Jardel reluziu sem o ouro de Gomes
Num campeonato com 34 jornadas, Oliveira levou o FC Porto a 15 vitórias fora em 17 possíveis, 11 delas consecutivas desde a primeira saída a Leiria. Esta série tornou-se impressionante por cavalgar, ainda, em 15 jornadas a vencer de enfiada, esta com a curiosidade de iniciar-se em Alvalade, na estreia de Hilário à baliza para um golo solitário de Edmilson de cabeça a cruzamento da direita, depois de um empate a zero nas Antas com o Estrela da Amadora que na 2ª volta terminaria com a saga vitoriosa do FC Porto em viagem alucinante pelo País longe de imaginar vir a assistir a um tetra, um penta, outro tetra agora conseguido e um total de mais oito títulos nacionais dos dragões de então para cá.
Mário Jardel apresentou-se em cheio e terminaria em fanfarra. Foi o goleador de serviço também para a estreia de Oliveira como treinador portista, após o mandato na Selecção e o Euro-96. Memorável aproveitamento de um puto brasileiro do Nordeste que o Benfica desprezou, ainda que o novo treinador do FC Porto não o tenha aproveitado na Supertaça com os encarnados, antes de começar o campeonato, que um golo de Domingos resolveu.
Não chegou para ser Bota de Ouro europeu, como Gomes em 84-85, mas Jardel mostrou-se uma máquina de marcar golos logo desde a partida e também na estreia europeia em S. Siro com o Milan (2 golos também no histórico 2-3). Para começar, salvou o dia na estreia oficial (com o V. Setúbal) onde se notava a ausência de V. Baía na baliza (Wozniak não convenceu desde logo) e o avançado de 23 anos entrou na 2ª parte com 0-2. Marcou de cabeça aos 84’ a cruzamento in extremis de Rui Barros, já na linha de fundo e no limite das forças, e deu a assistência, também de cabeça, para isolar Domingos que empatou no último minuto (2-2). Marcaria 30 na Liga, 13 dos quais nas 11 vitórias consecutivas fora de casa (com golos em 9 delas); poderia ter marcado em 8 partidas seguidas (fora e casa). A excepção deu-se numa visita ao Gil Vicente em Famalicão, numa 2ª feira, com o goleador chegado do Brasil aonde acorreu pelo funeral do pai. Jardel apontou 12 golos neste intróito, incluindo os jogos caseiros com Guimarães (2, no 3-1), Braga (2, no 5-0) e Leiria (1, no 2-0).
Uma época marcada pelo tri e o 5-0 na Luz na 2ª mão da Supertaça , com a série vitoriosa incluindo, além do êxito em Alvalade a lançar as 15 jornadas consecutivas a vencer, outro triunfo num campo rival, com aquele golo de Jardel a “matar” no peito, nas costas de Jorge Soares, para “fuzilar” Preud’homme que nem se mexeu, e Jorge Costa a empurrar para a baliza um lance confuso. Uma série, portanto, valorizada com vitórias no Sporting e no Benfica, além do Restelo e Bonfim, com o culminar em Guimarães a assinalar com 4-0 o título com mais dois golos de Jardel (e bis também de Zahovic, ex-vimaranense) com três jornadas por disputar.
Como é já normal, com o FC Porto a superar a concorrência, foi sempre mal digerida tamanha superioridade e, por isso, atreita a vicissitudes e invejas, invariavelmente acabando jogos com burburinho como aquele que propiciou, na Reboleira, a primeira não-vitória fora de casa, graças a um penálti no último minuto que ditou 2-2 e teve polícia em campo e Artur a “roubar” um chapéu de um agente da PSP… Quem viu sabe como foi, quem não viu imagina as apreciações da Imprensa do regime a esse caldo entornado…
Ao percurso também fantástico na Champions, só com um empate cedido com o Milan (1-1 nas Antas) no melhor percurso de sempre de uma equipa portuguesa, até hoje, na fase de grupos (cinco vitórias), a Primavera trouxe a factura do desgaste. Ao 0-4 de Old Trafford, três jogos sem ganhar em Portugal perturbaram a casa portista sem pôr em causa a liderança do campeonato. Ainda assim, nessas três semanas de loucura, o empate na Reboleira (22ª jornada, 2-2) foi só o mal menor dadas as derrotas caseiras com Salgueiros (pela primeira vez na história e quebrando o tal ciclo de 15 vitórias seguidas desde Alvalade) e Sporting (ambas 1-2). Mesmo assim, quando voltou a ganhar fora de casa (no Bessa), o FC Porto partiu para essa jornada de acerto de rumo com 7 pontos de avanço.
Além da Amadora, só em Braga o FC Porto não venceu (1-2), na penúltima jornada. Por curiosidade, os árbitros destas partidas foram dois conhecidos: António Rola e Lucílio Baptista, pois claro…
No total, 29-6 golos marcados e sofridos, Jardel marcando em nove delas um total de 13 golos, cabendo os outros 16 a Edmilson (6), Rui Barros (2), Artur, Wetl, Jorge Costa, Folha, Domingos, Drulovic e João M. Pinto (1 cada), dez jogadores no total mas quase todos avançados tal era o poder de fogo do dragão. Jardel fez quase metade dos golos nesta série e acabaria com 30 dos 80 golos da equipa que, por fim, deixou o Sporting a 13 pontos de distância e o Benfica a 27!...
UMA SÉRIE FORA DE SÉRIE EM 1996-1997
PS: Amanhã- 3º (e último) “11 DE LUXO” com Artur Jorge (1984-85)Num campeonato com 34 jornadas, Oliveira levou o FC Porto a 15 vitórias fora em 17 possíveis, 11 delas consecutivas desde a primeira saída a Leiria. Esta série tornou-se impressionante por cavalgar, ainda, em 15 jornadas a vencer de enfiada, esta com a curiosidade de iniciar-se em Alvalade, na estreia de Hilário à baliza para um golo solitário de Edmilson de cabeça a cruzamento da direita, depois de um empate a zero nas Antas com o Estrela da Amadora que na 2ª volta terminaria com a saga vitoriosa do FC Porto em viagem alucinante pelo País longe de imaginar vir a assistir a um tetra, um penta, outro tetra agora conseguido e um total de mais oito títulos nacionais dos dragões de então para cá.
Mário Jardel apresentou-se em cheio e terminaria em fanfarra. Foi o goleador de serviço também para a estreia de Oliveira como treinador portista, após o mandato na Selecção e o Euro-96. Memorável aproveitamento de um puto brasileiro do Nordeste que o Benfica desprezou, ainda que o novo treinador do FC Porto não o tenha aproveitado na Supertaça com os encarnados, antes de começar o campeonato, que um golo de Domingos resolveu.
Não chegou para ser Bota de Ouro europeu, como Gomes em 84-85, mas Jardel mostrou-se uma máquina de marcar golos logo desde a partida e também na estreia europeia em S. Siro com o Milan (2 golos também no histórico 2-3). Para começar, salvou o dia na estreia oficial (com o V. Setúbal) onde se notava a ausência de V. Baía na baliza (Wozniak não convenceu desde logo) e o avançado de 23 anos entrou na 2ª parte com 0-2. Marcou de cabeça aos 84’ a cruzamento in extremis de Rui Barros, já na linha de fundo e no limite das forças, e deu a assistência, também de cabeça, para isolar Domingos que empatou no último minuto (2-2). Marcaria 30 na Liga, 13 dos quais nas 11 vitórias consecutivas fora de casa (com golos em 9 delas); poderia ter marcado em 8 partidas seguidas (fora e casa). A excepção deu-se numa visita ao Gil Vicente em Famalicão, numa 2ª feira, com o goleador chegado do Brasil aonde acorreu pelo funeral do pai. Jardel apontou 12 golos neste intróito, incluindo os jogos caseiros com Guimarães (2, no 3-1), Braga (2, no 5-0) e Leiria (1, no 2-0).
Uma época marcada pelo tri e o 5-0 na Luz na 2ª mão da Supertaça , com a série vitoriosa incluindo, além do êxito em Alvalade a lançar as 15 jornadas consecutivas a vencer, outro triunfo num campo rival, com aquele golo de Jardel a “matar” no peito, nas costas de Jorge Soares, para “fuzilar” Preud’homme que nem se mexeu, e Jorge Costa a empurrar para a baliza um lance confuso. Uma série, portanto, valorizada com vitórias no Sporting e no Benfica, além do Restelo e Bonfim, com o culminar em Guimarães a assinalar com 4-0 o título com mais dois golos de Jardel (e bis também de Zahovic, ex-vimaranense) com três jornadas por disputar.
Como é já normal, com o FC Porto a superar a concorrência, foi sempre mal digerida tamanha superioridade e, por isso, atreita a vicissitudes e invejas, invariavelmente acabando jogos com burburinho como aquele que propiciou, na Reboleira, a primeira não-vitória fora de casa, graças a um penálti no último minuto que ditou 2-2 e teve polícia em campo e Artur a “roubar” um chapéu de um agente da PSP… Quem viu sabe como foi, quem não viu imagina as apreciações da Imprensa do regime a esse caldo entornado…
Ao percurso também fantástico na Champions, só com um empate cedido com o Milan (1-1 nas Antas) no melhor percurso de sempre de uma equipa portuguesa, até hoje, na fase de grupos (cinco vitórias), a Primavera trouxe a factura do desgaste. Ao 0-4 de Old Trafford, três jogos sem ganhar em Portugal perturbaram a casa portista sem pôr em causa a liderança do campeonato. Ainda assim, nessas três semanas de loucura, o empate na Reboleira (22ª jornada, 2-2) foi só o mal menor dadas as derrotas caseiras com Salgueiros (pela primeira vez na história e quebrando o tal ciclo de 15 vitórias seguidas desde Alvalade) e Sporting (ambas 1-2). Mesmo assim, quando voltou a ganhar fora de casa (no Bessa), o FC Porto partiu para essa jornada de acerto de rumo com 7 pontos de avanço.
Além da Amadora, só em Braga o FC Porto não venceu (1-2), na penúltima jornada. Por curiosidade, os árbitros destas partidas foram dois conhecidos: António Rola e Lucílio Baptista, pois claro…
No total, 29-6 golos marcados e sofridos, Jardel marcando em nove delas um total de 13 golos, cabendo os outros 16 a Edmilson (6), Rui Barros (2), Artur, Wetl, Jorge Costa, Folha, Domingos, Drulovic e João M. Pinto (1 cada), dez jogadores no total mas quase todos avançados tal era o poder de fogo do dragão. Jardel fez quase metade dos golos nesta série e acabaria com 30 dos 80 golos da equipa que, por fim, deixou o Sporting a 13 pontos de distância e o Benfica a 27!...
UMA SÉRIE FORA DE SÉRIE EM 1996-1997
2ª j., U. Leiria-Porto (0-3) – Jardel 69, Artur 73, Edmilson 77gpOutras partidas fora
4ª j., Salgueiros-Porto (0-1) – Jardel 62 (na Maia)
6ª j., Sporting-Porto (0-1) – Edmilson 26
8ª j., Espinho-Porto (0-5) – Edmilson 2, Rui Barros 22, Jardel 28 e 83, Wetl 69 (Maia)
10ª j., Rio Ave-Porto (0-1) – Jardel 82
12ª j., Leça-Porto (2-4) – Jardel 8, Edmilson 24 e 56gp, Rui Barros 70 (na Maia)
13ª j., Belenenses-Porto (0-2) – Jardel 21 e 23
15ª j., Benfica-Porto (1-2) – Jardel 24, Jorge Costa 57
17ª j., Gil Vicente-Porto (0-3) – Edmilson 34, Folha 68, Domingos 85 (em Famalicão)
18ª j., Setúbal-Porto (1-3) – Drulovic 15, Edmilson 47, Jardel 48
20ª j., Chaves-Porto (2-4) – J. Manuel Pinto 20, Jardel 34, 76 e 79
22ª j., E. Amadora-Porto (2-2) – Artur 69, Jardel 77
24ª j., Boavista-Porto (0-2) – Fernando Mendes 25 e 31
26ª j., Farense-Porto (1-2) – Artur 77 e 81
28ª j., Marítimo-Porto (0-2) – Zahovic 67, Artur 71
31ª j., Guimarães-Porto (0-4) – Zahovic 24 e 69, Jardel 61 e 65
33ª j., Braga-Porto (2-1) – Costa 4
Não menosprezando o trabalho do poeta Artur e o do professor, julgo que uma série de 11 vitórias com um grand slam em Lisboa (Alvalade, Belém e Luz) tem outro sabor
ResponderEliminarAtravessado nesse ano está a Liga dos campeões. No primeiro jogo em Old Trafford o Edmilson poderia ter feito o 0-1. O Oliveira atirou o Costa às feras nesse jogo.
Lembro-em bem ainda dos 2 golos do F. Mendes de livre no Bessa, acabando com as expectativas dos lagartos
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ResponderEliminaratenção que a serie de jesualdo pode ainda não ter terminado.
ResponderEliminarFilipe Vieira perde processo e €1 para António Tavares Teles
ResponderEliminarO Tribunal da Relação de Lisboa deu razão ao jornalista e colunista no processo por este movido em 2008 contra o presidente do Benfica, que numa deslocação ao Canadá apelidou vários jornalistas de "jagunços", "lixo" e "porcaria".
António Tavares Teles não sabe quando ou em que circunstâncias irá receber o euro de indemnização ganho no processo contra o presidente do Benfica, mas refere que não irá abdicar dele. A sua intenção é emoldurá-lo e colocá-lo na parede.
"Como se percebe, neste processo nunca me interessou o valor da indemnização mas, sim, que o presidente do Benfica fique a saber que ele não pode ofender as pessoas quando lhe apetece, nem que está acima da lei e dos tribunais", afirma Tavares Teles.
O jornalista sustenta estar muito satisfeito com a decisão da Relação, após o Tribunal Cível de Lisboa ter arquivado o seu processo contra Luís Filipe Vieira, bem como o do presidente do Benfica, entretanto interposto a António Tavares Teles, alegando abuso de liberdade de expressão. Neste processo, o Benfica pedia uma indemnização de €2.500, que seria doada a uma instituição de caridade.
O caso remonta a a Novembro de 2005, quando numa viagem ao Canadá o presidente do clube da Luz proferiu um discurso ofensivo para diversos jornalistas, que prometeu identificar na televisão. Entre outras afirmações, apelidou os jornalistas de "jagunços", "lixo" e "pessoas sem valores de família", declarações reproduzidas em diversos jornais desportivos nacionais.
Dois dias após estas afirmações, a 15 de Novembro de 2005, Luís Filipe Vieira, em entrevista à RTP Internacional, disse, entre ofensas, que António Tavares Teles era pago para dizer, recebendo como moeda de troca almoços, jantares e charutos.
Por se sentir ofendido na sua dignidade pessoal e profissional junto do público, o jornalista avançou com o processo de difamação, mas apesar da gravidade dos danos optou por não os valorizar em termos pecuniários, razão pela qual só solicitou a indemnização no valor simbólico de um euro. "Do qual não prescindo", insiste Tavares Teles.
in Expresso, online, hoje, por Isabel Paulo
Quem vai sofrer com isto, é -mais uma vez- o elefante do Zoológico de Sete Rios!...
ResponderEliminar"O presidente do FC Porto desafiou Cristiano Ronaldo a marcar pela Seleção os golos que tem feito pelo Manchester United, considerando que isso deixaria felizes "todos os portugueses". "Diz que gosta muito de marcar golos ao FC Porto, mas eu gostava muito era de o ver marcar pela Seleção. Infelizmente sofremos um golo a 35 metros numa baliza em que uns dias antes ele falhou o golo a 35 centímetros", lembrou."
ResponderEliminarOlha, na altura também me lembrei desta...
Vamos pensar positivo, há que preparar devidamente a final do Jamor...Nada de embandeirar em arco, temos que puxar pela memória?...Vamos entrar e pensar que o adversário é merecedor de todo o nosso respeito!
ResponderEliminarSe encaramos o jogo desta maneira ganharemos, senão...
esse jogo contra o Boavista, num Besso cheio onde os portões foram arrombados e eu entrei de borla para ver o Fernando Mendes marcar dois golos de livre são daqueles jogos que nunca se esquecem, a garra, a vontade de vencer e uma vitória importante.
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