13 outubro 2011

«Pode-se sempre culpar o Queiroz» (ou o Meireles) (act.)

Nova actualização: Paulo Bento reagiu mal, melhor reagiu como é hábito, como um bronco e não interpretou as palavras de Queiroz como boas, prefere dar-se com a bicharada. Sabem aqui que sempre desaconselhei PB e além do que fez no Euro-2000 (6 ou 7 meses suspenso) e das críticas que fazia no Zbordem não lhe reconheço capacidade para seleccionador, esse disclaimer foi sempre claro da minha parte. Ninguém pediu a PB melhores resultados nos jogos que não dirigiu, como agora acusa pateticamente. Mas ele falhou a meta que se prometeu e, pior, se chegou perto do céu por um empate mais ridículo é ver o que foi o jogo de Copenhaga. Só confirma ser fraco, nem resgatado por assumir as culpas do 2-1. Com maus fígados, como sempre disse, e mal aconselhado, como CQ alerta para evitar certas companhias. Madaíl também vai a tempo de engolir a sua aposta e não prevejo nada de bom daqui para a frente. Pobre Bento.

Como antevi ("wishful thinking", tá bom de ver) aí está a Bósnia outra vez, agora primeiro lá, depois na Luz (provavelmente; mas o Rascord que anunciou a Irlanda como possível oponente e hoje queixa-se das culpas das contas que a UEFA fez e os básicos do jornal não, agora diz que será em Alvalade) e sem azo a notícias destrutivas como a do DN em 2009 a garantir que Carlos Queiroz preferia jogar no Dragão e não no estádio do Regime. Devem ter notado seguramente, que a Bósnia-Herzegovina, hoje, é "uma equipa muito perigosa e forte", talvez "o pior adversário" dos quatro em sorteio, ouviram-se nos três canais televisivos qualquer um dos comentadores do dia na RTPI, TVI24 e SICN. Se lembrarmos como há dois anos se garantia que Portugal apanhara na Bósnia um "obstáculo fácil" para não poder falhar a presença na Áf. Sul, estão a ver que nas coisas da bola, além de favoritos e protegidos das más-línguas, a coerência não é o forte, muito menos os conhecimentos e a credibilidade dessa chusma avençada, ao jeito dos gajos que dizem sempre as mesmas tretas e todos na mesmice nacional (prognosticavam vitória certa na 3ª feira), tal como ouvir a Oposição de Esquerda criticar e comentar as polítcas de um legítimo Governo de Direita. Até o meu amigo Miro, a viver na Gandra-Herzegovina lá por Ermesinde, sabe que é assim...
Em Portugal funciona assim, os tudólogos sabem tudo das mesmas coisas e não saímos disto. Decerto vão pedir a Paulo Bento que, alheando-se das provocações de Carlos Queiroz, sinta a obrigação de se qualificar, como o bimbo Gilberto assegurou junto de Nuno Gomes e do seleccionador à saída de uma vergonhosa exibição em Copenhaga. Aliás, o "garantismo" também português de ter-se acesso gratuito e obrigatório a tudo, até a Banca pôr e dispor e do dinheiro da troika como lhe dá jeito, foi o que impôs-se a CQ em 2009, do inefável (Bo)ronha ao paladino do rigor do Rita (além de glosar uma piada de a França poder defrontar Portugal se fosse ao play-off, o que o estatuto impediria) que garantia ainda na 3ªfeira que o cabeça-de-série tinha o direito de jogar em casa a 2ª mão: calhou, mas não é assim, a Rep. Checa vai jogar em Praga com o Montenegro, o par que saiu em Cracóvia antes do Bósnia-Portugal tão aguardado e seguramente desejado até pelo PB para mostrar que é bom mesmo e desmentir as más línguas que o vêem apenas incapaz de ir além dos 2º lugares...
Servi-me do título da crónica/editorial/apontamento final da edição de O Jogo de ontem, onde José Manuel Ribeiro, com a codícia habitual, expôs a inutilidade prática e a velhacaria sebosa do velho Amândio, sempre saindo do limbo para provar o que a mastodôntica FPF ainda é capaz no século XXI mas parece que só ao fim de 25 anos desde Saltillo se percebeu o que é o personagem e ainda lhe vão fazer perguntas... Mas esse texto não era para desculpabilizar Queiroz, pela ironia. Acrescentei-lhe apenas, ao título que penso ser exacto, o nome de (Raul) Meireles, em vez do de Hulk que serviu ao director de O Jogo para justificar a capa da véspera em que o Incrível falava de como rejeitara jogar por Portugal. Não precisava de o fazer, o JMR, nem de se dar tanto alarido à questão, inútil mas que dá jeito para entreter.
Meto o Meireles porque marcou o golo na Bósnia. O Meireles que, depois de considerado certo no lugar pela chusma do éfe-erre-á) hoje começa a ser discutido sobre se deve ser o trinco num meio-campo como em Copenhaga ainda com Moutinho e Martins, todos iguais, digamos todos nº 8 e que nunca fizeram nem bom meio-campo nem bons jogos de Portugal, apesar dos basbaques e do seu reflectido "resultadismo".
Mas esta questão, ao contrário de todas as outras suscitadas pelas opções discutidíssimas e vistas negtivamente pela mesmice comentadeira que não faz destacar uma da outra, não levou ninguém nas tv's a falar do fracasso Paulo Bento, a quem se cobriu de presunção - como agora CQ tem direito ao dizer que com ele haveria o 1º lugar, lembre-se prometido por PB mal o substituiu há um ano - e virtudes beatíficas que salvaram a Selecção.
Ora, podem sempre culpar o Queiroz, como diz o JMR, até por ter sido o primeiro a chamar João Pereira (ainda no Braga, o que torna mais difícil a opção) para ser agora por este criticado no argumento de "agora isto tá bom" a par do vocábulo "revolução" (sic) acontecida há um ano. Ou por ter chamado Eliseu, muito elogiado no Dragão, de resto estreando-se num amigavel na Estónia em final da época 2008-2009. Podem sempre, os críticos de Queiroz, apontar-lhe a culpa do mau ambiente que de repente se instalou mas ninguém revelou antes do Mundial-2010, nem o habitual cicerone das selecções José Carlos Freitas. Um mau ambiente que, por fim, se virou contra CQ nas distintas figuras de Deco e Pepe, por exemplo, sendo que Pepe, além de (mal) recuperado para o Mundial após longa lesão, já estava suspenso por 10 jogos em Espanha por "bater em tudo o que mexe" e era convocado para estágios pelo mauzão do Queiroz.
É evidente, agora que faço o meu balanço destas merdas todas e os bardamerdas que as comentam pelo olho sujo e invisual, que PB não vai seguir o conselho de Queiroz. PB, para se segurar no lugar, tem de conviver com a bicharada, não só o Madaíl feliz pela escolha de Bento, como o Amândio e Godinho das facadas nas costas (este para salvar também o lugar para o qual o Amândio vem repetindo as boas recomendações...) numa FPF de compadrios (veja-se o Onofre) e nepotismo (filha do Amândio lá trabalha ou trabalhou), mas também os louvaminhas da Imprensa, do (Bo)ronha ao Rita e ao Jorge "dois estalos e um pontapé" Baptista que se deliciaram a desancar no ex-seleccionador, subitamente auditores de uma selecção melhorada mal S. Bento ergueu um dedo...
Já não se pode culpar Queiroz pelo que era costume, de resto, em zangas com jogadores. Depois dele saiu Tiago e até o Miguel, desgostoso por deixar de contar e mal agradecido por ter sido recuperado no jogo da barraca dos 4-4 para o qual muito contribuiu. Também Bosingwa é preterido por João Pereira, sem ninguém se rir; Ricardo Carvalho vai-se embora do estágio e Danny arranja uma operação a um quisto na Rússia, enquanto Mourinho, como antes com CR7, gere as presenças dos seus junto dos nossos para ter Coentrão e Pepe às ordens no Real Madrid. E dizem que Bento, além de disciplinador, não tolera manhosices...

Bosingwa percebe ser segunda opção sendo lat.esq. com a Espanha para João Pereira jogar à direita. Ricardo Carvalho sabe que por mais que treine e jogue pode ser suplente de Pepe que não treine sequer...
Mas os louvaminheiros, que antes pré-anunciaram a eliminação do Mundial antes de meia qualificação cumprida e pré-anunciaram a eliminação do Europeu ao fim de duas jornadas infelizes de Eduardo que fizeram perder 5 pontos mas Queiroz ausente - como Ronaldo! - foi o responsável, já dizem que as 5 vitórias de Bento (às cotadas Dinamarca, Noruega e Islândia em casa e na Islândia e em Chipre) são o lastro que legitimam PB e este mau resultado ultimo não pode pôr em causa "o que está para trás", ouvi dizer.

No fim do apuramento para 2010 despachando a Bósnia com uma exibição de classe no ervado de Zenica onde Meireles selou a vitória, Queiroz tinha melhores números do que Scolari, disputados os mesmos números de jogos desde o primeiro dia, como aqui demonstrei, mas nenhum pasquineiro dos tantos dados a estatísticas publicou a realidade dos factos. Nem o escriba oficial do bronco brasileiro...
E até perder com a Espanha no Cabo, por um golo em fora-de-jogo frente à melhor selecção do mundo à qual falta apenas Messi para ser como o Barcelona, os 19 jogos sem perder não valeram nenhum reconhecimento a Queiroz., com pouquíssimos golos sofridos, uma defesa renovada (Eduardo confirmado na baliza, Bosingwa e Duda laterais, depois Coentrão no Mundial) e Pepe a trinco como agora já alguns pedem... O 1-0 irregular de David Villa foi a pedra que os talibã atiraram para lapidar o Queiroz que não dava o 11 a ninguém e até apanhou o Nuno Gomes, logo no início (Malta), a soprar um aos "amigos" que fazem "a boa Imprensa" mas esta isto não conta.
Mais, no campo táctico e no domínio das substituições que todos têm certas de boa ciência, a famosa troca de Hugo Almeida por Danny com a Espanha ilustrou, aos iluminados, a aselhice de Queiroz e hoje é paninho quente para Paulo Bento por não poder contar com ambos por lesão quando eram os dois tão contestados e de quem se duvidava terem categoria para a selecção: quando Danny entrou, foi como se um manco tivesse tropeçado para abrir a estrada em que a Espanha marcou.
Não sei se os comentadeiros da treta vão querer ver o Bósnia-Portugal e aconselharem Paulo Bento, já que todos se uniram em favor deste. Ou pedirem o Liedson que Bento rejeita e laterais em condições, persistindo na perlexidade por Bosingwa de fora mas sem notarem ser um novo Vítor Baía na Selecção...
Mas escusam de dourar a pílula da falta de soluções que foi o que Queiroz procurou sempre e à custa de ser vilipendiado pelas opções, especialmente se não eram do Benfica (Quim, Nuno Gomes, C. Martins) e do Sporting (Moutinho fizera uma má época). Recordo, além de João Pereira e Eliseu, mais Duda e Pepe a trinco (Pepe apenas seleccionado por Scolari em cima do Euro-2008 e antes de ir embora), por exemplo Edinho, que não é descartável para quem vê Postiga e Nuno Gomes, enquanto João Tomás revela o seu desânimo pela desconsideração dos seleccionadores. E foi sem pontas-de-lança a sério, em Agosto de 2009, que houve que chamar Liedson, até Hugo Almeida sofrera uma apendicite aguda súbita...

Não faltaram, obviamente, alusões aos pontos perdidos no início, mas a esses chico-espertos esqueceu que PB prometeu, à partida, garantir a qualificação em Copenhaga mesmo se necessitasse da vitória. Um fracasso, diz o Tadeia sobre o 2º lugar que nem Queiroz evitou, mas só porque nem o pontito garantiu, como o fanfarrão Jesus quando precisava de empatar no Dragão para ser campeão. Nem o empate conseguiu, porque a equipa fez por nem o merecer e as opções do técnico ainda passam ao lado dos comentadeiros de ocasião.

Entretanto, Manuel Casaca descobre, em O Jogo - como no JN se percebe que soou o "alarme" e só porque se perdeu (quando se ganha é o éfe-erre-á que se sabe) e as cartas dos leitores voltam a falar do vedetismo dos jogadores em quem ninguém põe mão e mando e quando Queiroz impôs regras precipitou o tal "mau ambiente" - agora, que aos 5 golos sofridos no fecho do grupo coincide a ausência de Pepe nos 5 golos sofridos no início do apuramento: qual culpa de Agostinho Oliveira/Queiroz, quais frangos de Eduardo?... Porém, não foi só Pepe que faltou então, também CR7, mas é fácil culpar o Queiroz que já tinha a vida num inferno e a Selecção ardia com o Godinho aflito com as consequências mas hoje também a atirar-se ao ex-seleccionador. Tudo bons rapazes, descobrindo tardiamente o que falha e desde o deixa-andar com o bronco do brasileiro sabia-se que ia dar nisto.
Como último argumento para culparem Queiroz, dizer que Portugal ficou em 2º como nas anteriores corridas para 2008 e 2010 é atirar areia para os olhos. Em 2008, com Scolari, o grupo, de 8 equipas, tinha concorrentes do tipo da Polónia, Bélgica, Sérvia e Finlândia. Em 2009, com 6 equipas, além da Dinamarca havia a Suécia e a Hungria mais a sempre incómoda Albânia. Em 2011, havia só 4 adversários e a Noruega era perigosa. Ironicamente, a Suécia que deixámos para trás com Queiroz, apura-se agora como melhor 2º lugar, o que valida a dificuldade da qualificação anterior e não o 2º lugar actual.

É claro que Queiroz expõe-se, mas está-se a marimbar. Godinho lembra que Paulo Bento "pegou numa equipa destroçada", sem especificar se pelos resultados iniciais maus ou ainda pelo tal "mau ambiente" fomentado precisamente na FPF e Governo só cretino. Mas esquece que o amigo Scolari nunca criou alternativas para o futuro e Queiroz teve de pegar em tudo o que mexesse.

Queiroz não pode garantir que se apuraria, forçando a provocação. Mesmo que ganhasse os 5 jogos que Bento ganhou (porque não?), podia suceder-lhe em Copenhaga agora o que sucedeu em 2009: falharem-se 10 ocasiões de golo, dar um banho de bola (como em Alvalade, numa desditosa e imerecida derrota fruto de um frango de Quim e um chouriço no final a mudar de 2-1 para 2-3) e quase perder, não fosse o 1-1 de Liedson que PB agora despreza. Queiroz sujeita-se até a ser apelidado de "desonesto" pelo Tadeia de uma vacuidade intelectual de meter dó, outra luminária que viu neste jogo da Dinamarca - como viu fora-de-jogo e depois falta no golo mal anulado aos locais ainda com 0-0 - se calhar o futebol de categoria e mandão, de 2009, só traído pela falta de pontaria de Simão, Deco, Hugo Almeida e tutti quanti já em falta na partida de Lisboa que ditou derrota num futebol maravilhoso da Selecção. Só um imbecil como Tadeia, encartado (dizem) a 600 euros por aparição na RTP, é capaz de se armar em corajoso e citar, agora, as culpas de Laurentino, Madaíl e Amândio, mas desdenhar que Queiroz pudesse ter melhor sorte em Copenhaga, como na Suécia, do que teve e que, esta semana, a Selecção não mereceu. Mas é também suficientemente parvo para não se lembrar, enquanto evoca merdices e ignora como CR7 voltou a jogar como quer e sem rumo ao ponto de, mais uma vez, desaparecer do jogo.
Uma Suécia, recordo ainda até para pategos como Carlos Godinho agora dado a comentar as palavras de Queiroz, onde salvo erro não jogámos, numa equipa dizimada por lesões, com CR7 e Paulo Ferreira sofreu um penálti clamoroso não assinalado e contra quem CR7 fez o favor de falhar de cabeça o golo a dois metros da baliza no Dragão, em Março, aquela onde viria a marcar, em Abril, pelo M. United a 40 metros no que descreveu como o melhor golo da sua carreira. Esta Suécia, agora apurada, também passa ao lado do bestunto do Tadeia, agora a ditar na TSF (economia de meios no grupo) os seus devaneios de O Jogo.
Podem, partantos, como diria o Maradona génio argentino"que la chupen y la sigan chupando", ou o Maradona de "A causa foi modificada" (blog) no seu mau génio de "vão-se todos foder e puta que vos pariu", enfiar o parlatório no cu, tal o contorcinismo a que se devotam.
Eu bem disse que Queiroz preferiu os ayatollahs do Irão aos talibãs de Lisboa.
Com presunção e água benta lá vamos travar outra guerra com a Bósnia. Perguntem ao Queiroz como é, se não se armarem em espertos das cabeças... Depois ponham as culpas a outros.Afinal, quem exigia ganhar à Espanha no Mundial é natural que se ache fracasso - só para igualar/culpar Queiroz... - só por não se ganhar um jogo na Dinamarca onde até com Scolari se levou quatro batatas no saco de Ricardo...

Ah, contra a Bósnia, marchar, marchar, e ganhar nem que seja por um, porque seria mau cumprir-se o ditado: atrás de mim virá, quem de mim bom fará... Se for como o outro - "Bom era 5-0" - então é que ninguém cala os títulos profusamente dados aos "melhores do mundo e arredores".

2 comentários:

  1. Zé Luís :

    ..."Eu bem disse que Queiroz preferiu os ayatollahas do Irão aos talibãs de Lisboa."...


    Bem visto e bem feito !

    ResponderEliminar
  2. Escrevi precisamente nesses termos quando assinou pelo Irão. E está a dar-se bem por lá. Como diz o bimbo do Tadeia, até anda de peito feito depois de 6-0 ao Bahrein.

    Só falta o bimbo do Tadeia dizer que o Bahrein jogou com 10 desde o 1' minuto de jogo porque o árbitro expulsou, e bem, um gajo que entrou violentamente de sola ao iraniano.

    É que o bimbo do Tadeia, um talibã ainda que moderado não deixa de ser um talibã, achou que o Rinaudo foi mal expulso por entrada semelhante em Guimarães.

    ResponderEliminar