03 dezembro 2007

FC Porto luta contra si próprio

Um rescaldo da Luz, antro pouco recomendável, breve postal de Lisboa e o que ficou por contar de mais uma vitória na provinciana capital. E muitas incidências, antes, durante e depois dos jogos. Várias perspectivas sobre um rival que diz que um dia será a maior instituição desportiva nacional (esta ninguém contou ainda!)

O contexto do jogo
Para desânimo da Imprensa Destrutiva, sempre hostil ao FC Porto, o campeonato já estará ganho outra vez. Mais uma vez esta época. Como noutras épocas. Pedro Emanuel, capitão da equipa e estandarte da correcção e combatividade portistas na Luz, na esteira de Fernando Couto, Jorge Costa e João Pinto, disse que não, falta muito campeonato. Mas lembrou, bem, olhos nos olhos com os traiçoeiros pés-de-microfone da capital, que era tempo, sim, de darem o verdadeiro mérito a quem lidera há 42 jornadas, dois anos completos, um campeonato que só artifícios de arbitragens às vezes fazem por tornar competitivo. A quente, ainda, o rescaldo da jornada europeia já aqui dissecada.

Único invicto
O FC Porto, uma vez mais, luta contra si próprio. Lutou após as 8 vitórias consecutivas, ainda há semanas. Em duas jornadas viu cortada para metade a sua vantagem pontual. Setúbal era uma casca de laranja mas sofreu a 1ª derrota. Já tinha havido o Marítimo só com vitórias… Sobrava o duelo principal, aquele que A Bola titulava como o “jogo do povo”, epíteto até aqui dado só aos derbies da capital amiúde válidos apenas para disputar o título (?) de vicecampeão. Perdeu o Benfica, ficou o FC Porto único sem derrotas para se defrontar a si próprio e testar a tese principal da história recente de duas décadas do futebol português: quem é capaz de ganhar ao FC Porto?

Proença, amigo, o recorde estava contigo!
Gabou-se uma longa série sem derrotas do Benfica: há quase dois anos não perdia em casa (1-3 com Sporting), há mais de um ano acumulou 30 e tal jogos sem perder na Liga (3-1 em Braga). Pelo meio, há precisamente nove meses, a dupla derrota podia ter acontecido, mas o sócio de camarote Pedro Proença impediu a vitória azul-branca de 1 de Abril, com penálti por marcar sobre Pepe e golo ilegal na posição de David Luiz…

Lembrar Mourinho
Mas perder pode estar ao virar da esquina. Até o Porto de Mourinho o experimentou, quase anonimamente, em Guimarães, com o Gil Vicente (0-2), com 29 jornadas, salvo erro, em 2004. Era o FC Porto a lutar contra si próprio, como sucedeu com Robson durante 53 jogos entre 1994 e 1996. No futebol não há invencíveis, mas já afirmei que, em dia normal, não há equipa para vencer o FC Porto em Portugal.

O jogo, a última vitória antes desta e as vitórias que se repetem
O FC Porto na Luz pulverizou o adversário a quem faltou uma série de coisas: não menos importante, a categoria, a competência, a classe; depois, a sorte de jornadas recentes, adversários competentes (e da metade inferior da tabela, pormenor sempre desprezado nas análises mas que não impede parangonas tipo “labaredas enormes” de gato fedorento). Vinham sobrando benefícios de arbitragem (P. Ferreira) e erros alheios (Académica).

A final era esta, Jesualdo!
A sorte, tristemente deturpada, nos duelos europeus a meio da semana iludiu os mais incautos. Jesualdo fez bem em “poupar” jogadores em Anfield, a “sua” final era na Luz. Camacho teve de meter a carne toda no assador e contra um Milan que também não precisava do resultado (e o empate garantia a qualificação) e pensava na sua “final” de sábado (0-0 com a Juventus). Isto chama-se estratégia e gozo de vantagem adquirida nas tabelas (Champions e Liga). É por isso que a formiga amealha no Verão em vez de cantar como a cigarra.

“Jogo do título” (ah, ah, ah)
A mim, apesar dos 4 pontos somente de diferença, fazia-me lembrar o Benfica-Porto de Março de 2003. Eram 10 pontos de vantagem, acabaram em 13 com o golo de Deco a meio da 1ª parte, ali na posição onde Quaresma agora marcou em arrancada a solo, o anterior Mágico a receber passe vertical de Maniche que pedia desmarcação e remate. Mourinho gozou com a Imprensa Desportiva (pró Benfica e pró Sporting ou prósdois): “Vocês são fantásticos, conseguiram criar a ilusão de este ser o jogo do título. Mas ainda não somos campeões”.

Um já foi, o outro está quase
Foi a última vitória. Antes da última, sábado. Uma vitória como outras das últimas décadas, aquelas onde a presença tolerada do FC Porto no início da reconquista passou a ser odiada. Depois de superar o Sporting em títulos e pontos de todos os campeonatos (Robson, 1996), o FC Porto ameaça seriamente a histórica supremacia do Benfica. Já superou o grande rival em vitórias entre ambos, de que é exemplo o saldo dos últimos 25 anos: onde antes havia 8 resultados positivos num quarto de século, passou a haver só 8 derrotas em período homólogo e, melhor, já são 6 vitórias no último período considerado nas visitas à Luz. No Porto, o registo de 13 anos consecutivos dos dragões a vencer nem pelo Benfica em casa foi alguma vez aproximado.

Esta é a história contemporânea, feita de títulos e cores vivas, não de memórias em canal antigo e a preto e branco, quando até alguns troféus internacionais eram diferentes e hoje irreconhecíveis, da Taça do Mundo Jules Rimet (de resto roubada e derretida no Brasil) à Taça dos Campeões Europeus. Mas a Imprensa do Regime não desiste. Resiste, mesmo no risco de cair no ridículo.

Destaques
O jogo da Luz não teve história. Deslizes ocasionais e individuais permitiram ao adversário algumas hipóteses de golo. Nulo Gomes falhou ambas, a abrir cada uma das partes do jogo. O clássico que ficou por ver foi um penálti favorável ao FC Porto mais uma vez escamoteado. Antes, a clássica pressão das sebentas da capital a desconfiarem do árbitro do Porto… À parte a Trivela do Cigano, título digno de conto de magia, só um mano-a-mano prendeu as atenções: Bosingwa-Christian Rodriguez. Este, cansado, pouco imaginativo na finta que procura à base do pico de velocidade e da força bruta, foi presa fácil para o nosso Zé, que foi o caçador a brincar com a caça. Mesmo assim, sem o Zé perder algum lance directo, teve a mesma nota 3 do adversário e até Fucile, sem opositor à altura, mereceu 4 em Record. A Bola deu notas bem distintas aos jogadores a marcar a superioridade portista vista em campo, colectiva e individualmente.

Intervalo
Onde o Benfica é bom – além das vendas de kits que convenceram Soares Franco a fazer a mesma feira em Alvalade, e dos gabarolas maiores do mundo e arredores antes dos jogos – é nos intervalos. Equipa de boas dançarinas em que a Carolina não tem lugar; mas, especialmente, brilharam na PlayStation. Ouvia-se golo por todo o lado, a instalação sonora é excelente mas o fado do seu hino torna aquilo muito ao estilo Bairro Alto e a “casas típicas” eu prefiro típicas casas… Promoveram ali um jogo electrónico qualquer e os pacóvios vibraram, acreditem…

Final digno do túnel dos horrores
No final, o episódio também já costumeiro no túnel da Luz. Em Abril foi Rui Costa a pegar-se com Jesualdo, desta feita foi o perdulário Nulo Gomes a querer irritar o professor. É preciso ter lata alguém dizer, para alguém mais velho, que não se deve cuspir no prato onde se comeu… Mas o que houve foi insultos de “chulo” de parte a parte, o “vai-te foder” da ordem e o ex-capitão João Pinto a impor respeito à prima-dona do penteado fácil.

Linha Azul no Metro
A lata, ou falta de vergonha, já não existe em Lisboa na recepção aos adeptos portistas. Numa cidade sempre suja, e da qual por extensão ali insistem em generalizar e dar a fotografia de todo o país, ao estádio do Benfica acede-se, descobri agora que me dispus a tal, pela Linha Azul do Metropolitano – agora que os soberbos da capital não podem gozar os portuenses. Lá chegado, onde antes era uma armação de cimento, ergue-se um suposto estádio moderno só pela data da inauguração e de ter sido palco do Euro-2004. Continua a ver-se, cá fora, o cimento das bancadas dos níveis superiores e, também como no século passado, ao mamarracho rodearam-no de vielas com casebres à volta para rápido consumo e mais lixo à porta. Não é recomendável e eu só fui por curiosidade de (re)ver o estádio. Não fiquei cliente. Dragão é para toda a vida.

Estaleiro de obras na viela da Luz
Numa dessas vielas da Luz, um ovo de Colombo com um resto de pedreira no lado oposto do estádio, canalizaram as claques portistas. Há uma foto no Record que retrata a viela. Resta dizer que, tirada a mole humana, aquilo ainda é um amontoado de cabos e lixo, o estaleiro de obras por acabar, barrancos de areia que no escuro da noite pode parecer um simulacro de montanha de neve para o Inverno. Deprimente, sobram paredes e falta espaço. Houve a final do Euro, mas já não houve a final da Liga dos Campeões. Percebe-se. Só falta ali a “tenda do Adelino” (se ouvem a TSF…).

Censura aos adeptos na cortina de fumo
Mesmo revistadas uma, duas e três vezes, as claques metidas na chamada “caixa” de polícias sofreram a minúcia da revista ao ponto de uma bandeira, a dizer somente “Não somos anjos, nem bandidos, só Ultras”, ter sido alvo de inquérito a um superior, via rádio, a perguntar se uma ofensa daquelas era passível de superar a porta do estádio. Fora uma carga policial, mais por hábito local que por castigo, e um ou outro ferido ligeiro, tudo bem e em frente que atrás vinha gente. Não sei em que estado ficou o pano que perguntava: “Já pagaram a água?” [meio milhão de dívida no Seixal]… mas a dívida estará porventura incobrável. E não vi o pano na bancada – há um lápis censor que coarcta a liberdade de expressão. O problema é que ao zelo num canto, faltou a segurança noutro, onde emergiram foguetes e fumos que se julgavam proibidos. Algures nas redondezas devem fazer um monumento ao “very-light”.

Cânticos ao desafio
Os portistas ocuparam o seu lugar habitual no piso zero, onde uma vez encaixotaram três mil pessoas em mil lugares… Mais portistas no piso mais alto, uma boa curva que apoiou incessantemente. Brindados à entrada com o actualizado “Carolina, allez!”, ripostaram com o “Orelhas, cabrão, saúda o campeão”. Cânticos portistas a toda a hora, do “quem não salta é lampião” à resposta ao coro contrário com o “fdp, slb, fdp, slb”. Para remate, apropriado à quadra, “Para todos, um bom Nataaaaal, para todos um bom Natal”…

Com águia mas sem vaca…
O jogo não voltou a revelar a já conhecida “vaca gloriosa” a garantir resultados, tão-só o provinciano voo da águia e do seu tratador ajoelhado no relvado para deleite de 55 mil basbaques… O voo, os basbaques e o ganhamos a todos convém ser sempre no início, quando não se dão da inferioridade face ao adversário…

Audiências é com o Porto
Feitas as contas, com os 5 mil portistas, os 60 mil e tal na Luz superaram os 46 mil da visita do Milan. Vê-se a diferença de tratamento e a curiosidade dos indígenas em prestarem justiça ao bicampeão nacional, desprezando o campeão europeu em título. Isto para não falar dos 48 mil no chamado derby eterno há um mês e picos…

Caricato, no final, foram duas imagens contraditórias: os “benfas” aguentaram estoicamente até aos 90’, impotentes perante a derrota mas incapazes de saírem dos lugares, ao contrário de meio estádio do Dragão quando o FC Porto está a vencer a 10 minutos do final… Pior, adeptos locais, curiosos e masoquistas, deleitaram-se a ouvir e ver os portistas a cantar e a gozar, insultando-os até, mas os da casa só reagiram, verdadeiramente, com o “Pinto da Costa, olé”. O presidente, e agora o treinador, do FC Porto é que os põe à nora. Complexos e não haverá psiquiatras que cheguem em Lisboa.

O FC Porto e Pinto da Costa não movem só a persecutora Morgado. O Benfica já não vive sem o FC Porto e Pinto da Costa. Damos audiências a muita gente…

Imprensa à vista desarmada
Justiça seja feita, nas bancadas pode circular-se à vontade, para cima e para baixo, para a esquerda e para a direita, deste para aquele sector, até se misturar o gentio com a gente da Imprensa e quejandos. Vi, por isso, um Miguel “parece-me claramente que a bola entrou” Prates abatido, mal acompanhado com outros derrotistas na expressão. Imagino o que terão sido os comentários na SportTV… Eu até preferi ver o jogo junto à tribuna de Imprensa, para ter o mesmo campo de visão dos jornaleiros e saber as oportunidades de ver os lances. Já na visita a Alvalade verifiquei porque há lugares para invisuais, atrás dos ecrãs gigantes… Convém saber como e porque vêem o jogo pelo olho cego…

Por que non te callas?
Já cá fora, desfeita muita feira, com o mesmo lixo de antes do jogo espalhado pelo chão, ecoam os cânticos dos portistas à espera de saírem. “Ainda não se calaram”, desabafam os benfiquistas no exterior. Nem os calam. Os portistas ouviram-se de uma forma extraordinária. No Dragão já não há assim ambiente, e isto na proporção, na Luz, digna da batalha de Ourique, de 1 para 10 foi mesmo fantástico. O “quem não salta é lampião” encheu de inveja o estádio mudo e quedo, impávido a ouvir o “campeonato c´o caralho, outra vez”…

Descida ao balneário…
Ao intervalo do jogo, três figuras desportivas e um energúmeno no relvado. Vanessa Fernandes, Nelson Évora e José Monteiro (paralímpico) foram homenageados pelo presidente da instituição. Mas a descida de Luís Filipe Vieira ao inferno do relvado onde o Benfica era passado a ferro pelo FC Porto não pareceu bem. Nos inúmeros túneis da Luz, há desvios não inocentes pelas bandas do balneário da arbitragem e as achegas do benfiquista de Valongo José Luís Melo não chegavam para evitar a derrota.

Missão, dizem eles…
Ao descer eu mesmo, perdido nalguns labirintos, dei conta de um placard que a muitos passará despercebido. Reza assim sobre uma alegada “Missão do Sport Lisboa e Benfica (transcrevo fielmente): nas próximas décadas o Benfica será a organização desportiva de maior sucesso em Portugal, tanto no Futebol como nas Modalidades, tanto na perspectiva competitiva como na vertente económica”.

Será?
O futebol vai como vai, as Modalidades ganham títulos individuais de atletas como os acima citados contratados a outras colectividades. Mas o notável é que o famoso clube que se julgava o maior em Portugal acredita que, um dia, não assinalado nem previsto, será, porventura, a maior organização desportiva do País. É certo que, além da falta de data para a efeméride, a coisa não vinha assinada. Em 2011, o colosso anunciado algures virá de Marte? É que aquele clube vive noutro planeta.

Leitão e tanto porco…
Antes do adeus à Luz, que entretanto se foi apagando por todo o lado a mostrar como em casa de ferreiro há espeto de pau, reparei que não cortaram, ao menos isso, a água. Mas pagam-se bem por ela: garrafa de 0,5l a 1,5 euros. Nem digo nada. Cá fora, revejo o antigo atleta José Leitão, medalhado olímpico espinhense dos anos 80 e conhecido benfiquista. Nem sei como o distingui entre tantas cabeças de porco inchadas que nem vos digo.

Há um sítio para vir embora…
Por fim, a ansiada busca da saída para a A1 rumo ao Porto. Como sempre, o melhor de Lisboa…

PS: Imagens retiradas do site Vermelhices

28 comentários:

  1. Zé Luís, absolutamente delicioso este texto.

    Eu que fui ao jogo com benfiquistas que para lá foram divertidos e com a moral de quem podia ter ganho ao Milan mas não ganhou... vieram para cá (entenda-se a igualmente "bonita" A5 Cascais e não a A1 do Zé Luís) mudos e aparentemente surdos...

    No final, a entrada na ampla viatura também se fez com alguma dificuldade pelos meus acompanhantes rosinhas por manifesta incapacidade destes para encolher as suas enormes cabeças...


    Tal como já escrevi num comentário anterior, "Tranquilidade" é no Dragão o resto é imitação.



    Abraços

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  2. Parabéns o post é fantástico, embora eu ache, que com a memória bem fresca da época passada, não devemos embandeirar em arco.A nossa superioridade também se deve ao nosso low-profile.
    Um abraço

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  3. Excelente texto!

    Quase não vi imagens do jogo, e tive que me sujeitar aos parcos resumos que fui conseguindo. Não tenho sport tv e nem me apetece dar dinheiro a esses antiportistas.

    A vida já não dá para ir ver os jogos fora. E agora já não há programas tipo Domingo Desportivo, em que podia ver resumos dos jogos todos, e resumos alargados dos grandes jogos.

    Se quero ver o resumo na TVI, só o passam de madrugada, tal é a azia!

    Se a TVI tem direitos sobre os jogos, não deveria ser obrigada por quem os vende a dar resumos a horas decentes? Alguém me esclarece?

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  4. Mais resquícios da Luz.

    «Nunca se sabe de quem é a última palavra, mas o remake das explosões no túnel da Luz, envolvendo agora Nuno Gomes (há um ano foi Rui Costa) motivou ontem enérgica reacção de João Pinto, adjunto de Jesualdo Ferreira, e que vem em defesa do técnico «mas principalmente da verdade», disse a A BOLA o antigo capitão do FC Porto, também envolvido numa possessiva querela verbal com o avançado do Benfica.

    «À luz da verdade, sou forçado a falar, o que não quis fazer depois do jogo, para não incendiar mais uma situação muito desagradável e que só teve como responsável Nuno Gomes. O que vi escrito na edição de domingo de A BOLA é apenas uma pequena parte do que aconteceu, e o que o Nuno Gomes disse [n.d.r. — «Não cuspas no prato onde já comeste»] é a única parte que se podia escrever, porque o resto foram insultos inadmissíveis a um homem que podia ser seu pai, que lhe ensinou muito sobre futebol e boas maneiras, e que teve, ao longo de hora e meia, uma paciência infinita com os adeptos do Benfica», diz João Pinto, disposto a relatar ao pormenor «os factos» a que assistiu «na parte final».

    E que factos?, pergunta-se. A versão do técnico adjunto do FC Porto sai bombeada de acusações a Nuno Gomes. E só a Nuno Gomes.

    «Foi um malcriadão e um cobarde, escondendo-se no facto de ter 60 mil pessoas nas costas. Foi um provocador insolente, foi um frustrado a atacar um homem que ganhou limpinho na Luz e que durante mais de hora e meia ouviu de tudo sem uma única reacção de desagrado, como todos puderam ver pelas imagens televisivas. Os problemas no final foram da exclusiva responsabilidade de Nuno Gomes, eu estava bem perto e estou à vontade para falar, até porque o disse também a Nuno Gomes. Ele devia ter vergonha e falar dos golos que já não marca como antes, em vez de criar conflitos para esconder a sua actual incapacidade.»

    «Deus o ilumine na Ucrânia»

    Mas afinal qual foi o rastilho?, insiste-se.

    «Acabado o jogo, aumentaram os insultos da bancada. É normal, e alguém acha que um homem com mais de mil jogos, como Jesualdo, ia responder aos adeptos, fosse na Luz, fosse na China? O que ele disse, virado para as bancadas, eu ouvi bem: 'Já chega, amigos, isto já acabou, já chega...' Nem mais um desabafo! E então, à entrada do túnel, o menino da Luz, talvez frustrado por mais um jogo sem marcar, tentou criar a sua confusão para esconder mais um jogo a zero. De Nuno Golo, só tem o rótulo, quer continuar a enganar as pessoas atacando sem chuteiras nem vergonha. Devia empenhar-se mais e Deus queira que, para bem do futebol português, exerça melhor a sua função na Ucrânia. Precisamos é de quem fale menos e marque mais golos. Que Deus o ilumine e ele se inspire no nome que tem, já que como nunca conseguiu jogar no FC Porto, ao menos que dignifique o Gomes que tem no seu nome e ajude realmente uma equipa portuguesa e o nosso futebol, e que deixe de viver de rótulos gastos e entrevistas», sublinhou João Pinto, «irritado» pela forma «desvirtuada» como o tema saltou para as colunas dos jornais.

    João Pinto insistiu, ainda, num esclarecimento «cabal»: «Eu próprio tive de lhe dizer para crescer e ser homenzinho. Mesmo parecendo-me muito descontrolado, nada justifica a cobardia de criar um ambiente de terror a um homem que deu muito ao clube que lhe paga e que sempre soube estar no futebol com elevação. Foi uma garotada, o que ele fez ao professor Jesualdo, e só para esconder mais um jogo sem marcar. Essa é que é a parte cruel da questão. Foi uma cobardia», disse.
    »

    Copiei isto do site Futebolar.

    Só há uma coisa a dizer: Grande João Pinto, o Nuno Gomes nunca te há-de chegar aos calcanhares, quer como homem, quer como jogador, e Jesualdo, não dê importância a quem não a tem.

    Um abraço.

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  5. Qt ao post, obrigado Zé Luís por nos dares esta perspectiva do clássico. É sempre bom ler as coisas vistas por este lado de adepto do FCPorto.

    Quero só deixar mais duas observações sobre o jogo.

    1º O rei da azia (por isso é que lhe chama Jorge COROADO) disse ontem que o Lisandro tropeçou nele próprio no lance de penaltie aos 12 minutos. Sem comentários.

    2º Soube, por alguém que escapou por pouco, que vários carros com adeptos portistas sofreram emboscadas de benfiquistas, numa zona de paragem de um semaforo, já longe do estádio. O mudus-operandi era simples. Um adepto do benfica não identificado aproximava-se dos carros em que vissem adeptos com camisolas portistas para pedir informações, se a porta do carro desse para abrir, logo apareciam mais vinte bandidos adeptos daquele clube e o objectivo era só um, descarregar a bilis pela derrota sofrida. Mas só fizeram isto depois de passarem as camionetas da claque do FCPorto. Vários adeptos foram parar ao hospital, mas ainda não vi qq noticia sobre isto.

    GRANDES COBARDES

    Depois admirem-se se existirem problemas qd os anormais vierem ao Dragão.

    Um abraço.

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  6. Grande texto Zé Luís. Os meus parabéns.
    Julgo que há uma pequena imprecisão: a vitória de Mourinho em 2003 não tinha sido a última antes da de Sábado. A última tinha sido a de Fernandez, com a polémica do golo que nunca ninguém conseguiu provar que entrou.
    Relativamente à polémica com Jesualdo só tenho a dizer "Grande João Pinto"! E ainda dizem que a mística se está a perder.
    Acho é que o Fernando Gomes devia fazer um movimento para impedir o Nuno de usar como alcunha o apelido do bi-bota.

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  7. Gostei muito ler este "rescaldo" que dá a perspectiva de quem não vai ao jogo, e por isso não vive as suas incidências.
    Apenas queria reforçar que efectivamente os jogos fora são totalmente diferentes dos jogos em casa. Fui a Anfield e apesar do resultado voltaria a ir na mesma.

    Por fim, penso que o JOAO PINTO merece uma ovação no próximo jogo! O comentários dele à "Maria Alice" são em cheio!
    GRANDE JOÃO PINTO! parece que fez uma daquelas "diagnais" que põe o adverário KO...

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  8. Mas que grande crónica! Parabéns, dá gosto ler o que escreves.

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  9. Ó Zé Luís, eu de si já espero sempre grandes textos, mas ... É pá !!!!!!

    O que uma grande vitória (não) faz a um grande portista !!

    Dá-lhe uma inspiração SOBERBA !!!

    E quem já esteve na cestinha ainda o percebe (muito) melhor.

    Parabéns e obrigado !!

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  10. Dragão de águeda, penitencio-me pelo lapso e não sei como irei guardar tal castigo com a severidade que se impõe por esquecer essa vitória do grande golo do Benni no dia do lance "parece-me claramente que a bola entrou"!
    De facto, essa foi a última grande vitória, mas elas já são tantas que às tantas confundo tudo, porque funciono de memória e sai-me este chorrilho de coisas que nem controlo.
    Antunescus, estive quase em Anfield mas algo de grave de última hora impediu-me. Mas faria bem a qualquer adepto de qualquer clube ir lá a ver e sentir como se apoia a "nossa" equipa. É do mais fantástico que há no mundo de futebol e a Anfield recomendo vivamente antes que aquilo mude para um estádio novo que nunca se sabe bem como será...
    Ainda tinha muito para dizer, mas poderia lembrar só, a respeito do desaguisado do Nulo Gomes com o Jesualdo, o apontamento do Alcides Freire hoje em O Jogo e já agora um parágrafo genial de Vítor Pinto em Record, de que todos desconfiam mas reza assim:
    "O jogador Nuno Ribeiro é "Gomes" em homenagem a um goleador portista, formou-se no Boavista e, quando os cifrões o ordenaram, tomou decisões sem sentimentalismos. No mínimo, deveria ter mostrado mais respeito pelos cabelos brancos do técnico. O resto é folclore".

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  11. Já agora, leiam esta pérola do Bruno Sena Martins, no "avatares de um desejo":
    0-1
    Habitualmente, não costumo postar quando o Porto ganha nos confrontos internos. Longe de mim a arrogância de presumir que quando assim acontece se cumpre a ordem natural das coisas e que, portanto, nada fica por dizer. Nada disso.

    Por um lado, contém-me um certo sentimento de redundância em relação à posição da balança competitiva; há muito mais a dizer nas derrotas, nas vitórias há euforia sem agonismo ou conflito, e basicamente são o agonismo e o conflito que se me impõem como tema de militância no que à bola diz respeito. Por outro lado, tento uma certa parcimónia: uma posição de respeito pelos leitores (e contendentes) de outros clubes nos momentos em que é demasiado fácil ficar por cima. Posto isto, compreendam a relativa excepção. Depois da pesada derrota de quarta, impõe-se, não pouco, uma nota de júbilo e ressurreição:

    Como eu gosto de jogadores diletantes.

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  12. Situacionista, eu só posso dizer obrigado por ser adepto do FC Porto mas adorar futebol.
    Gosto de ir aos estádios, de conhecer aquilo fisicamente, quase como o outro que gosta de ter o cheiro do relvado na retina...
    Para esclarecer os amigos que não me conhecem minimamente, gosto de saber como são as recepções aos adeptos, do Minho ao Algarve. Epicentro em Lisboa, obviamente, onde tenho assistido a terramotos de cada vez que lá vou, sou um felizardo.
    Gosto de ouvir o que dizem, sentir como se sentem na aproximação ao jogo, ter a noção a agressividade que se transmite da Imprensa Destrutiva para o povo da bola.
    Gosto de ouvir os insultos, de ver as reacções perante a alegria de um golo deles ou a frustração ante a derrota que sofrem.
    Tinha curiosidade, faltava-me a oportunidade e lá fui à nova catedral da cerveja, que é um estabelecimento instalado sob uma bancada, não estou a brincar.
    Obviamente, conheci a antiga banheira da Luz, como conheci o velho Alvalade onde nunca vi o Porto perder mas não deixei de ver o novo estádio, que para mim não é muito melhor do que era o velho, onde também não vi o Porto perder.
    Gosto de conhecer e falar do que vejo. Em conclusão, não recomendo a amigos estas visitas, são desagradáveis aos sentidos salvo os resultados que o Porto obtém na capital.
    Mas há 50 anos, dizem os antigos, quando o Porto não ganhava nada, os adeptos portistas eram maltratados, insultados, agredidos. Não mudou nada, como não mudou a forma de a capital ver o país. Quem vá a Lisboa sai de lá aterrado, eu pessoalmente não gosto e só lá vou por obrigação, nem que seja ir pelo meu clube que outro motivo não vou tendo por agora.
    Eu gosto da rivalidade, até de alguma animosidade mas que não descambe. Os rapazolas lá de baixo é que não gostam de insubmissos, de intrusos, de independentes.
    Não o digo por dizer. Mas por senti-lo e isso me propus descrever nesta ida vitoriosa à capital. Já perdi o gosto de ir a Oeiras, onde o estádio é repelente e há espaço florestal onde maltratam adeptos contrários. Nunca me fizeram mal, mas já vi coisas feias.
    Quem lá andou, na Luz, Alvalade ou Jamor, sabe do que falo. O Dragão é um paraíso para os visitantes e não só pelo bom gosto da estrutura.

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  13. Zé Luís, junto os meus parabéns pelo texto aos de outros comentadores.

    Entretanto, a propósito do lance "parece-me claramente que a bola entrou", mas que nunca ninguém provou, embora seja recorrente na lavagem cerebral de uma certa CS desonesta e de clubite firmada, refiro esse "golo limpinho" que entrou alguns anos antes no campo dos benfas, de canto directo com o Bossio (que hoje é motícia, por ter sido campeão na Argentina pelo Lanus).

    Ao contrário do lance salvo pelos reflexos do grande Vítor Baía, que como se sabe tratou-se de um pontapé inesperado e de longe, com o árbitro e o seu auxiliar em posição que humanamente não poderiam nunca validar um hipotético golo. Agora este GOLO num slb-FCPORTO foi de canto directo, com árbitro e auxiliar posicionados onde deviam estar e com atenção específica par o desenrolar do lance. A bola entrou bem dentro da baliza na sequência do canto, com o Bossio totalmente inclinado no seu interior. UM GOLÃO DE CANTO DIRECTO!!!

    Toda a gente pode constatar esse golo limpinho que nos foi "limpo" pelo árbitro e, sobretudo, pelo auxiliar "desatentos"!!!???

    Este lance está documentado, pode ser confirmado na hora, ao vivo e em qualquer televisor, sem necessidade de repetições ou de "invenções tecnológicas", mas não foi alvo de DESTAQUE, tão pouco de procissão ao governo... Como o prejudicado foi o FCPORTO, tudo normal, nem que houvesse Mizétung para investigar!

    Sempre que um benfas ou afim me vem falar do tal lance "parece-me claramente que a bola entrou" termino logo a farsa com este lembrete de golo à Bossio.

    Azia deles, Inveja típica dos fracos e pobres de espírito. Afinal, o FCPORTO vai a caminho do TRI.

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  14. Grande resposta do João Pinto sim senhor digno de um grande capitão e senhor, como só há no FC PORTO!!
    Excelente o comportamento do FCP actualmente, low profile, cheio de categoria e classe, deixemos os outros envergonharem-se a si mesmos!!

    Excelente texto Zé Luís cheio de ironia e sarcasmo!

    Quero mais uma vez dar os parabéns aos adeptos portistas na luz, muitas vezes aqui critiquei a claque por comportamentos menos correctos, sinto-me agora obrigado, e com muito gosto, a reconhecer-lhes todo o mérito pela seu comportamento e o modo como apoiaram a nossa equipa PARABÉNS!!

    qt ao que se passou depois do jogo com alguns adeptos do porto a ser vandalizados pelos benfiquistas ressabiados, a ser verdade é uma vergonha, tão grande como aquela que é não trazer isto a pública pela imprensa!!

    FORÇA PORTO!!

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  15. esta tenho de por aqui:

    "José António Camacho, na abordagem ao encontro desta terça-feira frente ao Shakhtar Donetsk, (...) «Se queremos demonstrar que somos uma grande equipa, temos de procurar uma vitória depois da derrota», afirmou o técnico espanhol, utilizando como exemplo a seguir o FC Porto: «Demonstrou que é uma grande equipa e nós temos de fazer o mesmo»

    assim sim!

    FORÇA PORTO!!

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  16. Zé Luis o teu texto é fantastico.
    No seguimento do que contas quero que leiam o que vos vou contar. Este vai ser longo, mas poss-vos garantir que vao ficar presos às estorias.

    Fui às Antas dezenas de vezes e ao Dragao uma meia duza, e nunca, repito nunca vi nada sequer parecido com o que vos vou contar.

    Devo dizer-vos que assisti a jogos no antigo galinheiro, no antigo Alvalade e ja por 6 vezes assiti a finais no campo de Oeiras, 3 delas com o Porto a jogar e a vencer.

    Conto-vos episodios dessas visitas:
    Galinheiro: Estava eu a assistir no primeiro anel por de tras de uma baliza, ao Benfica-Porto, resultado final 1-1, (golos de Magalhaes e Magnusson), começam a chover garrafas de vidro(!) do segundo anel. Quando olho para tras estavam dois casais de portistas com miudos (!) a serem agredidos à medida que fugiam escadas abaixo, tentando entrar noutro sector onde nao fossem cobardemente linchados. Um dos pais, perdeu a cabeça correu escadas acima para agredir a murro quem atirava garrafas.
    Outras bestas sairam em auxilio dos cobardes. A sorte, foi, que nessa altura, existiam muitos adeptos portistas misturados, em todos os sectores do estadio, normalmente sem cachecol. Dezenas desses adeptos subiram em auxilio do adepto portistas agredido à garrafada e a coisa serenou. Nao se ouviu um pio durante mais de meia hora! Os cobardes perceberam que nao estavam assim tao poucos portistas no estadio e que estes estavam dispostos a sair do conforto dos seus assentos (alguns de cimento), para impor o respeito que é devido. Agredidos à garrafada eram adeptos com cachecois e bandeiras do Porto, no exterior do estadio. Benfiquistas esperavam nas escadas de acesso, atirando garrafas a quem passava la em baixo. Obviamente, a massa humana movimentava-se para baixo, por isso nao havia possibilidade de resposta.

    Existia ha tempos um centro comercial benfica. Nao sei se ainda existe, por tras da 2a circular. Nesse local, em todos os jogos do Porto, dezenas de cobardes esperavam, com pedras para partir carros de portistas nos semaforos da zona. Eu proprio assiti a cenas dessas. Sempre que ia à Luz tinha de tirar o galhardete do carro.

    No metropolitano é que era pior. Sabe quem assitiu a jogos nessa banheira horrorosa de betao sem tinta, que os milhares de adeptos que enchem as duas estaçoes mais proximas, tentam cercar adeptos do Porto para os linchar. Isto nao é brincadeira. Ja assisti a varias tentativas de linchamento na estaçao de sete-rios, so evitadas por agentes da policia. Algumas destas tentativas deixaram adeptos portistas inanimados e ensanguentados, a caminho do hospital.

    Para nao pensarem que isto sao casos exclusivos dos provincianos ignorantes do clube da galinha, conto-vos agora um episodio em duas finais da taça envolvendo adeptos do sporting.
    Na estaçao da Cruz Quebrada, depois de uma final ganha pelo Porto, milhares de pessoas, a maioria adeptos da JuveLeo, esperavam os comboios. O primeiro comboio que chega começa a ser alvo de lançamento de pedras. Todos o vidros, de um lado do comboio ficaram completamente partidos. Pessoas a sangrar dentro do comboio, que, arranca sem mais demora nao abrindo as portas.
    Dois minutos depois, um adepto do Porto, sozinho, do lado oposto ao qual eu me encontrava, começa a ser agredido, cobardemente. O episodio inicia-se com os cobardes da juveleo a saltarem (quem nao salta é tripeiro), o jovem adepto do Porto recusou-se a saltar, estoicamente resistindo a empurroes e cotoveladas provocatorias. As provocaçoes passaram a pontapes e socos. O jovem cai na linha, com o pescoço em cima do carril. Dezenas de bestas começam a pontapear a o corpo e imagine-se, a cabeça do rapaz. Perdi a cabeça. Eu e 6 amigos meus saltamos para a linha e desatamos ao pontapé a quem nos aparecia pela frente. Os agentes da policia assitiram a tudo impavidos e serenos!
    Depois de dispersarmos uma dezena de cobardes a policia entra em cena desatando à bastonada em tudo o que era gente, sem olhar a cores. Isto depois de nada ter feito quando o jovem portista era cobardemente agredido.

    De repente alguém grita: vem ai o rapido! Tiramos o jovem da linha como foi possivel. Nao sei se tinha lesoes na coluna cervical, mas o corpo estava inanimado sem reacçao e via-se sangue em todo o corpo e na cabeça.
    A ambulancia chegou e a partir dai, nada vi porque entretanto apanhei o meu comboio.
    Podia contar-vos mais 10 estorias deste tipo, mas nao vos quero maçar. Desta ultima que vos contei, nunca me esquecerei.

    Nem uma palavra sobre isto na comunicaçao social. Camaras da rtp, encontravam-se no local, mas, imaginem voces, nem filmaram o sucedido! A camara ficou sempre em baixo!

    Estes sao episodios que acontecem, a portistas que vivem em Lisboa, e que, se deslocam para casa, para os mesmos locais e pelos mesmos meios dos adeptos dos clubes de Lisboa.

    Estas vergonhas sempre foram abafadas pelos senhores da nossa des(comunicaçao) social.

    Hoje, a forma como os portistas sao recebidos pelas bestas ignorantes da capital, tem mais cobertura devido à capacidade organizativa dos Super Dragoes. Fazem um estardalhaço de todo o tamanho pela capital fora e os meninos da comunicaçao social nao teem outro remédio senao mostrar aquilo que sao os tristes e frustrados adeptos da nossa provinciana Lisboa.

    Tal como o Zé Luis, nao recomendo estes locais a ninguém.
    Quem nao se lembra (para quem la foi), a faixa que dizia: "entrada para caes", no sector destinado aos adeptos do Porto, no antigo Alvalade, com os agentes da policia a carregar sobre adeptos do Porto, com miudos pela mao, sem qualquer razao, e a rirem-se ao lerem a faixa, que ficou la sempre do principio ao fim do jogo. Isto so para fazer uma comparaçao com o episodio das faixas relatado pelo Zé Luis.

    Meus amigos, agora estou mais longe, mas ser portista em Lisboa, nao é facil. Mas os adeptos portistas sao na sua grande maioria muito aguerridos, por estarem habituados a defenderem o seu clube, por vezes sos, desde pequenos, na escola.

    Um bem haja a todos esses grandes portistas!

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  17. Depois da infeliz noite de Anfield Road, uma grande vitória era o que todos nós, adeptos do Mágico FC Porto, pedíamos na Luz. Quaresma ainda nos deu um extra e abrilhantou a noite com um belíssimo golo. Por aquilo que o Porto nos deu neste Clássico só nos resta, de facto, agradecer. Obrigado, Campeões de Portugal!

    www.guardiaodainvicta.blogspot.com

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  18. Soren, infelizmente tudo isso é verdade, algumas coisas foram relatadas na CS mas intervenção drástica, dos próprios clubes da capital e das forças de segurança e de investigação criminal nunca. Aliás, sabemos em que pé ficou a morte por very-light do Jamor em 1996.
    De resto, Soren, não só os adeptos eram agredidos. Na final da Taça de 1994, o valoroso capitão João Pinto ergueu o troféu ganho ao Sporting, quando Robson mudou de Alvalade para as Antas, sob uma chuva de garrafas e objectos vários. Parecia o Vasco Santana com a guitarra na Canção de Lisboa (salvo erro) a repelir os ataques para o palco.
    Já vi nos arredores do Jamor portistas a lancharem após um jogo perdido com o Benfica e sob ameaça permanente de adeptos locais que antes do jogo faziam cordão nos arruamentos, apesar da presença policial, para malharem como nas prazes estudantis.
    Numa visita a Alvalade para o campeonato ficou célebre outro momento tristemente histórico quando a histeria leonina na recepção sbre a porta 10A, quando o FC Porto chegava, em que a azáfama era tanta que dois jovens adeptos do Sporting caíram do gradeamento superior e morreram.
    ao dragão.lisboeta, essa do canto directo do Clayton já aqui foi referida em tempos num post precisamente para desmistificar o alegado golo do Petit. Esse golo olímpico anulado ao FC Porto foi num jogo dirigido por Martins dos Santos, dito portista, e o fiscal-de-linha que devia ter visto o golo foi Paulo Januário, outro portista. O FC Porto acabou por perder com um chouriço do Sabry, dois meses depois do roubo com Paixão em Campo Maior e o hexa foi-se naquele ano de 2000.
    Aliás, creio que o blog souportistacommuito orgulho hoje ou ontem trazia a evocação desse golo com as imagens virtuais que a RTP então mostrou, embora o jogo tenha sido transmitido pela SIC e tenha sido visto, claramente visto, que fora golo mesmo, embora muitos jornaleiros o tivessem menosprezado.
    Enfim, à parte as vitórias portistas na capital, felizmente frequentes nos últimos anos, as deslocações de adeptos são vulgarmente marcadas por episódios infelizes. E confesso sentir admiração pelos portistas que vivem em Lisboa, os autênticos "muçulmanos na Bósnia" como Miguel Sousa Tavares um dia descreveu com propriedade.
    Brindemos, porém, às vitórias e às flagrantes manifestações de superioridade do FC Porto que nos deixa extremamente orgulhosos pelo facto de sermos portistas, de bancada e de todas as batalhas.

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  19. Depois de ver este Dia Seguinte acho que se devia era criar um inquérito sobre:

    Quem pior defende o FCPorto na comunicação social?

    Palhaçada...

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  20. Nada como ler este texto ao fim do dia. Excelente Zé Luís.

    Já agora, e a entrevista da Morgadinho no Domingo a dizer que é portista ? Boa altura não ?

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  21. Pedro, tb estou a ouvir o dia seguinte e o JGAguiar e não concebo que algum adepto de futebol, mas principalmente um portista diga que não sabe se aquela placagem ao Lisandro é um lance faltoso. Não entendo. Se têm duvidas naquele lance, mais vale deixarem de ver futebol. Aquele lance, como disse o Barroso (adepto do Sporting que detesto), só é válido no ragueby. Enfim.

    Qt ao que o Soren conta, eu sei que essas coisas se passam em Lisboa, mas tenho de dizê-lo que tb assisti a algumas nas antas, já há uns bons anos, claro que não com essa gravidade, apenas escaramuças a provocadores.

    Por estas que contam e por outras que vou ouvindo é que digo, a mim ninguém me apanha em Lisboa a ver um jogo. Aliás, que me desculpem os portistas lisboetas, mas só vou a Lisboa, seja para o que for, se for mesmo obrigado.

    Já no Dragão vejo adeptos de todos os clubes a conviverem sadiamente entre os adeptos do FCPorto. Mesmo há dois anos qd perdemos 2 a 0 com o benfica, vi-os no fim do jogo tranquilamente a passearem com o cachecol do seu clube. Vi até na época passada, uma adepta do benfica a festejar de forma efusiva e provocadora o golo do empate do benfica e apenas ouviu umas bocas, estando ela completamente rodeada de portistas. Fez uma coisa que sei ser impossivel de fazer em qq dos estádios do resto do país e não falo só de Lisboa. O Dragão como já disse o Zé Luís, é um verdadeiro paraíso para os visitantes.

    Um abraço.

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  22. Excelente Post-Esta lá tudo!
    A nossa comunicação social sempre escamoteou estes incidentes nos arredores da Luz e Alvalade.
    O que sucedeu com 4 funcionarios do nosso clube, foi relatado em pequenos textos por alguns jornais.
    Quando alguns adeptos do Porto roubaram e criaram alguns incidentes nas estações de serviço nas auto-estradas, era noticia para abertura de um Jornal da noite
    Em 12 anos que residi na Amadora, vi de tudo que o Soren aqui relatou: desde esperas da juve leo a apedrejamentos das claques vermelhas,cobardes agressoes e Gangs dos bairros Pobres de Lisboa a tentarem de TUDO contra os nossos adeptos!
    Nunca na altura vi tais noticias na CS.
    É o pais que temos, fizeram um Apito dourado para incriminar PC ,mas o facto é que nos ultimos tres anos continuamos a vencer contra tudo e todos e sem espinhas!
    Somos unicos em Portugal e por isso somos tão admirados no resto do mundo!
    Cump.

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  23. Bom Dia!
    Excelente Post, sem dúvida!

    Saúde-se o regresso à normalidade! - a ATITUDE DA EQUIPE FOI MAGNÍFICA, COMO NAS GLORIOSAS ÉPOCAS 2002/03 E 2003/04.
    Mais uma vez os realizadores e comentadores da transmissão deram provas de serem duma incompetência e duma parcialidade repugnante, ARDEI NO INFERNO!
    Hoje todos os portistas apoiarão o Shakthar Donetsk, porque ao fazê-lo estão a rejeitar esse cancro da sociedade que é o Benfica.

    Poooooorrttooooo!!!

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  24. Excelente post e excelentes comentários ao post. Só cá pude vir tardiamente, por motivos profissionais, mas valeu a pena. É impressionante como a verdadeira verdade, a que está expressa neste post e nestes comentários, é tão radicalmente diferente da "verdade" da comunicação social. Aquela "verdade" onde nós portistas somos uma espécie de apóstolos do mal (lembrar recente documentário da RTP sobre PdC), e onde os adeptos dos clubes da 2ª circular são todos anjos e santos, incapazes de qualquer sombra de pecado ou violência. Aquela "verdade" que a comunicação social portuguesa/lisboeta criminosamente fabrica, ao não filmar porque não quer, cenas de extrema e cobarde violência, de gangs de adeptos dos clubes da 2ª circular sobre portistas isolados ou em muito menor número, como aquelas vividas e aqui contadas pelo Soren. Esta comunicação social é o nosso pior inimigo. Está cheia de jornaleiros que não passam de uns patifes mentirosos e criminosos.

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