02 março 2013

O irreal Barça e arbitragens surreais

Será campeão de Espanha, pela enorme vantagem pontual, mas o melhor futebol do mundo e da História do jogo continua a cair no ridículo de tão mal jogado agora, sem valentia nos choques defensivos e sem coragem de envolver mais gente no ataque transformado no aspecto minimalista do que foi a equipa mais concretizadora de sempre e que deu um rol de conquistas inolvidável.
 
Com jogadores em forma e concentração horríveis, como Pedro e Thiago, um ridículo Dani Ales e um Piqué sempre a apanhar balões, o Barça peca pela falta de reacção, perdendo a primeira, segunda e mesmo a terceira bolas desde que os adversários se acerquem ao portador da bola. A forma como tantas bolas foram perdidas no meio-campo e na defesa, sem nunca criar superioridade numérica ofensiva diz bem da extinção da chama do futebol mais encantador que as televisões levaram a todo o mundo. Sofrer três golos de bola parada e mais ainda de cabeça no eixo da defesa explica como há quase 20 jogos o Barça sofre golos. De resto, sofrendo, acaba por ser penoso ver a falta de reacção ao marcador desfavorável.
 
Contudo, esta inacreditável queda de produção, perda de personalidade e ausência de alma, jogando para nada e perdendo da forma mais patética nas derrotas acumuladas com o Real Madrid esta época, de quem dista 13 inultrapassáveis pontos, só tem paralelo em actuações arbitrais de fazer levantar igualmente os cabelos.
 
O penálti, que poderia ter dado o 1-1, negado a Pedro por carga de Xabi Alonso na 3ª feira para a Taça, e o penálti esta tarde cometido por Ramos sobre Adriano são de naturza paranormal que só quem viu também pode acreditar ter existido e não ter sido marcado de tão claras as faltas foram.
 
O Barça deslumbrante acabou esta semana, será eliminado da Champions e terá uma última Liga espanhola para fazer jus à sua aura enquanto os jogadores não jogarem à frente da bola e um treinador não aparecer a repor a ordem das coisas numa equipa à deriva e farta de chocar contra o iceberg de Madrid que já reganhou a posição, antes perdida, de superioridade psicológica sobre o rival.
 
Não será o fim de um ciclo vitorioso, mas é certamente o fim da era do melhor futebol... que já era.
 
Destas arbitragens em Espanha iremos, contudo, continuar a ver de forma despudorada, como sempre à imagem do regime. Destas das quais Mourinho nunca se queixará.