23 março 2009

Jamor à vista

Lucho 34'(gp) e R. Meireles 39'Equipa: Nuno, Sapunaru, Stepanov, B. Alves, Cissokho, Fernando, R. Meireles, Lucho, M. Gonzalez (Tarik 84'), Lisandro (E. Farias 65') e C. Rodriguez (Hulk 65')

19.108 espectadores


O FCPorto deu um passo forte e bem seguro para a presença na final da Taça de Portugal, a realizar, como o habitual, no Estádio Nacional, em Oeiras, conquistando uma vitória tão incontestável como escassa.

Embora o resultado mereça todos os cuidados e atenção para a partida da 2ª mão, o FCPorto demonstrou que tem todas as condições para pensar que a eliminatória estará quase vencida, notando-se uma enorme diferença de valor entre as duas equipas.

Jesualdo Ferreira, à imagem do que tem feito, e bem, nos últimos jogos, optou por gerir o plantel da melhor maneira, desta vez coube a Helton, Rolando e Hulk descansarem, dando oportunidades a Nuno, Stepanov e a Mariano Gonzalez.

A partida começou de forma interessante, o FCPorto demonstrava interesse em resolver o jogo o mais rápido possível, acercando-se da baliza do Estrela da Amadora. Logo aos 2 minutos, Lisandro Lopez aproveita um deslize do seu adversário para criar a primeira grande oportunidade de golo, mas Nelsón defendeu, de forma apertada, para canto.

Quase no minuto seguinte, Lucho Gonzalez, que deu um festival de golos desperdiçados, rematou de forma enrolada, concluindo mal uma grande jogada entre o seu compatriota Mariano Gonzalez e o uruguaio Rodriguez.

O FCPorto, durante os primeiros 15 minutos, foi uma equipa completamente dominadora, sufocando a equipa de Amadora que não conseguia construir jogadas de perigo, nem sequer passar a linha de meio campo, sentia-se que, a todo o momento, o golo iria aparecer. De facto, apareceu, mas Paulo Baptista anulou, a oportunidade a Lisandro Lopez de inaugurar o marcador, numa decisão essa bastante duvidosa.

A partir daí, o FCPorto começou a baixar o ritmo, o jogo começou a ser muito pausado, e sem forçar muito os azuis e brancos controlavam, esperando ter a oportunidade de conseguir resolver com eficácia as oportunidades criadas que se sucediam.

Num lance de bastante confusão, dentro da grande área, Vidigal tirou, com a mão, a oportunidade de Lisandro marcar, mas, desta vez, Paulo Baptista não teve dúvidas e apontou para a marca de grande penalidade. Lucho Gonzalez não viria a falhar, colocando justiça àquilo que se estava a assistir.

Passados 4 minutos, o FCPorto iria alargar a vantagem. Raul Meireles, confirmando o seu grande momento de forma, principalmente a nível físico, que está a passar, dando seguimento a um cruzamento atrasado de Rodriguez, rematou de forma colocada e sem hipóteses de defesa a Nélson.

Até ao final do primeiro tempo, o FCPorto viria a controlar a partida, impedindo que o Estrela da Amadora tivesse esperanças de conseguir, pelo menos marcar um golo, parecia que a equipa de Jesualdo Ferreira estava a alinhar com mais jogadores, de tal forma forte era o seu domínio.

Na segunda parte, a equipa da Amadora entrou diferente, disposta a surpreender, com os jogadores a sentirem-se mais desinibidos para as saídas de ataque, querendo impor um ritmo mais rápido, adiantando-se mais no terreno, mas a experiência e a qualidade dos jogadores portistas, que se sente mais à vontade quando as equipas adversárias querem jogar mais abertas, foi o suficiente para que os planos do Estrela abortassem.

Os jogadores do FCPorto aproveitavam para vir para a frente tentando alargar a vantagem, mas a velha questão da eficácia, ou melhor, da falta dela não permitia que o resultado fosse mais dilatado.

Com o Estrela da Amadora rendido, o FCPorto limitou-se a deixar passar o tempo, com o ritmo a baixar imenso convidando a longos bocejos. Pelo meio, Lisandro ainda foi tocado dentro da grande área, mas Paulo Baptista deixou seguir o lance, nada de anormal vindo daquele árbitro.

Jesualdo Ferreira queria dar mais frescura ao ataque, Hulk e Farias entravam para o lugar de Lisandro e Rodriguez, mas o ritmo de jogo bastante lento não se viria a alterar.

Até ao fim, apenas destaque para a entrada de Tarik para a saída de Mariano e para mais um lance duvidoso dentro da grande área do Estrela da Amadora, com os jogadores portistas a pedirem a marcação de grande penalidade, por causa de uma mão de um jogador da equipa da Amadora. Na "comemoração" da efeméride dos 50 anos do caso Calabote, Paulo Baptista, à medida dum outro jogo neste fim de semana, voltou a relembrar velhos tempos.

Embora todo o cuidado seja pouco, o FCPorto estará com um pé e meio na final de Jamor, na partida da Amadora, certamente, irá estar a atenta a todas as ratoeiras que lhe vão tentar colocar no caminho. Como afirma Jesualdo Ferreira é um resultado que dá tranquilidade, mas nunca comodidade, porque será perigoso. E o FCPorto continua em frente para a conquista de um dos seus grandes objectivos da época.

A paragem do campeonato vem numa má altura, o FCPorto estava bastante bem, quer física, quer animicamente, fruto dos resultados positivos que tem vindo a alcançar, espera-se que os jogos da selecção não tragam más noticias, como lesões de jogadores essenciais, para que os jogadores portistas estejam em forma para intenso final de época que a equipa portista irá ter.

20 comentários:

  1. Uma semana que me fez lembrar outra em 2003 ou 2004 no periodo do Mourinho em que em 2 jogos em Lisboa (alvalade e belém) negaram-nos 6 penalties evidentes (4 + 2).

    Esta semana entre cospes e batistas foram 5 penalties e um golo (mal) anulado. O que vai valendo, então como agora, é a nossa superioridade em campo, mas não deixa de ser preocupante...

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  2. De todo este estardalhaço todo, de foguetório e canas lançadas de um lado para o outro, de pedidos de desculpa, de indignados histéricos, etc, de tudo isto, o que me ficou na retina foi a confissão curiosa do Jorge Coroado dizendo que teve medo do 3º anel do Estádio da Luz e por isso não voltou atrás quando assinalou, mal, um penalty do Baía sobre o Poborsky. Quanto a tudo o resto, são novelas da TVI, a história é demais conhecida e o cheiro é o mesmo durante muitos anos, uns e os outros.

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  3. O Estádio Municipal de Oeiras, está ali mesmo ao lado... já só falta mais um bocadinho pa regressarmos again, à capital da Vergonha... e ao Pulgedo Stadium de arquitectura Hitlariana.

    Bem, vi ontem no estádio do Dragão:

    1. 30 minutos de excelente nível e qualidade futebolistica, altura, em que poderiamos e deveriamos ter matado o jogo.

    2. no melhor, Fernando, Raul Meireles, Mariano e CR10.

    3. no pior, direi até que a desperdiçar mais uma oportunidade concedida, Stepanov, aqui e acolá, Sapunaru que foi comido vezes sem conta na 2ª metade e por fim, Lisandro que parece amorfo, alheado e até complicativo que (qué passa hombre?).

    4. quase meia-casa nas bancadas, em horário domingueiro altamente vergonhoso, o que é de registar e saúdar.

    5. o Calabote de serviço, míope como uma besta quadrada... e vão mais 2 grandes penalidades pró batalha... quantas se seguirão agora em Guimarães, é o que me apraz interrogar.

    6. adversário a vender cara a derrota, com uns segundos 45 minutos, de boa qualidade e desenvolvura, o que para quem não recebe ao final do mês, é mais que meritório.

    Bem, falta só mais um cadinho... tá quase!

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  4. Ontem, a Igreja Baptista continuo a espalhar a palavra do Senhor que os comanda. É uma vergonha.
    Para além dos penaltys visiveis, esqueceram-se de comentar o empurrão que Hulk sofreu depois de passar pelo defesa direito do estrela, que até o comentador se riu e ainda disse "para parar Hulk já vale tudo!".
    Penaltys atrás de penaltys que ficam por marcar e só falam dos que se marcam a nosso favor. Porra!
    Somos em tudo superiores aos demais, espero que a recta final seja feita num sprint de alta qualidade!
    Um bem haja a todos e parabens pelo blog.

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  5. Memphis, onde é que o Coroado disse tamanha "bacorada"? Essa é má demais.

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  6. Daniel, foi no programa da TVI 24, antes do Paulo Bento ter ido lá falar. Foi o momento cómico da tarde, e até o Manuel Queirós comentou dizer que o ano passado o Carlos Xistra voltou atrás em pleno Dragão mas que até compreendia o Coroado porque os jogos grandes têm outra emoção

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  7. Mais um jogo normal. Na dúvida apita-se contra o Porto. Nem sequer é uma questão de honestidade, é sim incompetência e falta de carácter. Quanto à comunicação social... o costume.

    Apenas uma pequena especulação. Se tivesse sido o Porto o lesado numa final, será que se faziam tantos programas de televisão, rádio e se escreveriam tantos artigos de jornal sobre o assunto?

    Enfim... temos de continuar, contra tudo e contra todos.

    Quanto ao jogo, é uma pena que haja esta interrupção do campeonato. A equipa respira saúde fisica e psicológica, a gestão que o professor está a fazer é excelente. Nesta altura não me parece que haja muitas equipas no mundo capaz de ganhar a este Porto.

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  8. Na hora do almoço, vi o noticiário de desporto da Sic Noticias, no resumo do jogo de ontem, NEM UM lance dos penaltys que ficaram por marcar.Nem sequer menção, nada.Um resumo a despachar e " até logo de tarde" Do golo anulado, nem repetição, nem sequer disseram se foi bem ou mal anulado, apenas " um golo que foi anulado por Paulo Baptista".

    Curioso, fui ver o jornal da tarde da Sic...imaginem qual foi o primeiro tema ?

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  9. peço desculpa.. mas tenho q partilhar com voces um forum q eu desobri :x eu custumo vir muito a este blog..

    - resultados dos jogos super actualizados..
    - ligas estrangeiras e muito mais..

    http://futebol.kazulo.com

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  10. Bom foi mais uma vitória, parece que já exorcisámos o bruxedo que ia nos jogos em casa, as bolas já não batem no ferro mas os árbitros continuam a errar contra o FCP, absolutamente de acordo com sr. Menphis sobre a "abordagem" chico esperta ao jogo de ontem e os contínuos cuidados paleativos à 2ª circular pela imprensa deste país, simplesmente nojento. Como portista e Madeirense que sou gostava de tentar perceber essa mania de criticar continuamente o estádio Nacional, eu já lá estive a festejar uma conquista do FCP e foi um dia maravilhoso, um ambiente fantástico, portistas aos montes, enfim não percebo essa mania de achar que a final teria de ser noutro lado, até porque das 13 que conquistámos, 12 foram ali nas barbas deles, e em 2 ocasiões que teimaram em levar para as Antas perdemos com Leixões e Benfica na nossa própria casa. O FCP é um clube de dimensão nacional e mundial pelo que quem não é do Porto ou do Norte tem dificuldade em entender essa tendencia redutora. O FCP há muito que ultrapassou as amarras e o bairrismo bacoco, não pode continuar a insistir na luta norte sul ou coisa que se pareça, aqui na Madeira existem milhares de portistas, cada vez mais e mais, acredito que isso se passa por todo o país, incluindo Lisboa. A nossa luta é desportiva e não pode ser com o país mas sim com os nossos adversários, se bem que entenda como é óbvio o ponto de vista em relação ao centralismo deste país, pois sou Ilhéu e se calhar nós ainda sentimos esse facto. Saudações

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  11. Essa história do Coroado já não é nova.

    Lembro-me perfeitamente desse mergulho escandalosodo Poborsky.

    http://www.record.pt/noticia.aspx?id=00782340-3333-3333-3333-000000782340&idCanal=00002497-0000-0000-0000-000000002497

    "Coroado marca penálti que não viu
    ACONTECEU NUM BENFICA-FCPORTO E O ÁRBITRO ASSISTENTE...ENGANOU O CHEFE

    Para justificar a decisão do árbitro Pedro Sanhudo - que, por indicação do seu árbitro assistente Ricardo Pinto, assinalou uma grande penalidade que deu a vitória ao Gondomar no jogo com o Pedras Rubras -, Jorge Coroado confessou um "crime" cometido por si num Benfica-FC Porto.

    Disse Coroado que foi um lance corrido, no qual não se encontrava na melhor posição, e que envolveu o benfiquista Poborsky e Vítor Baía.

    "O guarda-redes do FC Porto saiu aos pés do jogador do Benfica e não me pareceu grande penalidade quando este caiu mas o meu árbitro assistente continuou a correr para a bandeirola de fundo e segui a sua indicação", contou.

    A surpresa veio a seguir: "Quando já tinha advertido o Vítor Baía com um cartão amarelo e estava junto da marca de grande penalidade, o meu assistente correu para o centro do terreno e deu-me a indicação de que a falta tinha sido ao contrário, mas já tinha advertido o jogador do FC Porto e já estava na marca do penálti e não voltei atrás".

    Ao intervalo, Coroado diz ter questionado o seu assistente sobre a sinaléctica inicial, tendo este dito que não conseguiu travar a corrida.

    Trata-se de um jogo da 29.ª jornada do campeonato 98/99 que terminou empatado a uma bola. Nuno Gomes falhou o penálti em questão. O FC Porto ficou a um passo do penta que viria a conseguir."


    in Record Online, 8 Abril de 2008


    Ou seja, um árbitro confessa que prejudicou deliberada e voluntariamente o FC Porto, beneficiando o benfica.

    Mas nós é que somos os corruptos...

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  12. que melhor para comemorar os 50 anos do calabote que uma arbitragem como a de ontem?

    Mas pronto assim com os jogos mais dificeis ficamos melhor preparados para enfrentar o United

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  13. Silvestre, já fui ao Estádio de Oeiras 3 vezes e cada vez que saio de lá, acho que o estádio não tem condições nenhumas. Por mim, até poderia ser no Estádio da Luz ou em Alvalade, sempre tinha melhores condições do que um campinho, onde quase somos espezinhados quando entramos tamanha é a confusão. Só existe duas entradas, onde somos depois revistados. na última vez que lá fui, as cadeiras eram de fio de vidro ( penso que é assim que se chama, desculpem o erro) e estive todo o jogo a coçar-me, para depois ficar com alergia. Como eu, alguns amigos meus também ficaram. O que eu critico é continua a ser um estádio sem condições, sempre com um relvado paupérrimo. Quanto ao ambiente, das vezes que fui, sim foi uma grande festa, diverti-me imenso e os rissóis e as bifanas estavam boas, além disso o FCPorto ganhou, mas também fui recebido à pedrada em Loures.

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  14. Em primeiro lugar saudações, uma vez que é a minha estreia a comentar este blog.

    Agora algumas notas:

    - Vitória sem espinhas, que poderia ter sido ainda mais dilatada (continuamos a falhar muitos golos nos jogos em casa)

    - É estranho a equipa de arbitragem que não viu o David Luiz à frente da defesa toda do Braga ver agora o Lisandro à frente da defesa do Estrela.

    - Bom jogo do Varela, parece ter vontade de brilhar naquele estádio :)

    - Nota também para a excelente propaganda futebolística dada pelos "arautos da verdade desportiva" no sábado!! Só estranho não ter havido tanto alarido à volta do Lucílio quando roubou 3 penaltys ao Porto em Alvalade ou quando deu uma Taça de Portugal ao Benfica em 2004.

    Abraços

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  15. Menphis não sei, mas creio tratar-se de "fibra de vidro"...é claro que posso estar enganado ;)

    RuiBonga

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  16. Fibra de vidro sim senhor.
    Varela vai dar que falar no proximo ano.

    Nao gostei muito da equipa na 2a parte. Nao havia vontade nem ambiçao de acelerar para matar a eliminatoria e fazer descansar quase toda a equipa na 2a mao. Espero que ainda o possamos fazer.

    Mais um penalti clarissimo por assinalar e um golo legal mal anulado.

    Nada de novo portanto, é a loucura do desporto portugues.

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  17. poncio monteiro fantastico no prolongamento... sinceramente bate aos pontos o rui moreira e o aguiar juntos...
    contudo ainda confio que o rui moreira aprenda com a experiencia do poncio e se torne mais agressivo...

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  18. Não dá para entender porque é que os jogos das selecções nunca são no estádio de Oeiras - e é para isso que existem os estádios nacionais - e as finais da taça já têm que ser.

    Bacoquismo ou bacoquice é alinhar nestas coisas, nestas chico espertices que só existem para darem vantagem aos clubes da 2ª circular.

    O nosso Grande Presidente faz muito bem quando se refere sempre depreciativamente ao caquético e decrépito estádio de Oeiras, que só serve para o Porto ser lá roubado quando joga contra Encornados ou Calimeros.

    Abaixo o Salazarento Estádio de Oeiras.

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  19. Menphis disse:
    «...a confissão curiosa do Jorge Coroado dizendo que teve medo do 3º anel do Estádio da Luz e por isso não voltou atrás quando assinalou, mal, um penalty do Baía sobre o Poborsky.»

    Recordo que nesse penalti o Poborsky atirou-se para a piscina a um metro do Vítor Baía. No jogo anterior em que o Coroado apitou o Porto, na Madeira frente ao Marítimo, expulsou o Peixe numa falta inventada, em que o jogador do Porto nem toca no adversário.

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