11 setembro 2011

De volta ao Portugalório - e o Duarte Gomes do "penálti de cabeça" a marcar um penálti de barriga mas para Jesus todos os milagres são poucos





Atravesso a fronteira em Vilar Formoso. Cada situação similar, há muitos ou poucos anos, deixou-me sempre com a ideia de sentir dois países diferentes. Em Espanha noto sempre melhorias. Em Portugal está cada vez mais igual, em cada regresso a casa, o que significa atraso, não avançar. E querem saber porquê por ali? Porque há uma A66 nova, excelente e grátis de norte para sul do outro lado da fronteira e até Vilar Formoso faz-se 800kms em 6 horas com facilidade e sem ameaças de radares como ainda existe numa curva da A25 em Viseu-norte para a qual não serve a prevença do sinal de aviso de curva perigosa, tem de subsistir a caça à multa a quem pisar o risco dos 80km/h...


Ainda por lá ouvi que o combustível do lado de cá ia subir 3 ou 4 cts., enquanto
para lá atestei em Salamanca com o gasóleo a 1,236 e
1,293 em Málaga. Quinze dias depois, lá continua 1,293, atestei em Cáceres a 1,281 e a Galp
logo do lado de Espanha tem a 1,266, a BP a seguir um poucochinho mais caro e do lado de cá apanho logo 1,481, mais ou menos confirmado no Porto. Pode ter sido da subida do crude no mercado internacional, como ouvi lá do que sucedia cá. Mas lá no pasa nada.

Sintonizada a rádio lusa, um flash de um congresso albanês, em Braga onde há meses o vigarista-mor foi entronizado com 95% de votos e, agora, presente sempre ausente nas inocente, ouço clamar que alguém quis atribuir, sabe-se lá porquê, o estado a que isto por cá chegou, ao PS, onde os mesmos votam agora a 75% noutro chico-esperto, rodeado dos governantes do último ciclo a dizerem que, ao contrário do que se diz por aí sabe-se lá porquê, o estado a que isto chegou não é o que andam a dizer e nos anda a tramar a todos. Mais tarde, o sempiterno deputado poeta, já bem dentro do séc. XXI, ainda fala em "centro-direita", "mais à esquerda" e "neoliberalismo". E o novo dirigente-mor da coisa que, em 13 dos últimos 15 anos, afundou esta coisa ainda chamada Portugal e cada vez mais Portugalório, foi capaz de apear um entrevistado do mesmo partido em directo, como quem não quer a coisa e o periodismo que liga 24h diárias por um fim-de-semana completo a esta treta do século passado quando o "Partido" mandava na vida das pessoas, alegrou-se por um momento-Chavez que Sócrates não desdenharia...


Lá ouço coisas da bola e vejos umas imagens ao fim da noite. O Sporting continua a queixar-se, agora é Domingos a lembrar-se se algum dia jogou contra um tal Paulo Baptista que julgou intencional um passe de Rodriguez para Rui Patrício. Domingos já tem a demagogia que é marca da casa. Ele nunca conseguiria fazer um passe daqueles, como se fosse difícil, com ou sem o peito do pé. Um intrépido repórter, ouço na A1, pergunta a Domingos o que achou do lance do 1-0, mas não perguntou se o defesa pacense que cortou a bola fez algo para falta e, pior, para amarelo que o levou à expulsão por reincidência. O Sporting perdia 2-0 e, embora uma expulsão não possa justificar a reviravolta, lá contribuiu para a vitória imprevista do Sporting que não precisou das capas dos pasquins de hoje para "roubos de arbitragem".



No outro jogo, de que só vi imagens muito tarde, três penáltis em escasso tempo. Todos bem marcados pelo árbitro, se considerarmos que o segundo leva a bola à barriga de um defesa vitoriano, mas como no penálti da Roubalheira, Reboleira, já vimos um penálti de cabeça marcado pelo mesmo Duarte Gomes, nada de anormal. Poderá ser que, de vez, os benfiquistas deixem de lembrar o golo anulado nas Antas a Kandaurov, por dominar a bola com a barriga antes de marcar com o árbitro a ver uma mão inexistente e anulando um golo limpo que a memória vermelha escusa de repetir porque é verdade e nos lembramos todos disso, mas talvez mais este penálti sem falta possa igualar esse golo não contado a Kandaurov.

Ah, eu sei, até porque ninguém o comentou, e a Imprensa é igualmente relapsa, que não se lembravam daquele penálti da Taça da Liga no último minuto na Amadora e que deu o 1-1 por esse portento chamado Adu. Decerto também não se lembram que, uma vez, para a Taça de Portugal, o Bruno Caixão Paixão teve de marcar 3 penáltis para a Oliveirense ser eliminada na Luz... Pois... só falta virem aí os benfientos evocar um jogo de 3 penáltis pó Porto, seguramente todos mal marcados...
Mas Jesus, que tudo sabe e vê, especialmente em penáltis, diz que sim, senhores, foi tudo certo, haja quem conteste que será excomungado. Aquele penálti flagrantíssimo da 1ª jornada em Guimarães a favor do FC Porto é que para Jesus não existiu. Ainda bem para ele que as faltas de N'Diaye existiram e valeram dois penáltis, porque as faltas dele em jogos com o FC Porto costumam passar despercebidas, depois de uma vez ter sido (bem) expulso num jogo do Dragão.




Mas o mestre das tácticas, que diz que os penáltis são para se marcar existam os que existirem, embora se for a favor do FC Porto possa não ser bem assim, até fala ainda em prejuízo, porque a sua secretaria de apoio, precisando até o minuto 26º do jogo, reparou numa mão de Alex, meramente casual e que foi de bola na mão num cruzamento da esquerda, e pediu um 4º penálti, que milagres até para Jesus podem ser poucos.


O eterno retorno a esta coisa dá-me sempre vontade de, como o outro, gritar que quero voltar para a ilha. Seja lá onde for, mas pelo menos longe deste manicómio.



6 comentários:

  1. Pois eu, pelo contrário, tenho é saudades de voltar a portugal... como não vou de férias, vou trabalhar, a porca torce o rabo... não é que aqui seja bom, mas por muito mau que seja, acredite que tem muitas coisas boas.
    Dou-lhe apenas um exemplo:
    O FCP !
    Procure lá em Espanha ou onde for um clube igual, com sócios iguais... - não encontra!

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  2. Assim de memória, podia lembrar-me do Barça.

    Mas essa do FCP está bem lembrado. Mas talvez não pelos sócios, porque há aqui cada cromo também no FCP que até custa zurzir nos dos outros clubes...

    Quanto ao resto, é uma questão de resistência. Ou estômago para certas coisas.


    Mas que tenha bom ânimo para resistir onde quer que esteja, ânimo é o que faz sempre tanta falta como o dinheiro...
    Na Europa Ocidental, de incomparável mérito civilizacional, raro é o país onde não me tenha sentido bem. E sem saudades.

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  3. Depois, em futebol, temos do melhor, com excelentes cronistas e jornalistas agressivos, mesmo que os jornais estejam devida e publicamente alinhados de forma que todos sabem com o que contam.

    Aliás, quanto a futebol na tv e resumos de jogos, nada como saber que a TVE tem basicamente o mesmo tipo de "Domingo Desportivo" desde que me lembre ainda da tv a preto e branco e é difícil apontar-lhe uma falha. Nem squer a respeito de dúvidas sobre penáltis e tal. Nada, comentam friamente e prontos.

    Só que não conhece pode duvidar. E quem não conhece não consegue entender a mediocridade do que se passa em Portual e que é de fugir.

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  4. Boas

    a cabeçada no proença já está a dar resultados. O moranguito pode passear calmamene no colombo e não passa nada.

    Vamos a eles.

    Somos Porto

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  5. Concordo consigo em relação à mediocridade que grassa em portugal; mas infelizmente, ela acaba por se estender a muitos outros lugares... essa história de vender mais, leva muita gente a escorregar na qualidade!...
    Quanto ao Barcelona... por muito que me achem idiota, please!, tem jogos que não têm gracinha nenhuma! - Que me interessa uns gajos que trocam magnificamente a bola se eu quero é ver um jogo? ??? jogo para mim é cá e lá... é dar e levar... não é roubar a bola e ficar a jogar sozinho...
    Mas, isto sou só eu que digo.
    E, acrescento: entendo tanto de futebol como de música, ou seja nada. Mas gosto muito de música e muito de um bom jogo de futebol....

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  6. "essa história de vender mais, leva muita gente a escorregar na qualidade!..."

    Como tenho repetido, não é verdade que vendam mais (jornais). O fim não tem nada a ver com o meio (de o atingir).

    É uma falácia. Mentira.

    Quanto ao Barça, gostos não se discutem e da~i não vem mal ao mundo.

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