Evocar a Liberdade não é o mesmo para toda a gente. Mesmo que abundem os tradicionais "hossanas" que só a escardalhada se atribui, à falta de elogios alheios. A este respeito, convém sempre lembrar aos mais novos ou a velhos com memória curta, o que há 40 anos poderia derivar Portugal para algo que os Portugueses rejeitaram flagrantemente - a celebração do início do PREC não tem sido relatada com a importância histórica que aquele tempo justifica mais do que o 25/4 propriamente; e, de resto, o comunismo, nas suas variadas e desmioladas facções resolutas em modo de auto-aniquilamento, queria até renegar com o argumento salazarista de o povo não estar preparado para votar. A época em que o Soares mais comunista de sempre - finalmente assoprado pelos ventos da "social-democracia" que lhe garantiram o poder com muito dinheiro, do "amigo Carlucci" americano ao inspirador da nova ordem social sueca Olof Palme, mesmo que Rui Mateus e esse "Memórias do PS desconhecido" ainda hoje ande a monte por esse mundo fora sem contar como emigrante forçado - marcava a
clivagem com Cunhal ("olhe que não, olhe que não"); para depois "meter o socialismo na gaveta" não tardaria uma década e dois pedidos de assistência ao FMI: tudo para o PS obter uma votação que deixou a Esquerda no seu canto esquizofrénico e antidemocrático até hoje e votou a esperança socialista no descalabro financeiro e descrédito intelectual/ideológico de que não voltará a sair com a camarilha de novo à volta do Costa Concordia das inclinações para a demagogia popularucha e inconsequente.
Reconheço a esta gente, mesmo àquela que não o merece por desrespeitar os outros, a legitimidade democrática do voto mas nunca a representatividade que julgam ter e estupidamente os OCS dos Charlots volta e meia Charlies dão cobertura acéfala e meios de intoxicação pública e todo o ruído me(r)diático dos tempos modernos.
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