16 outubro 2008

O segredo do sucesso

Discute-se muito a quantidade de jogadores estrangeiros que actuam no futebol português. No passado dia 3 de Outubro, o jornal gratuito 'Sexta' deu um contributo para esta discussão, publicando um estudo em que apresentava os seguintes números:
Olhando para o caso que me interessa mais, impressiona verificar que 67% do plantel do FC Porto é constituído por jogadores estrangeiros. Não me lembro de outra época em que os números tenham atingido esta dimensão.

Mais. Dos 10 jogadores portugueses, dois são guarda-redes e outros dois - Tengarrinha e Candeias - estão "à experiência" e não surpreenderia se, em Janeiro próximo, fossem emprestados para rodar...

De modo a ser possível efectuar algumas comparações, o estudo também apresentou os números de jogadores nacionais versus estrangeiros para a Série A, Premiership e Liga espanhola.


O cenário acima apresentado é, em grande parte, consequência do Acórdão Bosman. Recordando o que se passou, em final de contrato com o FC Liége
, Jean-Marc Bosman viu este clube exigir uma indemnização para permitir a sua transferência para o Dunquerque. Com o apoio do advogado Luc Misson, Bosman intentou uma acção junto de um tribunal belga que, por sua vez, colocou a questão ao Tribunal Europeu de Justiça, a mais alta instância judicial da União Europeia.

Ao dar razão ao jogador belga, o acórdão do Tribunal Europeu de Justiça constitui um marco na jurisprudência desportiva, no que diz respeito às transferências de jogadores. Assim, a partir de 1996, os jogadores de futebol que terminem contrato podem circular livremente na União Europeia e os clubes estão autorizados a inscrever futebolistas comunitários sem quaisquer restrições.

Adicionalmente, o Acórdão Bosman praticamente coincidiu com a reformulaç
ão da Liga dos Campeões e a partir da época 1997/98, para além dos campeões de cada país, passaram a ter acesso equipas classificadas imediatamente a seguir, em função do ranking de cada um dos países.

Com mais dinheiro (proveniente da "liga dos milhões" e da renegociação de contratos televisivos) e regras que eliminam grande parte das restrições associadas à contratação de jogadores estrangeiros, os clubes mais poderosos dos principais campeonatos europeus - Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha - transformaram-se numa espécie de multinacionais, contratando os melhores jogadores que despontavam por toda a Europa.

Se antes já era difícil, passou a ser uma miragem clubes de outros países repetirem sucessos passados e ganharem a principal competição europeia de clubes
.

Contudo, em 26 de Maio de 2004, um clube de um pequeno país conseguiu o impensável: vencer a actual Liga dos Campeões.


Sem ter dinheiro para contratar os "melhores jogadores" onde esteve o segredo do sucesso do FC Porto?


Evidentemente, houve vários factores que se conjugaram e contribuíram para os êxitos obtidos no período 2002-2004. Contudo, não será despiciendo salientar que, oito anos após o acórdão Bosman, o
onze inicial que alinhou na final de Gelsenkirchen tinha nove jogadores portugueses - Baía, Paulo Ferreira, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Costinha, Pedro Mendes, Maniche e Deco - e no banco de suplentes sentaram-se ainda mais quatro - Nuno, Pedro Emanuel, Ricardo Costa e Bosingwa.

Penso que não haverá dúvidas que ter 13 jogadores portugueses entre os 18 convocados, grande parte dos quais com uma fortíssima identificação com o clube, foi fundamental para a coesão de um colectivo que superava, em muito, a soma das partes.


Aliás, se recuarmos a 1987, verificamos algo muito parecido: o onze inicial de Viena tinha oito jogadores portugueses - João Pinto, Eduardo Luís, Inácio, André, Quim, Sousa, Jaime Magalhães e Futre -, na 2ª parte entrou o Frasco e de fora, por lesão, ficaram os habituais titulares Lima Pereira e Gomes.


Coincidência?
Na minha opinião, não.

Quer antes de Bosman (em 1987), quer no pós-Bosman (em 2004), o FC Porto chegou ao topo da Europa com equipas baseadas em jogadores portugueses, vários dos quais formados no clube, a que juntou alguns (poucos) estrangeiros de bom nível - Mlynarczyk, Madjer, Juary, Derlei, McCarthy, Alenitchev.

Será possível repetirmos a gracinha invertendo o paradigma, isto é, com uma equipa baseada em estrangeiros, com alguns (poucos) portugueses de bom nível e praticamente sem referências formadas no clube?
Na minha opinião, não.


Para agravar o problema, a esmagadora maioria dos estrangeiros do plantel actual são sul-americanos, cujos empresários (e eles próprios) olham para o FC Porto como uma mera porta de entrada no mercado europeu e que, conforme já se viu, não hesitam em
desestabilizar publicamente o grupo de trabalho para obterem mais dinheiro.

«Andei oito anos nesse mercado [argentino] e sei como é inflacionado. Há que ter boas redes de observação e apostar nos clubes fora de Buenos Aires. As regiões de Cordoba e de Rosario são viveiros. (...) Só conseguirão jogadores feitos recorrendo a fundos e parcerias, como sucedeu nesses casos [Lucho e Lisandro]. (...) Quem vai para o FC Porto sabe que é para jogar na Liga dos Campeões, para se promover e para sair para um grande campeonato europeu
Luis Norton de Matos in Record, 14/10/2008
Vale a pena recordar que esta não é a primeira vez que a SAD aposta em força no mercado sul-americano. Antes do Mourinho chegar ao FC Porto e ir "contratar jogadores à loja dos 300" (Paulo Ferreira, Nuno Valente, Derlei, Maniche, Pedro Mendes, Pedro Emanuel), tinham sido contratados nos anos anteriores: Argel, Alessandro, Rubens Júnior, Esnaider, Pizzi, Ibarra, Quintana, Paredes, etc. Na altura as coisas não correram nada bem, espero que agora corram muito melhor.

Nota final: Como é óbvio, nada tenho contra os jogadores estrangeiros, principalmente se forem de boa qualidade. Contudo, entendo que para um clube como o FC Porto, que não tem capacidade financeira para contratar "estrelas", é fundamental ter uma base sólida de jogadores portugueses, que garantam um balneário coeso e facilite a integração dos estrangeiros que chegam.

José Correia in Reflexão Portista

16 comentários:

  1. Uma dúvida: Quando jogamos a final da Liga dos Campeões de 2004 o Deco já era português?

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  2. Os melhores jogadores do mundo, desde sempre, são jogadores sul americanos. Maradona e Pélé são sul americanos; Ronaldinho, Kaka e Messi são sul americanos. O melhor jogador de sempre do Porto, Deco, é sul americano. O mais eficiente finalizador de sempre do Porto, Jardel, é sul americano. A melhor venda de sempre do Porto, Anderson, é sul americano. O melhor jogador do actual plantel do Porto, Lucho, é sul americano. Não percebo qual é o problema de se contratarem sul americanos. Se fossem chineses ou havaianos, percebia. Agora, sul americanos, sinceramente não percebo.

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  3. 17 em 27 são 67%? Dêem-lhes um Magalhães para eles não se enganarem nas contas.

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  4. E continua a existir no Porto uma base de jogadores portugueses e que sentem o Porto e a sua mística. Nuno, Bruno Alves, Pedro Emanuel, Raúl Meireles, do lado dos mais experientes; Ventura, Candeias, Tengarrinha, Pélé, Rolando, Rabiola, do lado dos mais jovens. Acho que se está a exagerar, como de costume, esta questão de estrangeiros versus portugueses. Simplesmente, há fases em que é possível contratar mais jogadores portugueses e outras em que, se se quer ter uma equipa melhor e mais competitiva, tem de se recorrer a jogadores estrangeiros. Onde é que estavam disponíveis, nesta altura, jogadores portugueses com o potencial de jogadores como o Fernando, o Tomás Costa, o Hulk, o Rodriguez? Quem souber, informe a SAD do Porto, que eles de certeza que agradecem. Os poucos que mostram grande potencial - Pélé, Rolando, Candeias - o Porto foi buscá-los. Não pode é "fabricá-los" se eles não existirem. Quanto aos pretensos grandes jogadores tipo Vieirinha, Paulo Machado, Ivanildo, que já tiveram mais que oportunidades, e que nem em Académicas e Leixões conseguem ser titulares, nem há assunto para discussão. Quando os jovens jogadores emprestados pelo Porto mostram valor nos clubes em que evoluem, têm sempre lugar no Porto. Exemplos: Sérgio Conceição, Jorge Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves. Quando nem titulares conseguem ser nesses clubes, é natural, naturalíssimo mesmo, que não tenham lugar no Porto. Mau seria se acontecesse o contrário.

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  5. E como dizia o The Turk, "dêem-lhes um Magalhães para eles não se enganarem nas contas", ou pelo menos, uma calculadorazita. É que na minha calculadora, arredondando para cima, 17 em 27 é 63% e não 67%. Mas pelo menos na percentagem do Benfica acertaram, já não é mau. A calculadora deles só deve dar erro para o Porto, como de costume.

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  6. E para os saudosistas do Quaresma, espero que tenham apreciado muito, mais uma exibição boa para pôr em franja os nervos dos adeptos, ontem, pela selecção. Com o Quaresma, e o seu monopólio dos lances de bola parada no Porto, nesta altura nem em 1º lugar íamos, tinha sido mais uma derrota em Alvalade. Que abismo há, e haverá sempre, entre um jogador quase banal como o Quaresma e um fora de série como o Deco. A selecção que o diga.

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  7. As cinco equipas de maior sucesso do historial do FC Porto foram as das épocas 1983/84, 1986/87, 1987/88, 2002/03 e 2003/04.

    Estas equipas eram treinadas por 4 treinadores distintos, com diferentes filosofias e modelos de jogo. Contudo, todas elas tinham dois aspectos em comum:
    - todas tinham uma base de pelo menos 2/3 de jogadores portugueses;
    - todas tinham jogadores formados no clube que eram autênticas referências dentro e fora do campo.

    Caro Luis, na tua opinião é possível ao FC Porto voltar a destacar-se a nível internacional, sem que os dois aspectos acima referidos se verifiquem?

    Nota: Fiz esta mesma pergunta nos comentários a este artigo no 'Reflexão Portista'.

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  8. Caros The Turk e Luis,

    63 ou 67, nao me parece ser essa a questao. A questao é que este fenomeno é mundial e temos que recorrer a muito mais estrangeiros do que é costume para podermos ser competitivos.

    A formaçao esta de rastos, nos clubes e por arrasto nas selecçoes.
    As crianças do Sporting sao bem "descobertas", mas depois formar as crianças é que é pior.
    Ve-se a atitude competitiva dos meninos.

    Sobre Quaresma nada de novo. Nada que nao tenhamos aqui referido inumeras vezes.
    Desde a falta de atitude competitiva à falta de trabalho e de vontade para evoluir tacticamente e, as habituais mimalhices de quem nao tem estrutura mental para aproveitar um talento sem limites.

    Depois ha que discutir sériamente algumas coisas, como a formaçao mental do jogador Portugues (se retirarmos alguns dos que foram campeoes Europeus com Mourinho é um desastre) e para onde vai a escola de formaçao portuguesa.

    Qual o principal sistema a adoptar desde as camadas de formaçao para tirar partido das caracteristicas do jogador Portugues?

    Para quando uma analise e uma atitude séria perante a incapacidade de formar pontas de lança de nivel mundial? Sera que isso nao é uma pecha da formaçao e da cultura tactica que (nao) se aprende nas camadas jovens?
    Sera que o jogador Portugues com o talento que tem nao pode ser trabalhado para isso?

    Sao as questoes de que o Sr. Madail se deveria ocupar com a sua equipa técnica.

    O que esteve à vista na ultima década foi a inexistencia de um plano a longo prazo para garantir uma cultura de jogo e talentos bem formados para conseguir resultados consistentes.

    Scolari nao constroi equipas. Aproveita-se do trabalho dos outros para ganhar com elas e deixa atras de si um rasto de indefiniçao e abandono em relaçao às geraçaoes que deverao ser o garante do futuro.

    Esta gente nao trabalhou. Aproveitou-se do trabalho dos outros. E nunca ninguém na nossa triste comunicaçao social abordou esta constataçao.

    Eu disse aqui que, quando Scolari saiu, Portugal deveria ter escolhido outro técnico estrangeiro.
    Mas sobre isto e outras coisas falarei num post para os proximos dias que quero aqui deixar à consideraçao dos Portistas.

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  9. Boas , caros Portistas :

    Sendo este um caso muito debatido no seio da familia PORTISTA , venho mais uma vez emitir a minha opinião :

    Não é a NACIONALIDADE que IMPORTA , mas a COMPETÊNCIA .

    Quero lá saber se eles são chineses , jamaicanos ou sul-americanos ....desde que representem o F.C. PORTO com ATITUDE e GARRA !!!!! Estamos a falar de uma profissão como outra qualquer em que a COMPETÊNCIA é no fim de contas FUNDAMENTAL .

    Abraços

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  10. perdemos o primeiro jogo da intercalar com o boavista com 7 jogadores do plantel principal.
    o jesualdo finge que é portista.
    a revista dos dragões tem um texto do presidente que não tem nexo, para ele o inimigo é interno.
    a filomena está a tratar da cultura do clube.
    estará tudo maluco? estarão todos senis? devo ser eu que so extremista.

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  11. O Zé Correia não deixa de ter razão. Mas o mundo é outro, não interessa se melhor ou pior. O Acórdão Bosman mudou tudo, outros sucedâneos arruinaram a pretensão de se jogar com a formação e pelo amor à camisola.

    Há épocas e conjunturalmente o Sporting tem tirado partido de uma boa fornada (ou duas) de jovens. Mas não poderá ser sempre assim, de resto a equipa continua sem ganhar nada de jeito...

    Lembro-me de duas ocasiões em que o FC Porto jogou só com portugueses nas provas da UEFA: num jogo no Luxemburgo, creio que com Carlos Alberto Silva, com alguns antigos como Magalhães, João Pinto, Semedo e outros que tinham sido reintegrados após o Mundial de Riade, como F. Couto, J. Couto, e Mundial de Lisboa como J. Costa e Toni. Isto em 92-93, salvo erro, com o Union (4-1).

    Com Mourinho, jogámos na Polónia com 11 portugueses de início, depois de 6-0 na 1ª mão.

    Bons motivos de orgulho, mas um jogo não são jogos.

    Eu não duvido do profissionalismo de muitos estrangeiros. E, como o Luís bem referiu aqui, nem sempre é possível apanhar bons (os melhores, para o FC Porto) portugueses. Mourinho não conseguiria nova safra como a de 2003. Lembre-se que a equipa já tinha uma boa parte de portugueses, ele juntou uns tantos e saiu tudo bem. Agora está no Inter com uma catrefada de estrangeiros.

    Que aquisições fez no Inter? Mancini (brasileiro), Muntari (nigeriano, salvo erro) e... Quaresma, um estrangeiro em Itália.

    Não há fórmulas mágicas, nem Wenger a tem no Arsenal onde amiúde não jogam ingleses. O Benfica que jogou frente ao FC Porto tinha apenas dois portugueses...

    O facto de Candeias e Ventura serem assíduos esta época com Jesualdo é bom indicador. Infelizmente, não ha muito mais e acho enfadonho muitos questionarem-se porque não se fica com Vieirinha, P. Machado, Ivanildo, que não tinham estaleca para o FC Porto, mas ao mesmo tempo reclama-se (ainda?) pelo Ibson e até o Leandro para a lateral-esquerda.

    Por outro lado, choramingou-se o Diego, que continuo a não achar um jogador acima da média e volto a preferir Lucho, e achou-se má a saída de Hugo Almeida que na selecção continua a mostrar o que (não) vale...

    Ora, é neste "caldo" que Jesualdo tem de fazer um plantel homogéno e um onze competitivo. O seu trabalho é, por consequência, muito difícil.

    p.s. - estive fora uns dias e, entretanto, li por aí algumas críticas a Quaresma pela selecção. Ok, mostrou todos os seus defeitos. Mas para mim foi o melhor português: no tempo disponível, semeou mais perigo sozinho do que qualquer candidato a melhor do mundo. Sim, é o Quaresma que conhecemos e tanto fez dividir opiniões.

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  12. luísa, não percebo essa de o Jesualdo fingir que é portista...

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  13. O Jesualdo é um profissional, não me interessa se é ou não "portista desde pequenino" (e penso que não é).
    Em tudo o resto, concordo com o comentário da Luísa Moreira!

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  14. Quando um plantel é formado por grandes jogadores (não confundir com galácticos preocupados com o corte de cabelo ou com a próxima sessão de publicidade), a probabilidade de se formar uma grande equipa é elevada, independentemente da nacionalidade de cada um deles. A matéria-prima é de grande qualidade, logo…
    O problema é que os grandes jogadores custam muito dinheiro e, por isso, ter um plantel com 17-18 grandes jogadores só está ao alcance de uma dúzia de clubes europeus.

    O FC Porto, infelizmente, não faz parte desse lote de clubes e, por isso, já não é mau quando conseguimos ter no plantel 3 ou 4 grandes jogadores.
    Se assim é, como é que o FC Porto conseguiu contornar este handicap e construir grandes equipas?

    Partindo de um lote de jogadores de qualidade acima da média, a maior parte dos quais perfeitamente identificados com a matriz cultural do clube, muitos dos quais provenientes das camadas jovens (incluindo autênticas referências do clube, que eram respeitados dentro e fora do campo), a que juntou duas ou três “estrelas” que davam o toque de classe necessário.

    Reunindo estes “condimentos” e com bons “cozinheiros”, foi possível formar grandes equipas, que dentro do campo funcionavam como um bloco coeso, em que o todo era muito superior à soma das partes.

    Basta conhecer um bocadinho da nossa história e olhar para as equipas de 1984, 1987 e 2003-2004 para perceber que todas elas reuniam estas características.

    A equipa actual também tem duas ou três “estrelas”, falta-lhe é o resto.

    P.S. Escusado será dizer que espero estar completamente enganado na opinião e convicção que transmiti no artigo e comentários que escrevi no ‘Reflexão Portista’ e que já esta época, ou na próxima, seja possível voltarmos a uma final europeia.

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  15. No futebol, caro Zé Correia, é muito difícil juntar o útil ao agradável. E se as condicionantes são a nacionalidade, a qualidade e a oportunidade - um autêntico triângulo das Bermudas...

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