Não aludo a Cristiano Ronaldo, muito apagado nos últimos jogos e na sequência do seu abaixamento desde Janeiro e do título de melhor do mundo de 2014. Ainda no domingo falhou um penálti com o Valência. Messi ainda há pouco falhou um penálti com o M. City, noutro jogo só marcou na recarga. Pouco há de garantido no futebol e mesmo os melhores têm os seus maus momentos.
Também nos treinadores acontece e as semifinais da Champions mostraram isso mesmo a dois dos mais categorizados técnicos: por sinal, Ancelotti e Guardiola saíram vencidos e com erros crassos. De diferentes maneiras.
Há muito que se notava haver falta de rotação no Real Madrid. Ultimamente a equipa apareceu pouco fresca. Daí à desorganização foi um passo colectivo. Em Turim correu menos 3kms do que a Juventus. Uma grande diferença de ritmo. No Bernabéu os da casa mostraram força anímica, mas as pernas não respondiam da melhor maneira; assaltaram a área Juventina, remataram (22 vezes) mas não acertaram. Porque a cabeça, apesar do sopro de alma do coração, não estava mais fresca do que as pernas. Houve que chamar Benzema a correr, após longa paragem. Já James viveu uma paragem também prolongada. O mesmo, pior ainda, para Modric.
Mas já na 1ª parte da época Ancelotti fazia poucas rotações. Disse que se estivessem bem jogariam sempre Benzema, Bale e Cristiano, a sigla BBC. O Madrid acumulou vitórias na Europa e até vantagem apreciável na Liga. Agora pagou o esforço.
A nível táctico foi surpreendente a cedência de Ancelotti a um seu devaneio já tentado com 50% de êxito. A adaptação de Sergio Ramos a médio, ao lado de Kroos. Já correu bem, já correu mal, em Turim correu mal e na 2ª mão não teve coragem de manter a aposta. Em casa, com o público que nem sempre é afecto e compreensivo, tirou Pepe e recuou Ramos para central ao lado de Varane. Porquê? Para meter Benzema e manter James. Muita gente na frente e pouca gente atrás. Apesar da força atacante, o Madrid não mandou no meio. Impôs-se pela categoria dos da frente, não pela sustentação do jogo desde trás que, aliás, só o esfusiante Marcelo assegurou com contundência.
E Pep Guardiola? Dizimado por lesões, com a renúncia do médico após a derrota no Dragão, até tentou resgatar Robben mas só durou 20 minutos na semifinal da taça com o Dortmund que até perdeu sem converter um penálti no desempate.
Mas Guardiola manteve a sua frente ao Barcelona. São estes que tenho, são estes que vão a jogo. Manteve a equipa da 1ª mão e que durante 70 minutos esteve soberba no Camp Nou. O 1-0 de Munique aos 7' alimentou a esperança e a presença de Boateng, indiferente ao buraco onde o meteram face a Messi, provava que há homens de coragem.
Guardiola manteve Boateng, Boateng não receou o fracasso e a reprovação do público. E o Bayern lutou, como sempre, até ao fim. Podia ter marcado muitos golos graças ao relaxamento do Barça e acabou a salvar a face.
Mas o técnico expôs demasiado a defesa a jogar em casa. Era fácil prever que o tridente MSN faria aquele tipo de jogadas. Messi-Suarez-Neymar letais. A linha de 4 do Bayern nunca esteve protegida. Um médio, Xabi ou Schweinsteiger, teria de cobrir sempre o nº 10 Messi, aquele que recuava para servir os mais avançados. Foi um suicídio. As críticas de mau planeamento defensivo são justas. Guardiola não esteve bem a deixar assim a defesa desguarnecida. Nunca 4 são demais para os 3 da frente do Barça.
A sua coragem de manter a equipa derrotada 3-0 e o jogador mais ridicularizado talvez de sempre mereceram aquele empolgamento e o 3-2 final que devia ter sido mais amplo, apesar de o Barça ter dormido e não rematado na 2ª parte (Messi quase empatava após assistência de Neymar no fim, mas parecia de propósito não marcar para não destroçar mais o amigo Pep).
À sua maneira, Ancelotti e Guardiola sofrem críticas justas. São dos melhores do mundo.
Até Lopetegui é um dos 10 melhores do mundo. Mas tem sido alvo de críticas injustas. Há algumas justas e por aqui nunca lhe foram poupadas. Mas o seu trabalho, já o referi logo após a perda do campeonato na Luz, é positivo. A estupidez de olhar para o desempenho à luz do orçamento é isso mesmo, estupidez. Que dizer de Ancelotti ou de Guardiola então? E como é que nenhuma equipa, seja Madrid, Barcelona, Bayern, M. United, Chelsea ganha a Champions dois anos seguidos, tendo os maiores orçamentos? Não se vê por aí, só idiotas assumem esse ponto de vista à falta de capacidade para se ajuizar um trabalho de forma séria e isenta.
Nenhum deixou de ser dos melhores do mundo. Porém, ao que contam os jornais espanhóis, em Madrid já pediam Mourinho de volta, aquele que em 3 anos não chegou sequer a uma final da Champions e Ancelotti à 1ª ganhou a Décima ainda que nenhum campeonato mas também esta é apenas a 2ª época no Bernabéu.
Mesmo Luiz Enrique, encartado há pouco e promovido esta época ao melhor clube do mundo, passou tempos complicados. No fds passado defrontou a Real Sociedad e já ninguém lembra a barraca de ter perdido em San Sebastian logo no início do ano e após a pausa natalícia, deixando Neymar e Messi no banco; ou do empate com o Getafe (0-0) e frustrações que cavaram um atraso para o Real Madrid. Mas Luiz Enrique estava, como Lopetegui, a construir uma equipa, ou um modelo de ataque, que o FC Porto não tem.
Mesmo Luiz Enrique, encartado há pouco e promovido esta época ao melhor clube do mundo, passou tempos complicados. No fds passado defrontou a Real Sociedad e já ninguém lembra a barraca de ter perdido em San Sebastian logo no início do ano e após a pausa natalícia, deixando Neymar e Messi no banco; ou do empate com o Getafe (0-0) e frustrações que cavaram um atraso para o Real Madrid. Mas Luiz Enrique estava, como Lopetegui, a construir uma equipa, ou um modelo de ataque, que o FC Porto não tem.
E Allegri? O técnico da Juve já é campeão e pode ganhar tudo, tem a final dia 20 com a Lazio na Coppa Itália. Mas já experimentou pelo Milan ter 2-0 de avanço sobre o Barça e levou 4-0 no Camp Nou.
Há melhores do mundo mas não há insuperáveis no mundo.
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