28 maio 2009

A patetice pegada de ver Wembley no Jamor


Quem manda, quem manda, quem manda? Os salazarentos e a tradição, quando dá jeito…

Os defensores das finais de Taça no Jamor, nem olhando para a Taça da Cerveja que a Liga nunca considerou levar àquele palco e seguramente nunca lá levará, ainda não perceberam que se não for o FC Porto a marcar presença os portistas estão-se a marimbar para a ocasião. Se se chateiam, na verdade, e vão chatear-se sempre os que têm ideias e memória que vão além da tradição do regime do fado, futebol e Fátima, é quando lá têm de ir atrás da sua equipa, contrafeitos e por maioria de razão quando o rival também é clube nortenho e as despesas bem podiam ser contidas em quilómetros e na bucha para o jogo.

Acredito ainda que, para um Porto-P. Ferreira, a coisa não desperte minimamente a atenção de grande maioria de adeptos, particularmente de Benfica e Sporting. Torna-se, por isso, uma patetice pegada esta final do Jamor, por três razões:
- teimosia estúpida da FPF, que a Liga já não partilha na sua prova de taça
- absurdo desprezo por estádios com superiores condições de conforto, segurança e até higiene sanitária e votados ao abandono desde o Euro-2004
- alheios aos quilómetros desperdiçados a percorrer para satisfazer um capricho de alguém ausente.
Mas há a velha questão estrutural que é política, ainda e sempre a lembrar quem manda, quem manda, quem manda?: a ideia de o Jamor albergar um centro desportivo de excelência ainda por completar, que pode satisfazer modalidades mas não obrigar o futebol a picar o ponto uma vez por ano.

Quando se lhe junta, se não for a velha tradição, o exemplo de Wembley então é o fim da picada, sem noção do simbolismo político do dito Estádio Nacional em contraponto com a projecção de Inglaterra ao Mundo quando se decidiu criar um estádio nacional aberto em 1923 precisamente para as competições de taça e a selecção inglesa, só para esse efeito e mais nenhum no que então era ainda um Império e ostentava a sua força colonial e pujança económica.

Não ter noção histórica das coisas é próprio de quem não tem memória apesar de se apegar a tradição, que já não é o que era.

FC Porto, 14 – Benfica/Sporting, 17 em 25 anos
Das 136 presenças de clubes em 68 finais de taça, Benfica e Sporting contam 58, quase 50%. Se juntarmos 8 participações do Belenenses e ainda 10 do Setúbal, além de uma do Estoril, outra do E. Amadora e duas do Atlético, são 80 da zona da capital e arredores, sobrando 56 para o resto do País, das quais 25 pelo FC Porto, também 50% sozinho entre os competidores da província. O hábito fez o monge por muitos anos e no futebol português se há dificuldade é em erradicar vícios entranhados, para não falar de manias de grandeza.

Ora, com esta será a 14ª presença portista na final nos últimos 25 anos. Em cada dois anos, uma vez está lá o FC Porto. Neste período, Benfica e Sporting juntos marcaram presença só por 17 vezes. Os números têm a faculdade de serem fáceis de ler e não deve custar entender a discrepância tanto quanto custa fazer 660 kms de gasolina e portagens, e as inerentes refeições para o dia e as cervejas para festejar ou afogar as mágoas…

Os restos do Império futebolístico dos arrabaldes da capital lá viram o FC Porto vencer em 9 das 13 vezes do último quarto de século. Os portistas até poderiam argumentar que aprenderam a ganhar no Jamor, onde até disputaram também duas finalíssimas. Para quem não tem de se meter à estrada, sem esforço nem lhe sair do bolso, não custa nada nem balbuciar que hoje em dia faz-se em três horas e picos…

Por isso, lá por Lisboa onde os portuenses ficam sempre ansiosos de voltar ao Porto, não entendem este sentimento de rejeição que se confunde, ainda, com a tradição liberal histórica no Porto contra o absolutismo personificado na capital e a centralização macrocéfala que embruteceu o País e de que o centro do antigo Império lusitano nem sequer foi poupado…

Pechisbeque do regime
Chegados a este ponto de confrontar posições históricas, a ideia fixa do Jamor perde mais valor por o alegado simbolismo do estádio de pedra, inspirado nas obras nazi-fascistas dos areópagos de Berlim e Roma dos anos 30, não ter servido para muitos mais que uns esparsos jogos de futebol mas que já nem serve à selecção portuguesa e muito menos é admissível em provas da UEFA.

Como é que filosoficamente se defende esta ideia fixa e parva numa federação que recebeu um Europeu, sem utilizar o chamado Estádio Nacional, e quer organizar um Mundial?

Mas não só a vertente desportiva, pela utilização escassa, penaliza o anfiteatro feito pechisbeque do regime. Nem tem sequer condições de higiene, além de mau para se ver futebol nas “curvas” e desprotegido do sol e da chuva. Se conforto quiseram instalar com cadeiras de plástico, há três anos só fizeram sarna para os adeptos se coçarem desesperados… E gastar dinheiro em torres de iluminação com ainda mais raros espectáculos nocturnos só digno de um País que se imagina rico e próspero sem outras necessidades além de dedicar um estádio só para um jogo de futebol.

Depois disto, provincianos são os que olham com este desdém para a saloiice capitalina.

Notei há dias a curiosidade de um tipo volumoso mas sem ideias (e seguramente sem perceber futebol sob qualquer ângulo), daqueles comentaristas-residentes da visão anquilosada do regime por sinal chamado Gobern, e que forçou a nota da tradição, de Jamor ser como Wembley e tal. Evocou até as sardinhadas, mas já lá vi e ouvi adeptos do Porto e Braga desdenharem dos couratos…

Este mesmo comentador, dias depois, já não entendeu a tradição que se pretende evocar em Alvalade quando se aponta Paulo Bento como Alex Ferguson do Sporting. Aí já não fazia sentido a tradição… como é óbvio.

Há quem ache, por isso, ser uma “batalha perdida” o presidente do FC Porto, e muitos adeptos, contestarem que a final se realize no Jamor. Não é mais que um alerta permanente, contra os ouvidos de mercador na capital onde o próprio presidente federativo, Madaíl, concordou que desde 2004 e novos estádios por todo o País, haveria condições para nem sempre se jogar no Jamor, se os finalistas concordassem.

Parece que o P. Ferreira vai sentir a realização máxima da sua história desportiva, não por jogar a final da Taça, mas por ir ao Jamor. Inviabilizando outra alternativa que serviria mais perto os seus adeptos e dispensaria a equipa de Paulo Sérgio de um mini-estágio perto da capital – mas na capital do Móvel há pau para toda a colher e dinheiro abunda além da escapatória da A42 que desde 2006 se lhe abriu para chegar ao Porto em 15 minutos em vez dos três quartos de hora que antes demoravam a fazer meros 20 kms.

Recuso pensar que seja a final da Taça no Jamor o pretexto para saudar a solidez das finanças dos adeptos aos quais não deve causar mossa uma aparição milagrosa na capital, mas enjoa e tem custos não despiciendos para 14 visitas em 25 anos por portistas, enquanto cresce no seu meio muitos opositores a estas deslocações e advogam o boicote generalizado para ver se, mais do que a “batalha perdida” da fixação pelo palco da final, se ganha uma guerra contra o lusitano absurdo idiosincrático e o anacronismo no século XXI – com eles os ingleses podem bem e por isso são uma Monarquia de respeito mas uma democracia parlamentar tão pejada de críticas e despesismo saloio.

Wembley tanto enche com um Manchester-Liverpool, já encheu com o dérbi de Sheffield entre o United e o Wednesday bem como com finais entre clubes de 3ª Divisão como Burnley e Bolton a lembrar os anos 20 ou 30. Mas lá jogam-se várias finais, até semifinais (campo neutro) mesmo entre equipas londrinas, Burnley acabou de subir à Premiership com 80 mil nas bancadas para o Play-off com o Sh. United.

Mas Espanha (onde o franquismo nunca reteve a taça em Madrid), Itália, Holanda, Polónia não têm palcos fixos para as finais de taça, além de vários pequenos países (Rep. Checa, Eslováquia, Eslovénia) que poderiam usar os exíguos confins territoriais para fixarem um local.

Infelizmente, a exemplo das sardinhadas mas sem contar as pauladas e pedradas em jogos com adeptos de Benfica e Sporting (estes, em 1994, até na tribuna de honra mimaram João Pinto a erguer a taça), Portugal tem um futebol que ideologicamente não se desprende da capital e pensa venerar os adeptos do garrafão e lanche no arvoredo próprio de outras romarias e salamaleques de antigamente.

FC Porto arrasta o País: 13 adversários distintos
Como adversários, o FC Porto já teve na final da Taça mais clubes diversificados que qualquer outro finalista: o Paços é só mais um a juntar a Sporting, Setúbal, Benfica, Leiria, Marítimo, Braga, Boavista, Beira-Mar, Guimarães, Rio Ave, Leixões (este nas Antas) e Torreense, por ordem cronológica decrescente e só estes dois últimos fora do período recente de 25 anos (desde 1983-84, com os vila-condenses) em que o Porto se habituou a descer ao Jamor. São 13 opositores diversos, contra 11 do Sporting e 9 do Benfica.

É o FC Porto que faz a chamada festa do futebol para a qual se apura, arrasta o País consigo mas não é convidado (amiúde nem desejado…) e tem de aceitar que lhe ditem o palco da final.

Mas a gente só lá vai para pegar a taça e vir embora. Que seja a 14ª vez, mas a equipa demonstre mais frescura física e dê passos seguros que não se viram a fechar o campeonato.

19 comentários:

  1. Muito bem!

    Excelente texto, tal como nos tem habituado o caro Zé Luís!

    Neste, particularmente, encontra-se tudo que passa pela cabeça de alguém lúcido mas que não se encontra em nenhum lado escrito. Este texto merecia (tal como outros do mesmo autor)ser divulgado em veículos mais generalistas e com mais leitores.

    Não falta expor nada:

    Está lá a arrogância de quem usa e abusa do poder em proveito próprio e como ataque ao alvo a abater;

    O pretexto absurdo da tradição atirado contra o que julgam ser um saloio provicionalismo que decidiram aniquilar;

    O desprezo pelos sacríficios de quem tem de se deslocar de longe tapado pelo egoísmo próprio de quem acha que o país são eles;

    A oportunidade de usar o capricho para criar obstáculos ao único a quem custa ir lá pela frequência das deslocações aliada à distância;

    O ignorar das péssimas condições (pela primeira vez vi dito o problema da comichão que as bancadas causam, quando só se lembram do clima para justificar a ausência de cobertura - já estive lá várias vezes, sei a que te referes);

    A tentativa de fazer de nós burros ao comparar-se com Wembley;

    E finalmente, a referência a Gobern que tanto nojo mete quando escreve como escreveu, por exemplo, ontem no Record.

    Por tudo isto, só tenho de dar os parabéns pela excelência do texto.

    ResponderEliminar
  2. Dei opinião sobre isto no reflexão portista, e deixo-a aqui.

    Na minha Opinião a Final da taça tal como os jogos da selecção nacional devia ser disputada em estádios por todo o País de maneira a levar o Futebol a todos os Portugueses.
    Há dias no trio de ataque o Rui oliveira e costa gabou-se que já tinha ido a mais de 20 finais da taça e que adorava ir ás finais, queria ver se a final fosse a 300 ou 400 km da sua residência iria ver esse numero de jogos.

    Já o Rui moreira disse que se houvesse um estadio nacional em Portugal com boas condiçoes como o de wembley e em que joga sempre a selecção inglesa e são as finais da taça, concordaria que em Portugal se fize-se o mesmo, pelas razoes que disse acima acho que seria uma aberração, e dou um exemplo sou do distrito de coimbra e o ano passado fui ver um jogo dos sub 21 á tocha um pequeno concelho do distrito, e mais de metade das pessoas que lá estavam nunca tinham visto a selecção jogar ao vivo e se ela não fosse ali jogar se calhar nunca a teriam visto jogar, e como acredito que não devem haver Portugueses de primeira e de segunda, é que defendo que tanto taça de Portugal como selecções devem jogar por todo o País e ilhas.


    "tanto quanto custa fazer 660 kms de gasolina e portagens, e as inerentes refeições para o dia e as cervejas para festejar ou afogar as mágoas"

    E já agora, o FCP cresceu muito e nem todos os adeptos tem que percorrer 660km para ir ver o jogo a oeiras.

    ResponderEliminar
  3. O Zé Luis tem absoluta razão na apreciação que faz, quanto a esta idiota obrigatoriedade de se jogar a final da Taça no Jamor!
    Dizia o Rui Oliveira e Costa esta terça-feira -noite estratégica, em terreno escolhido, Figueira da Foz- que esta é uma guerra que "eles" não querem perder...OK, deixem-nos continuar empenhados em manter esta guerra absurda, vão ser eles a deixar cair a luta de um momento para o outro, é simples teimosia, podem crer, é tudo uma questão de tempo...Aquele palco não tem condições para sobreviver em termos competitivos, se não fôr lá investido muito dinheiro...A Federação Portuguesa de Futebol não tem inheiro para tal, o Devoto da Nª Sra de Caravaggio, deixou-a nas lonas...Aguardemos novos episódios desta telenovela...O mais importante agora é não descurar o essencial, a conveniente preparação para o jogo de Domingo!...Hoje lá estiveram todos -treinador do Paços incluído, no remate final- muito concertados a elaborar a táctica mais adequada para poder derrotar o Porto...Realmente e ainda bem, estamos mesmo completamente isolados...Cada vitória que consigamos lá, é uma pancada directa no estômago destes ditadores de trazer por casa...Meus caros, Domingo, o Paços de Ferreira tem que ser encarado por nós, como se fosse qualquer um dos outros dois Clubes da Capital...Estes gostam de lá ir para poder ver ao vivo o Rio Tejo, pois muito bem que o vejam, mas nós vamos lá apenas para arrancar mais um título!...Sem facilitar um milímetro!

    ResponderEliminar
  4. Zé Luís, mais uma vez assino por baixo.

    Há exactamente 24 anos (29/5/1985) 39 pessoas morreram no Heysel Stadium em plena final da liga dos campeões. O estádio tinha 55 anos e a sua segurança (ou falta dela) tinha sido alvo de criticas em jogos anteriores. Era o estádio nacional da Bélgica. Apesar desse estatuto a sua manutenção era deficiente.
    http://www.youtube.com/view_play_list?p=325CE6782021772D

    ResponderEliminar
  5. Meireles,

    Muito bem lembrado! Também assisti a essa conversa do Rui Oliveira e Costa: a final da taça é uma guerra que ele - ROC - faz questão de manter contra PC.

    Se calhar é mesmo essa a questão: uma batalha que os opositores de PC pensam que podem vencer eternamente. Esquecem-se é que isto não é um jogo. É brincar com a segurança e bem-estar das pessoas. Sem querer ROC deixou cair a máscara desta gente baixa.

    ResponderEliminar
  6. E caro João, o Oliveira e Costa deu-se à palermice de confidenciar perante as câmaras, que mora ali a apenas cinco minutos...Deve morar em Linda-a-Velha -que saudades-, Cruz Quebrada, Caxias ou Paço de Arcos!...

    ResponderEliminar
  7. brilhante, como sempre. coloquei um link para a crónica no meu blog porque não há nada que possa acrescentar.
    Jorge (Porta19)

    ResponderEliminar
  8. benfas, antro de marginais

    http://oantilampiao.blogspot.com/

    ResponderEliminar
  9. Zé Luís sempre pertinente nos seus textos. Não sendo natural do Porto tenho que reconhecer que uma das forças maiores do Norte e do Porto em particular tem sido essa capacidade de "recusar" e lutar contra as ideias centralistas ou esses tiques como diz o zé luís, de um passado que queremos enterrar de vez pelos efeitos nefastos que criaram ao país. A questão da (recusa) Taça no Jamor já tem teias de areia, com o FCP e PC desde sempre contra, mas repare Zé Luís que os argumentos à cerca de trinta anos atrás eram outros que não as condições do próprio estádio. lembro-me de Pinto da Costa se bater para a descentralização e não punha em causa as condições do estádio, até porque por essa altura tínhamos quase todos os estádios com condições idênticas ao Jamor. Hoje está à vista de todos que temos estádios de grande qualidade um pouco por todo o país e que o Jamor parou no tempo. Aceito perfeitamente as opiniões expostas aqui, mas que o Jamor é um lugar fantástico lá isso é. E que falar em final da Taça lembra logo jamor, também é bem verdade. Talvez quando deixar de ser no Jamor não tenha aquele sentimento especial. Mas agora que voltamos ali, toca a ganhar e eu não acredito em facilidades, o Paços vai dar muita luta.

    ResponderEliminar
  10. Quando se assume que o estádio não tem condições mas que é lá que se deve jogar !!!
    Quando se diz que também deve ser lá só porque é uma guerra que Pinto da Costa não vai ganhar !!!
    Rui Oliveira e Costa dixit...
    Está tudo dito...

    ResponderEliminar
  11. "- Tou? Armindo?
    Como é? Quer ir no domingo?
    - Não vou e não quero! Temos que mostrar que aquela merda não tem condições! É esta a minha forma de protesto!
    Mas obrigado na mesma pelo convite!"

    Foi assim que ainda hoje respondi a um convite de amigos!!!

    ResponderEliminar
  12. Armindo, isso não é uma forma de protesto porque se o armindo não for alguém irá no seu lugar.

    Para mim a solução é muito simples. Temos 10 estádios do euro. Para os próximos 10 anos nomeava-se os estádios, um diferente cada ano, tal como se faz com a selecçao actualmente.

    ResponderEliminar
  13. A questão da segurança é pertinente mas também, convenhamos, que um FCPorto - Paços de Ferreira não é propriamente um jogo de alto risco por ser tudo gente boa. Gente do norte, carago! Por sorte! Porque se um dia o benfas conseguir chegar a uma final da taça de Portugal com mais um campeonato perdido para o Porto e se essa final for com o Porto, gostava de ver se o Madail e a restante corja que se diverte a ver o Pinto da Costa a "perder" estas guerritas de merda, ia ter tomates para manter o jogo ali!
    Ia ser divertido ver, pela televisão claro, um duelo NN vs SD naquele buraco.
    É que um dia vai dar bronca e pode morrer gente.

    ResponderEliminar
  14. Miguel, em 2004 vi muita tensão por ali no Porto-Benfica, grupos de benfas em modo de espera para criar zaragatas mesmo à entrada da "Maratona", ameaçadores e com a Polícia à vista.

    No final, como ganharam à custa do Lucílio Vigarista, a coisa aliviou um pouco, mas quando eu passava na portagem rumo ao Porto já havia camionetas paradas com vidros partidos...

    ResponderEliminar
  15. A ESPN Classic tem estado a dar as finais da FA Cup dos anos 80, uma atrás da outra. Já deu ontem, esteve a dar toda a manhã. Wembley era um ambiente fantástico e não perdia uma final, lembro-me de todas na tv mas nem deu todos os anos e agora estive a ver a que não deu em 84 (Watford-Everton) com o Elton John a chorar comovido pelo ambiente, ele era presidente do Watford.

    Naquele tempo, a RTP começava a transmissão 20 minutos antes do jogo para se ver todo o cerimonial e os hinos, o da Rainha e o da Taça porque a FA Cup tem um hino próprio que todos conhecem e cantam mesmo que só lá apareçam uma vez na vida como o Watford e, depois, em 87 o Coventry numa das mais excitantes finais de sempre em que impôs ao Tottenham a primeira derrota numa final.

    Confundir Wembley com o Jamor é misturar xixi com água de colónia.

    E mais tarde tive a suprema felicidade de assistir ao vivo à final de 1995 que o Everton ganhou ao M. United, tenho uma bandeira do Everton dessa final e as rosetas dos dois finalistas em Wembley.

    ResponderEliminar
  16. Hoje joga-se a Taça da Alemanha, entre o Werder Bremen e o Bayer Leverkusen. Não sei porquê, mas vai jogar-se em Munique, depois de finais em Berlim desde meados dos anos 80.

    Berlim até ficaria mais perto para os dois finalistas, que são do Norte, em vez de Munique. Não sei a razão da mudança, mas mudaram.

    E a final só se jogou em Berlim a partir de 1990 ou 91 porque a Alemanha unificada pela queda do muro queria dar uma ideia de nacionalidade e levou a final para lá, creio que até uns dois ou três anos antes da queda do muro para não fazer esquecer Berlim-Oeste que então tinha o seu Hertha nas ruas da amargura e o Olímpico era um espaço sem chama nem futebol de primeira por muitos e muitos anos.

    ResponderEliminar
  17. Só Não custa muito aos adeptos do paços porque a camara decidiu começar a campaha eleitoral mais cedo e ofereceu os autocarros para quem quisesse...

    ResponderEliminar
  18. Ofereceu?...Quer dizer só o Porto é que não pode beneficiar da tal cumplicidade e promiscuidade FutebolísticoPolíticaPorreirísticoNacional...É giro não é?...Mas, será que, talvez seja por isso que ganhamos!?...

    ResponderEliminar
  19. E para memória de um breve, breve-futuro, quero desejar a todos os que se deslocarem amanhã ao Jamor, uma excelente viagem, para todos sem excepção, bem, sem excepção talvez "niet", menos para "os infiltrados do Benfica"...Tassssssss....Boa viagem e um belo dia e uma ainda melhor vitória, bem comida e regada com um Maduro leve, leve mas profundo...

    ResponderEliminar