21 novembro 2007

Jesualdo

Salvo raras excepções, os treinadores do FCP são sempre alvo de críticas ferozes por parte da massa associativa – o que também estará ligado ao elevadíssimo nível de exigência dos adeptos do FCP.

Entre as raras excepções, de que me posso recordar, podem contar-se Pedroto (que transformou, definitivamente, o FCP num clube de dimensão europeia), Bobby Robson (recentemente reformado, com 74 anos!) e José Mourinho. Não obstante, José Mourinho foi alvo de críticas generalizadas, por alegadamente ser um treinador defensivo, que recuava a equipa após o 1-0. As críticas só desapareceram após a vitória na Taça UEFA o que, aliado à “dobradinha” dessa época, permitiu a construção do mito, fortemente ampliado após a Champions.

Há, ainda um outro treinador
que não juntei à lista, por ter tido três fases distintas – Artur Jorge. Começou por ter dificuldades em impor-se junto dos adeptos. Depois da vitória na Taça dos Campeões, tornou-se num dos treinadores mais queridos. No entanto, não se livrou de fortes críticas durante a sua segunda passagem – e a sua saída foi pouco lamentada.

Há ainda alguns treinadores que são duramente contestados quando estão no FCP, mas que deixam boas recordações junto dos adeptos. Estou a
falar, sobretudo, de Carlos Alberto Silva –acusado de ser defensivo, e de fazer escolhas medíocres de novos jogadores. Entre os grandes vencedores, houve mesmo um que nunca conquistou, verdadeiramente, os adeptos. Foi Tomislav Ivic, vencedor da Taça Intercontinental, da Supertaça Europeia e da “dobradinha” numa das melhores épocas de sempre do clube (em que terminamos o campeonato com 15 pontos de diferença, quando as vitórias valiam 2 pontos!), mas que foi despedido por ter sido eliminado da Taça dos Campeões Europeus pelo... Real Madrid (de uma das melhores equipas de sempre do Real, diga-se).

No outro extremo, todos nos lembramos de um treinador que, tendo chegado ao clube após uma das suas piores épocas dos últimos tempos, e tendo ganho uma “dobradinha”, foi mesmo alvo de uma agressão por parte de elementos de uma claque, que poderia ter tido graves consequências.

Dito isto, não surpreende que Jesualdo seja alvo de constantes críticas por parte dos adeptos. Esta é a tradição da casa, e só um título europeu o poderia deixar a salvo de contestações (por quanto tempo?).
O FCP lidera o campeonato à 10ª jornada (ou seja, decorrido 1/3 do campeonato), com 26 pontos (8 vitórias e dois empates). Tem a liderança mais folgada dos grandes campeonatos europeus. Na Champions, após 4 jornadas, lideramos o grupo. Não só estamos quase apurados para os 1/8, como temos fortes possibilidades de – apenas pela 2ª vez na história – vencer o nosso grupo – apesar de este integrar os actuais vice-campeões europeus (e vencedores em 2004-05).

Jesualdo entrou no FCP na época transacta, em circunstâncias conturbadas. Assumiu o comando da equipa após o 1º jogo oficial da temporada, com uma equipa que não tinha sido construída por ele, e rotinada para um esquema de jogo muito peculiar. Apesar disso, conseguiu renovar o título de campeão e apurar-se para os 1/8 da Champions, onde foi eliminado pelo poderoso Chelsea (mesmo assim, esteve em vantagem durante boa parte da eliminatória, e o FCP poderia ter passado se não fosse um lance infeliz do seu excelente guarda-redes). Este ano tem liderado o campeonato com autoridade – apresentando uma vantagem pontual que nem sequer expressa a sua superior qualidade –, apesar de ter cedido dois empates nos dois últimos jogos. O primeiro em casa, num jogo em que fomos manifestamente infelizes, e o segundo fora, num campo que tradicionalmente nos é difícil, mas que ocorreu sobretudo por desconcentração dos jogadores, e por dois erros individuais de palmatória.

Existem três qualidades importantes num treinador. Os conhecimentos teóricos e técnicos – ou seja, o seu domínio de todos os aspectos relacionados com a preparação de uma equipa, e a qualidade das decisões de contratação –, a capacidade de leitura dos jogos – ou seja, a capacidade de perceber as circunstâncias específicas de um jogo, e de fazer alterações tácticas
–, e a capacidade de motivar os jogadores. Poucos serão excelentes nestas três vertentes (sendo Mourinho o exemplo acabado e raro de um treinador que domina as três).

Jesualdo é mais forte
naquela que, para mim, é a qualidade mais importante – sobretudo quando se pretende construir um projecto sustentável. É um homem inteligente, com profundos conhecimentos do mundo de futebol, e uma boa base de dados de jogadores. É, também, um especialista em formação – tendo na época transacta levado ao título uma equipa extraordinariamente jovem.

A sua pior vertente será aquela que, para mim, é a menos importante – a capacidade de reacção no banco.
As alterações feitas durante um jogo tendem a ser sempre modestas (divirto-me com os comentadores que dizem que “o treinador mudou a estratégia ao intervalo”), não podendo actuar de forma dramática sobre a postura de uma equipa. Será muito mais importante o “trabalho de casa” do que a capacidade de improviso (não querendo dizer que não seja desejável juntar ambas as qualidades).

Finalmente, não tendo a capacidade de Mourinho de galvanização de um grupo de trabalho, Jesualdo é competente nessa matéria – e tem sabido resolver os problemas de balneário que lhe têm surgido.
Seria de esperar que Jesualdo fosse, nesta altura, um treinador querido pelos adeptos do FCP – alguém que eles desejariam ver por longos anos no clube, para dar profundidade às suas ideias. Por isso, vejo com estranheza a persistência e a violência das críticas que lhe são feitas – de forma moderada nas frequentes vitórias do clube, e de forma violenta quando este não ganha.

Tenho para mim que é desejável a estabilidade a nível de treinadores – o que será ainda mais importante no dia em que Pinto da Costa abandonar o clube. Jesualdo será o homem certo para garantir essa estabilidade.

20 comentários:

  1. Concordo com o Nuno, o maior defeito do Jesualdo Ferreira acaba por ser mesmo a capacidade de reacção no banco. Ou seja, a maior parte da suas substituições é quase sempre troca por troca, não se nota " o seu dedo", e já se viu que não é treinador de arriscar muito, mas sim, está sempre à procura do equilíbrio da equipa, mas mesmo assim o trabalho de Jesualdo tem sido,globalmente, positivo.

    Dos treinadores que falaste existe um que merece todo o destaque, Bobby Robson, nesse tempo o FCP começou a jogar para ganhar, deixando de jogar para não perder, como fazia no tempo do Carlos Alberto Silva ou do Ivic.

    Quanto à contestação dos adeptos essa irá sempre existir, é o tal nível de exigência dos adeptos que já se falou aqui muitas vezes.

    Por mim, enquanto eles forem treinadores do meu clube, mesmo que eu não goste deles, o treinador terá sempre o meu apoio e será sempre o melhor treinador do mundo.

    ResponderEliminar
  2. Penso que a escolha de Jesualdo o ano passado foi a mais acertada.
    Naquele momento era importante alguem conhecedor do futebol portugues e com capacidade e o Prof é um excelente conhecedor e um bom técnico.E este ano proseguiu com naturalidade.
    A meu ver o seu defeito é o de ser calculista e pouco afoito colocando a equipa a jogar em contenção e pouco ousado nas substituições. Mas concordo que está bem à frente da equipa.
    Críticas, todos tem pois toda a gente gosta de bom futebol e está "bem " habituada, a ter ópera muitas vezes, mas no futebol é necessário às vezes tocar o bombo.
    Dos treinadores referidos, Boby Robson foi sem duvida o que mais apreciei, futebol de qualidade, atacante, aliciante, o pessoal divertia-se.
    Os restantes, gostei muito da primeira passagem do Artur Jorge que depois passou a jogar para o 1-0, tal como o Ivic e o CAS e desse futebol não gosto.Daí as críticas que possa fazer.

    ResponderEliminar
  3. Na minha modesta opinião, o Jesualdo é o homem certo no lugar certo, para além de achar que transmite a estabilidade necessária ao "fechar" do plantel. Não nos podemos esquecer que devido ao Apito Dourado (em que o processo se centra essencialmente no Gondomar e não no FCP, como muitos querem fazer crer), Jesulado foi o treinador mais "desapoiado" por parte dos dirigentes, de quantos me recordo.
    Tenho ideia também que existe um bom dedo do Jesualdo nas contratações, assim como na inserção dos novos elementos no plantel.
    Recordo-me que no Braga contratou o Andrés Madrid, o Diego, e outros (o Rodriguez tb me parece que seja dedo dele).
    No FCP todos se devem de recordar do período de adaptação que o Fucile passou no início da época passada, assim como acho que as adaptações ao grupo de trabalho titular nesta época tem sido efectuado faseadamente.

    ResponderEliminar
  4. Como não sou dos críticos, para além de uma crítica pontual num jogo, nunca tive algo a opor a Jesualdo, bem pelo contrário: o seu conhecimento, capacidade, resultados (não os títulos propriamente ditos, mas o que se vê no campo em cada jogo) deixam-me satisfeito. Porque o êxito de uma equipa, numa época (não num jogo casual), deve-se aos jogadores, o que podem, de que são capazes, que limites têm e porventura se os ultrapassam. É difícil medir tal coisa, mas seguramente Jesualdo é uma mais-valia para o FC Porto e deve ser o 1º treinador português a conquistar um tri!
    Sobre os passados, detestei CAS, Robson deu uma volta a todo o futebol da equipa, de um jogo para outro, mas era um desastre em termos tácticos e pagou-se várias vezes nas eurotaças com eliminações e derrotas evitáveis. Artur Jorge, imaginado pelo grandioso Pedroto, foi espectacular, além de um cavalheiro como só tivemos Adriaanse.
    Já agora, um reparo sobre Ivic, a 1ª época foi muito bem sucedida, faltou ganhar a Taça dos Campeões e o FC Porto esteve perto de eliminar o Real Madrid: perdeu 2-1 (em Valência) onde marcou primeiro (Madjer) para sofrer a derrota no último minuto por um erro de Mlynarczyk a chutar mal a bola fora da área; nas Antas, Sousa marcou primeiro, Paco Llorente derreteu João Pinto e fez duas jogadas para golo feito. Ivic não foi afastado aí, ganhou a dobradinha e saiu para dar o lugar a Quinito. Ivic regressou em 1993, depois de CAS, e só durou a 1ª volta do campeonato, saindo mesmo com a vitória em Aveiro, mas tinha eliminado o Feyenoord para entrar nos grupos da Champions e perdeu em Milão que Capello pegou na mão para levar a anos gloriosos em San Siro. Foi em Janeiro de 1994 que Robson substituiu Ivic.
    Por fim, Nuno, hombre, estás de volta!

    ResponderEliminar
  5. retirado do blog biqueiradas legais.

    Carpideiras do Regime
    Andam espalhadas pelos cantos a chorar baba e ranho. Vão dizendo bem do regime, mas estão sempre prontas a saltar em sua defesa, se as criticas aumentarem de tom. São as carpideiras. Por causa dos assobios e do jogo decisivo da selecção ser no Porto, algumas das "choronas" levantaram o cu das soleiras da porta, e vieram dar lições de moral, sobre a importância do jogo e sobre o apoio que os "bons portugueses", são obrigados a dar à selecção. Não temam. O apoio vai ser inequívoco, como o prova a lotação esgotada do Dragão, pois ninguém vai lá para assobiar, pois não? A não ser que as carpideiras do regime, que só possuem boa memória para o que querem, não se recordem dos assobios que os jogadores do Norte recebiam quando jogavam em estádios da capital do reino. Paulinho Santos, Vítor Baía, Fernando Gomes, Rodolfo, lembram-se certamente. Para não falar em António Oliveira, que teve a ousadia de ser seleccionador nacional depois de ser campeão nacional pelo FC Porto, e que no início do estágio da selecção para o Mundial de 2002, foi insultado pelos verdadeiros portugueses. Para as carpideiras do regime os bons portugueses são os habitam para lá do rio Mondego.
    O público do Dragão vai dizer presente, vai apoiar, como o fez no Euro 2004, no jogo com a Grécia, apesar das provocações de um seleccionador que habitava numa "galáxia" colocada à distãncia de trezentos e picos quilómetros.
    Esperemos que os jogadores sejam dignos desse apoio, e façam o que não fizeram em Leiria.
    Joguem à bola.

    ResponderEliminar
  6. Eu nunca tive duvidas que Jesualdo Ferreira é o homem certo no lugar certo. Critico o prof. qd tenho de criticar. Como todos erra, como todos está sujeito à critica, mas creio que neste momento seria muito difícil arranjar melhor.

    Convém até que ele seja criticado, já que assim mantém os níveis de atenção sem se deixar levar por algumas vitórias.

    Os resultados têm provado que ele é capaz e por mim fica por muitos anos já que tb eu acho que a estabilidade é o mais importante para uma equipa continuar a ganhar, além de que o projecto da formação do FCPorto terá muito a ganhar com ele.

    Qt aos outros treinadores, Robson enchia-me as medidas. O futebol entusiasmava. Pode ter cometido erros, como os que fala o Zé Luís, nas provas europeias, mas para mim foi o melhor. Ok, Mourinho venceu, deu-nos alegrias que quase não imaginavamos ter, mas Robson fazia-me viver o futebol como eu gosto dele. Depois dele só Adriaanse me fez sentir assim, mas compreendo perfeitamente que as pessoas não aceitassem tantos riscos corridos e o chamassem de louco. Embora eu pense que com tempo e assimilação das suas ideias, o equilíbrio da equipa acabasse por fazer com que os riscos fossem riscos calculados e controlados.

    Ivic é o treinador vencedor no FCPorto que mais vejo pela negativa, precisamente por ser o oposto do que eu gosto no futebol. O Jesualdo à beira dele é um treinador muito ofensivo, até o CAS o era. Há jogos de que não me esqueço e o jogo que o FCPorto de Ivic fez em Alvalade contra o Sporting de Robson, em que vencemos com um golo marcado aos 6 ou 7 minutos (de Domingos penso eu), foi um massacre como nunca tinha visto o FCPorto levar. Sorte, calculismo, excelente táctica defensiva, seja o que tiver sido, nunca mais me esquecerei desse jogo e pela negativa.

    Um abraço.

    ResponderEliminar
  7. Devo dizer que o Jesualdo era o treinador que eu queria para o Porto desde que se foi Mourinho. Simplesmente por duas razoes: é experiente, e é portugues. Isto nao é nacionalismo, é lógica. Desde que o Mourinho foi para o chelsea, percebi que a unica maneira de por a equipa aos niveis a que Mourinho nos habituou era atraves de um treinador que conhecesse jogadores a jogar em Portugal, logo baratos, e que fosse capaz de os motivar num logico movimento de ascensao (de equipas pequenas para uma grande - Paulo ferreira, Nuno Valente, Pedro Emanuel, Maniche). Isto nao se consegue quando se contratam jogadores fabulosos vindos de Inglaterra ou Italia.
    É certo que as mudanças que Jesualdo faz por vezes sao conservadoras, mas há que nao esquecer que foi uma decisao sua que mudou o sentido do jogo contra o Marselha. Os Ovos estao a ficar prontos para a omelete.

    ResponderEliminar
  8. zirtaev antecipadamente peço desculpa pelo vómito que vou transcrever aqui. o animal que escreveu isto chama-se serpa e escreve na biblia vermelha.

    EM Leiria, a Selecção foi assobiada, como há muitos anos não acontecia. O facto incomodou os jogadores, o que será de menor importância, mas ajudou a recentrar a velha discussão sobre a natureza das escolhas dos locais de jogos oficiais da Selecção Nacional. Tem havido uma política de descentralização. E as coisas até têm corrido bem. Até um dia, em que tudo parece correr mal, como em Leiria, e o público, à custa do desusado hábito de ver as grandes estrelas que o País deitou a brilhar pelo Mundo, exige, não apenas que a Selecção ganhe, mas também que os seus ídolos «comam o mundo com a bola nos pés». Se assim não for, a malta reage com animosidade. Percebe-se: tem uma única oportunidade de ver deuses, não quer saber da fragilidade da condição humana. E, de repente, volta a ser importante repensar a política de descentralização, não no sentido de retirar a Selecção do «país real», mas entendendo que não há política aceitável que não coloque em primeiro lugar, nos jogos de competição a doer, o essencial interesse da Selecção. Curiosamente, o jogo de amanhã, no Dragão, também deixa em aberto algumas expectativas. O histórico desaconselharia tal escolha. Não pelos mesmos motivos dos de Leiria, mas porque, em boa verdade, é impossível saber se os portistas já tudo esqueceram e perdoaram. Para bem da Selecção, espera-se que sim.

    ResponderEliminar
  9. Eu não como queijo e, confesso, que um dos meus defeitos é não saber perdoar quando me ofendem, por isso hoje quero lá saber se a selecção ganhe ou não. no Dragão só torço pelos azuis e brancos.

    ResponderEliminar
  10. Isto a propósito da selecção... Como costumo dizer: "Errar é Humano, mas Perdoar é DIVINO", e eu como não sou Deus...nem hipócrita.
    Que vençam, apenas se forem melhores, pois se for para fazerem o jogo de Leiria, que fiquem em casa para o próximo ano.

    ResponderEliminar
  11. Confesso que estou completamente alheio à selecção. Se poder vejo o jogo, se não... Para dizer a verdade, nem sei a que horas é o jogo, suponho que será à noite (lol), possivelmente verei e esperarei sobretudo que os jogadores do FCPorto joguem bem e não se lesionem. Tb não esqueço as ofensas do socolari, mas ao ver os jogos normalmente tento alhear-me disso, mas é muito difícil.

    O que é certo é que ao ler textos como o desse individua, que tem o rabo alapado numa cadeira na capital, vejo nele o que representa a selecção nos dias que correm. Vejo uma selecção que não é de todos os portugueses, vejo alguém que, como que admitindo culpa dos actos anti-FCPorto da federação e do socolari, espera uma "revange" dos portistas no jogo de hoje com alguma hostilidade da parte destes e assim sendo só posso querer que essa selecção, que não é a minha, nem dos portistas em geral, se "espatife", de preferência com um grande frango do frangueiro de serviço, e que de uma vez por todas a aberração que está no comando da selecção (e da federação) vá embora.

    O meu real desejo é voltar a querer sentir novamente prazer em puxar pela selecção nacional como fiz no euro2000, selecção que deveria ser de todos os portugueses e não apenas de alguns.

    Um abraço.

    ResponderEliminar
  12. Voltando a um tema que não o lançado no post. E falando da selecção, estou como o Zirtaev, para mim a selecção, o verdadeiro jogo que estive mesmo à beira de assistir foi a meia-final por-fra do euro'2000, essa sim uma grande selecção de jogadores portugueses e não de meia dúzia de milhões. Por isso se ganharem que ganhem, porque foram melhores, e não pelo outro que diz "Eu não mando na tua casa, ou mando? Por isso não vem mandar na minha..." ou então "Você é do Norte?...Ainda bem!"

    ResponderEliminar
  13. Esqueci-me de referir um nome de um treinador que, acho justo, salientar : António Oliveira.

    Foi ele que lançou Jardel, que o trabalhou e conseguiu que ele se tornasse num grande jogador. Foi ele que lançou Sérgio Conceição, e acabou por fazer um excelente trabalho no FCP, e talvez até tenha sido um dos treinadores mais perseguído pela imprensa vermelha, já que ele quando estava aqui aquele programa nojento estava no seu auge.

    ResponderEliminar
  14. Confesso que esperava que o meu texto despertasse alguma polémica. Afinal, Jesualdo tem sido frequentemente criticado, e escrevi após dois resultados menos conseguidos do FCP (não foi totalmente por acaso).
    Robson também foi um treinador que me encheu as medidas. Foi o iniciador do ciclo do "penta" - um record a bater - e era um espectáculo dentro do espectáculo. Falando das três vertentes do perfil de um treinador, diria que era o oposto de Jesualdo. Um homem muito mais intuitivo. Como disse Mourinho (cito de cor), que "respirava a relva". Teria menos paciência para os aspectos de organização do jogo e do treino, tinha uma excelente visão do banco. E sim, cometia erros crassos (todos nos lembramos da ideia peregrina de colocar o Aloísio a lateral-esquerdo com o Barcelona, para só ver o Stoichkov pelas costas). Mesmo assim, foi a única vez que chegamos às meias da Champions (descontando a época em que a ganhamos). E creio que foi uma das três meias-finais da Taça dos Campeões, para além das duas vitórias (faço a distinção, porque o novo formato é muito mais difícil).
    Um senhor do futebol que, por coincidência, reformou-se definitivamente no sábado passado (consultar link no texto). Merece uma homenagem.
    Mais uma nota: como é sabido, saiu tendo um litígio com o clube. Segundo sei, e apesar do litígio, sempre manteve uma postura de admiração pelo Clube e pelo Presidente. Comentava o litígio dizendo que o Presidente defendia os interesses do Clube, e ele defendia os seus interesses (apesar de, ao que sei, ter razão nas suas queixas).
    Ivic não terá sido despedido depois da eliminatória do Real mas, se bem me lembro, nunca mais conseguiu reconquistar os adeptos - apesar da época fantástica que protagonizou. Foi sempre acusado de ser pouco espectacular (apesar de ter tido uma média de golos por jogo elevada). Tem uma particularidade. Apaixonou-se pela cidade como poucos, e mantém um carinho enorme ao clube. Dizem-me que ainda tem casa na cidade.

    Uma nota sobre a selecção. Não vi o jogo (tal como não vi o anterior). Não é falta de patritismo, é falta de pachorra. O futebol é medíocre, jogando os mínimos com equipas da 2ª ou 3ª divisão europeia. Ganharam 1-0 à Arménia, num jogo que me dizem ter sido péssimo, e empataram a 0 no Dragão com a Finlândia, uma equipa que nunca participou nos Europeus. Tenho cada vez menos duvidas que o mérito pelo Euro e pelo Mundial só tem um rosto - Mourinho. Falando das tais três qualidades de um treinador, Scolari só tem uma - a de motivar e galvanizar uma equipa. É pouco, muito pouco.

    ResponderEliminar
  15. Quanto à selecção vi o jogo, vi-o de forma completamente desapaixonada e confesso não sei o que mais quereria, se a eliminação -se ela acontecesse no Dragão diriam que a culpa fora nossa- se o apuramento...Deu no apuramento, sinceramente "aquele" brasileiro conseguiu uma coisa que nunca pensei um dia sentir: indiferença pela selecção, senão mesmo antipatia! Apuraram-se, agora não podem dizer que o público não compareceu e não apoiou! Resta fazer algo para alterar aquela quadrilha de malfeitores...Brasil ou Iraque com eles já! Mas o mais provável é o Madaíl querer que "ele" continue, embora eu pense que a sua carreira aqui -em Portugal- esteja completamente minada...Precisamos de uma lufada de ar fresco! Sobre o Prof não falo, apenas direi que o melhor treinador que passou pelo Porto após Pedroto, foi Artur Jorge. O mais inteligente, o mais capaz de mudar o sentido de um jogo, o mais capaz de ler o jogo do adversário, o mais culto, o mais educado, o mais amargurado, para além de tudo o que lhe fizeram sempre amistoso!...

    ResponderEliminar
  16. Tb vi o jogo da selecção. Tal como o Meireles fiquei contente pela passagem, pelo facto de não poderem acusar os portistas, que compareceram em massa, e o Estádio do Dragão de azarento ou agoirento. Nem quero pensar o que diriam se não passassem.

    De resto Bosingwa fez um bom jogo tal como o B.Alves. O Quaresma do FCPorto esteve tb na selecção, muito individualista e a perder bolas com fartura. Travou um sem número de jogadas de ataque que se queriam rápidas. E Pepe esteve excelente, deu-me saudades vê-lo jogar. Estava em todo o lado.

    Agora temos de aguentar com o socolari até ao fim do europeu e isso continua a dar-me cabo do juízo. Mas os adeptos que estiveram naquele estádio hoje mereciam o apuramento. Parabens a eles.

    Um abraço.

    ResponderEliminar
  17. Tenho a impressão que a maioria dos portistas, ainda não se aperceberam devidamente, que o contexto actual do futebol português, não tem nada a ver com o, por exemplo, do tempo do Sr. Robson. É muito mais difícil ao FCPorto ganhar actualmente, a nível interno, do que era nesse tempo. Nessa altura, não havia um Apito Dourado, com todas as suas consequências jornada após jornada; O Porto tinha muita força na liga (por exemplo, o presidente executivo da mesma, era o portista Guilherme Aguiar), actualmente a liga é completamente anti portista; Havia um bom relacionamento com a RTP, que ajudava a equilibrar as forças ao nível da CS, actualmente a RTP é claramente anti portista como o resto das televisões. Jesualdo Ferreira, com um ambiente futebolístico-social igual ao do tempo do Sr. Robson, teria ganho o campeonato transacto com 12 a 15 pontos de vantagem, nas calmas. E Jesualdo tem feito melhor, na CL, do que fez Bobby Robson. A meia final da CL, foi mais mérito de Ivic do que de Robson. Na última época de Robson, o Porto fez uma das suas piores campanhas na CL, com um grupo muito acessível (uma equipa francesa, penso que o Nantes, o Panathinaikos e uma equipa nórdica pouco conhecida, não me lembro do nome).

    Os comentadores "mouros", andavam tão preocupados com o que aconteceria à pobre selecção, às mãos dos terríveis "andrades" do Dragão (vêem-nos no espelho deles, claro), e afinal foi a mouraria de Leiria a portar-se mal. No Dragão, comportamento exemplar dos adeptos, entusiasmado e entusiasmante, não foi por falta de ambiente e incentivo que Portugal não ganhou. Devo dizer que só não queria que Portugal fosse eliminado, porque se tal acontecesse, por menos que os adeptos do Dragão tivessem contribuído para isso, acabaria sempre por sobrar para o FCPorto, e já temos guerras demais neste momento, não é preciso mais nenhuma. De resto, não quero saber da selecção nacional para nada. No europeu, até vou torcer pela Itália ou pela Holanda.

    PS Custa-me ver o Bosingwa a correr tanto nos jogos da selecção, e depois nos jogos do Porto, poucos dias a seguir, ou se lesiona e tem de sair, como já aconteceu 2 vezes últimamente, se não me engano, ou anda a "arrastar-se" o jogo todo. Tem de começar a ganhar juízinho e fazer como fazem os outros. Quem lhe paga é o clube, não é a selecção. Que se poupe na selecção, e que se esfalfe no clube e não o contrário. E que aprenda a estar calado.

    ResponderEliminar
  18. Esta gente não sabe que nós somos a alma da nação, que é nesta população galaico/minhota-duriense a que pertencemos que mergulham as raízes mais profundas da portugalidade, que dão coerência ao todo nacional! Não sabe, ou não quer ver, que apesar de todo o distanciamento e amargura que justamemte sintamos em relação à selecção, resultado das injustiças com que o clube e a cidade têm sido tratados e com óbvios prejuízos para os resultados conseguidos, há em nós um pudor geracional, constitucional, que nos impede de apupar a selecção, ao contrário do que faz aquela mourama mercenária! E temos que aturar estas considerações sobre o apoio que a selecção receberá aqui, e ouvir agradecimentos "aos portuenses", por nos termos portado bem!

    ResponderEliminar
  19. O que ontem aconteceu no "Dragão", foi uma valente BOFETADA DE LUVA BRANCA (E AZUL ), neste caso, a muito boa gente que se julga superior aos do Norte.

    Bem ajam.

    ResponderEliminar