem um jogador como Anderson tem mais que capacidade para vencer a partida no Porto.
Números de campeões
Talvez seja um pronuncio, mas curiosamente no dia em que aqui a bancada registava a marca falada no post anterior, no Estádio do Dragão, estádio que faz três anos no próximo mês, foi atingido um impressionante número de espectadores. Segundo dados oficiais do FCPorto, mais de 2,5 Milhões de adeptos já entraram no nosso estádio para ver futebol.
Por coincidência, nesse jogo com o Hamburgo, o FCPorto marcou pela primeira vez na Champions League 4 golos numa só partida, conseguindo assim, nessa competição, ultrapassar a marca dos 100 golos, somando precisamente 101 remates certeiros.
O Dragão é há muito uma certeza de sucesso e terça-feira foi realmente um dia em cheio.