17 março 2009

Equipa tem muito futebol, com força e convicção

Meia volta depois, uma volta completa nas análises, apesar de alguns renitentes em verem o óbvio. Até Jesualdo já é digno da renvoação, depois dos palpites para futuro treinador.

Acho que podemos resumir assim o feliz momento do FC Porto. Depois dos jogos muito firmes na Champions, atemorizando até o adversário madrileno na 2ª mão pela cautelosa abordagem ao jogo no Dragão, as exibições no campeonato vão solidificando processos e
cimentando a estrutura de jogo (modelo) da equipa de Jesualdo, também já identificada com um sistema táctico. E friso o técnico, obviamente, por ter um mérito extraordinário no surgimento do FC Porto na fase da época mais crítica e cujo desempenho europeu, prolongando o êxtase recente e a ambição reencontrada na equipa, vai acrescer às exigências, normalmente sempre altas e muito acima das possibilidades de qualquer outra equipa portuguesa, a que o FC Porto terá de responder – sem ter ganho algo até este momento, convém salientar, pois tem muito a ganhar mas tudo a perder.

As exibições já traziam resultados folgados fora de casa. Os êxitos sucessivos em Braga e no Restelo, na viragem da Liga, patentearam a categoria da equipa. Uma série de empates nos jogos em casa, explicados em duas razões simples e objectivas como erros de arbitragem e renúncia dos adversários em jogarem o jogo, deixava dúvidas sobre a capacidade do FC Porto em ataque continuado. Vencer a Naval, neste domingo, um adversário que jogou aberto para se valorizar com vista ao futuro (vide as declarações de Ulisses Morais, úteis para o seu balneário que só tem a ganhar quando aperceber os seus limites e saber qual o seu ponto de competência), resultou de um jogo conseguido do FC Porto e “vingou”, como antes com o Leixões, o mau resultado da 1ª volta.

Ora, mesmo antes desta recepção à Naval, somados os atributos patenteados pela equipa nos últimos tempos, já eu pensava no que tinham sido as apreciações, nossas e dos outros, ao FC Porto que a 1 de Novembro perdeu na Figueira da Foz, um jogo sem ponta por onde lhe pegar e sem nada, além de um Nuno de novo mal batido, de que nos queixarmos a não ser de nós próprios. E se tinha esta ideia, recorrendo ao arquivo do blog para confirmar o que então se disse aqui, mais a reforcei ao ler os desenvolvimentos posteriores aqui.

Entre críticas aos diversos jogadores como agora fazem os adeptos leoninos, nesta bancada pediu-se em clamor a cabeça de Jesualdo. A um post do Soren desse 3 de Novembro, tive de replicar com um comentário a recomendar calma e a vaticinar: só Jesualdo nos pode tirar daqui. As coisas estavam mal mas podiam ser corrigidas. À parte um jogador mal colocado (Tomás Costa), as incertezas do técnico sobre o sistema de jogo acompanhavam a procura, pela via da tentativa-erro, dos melhores para cada posição. Hulk nem era titular, apesar de explodir a cada jogo em que entrava. Rodriguez estava preso à linha. Fernando era discutido barbaramente. Nuno pagava uma “boutade” de Rui Moreira contra Helton, como aqui apontei para ganhar no distinto adepto portista um inimigo sem o ter conhecido de algum lado. As ideias eram submersas num mar de opiniões. Vale a pena ler o que então se escreveu.

E o FC Porto foi ganhar a Kiev, virando a sorte do avesso: depois de uma bola no poste (Meireles), um golo ucraniano. Por fim, Lucho marcou aos 90’, depois de Rolando marcar o seu primeiro, e fundamental, golo pelos dragões. Depois veio Istambul, mas pelo meio,
indiferentes ao esforço físico e mental da Champions, sem queixinhas no intervalo dos jogos, a eliminação do Sporting na Taça de Portugal, contra Paixão e Bento descabelados numa das noites vulgares em Alvalade quando lá joga o FC Porto.

O resto é/será história. A equipa ergueu-se depois daquela derrota que só podia ter acontecido no “dia dos mortos”. Quem quiser, os mais serenos e os mais vulcânicos dos que então expenderam as suas opiniões mais ou menos vulgares ou mesmo sem sentido algum, pode relembrar tudo o que se disse. A história faz bem e sem memória perdem-se raízes e conhecimento, deixando um bando à deriva.

Jesualdo, como eu preconizei, não só se concentrou nas suas convicções, definindo o melhor para a equipa, à parte a tentativa de demonstrar que num ápice tudo podia ser arruinado num jogo (Rio Ave), recuperando os erros do passado.

E como tentei perceber,aqui notei que a gestão do grupo passava pela definição de objectivos, competitivos e físicos, para acabar nesse jogo com os vila-condenses por alertar para o risco inerente de abdicar de princípios e alienar convicções, aqui.

É por isso que me dá satisfação enorme constatar que os jogadores são bons e os que são menos bons melhoram as suas competências, em prol da equipa quando esta está bem para absorver um ou outro erro individual. Mais: sublinhei a dada altura, para indiferença dos nostálgicos da partida de Bosingwa-P. Assunção-Quaresma, que este plantel era mais forte do que o anterior.

Hoje aceito melhor Tomás Costa (mas não a qualquer preço, como aquele que quase pagámos com o Rio Ave num devaneio de Jesualdo) do que muitos aceitaram Fernando, Hulk, Mariano, Farias, Sapunaru e Benitez, por exemplo.

Raul Meireles, que esteve em Janeiro numa redoma, está um portento fisicamente. Lucho, que alguns ainda vêem como subprodutivo mesmo sendo quem mais corre por jogo, tem a sua classe ímpar como mostrou neste 2º golo de forma soberba, um golo de pura categoria, subtileza técnica ao nível de Romário, que finalizava em “souplesse” assim, ou da frieza concretizadora de Ronaldo Nazário (o dentolas). Mariano dá profundidade como Hulk, sem ser devastador como o Incrível fenómeno que muitos desprezaram de início. A defesa está inexpugnável. O meio-campo valorizou Fernando e mais ainda no confronto directo com Paulo Assunção de quem muitos se sentiram órfãos. Os laterais defendem melhor e atacam, meu Deus como ataca esse “minino” Cissokho, mais um sub-21 a entrar de caras quando os habituais detractores vaticinavam o “novo Lino”.

Só Lisandro ainda não marca como era hábito há um ano, mas é o mesmo fundamental avançado-defesa de sempre, identificado com a marca FC Porto de uma competitividade tão acima da média nacional que é despercebida pela generalidade dos comentadores sempre distraídos por coisas menores de clubes que vivem dos títulos dos jornais mas não sobrevivem sem títulos a sério.

Sinto o FC Porto tão forte quanto Jesualdo o afirma agora. A fibra de campeão registei-a no Restelo. Não vejo que equipa portuguesa possa bater o FC Porto, mas nada dou como garantido. Porque vêm aí jogos domingo-quarta-domingo enquanto os outros descansam para ter louros à sombra da Imprensa amiga que lhes branqueia os fracassos e estimula a ganância de vencer com epítetos dourados, suspeitas infundadas, notícias encomendadas. Imagine-se se “eles” fossem à frente. Já nem digo, se “eles” jogassem alguma coisa de jeito… Porque há meio campeonato atrás, antes desta volta completa nos prognósticos que quase fazem os anteriores detractores vaticinarem o “tetra”, já eu dizia que nem Benfica nem Sporting jogavam bem.


A Europa, para já, pode esperar. Porque há uma paragem na Liga de três semanas, por incrível que pareça e nesta fase demolidora do FC Porto – que fez também Benfica e Sporting minimizarem prejuízos com um autocarro de preocupações defensivas – é mau para a equipa, veremos no recomeço da competição. Porque ainda há uma semifinal da Taça de
Portugal para jogar. E o sorteio da Champions na 6ª feira próxima para avaliarmos, de longe, o próximo opositor no caminho para Roma.

É que não é por acaso que Jesualdo, normalmente comedido justamente, se “desequilibrou” um pouco ao afirmar nada ter a temer no confronto com os maiores do continente. Os oito melhores. Ele sente a equipa no ponto de rebuçado, mesmo ainda sem o doce ensejo de bem finalizar o jogo escorreito como a exemplar jogada de compêndio que Lucho desperdiçou de forma displicente no domingo.

Há até quem, há menos de um mês, questionasse se Jesualdo renovaria, enquanto agora diz-se que a renovação é imperiosa. Antes das suspeitas sobre jogadores adversários comprados pelo FC Porto, abundaram certezas sobre o próximo treinador, ainda que divididas entre o Paulo Bento que não sopra para lado algum positivo do futebol e o Jorge Jesus cujos fogachos europeus ainda não cumprem o destino de vencedor, regular, que deve ser o treinador do FC Porto.

Em meia volta, uma volta completa nas apreciações sobre o FC Porto. Um ponto importante de reflexão. A quem interessar, claro.

26 comentários:

  1. Parabéns Zé Luís pelo post, sinto, lá no Dragão, que os críticos estão mais " mansos", penso que estamos a viver uma fase onde quase todos percebemos que temos uma grande equipa, e, acima de tudo, um treinador mais do que competente.

    É por isso que digo a todos que o Tetra já cá canta, até porque os outros estão bem piores do que nós, e mesmo se nós perdêssemos os outros não têm força e jeito para mais. Até fisicamente a equipa está a viver um bom momento, não sei se a planificação da época por parte dos treinadores foi programada para que a equipa termine a época num "pico de forma", mas o que parece é que estamos mais fortes, dentro desta época pois claro, do que em mais nenhuma altura .

    Como ontem afirmei tenho pena que pelo menos Lucho ( será inevitável a sua saída )e/ou Bruno Alves, ou outro da equipa titular esteja de saída, gostava de ver esta equipa-tipo a jogar mais um ano com alguns retoques e, pois claro, com Jesualdo à sua frente.

    Na Europa, embora o sonho seja sempre em altos voos, tenho os pés assentes no chão, mas penso que teremos uma equipa para passar mais uma eliminatória, depois...tudo pode acontecer.

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  2. Muito bom post Zé Luis mas que me merece alguns reparos. Penso que foram raros os portistas que duvidaram da qualidade de Hulk, obviamente questionou-se o preço ( metade de Hulk= metade de Ronaldinho =metade de Deco)até porque como de certeza te recordas logo na primeira jornada marcou um dos golos deste campeonato.
    Quanto ao Tomás Costa já aqui o referi e volto a referir:
    é novo, tem garra, sacrifica-se muito pela equipa e andou praticamente a época inteira a tapar buracos. Obviamente que se meteres o Lucho a lateral-direito ele não irá ter o mesmo rendimento que na sua posição habitual, posição essa onde se sente muito mais à vontade.
    De resto concordo com tudo, mas face ao futebol produzido pelos dois de Lisboa, este campeonato já deveria estar decidido há muito.
    Outra coisa para reflectir: Com a inclusão do Mariano a equipa não jogará mais em equipa e não será assim mais fácil de vergar as equipas que vêem ao Dragão?

    Cumprimentos

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  3. Nunca comentei neste blogue, apesar de leitor assíduo; mas também nunca concordei com uma "posta" tanto como hoje!

    Uma das grandes dificuldades do FCP é ultrapassar o seus críticos internos e o Jesualdo (no momento das três derrotas) foi crucificado, queimado vivo e escalpelizado para depois voltar para construir esta equipa que agora tantas alegrias nos tem dado. Já na altura também pensava que só ele nos podia tirar do buraco porque, apesar de tudo, foi ele que construiu a equipa tendo muito dos jogadores o seu cunho pessoal (outros nem tanto) e foi ele que o ano passado nos deu um título com 20 e tal pontos de avanço; nunca nos podemos de esquecer do bom futebol que o FCP jogava o ano passado.

    Quanto à sua renovação eu também acho que é essencial, principalmente após ter sido ultrapassada esta fase da Champions (que era tida como o objectivo) e se há treinador que merece quebrar a barreira dos 3 anos, se há treinador que deu o que tinha e não tinha pelo clube e que o pôs (em grandes períodos de tempo) a jogar bom futebol e obteve resultados internos inegáveis foi o Mister Jesualdo Ferreira.

    Quanto à equipa, contra o Fernebahçe, se bem me lembro, acabámos o jogo com 7 estreias na Champions e a experiência de uma equipa não se constrói de um dia para o outro, mas podemos constatar que contra o Atlético não se notou grande inexperiência portista até pela forma como o FCP dominou a eliminatória. Isso tem que ser reconhecido, não foi concerteza a equipa recheada de estrelas (que o FCP não é, até Hulk está a ser potenciado pelo Professor) que ganhou a eliminatória; o mérito deve ir todo para o treinador: tal como o título do ano passado, tal como o demérito da eliminação pelo Schalke o ano passado.

    Eu sou a favor da renovação do Jesualdo por mais um ano, para ver até onde ele nos pode levar! Eu espero que Roma...


    P.S.: também queria valorizar o que vem hoje n'O Jogo, fico contente pela direcção da equipa devia apostar menos na Selecção C da Argentina e mais na B de Portugal; aliás foi com 8 portugueses em campo que fomos bi-campeões europeus (quer em 1987 quer em 2004) e já se sabe que não há coincidências, corrijam-me se estiver errado:

    1987: Mlynarczyk, Celso e Madjer
    2004: Alenitchev, Derlei e Carlos Alberto

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  4. administrador da sad, fernando gomes em entrevista ao jn:

    Infelizmente, Pinto da Costa não é eterno

    O administrador da F.C. Porto, S.A.D., Fernando Gomes, desvaloriza a acusação de falência técnica da Sociedade Anónima Desportiva dos Dragões. Acredita que as finanças do clube se encontram de boa saúde e revela que a Liga dos Campeões é uma das apostas do F.C. Porto para valorizar os activos.

    FC Porto dá ao Estado 20 milhões de imposto

    Fernando Gomes está há nove anos na administração da SAD do F. C. Porto e reconhece que o actual quadro decrise global também se aplica no Dragão. A confiança no presidente e nos resultados da equipa ajudam a combatê-lo.

    Numa semana particularmente feliz para o F. C. Porto, Fernando Gomes, 57 anos, quebrou um longo silêncio e, em entrevista ao JN, abordou os diversos temas da actualidade do Dragão.

    O administrador da SAD portista acredita que o clube já conseguiu dar a volta a uma situação difícil, criada pelo processo Apito Dourado, que chegou a pôr em causa a presença na Liga dos Campeões, e atribui todo o mérito dessa realidade a Pinto da Costa. Só lamenta que o presidente não possa durar para sempre...

    Qual é o real significado do apuramento para os quartos-de-final da Champions para o F. C. Porto?

    Os 2,5 milhões de euros garantidos não são desprezíveis, mas, acima de tudo, este apuramento tem um enorme valor desportivo. Não só por voltar a disputar os quartos-de-final, passados cinco anos, conhecendo a realidade dos países dos outros sete clubes, mas também pelo factor de valorização dos próprios jogadores. O valor de uma equipa que não vai à Champions, que fica na primeira fase ou de uma que é afastada da Taça UEFA é completamente diferente do de uma equipa que atinge os "quartos" ou as meias-finais de uma competição europeia de elite como a Champions League. A passagem tem um valor intrínseco muito elevado do ponto de vista da valorização dos activos da SAD.

    A qualificação surge num ano em que a presença na prova esteve em risco...

    Como é do conhecimento geral, todos os procedimentos relativos a este processo, quer desportivos quer criminais, ainda não estão terminados. Quando estiverem, teremos oportunidade para tecer algumas considerações sobre a forma como este processo foi desencadeado e conduzido. E, se calhar, algumas personagens do futebol nacional não vão ficar muito bem na fotografia.

    Chegou a temer que o F. C. Porto não jogasse a Champions em 2008/09?

    Foi um episódio muito negro e que só sucedeu porque houve uma pessoa que, exorbitando as suas competências, funcionou como "musa inspiradora" do senhor Cunha Leal, que, apesar de não perceber nada de regulamentos e de ter sido responsável por dois grandes escândalos do futebol português - a inscrição de Ricardo Rocha pelo Benfica e a permissão da realização do jogo Estoril-Benfica no Algarve - lançou a nuvem do artigo 1.04, gerando um alarido que levou a UEFA a abrir o processo. Foi também essa "musa" que deu todas as dicas ao "renomado" José Manuel Delgado, permitindo-lhe que efectuasse uma campanha lamentável contra o F. C. Porto no jornal A Bola. Ainda mais grave é um clube que não logrou atingir a Liga dos Campeões ter agido sem pensar nas consequências para o futebol português. E depois ainda tiveram a lata de vir dizer que, se ganhassem esse direito através dos tribunais, não iriam participar. Só dá mesmo vontade de rir!

    A nível desportivo, a época não começou bem para a equipa de futebol...

    Não podemos esconder que, na primeira fase da temporada, as coisas demoraram algum tempo a funcionar. A equipa perdeu três elementos importantes e teve dificuldades para reencontrar a estabilidade e o equilíbrio. Felizmente, com o trabalho, denodo e seriedade colocada em todo o processo de integração dos novos elementos, conseguiu estabilizar e hoje podemos dizer, passados nove meses da época se ter iniciado, que estamos praticamente em todas as frentes: nos "quartos" da Champions, no primeiro lugar da Liga e nas meias-finais da Taça de Portugal. Estamos satisfeitos.

    O processo Apito Dourado afectou a credibilidade do clube e da SAD?

    Muito mais do que o facto em si, até porque alguns processos estão a decorrer e outras decisões já foram favoráveis, alguns órgãos de comunicação social empolam as questões, denegrindo e desvirtuando o que está efectivamente a ocorrer, passando uma imagem negativa. Tudo o que foi dito neste processo tem impacto negativo sobre a sociedade. Não posso esconder que afectou a credibilidade, mas o que temos feito tem atenuado isso.

    Sente Pinto da Costa cansado com todo este processo?

    Se ele estivesse cansado, em função das dificuldades que o F. C. Porto tem tido nos últimos dois anos, não teríamos conseguido dar a volta como aparentemente temos conseguido. O seu entusiasmo, capacidade de liderança e atenção aos mais pequenos pormenores permitiram-nos ultrapassar as barreiras que surgiram. Não vou dizer que o presidente não se tenha desgastado com todo este processo, porque desgasta qualquer ser humano e o presidente é um ser humano, com todas as suas fortalezas mas também debilidades. Acima de tudo, a sua capacidade de superação das situações mais difíceis permitiu estarmos hoje onde estamos em termos desportivos.

    Consegue imaginar a SAD do F. C. Porto sem Pinto da Costa?

    Ao longo dos últimos 26 anos, Pinto da Costa tem tido uma liderança forte, fundamental para o sucesso do F. C. Porto. Esquecer essa realidade é escamotear a realidade do F. C. Porto. A vida tem de continuar porque as pessoas não são eternas. O que nós desejamos, em função daquilo que tem acontecido, é que o presidente seja eterno, mas infelizmente isso não é possível. Um dia, as coisas terão de evoluir sem o presidente. Espero que esse tempo ainda esteja muito longe de se concretizar porque a sua capacidade e visão estratégica são fundamentais para o sucesso que o F. C. Porto tem tido. Ele é um factor de coesão e de agregação.

    "Só nos restava a alternativa de aumentar a massa salarial"

    Como define o relatório e contas da SAD no 1.º semestre desta época, com um resultado operacional positivo de 2,8 milhões de euros ?

    Não houve grandes surpresas, tendo em conta o passado do F. C. Porto, embora haja três ou quatro elementos que agravaram as contas e que saíram um pouco fora do nosso controlo, nomeadamente a questão da crise global.

    A questão da falência técnica, pelo facto de o capital próprio da SAD (16,3 milhões) não atingir metade do capital social, deve colocar-se?

    Há três anos, a lei previa que uma sociedade que apresentasse prejuízos em dois anos sucessivos e que tivesse menos de 50% do capital podia ser dissolvida automaticamente. Era uma legislação agressiva, que foi alterada para impedir que essa dissolução acontecesse de imediato. O facto de, pontualmente, a sociedade ter um capital inferior a 50% pode não ser o factor decisivo, pois nas sociedades anónimas desportivas não são permitidas as valorizações dos activos, existindo uma reserva oculta ao nível do plantel que não sendo expressa contabilistamente, poderá criar uma distorção em relação ao valor intrínseco da sociedade.

    O passivo de 152,8 milhões preocupa?

    O número em si pode não significar uma análise definitiva à sociedade. O segredo está na correlação do montante em dívida com a capacidade de gerar meios para a pagar. No grupo do F. C. Porto, não só a SAD, estamos relativamente confortáveis. Temos um endividamento elevado, da ordem dos 90 milhões de euros, a EuroAntas tem um endividamento de 30 milhões de euros no âmbito da construção do estádio, o F. C. Porto clube tem um endividamento sem expressão. Temos de analisar a evolução dos negócios, para podermos cumprir as nossas responsabilidades perante a banca, com a consciência de que temos uma situação financeira relativamente controlada.

    Sente-se mais confortável do que se tivesse de gerir a SAD do Benfica ou do Sporting?

    Acima de tudo, preocupo-me com o FC Porto. As análises comparadas são sempre relativas. Nas circunstâncias actuais, o F. C. Porto está bem e recomenda-se, embora atento ao futuro próximo para potenciar o que tem de bom: os activos que consegue recrutar e formar, que rapidamente se transformam em estrelas europeias. Por outro lado, muitas vezes diz-se que esta actividade é pouco rigorosa, mas temos dado uma imagem de transparência. No último ano, pagámos ao estado 15 milhões de euros, subindo esse valor para 20 milhões se contabilizado o F. C. Porto clube.

    A filosofia é para manter?

    Com a liderança de Pinto da Costa, a sociedade assumiu a filosofia de estar neste negócio com alguma dose de risco, para criar equipas competitivas, eventualmente com custos maiores do que outras, para estar a um nível elevado nos mercados nacional e europeu. Isto é impossível de conseguir com custos reduzidos, sabendo que estar sempre na alta roda do futebol europeu vai permitir gerar as mais-valias para colmatar os défices de exploração.

    Nesse contexto, considera normal gastar 40 milhões em salários?

    Só nos restava a alternativa de aumentar a massa salarial, para termos um Lucho, um Lisandro ou um Hulk, com a consciência de que, através da montra que é a Champions, poderíamos valorizar os jogadores com mais-valia e reequilibrar as contas. Mas temos consciência de que as condições de mercado se alteraram de forma significativa. Alguns passos já foram dados, com a aposta no projecto Visão 611, para criar condições internas para desenvolver uma política de formação que nos últimos anos tem andado arredada do F. C. Porto e de fazer uma maior procura de valores portugueses e jovens, para reforçar a capacidade competitiva da equipa com um eventual menor custo.

    Jesualdo à espera do "timing" apropriado

    Na entrevista ao JN, Fernando Gomes não desvendou o mistério em que se está a tornar a situação do treinador Jesualdo Ferreira, que termina contrato com o F. C. Porto no final desta época e ainda não revelou se renova ou se vai abandonar o comando técnico dos dragões. "Sou um membro de um órgão colegial. Essas questões têm um timing de análise e de avaliação. No tempo oportuno, a administração irá tomar a decisão que, no seu entender, melhor defende os interesses do F. C. Porto, não deixando de fazer a avaliação correcta de todo o trabalho desenvolvido pelo professor Jesualdo Ferreira nos últimos três anos", afirmou o administrador da SAD portista, igualmente reservado quanto a questões como a renovação de Lisandro e a quantidade de jogadores no plantel azul e branco: "Reservo a minha opinião para a divulgar no sítio certo, quando me é solicitada, e não a exteriorizo".

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  5. mst in a bola:

    AZEITE À TONA

    1 O Ricardo Araújo Pereira, desenterrando um texto meu de Agosto, ao que parece, acha que chegou a altura de se dar credibilidade a Ana Salgado — a irmã da dita cuja e que, interrogada à pressa e madrugada adentro pelo Ministério Público (MP), assinou uma declaração onde desdisse tudo o que andou a dizer nos últimos dois anos e que, jura agora, só disse por estar paga por Pinto da Costa. Pois não me atreveria a dar conselhos sobre humor ao Ricardo (embora, e aproveitando, não resista a dizer-lhe que me parece que o humor dos Gatos anda um bocado por baixo, a começar por aqueles insuportavelmente desengraçados anúncios ao MEO...). Não sei o que perceberá o Ricardo de Direito e julgamentos, mas, se me permite citar a minha experiência de doze anos de advocacia, com muito crime pelo meio, garanto-lhe que nunca vi nem ouvi contar um caso em que o MP, a meio de um julgamento, se tenha apoderado de uma testemunha de defesa e passado a usá-la contra a própria defesa. E que, para tal, um ilustre magistrado se tenha dado ao incómodo de se deslocar de urgência de Lisboa ao norte, para registar por escrito declarações da dita testemunha, madrugada fora, e enviá-las à pressa e por fax para o tribunal.
    Eu reconheço que qualquer das duas irmãs do «clã Salgado» (para usar a expressão constante do inesquecível «livro»), são, digamos, donas de uma verdade muito flutuante: ora estão com este, ora com o outro; ora juram por isto, ora pelo seu contrário. Mas isso é problema do MP, que quis desencadear toda esta bernarda do Apito com base em testemunhas desta envergadura. Mas a questão não é essa: a questão é — como eu disse e o Ricardo fez o favor de me recordar — saber porque razão uma testemunha que o MP considerou simples difamadora durante dois anos, passa, afinal, a testemunha decisiva e de última hora, assim que se consegue que inverta a sua verdade, até então ignorada. E porque razão alguém, que vem confessar que andou a mentir durante dois anos porque estava paga para tal, de repente já merece ser acreditada, sem qualquer hesitação. Pergunto eu: e não terá (também ou antes) sido aliciada agora, no decurso desse, imagina-se, dramático interrogatório nocturno em que, tal como S. Paulo na estrada de Damasco, de repente viu a verdade ali diante dos olhos?

    Quinta-feira passada, dia seguinte à qualificação do FC Porto para os quartos da Champions (não sei se sabe o que isso é, Ricardo?), eis a notícia ao alto da primeira página do Correio da Manhã: «Pinto da Costa suspeito de subornar testemunha». Mais abaixo, outro título de desporto: «Ronaldo elimina Mourinho». E ainda mais abaixo e em letra mais pequena, enfim: «FC Porto passa aos quartos». Ai o cotovelo, como dói! E, todavia, dois dias antes, no mesmo tribunal de Gaia que julga Pinto da Costa, uma outra testemunha, que se identificou como ex-namorado de Carolina Salgado, veio e contou que um dia, quando estava a almoçar com ela em Lisboa, apareceu o presidente do Benfica, que se sentou e perguntou à senhora: «Então, o que me trazes e quanto queres por isso?» É verdade que Luís Filipe Viera já desmentiu isto e eu tenho esta velha mania de só acreditar em acusações depois de provadas no local adequado. Mas pergunto: se Pinto da Costa é suspeito de subornar uma testemunha porque ela disse tal a um magistrado do MP que a interrogou a sós e noite fora, porque não é suspeito do mesmo Filipe Vieira, quando uma outra testemunha o diz perante um tribunal, sob juramento e sujeita a contra-interrogatório?

    (Está a ver, Ricardo: é por fazer perguntas destas, assim tão idiotas, que os benfiquistas se irritam tanto que eu escreva aqui...)

    2 Esta semana, o azeite veio mesmo à tona e no fundo mergulharam todas as verdades flutuantes. O Sporting (que teve um grupo feliz de qualificação na Champions), mostrou, de forma transparente, até que ponto a sua dimensão futebolística está a milhas de uns oitavos-de-final da Champions: 25 golos sofridos esta época em cinco encontros com grandes da Europa, não deixam margem para duvidar que o que aconteceu contra o Bayern não foram dois acidentes de percurso, mas sim o reflexo de um espelho que não mente. Só vi o jogo até ao primeiro golo e logo mudei para o Liverpool-Real Madrid, porque cheirou-me a humilhação e não quis vê-la. De nada serviu a lição, porém: quatro dias depois, business as usual, lá estava a SAD do Sporting a fazer mais um comunicado contra uma arbitragem...

    Quanto à repousada equipa do Benfica, pejada de anunciadas estrelas (o Di María é um suposto Maradona, o Pablo Aimar, que a mim me parece um banal Roger, é alcunhado de el Mago, e por aí fora...), depois de tantas vitórias à tangente, «tem-te não caias», foi à Figueira, apanhou-se a ganhar aos dois minutos sem saber como e logo recuou toda para defesa, de onde não saiu mais de uma hora a fio, só sendo salva por um livre, dos vários inventados pelo árbitro preferido do presidente do Benfica. E este sábado, lá se dispôs a repetir a fórmula contra um Guimarães que a experiência ensinava ser um adversário amigo e inofensivo — como de facto foi, excepto na única vez em que se decidiu a tentar um golo, por distracção. Enfim, desta vez correu mal e, como disse Quique Flores, «é um milagre que (este) Benfica ainda seja candidato ao título». Li algures que os titulares que tanto se esforçaram contra o Guimarães, coitados, tiveram folga no domingo e folga na segunda. E querem ganhar o quê — o julgamento de Gaia?

    Enquanto isso, o FC Porto ganhou tranquilo e autoritário contra o Leixões. Tão tranquilo e tão autoritário que as vozes do costume logo trataram de levantar suspeitas: dois jogadores do Leixões teriam sido aliciados ou estariam já contratados pelo FC Porto. Nada suspeita, claro, fora a derrota, no jogo anterior na Luz, graças a um auto-golo, ou a derrota posterior por 0-4 em Paços de Ferreira. É assim, com esta impune leviandade, que os anti-portistas acham que conseguem explicar aos tolos que aquilo que entra pelos olhos adentro de todos não é verdade. Mas na quarta-feira seguinte, num jogo de risco intenso e de exigência máxima, o FC Porto eliminou o Atlético Madrid (vindo de humilhar o Barcelona e o Real) e só não ganhou porque, nos dois jogos da eliminatória, a sorte não quis nada com o FC Porto. E ei-lo assim na restrita colheita das oito melhores equipas da Europa — onde, por exemplo, não há nenhuma equipa russa, holandesa, francesa ou italiana.

    E quando todos os imaginavam exaustos e sem poder ofensivo, devido à ausência de Hulk, o FC Porto arrancou uma primeira parte de campeão, quatro dias depois, contra a Naval, só não acabando o jogo em goleada porque um senhor chamado Cosme achou que o momento aconselhava fazer vista grossa a três penalties contra a Naval, o primeiro dos quais, simplesmente chocante. (Ainda pensei que fosse eu que estava a ver a coisa deformada e, por isso, fui consultar o painel dos três ex-árbitros de O Jogo, e, coisa rara, os três coincidiam nos três lances: todos tinham sido penalty, o guarda-redes ficara por expulsar no primeiro e o Lisandro levara um cartão amarelo, que o afasta do próximo jogo, por supostamente ter simulado um penalty, que existiu mesmo. Auguro um grande futuro na arbitragem a este senhor Cosme, que eu não conhecia. É claro que nada disto entrará para o registo dos erros de arbitragem, tão dissecados quando prejudicam outros. É como na jornada anterior, quando todos concluíram que não tinha tido «casos»: apenas um pequeno «caso», que valeu dois pontos a mais ao Benfica...

    3 Caso, caso, é o Helton. Há dois anos, já, que aqui escrevi o que pensava dele: um bom guarda-redes para uma equipa como o Leiria, um guarda-redes insustentável para uma equipa com as ambições do FC Porto. Parece que agora, finalmente, todos começam a ver o óbvio. E o óbvio nem são os erros clamorosos e os golos oferecidos nos jogos de maior responsabilidade. É, por exemplo, isto: constatar que nos dois últimos jogos do campeonato, as duas únicas oportunidades de golo do Leixões e a única da Naval foram criadas pelo Helton, permitindo cabeceamentos frontais à baliza dentro da pequena área, sem nenhuma reacção. É triste, mas é assim, e o Bruno Alves parece que não fica lá para sempre.

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  6. Parabens Zé Luis. Análise absolutamente correcta, sobretudo pelo facto de ser coerente com o que escreveu no período critico das derrotas com Kiev, Leixões e Naval. É na derrota que a lucidez se torna mais importante, bem sei que é dificil, mas é isso que credibiliza a opinião. Interessante a recuperação do que escreveram muitos portistas nessa ocasião. Como a paixão tolda as ideias!
    Hoje, como nesse tempo de derrotas, continuo a pensar que o professor Jesualdo deve ser avaliado pelo resultado do seu trabalho e sobretudo tendo em conta as circunstâncias em que o têm desenvolvido. Até agora o resultado têm sido simplesmente extraordinário, estando a um passo de entrar na estrita galeria dos grandes treinadores da história do FCP, pelo que, como já referi em comentários a Posts anteriores, a renovação do contrato não deve ser discutida nesta altura. Nesta altura é para congregar esforços, (gostei mais do que vi no Dragão este Domingo) no sentido de apoiar a equipa, nos dois meses que faltam para acabar a época e que tem todas as hipóteses de nos proporcionar momentos gloriosos.

    Acho oportuna e bastante esclarecedora, a entrevista do Dr Fernando Gomes, sobre a situação económica do FCP.

    Um pequeno comentário também para o artigo do Miguel Sousa Tavares. Pode-se concordar ou não com todas as suas opiniões, mas a sua voz é absolutamente indispensàvel, no universo de uma comunicação social totalmente dominada pelo regime centralisto/encarnado. O seu prestígio e independência faz com que, mesmo os nossos adversários mais sectários, não deixem de o ler, sentindo a acutilância da sua opinião.

    Saudações portistas

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  7. O depoimento de Ana Salgado vale o que vale, naquilo que o próprio MP classificou -e há algum tempo já-como "expressão de uma mente perturbada e necessitada de tratamento especializado"...Eu por mim, tenho que ter algum cuidado quando me dirigir ao Corte Inglês de Vila Nova de Gaia!...No resto, esperar que tudo decorra sem a influência de Magistrados formados bem ao estilo dos existentes na França saída do período Absolutista! Lembram-se do Conde de Monte Cristo?...Alexandre Herculano, Camilo Castelo Branco, Alexandre Dumas, Victor Hugo ou Dostoievski -entre outros- tiveram grande responsabilidade na formação da minha personlidade, portanto, tenho que ter muita fé na pré-existência de uma autêntica Verdade, ainda que tenha tambêm a plena consciência da volubilidade de muitos espíritos que ao nosso lado vagueiam!

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  8. Ja que todos os comentarios se mostram contra os criticos, eu venho aqui defender a honra da critica.
    Sim, eu sou um critico, mais que isso, um perfeccionista, e porque se nao buscasse perfeicao no meu clube, entao mais valia ser do Benfica !!!
    Por isso, o que eu mais me lembro ao longo deste ano nao sao as vitorias que eu acho normais... mas sim isto:

    - Os muitos pontos perdidos em casa
    - O tempo que Jesualdo demorou a perceber qual era o melhor onze, quando qualquer blogueiro lhe facilmente dizia que Hulk e Fernando deviam ser titulares
    - O terror que os adeptos passam no fim de jogos com equipas menores porque so temos um golo de vantagem e parece que nao sabemos jogar
    - A inabilidade de ganhar um classico em casa
    - A incapacidade de sequer criar algum perigo em bolas paradas
    - Mas, acima de tudo, a completa incompetencia de Jesualdo em melhorar os indices tecnicos dos jogadores... e dou uns exemplos para me perceberem melhor:
    1- Lucho - Sera que alguma vez vai aprender a fazer uma recepcao de bola a meio-campo? Sera que tem medo de rematar e prefere sempre servir um companheiro mesmo quando esta em melhor posicao? Sera cansaco ou sera lentidao... ja contaram o numero de vezes que perde a bola porque e lento e antecipado por um adversario?
    2- Hulk - nao o proprio Hulk, mas a maneira como os companheiros lhe passam a bola... sera tao dificil de perceber que a bola lhe deve ser passada para o espaco e nao para os pes? porque ele so sabe fintar em velocidade. E nao me venham com historias que ele aprendeu muito desde o inicio da temporada... treta, ele joga da mesma maneira, so que agora os companheiros passam-lhe a bola...
    3- Helton... palavras para que? defesas para a frente e saidas em falso... mas o professor nao consegue ensinar-lhe nada...
    4- Cissokho (e eu ate gosto do miudo)... mas sera que ele nao sabe fazer uma unica finta? ou um passe de mais de 3 metros?

    Todos estes problemas resolvem-se com treino, mas aparte a vertente tactica (e a defesa, porque o professor e quase tao defensivo como o Paulo Bento) nada e trabalhado, nada mostra evolucao...

    Imagino que estas minhas palavras nao encontrem muitos amigos, mas isto e o que eu penso. Nao deixo de respeitar as opinioes diferentes.. Tambem nao acharei uma tragedia se Jesualdo ficar para o ano, mas francamente preferia outro (mas nunca o Paulo Bento)...

    Saudacoes portistas

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  9. Jà agora uma referência A Sílvio Cervan. Mais parece um dos dois figurões do "TeleRural"...E percebi isso, quando sem querer a fazer Zapping, escutei uma voz parecida com a dele e reparei que afinal era o Zé das Moinas!...

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  10. Eu acho que este texto é muito bom e deveria merecer reflexao, gostava de ter mais tempo. Mesmo assim deixo aqui escrito na globalidade o que penso.

    Julgo que é visivel que a qualidade dos jogadores tem vindo ao de cima porque os indices fisicos sao bons e porque ja la vao uns meses a jogar juntos. Qualidade da qual nunca duvidei. Os processos vao sendo assimilados, o conhecimento das caracteristicas de cada um vai aumentando.

    Continuo a achar que perdemos 3 meses com o Hulk no banco, 2 meses sem Fernando, uma supertaça que foi perdida porque a equipa foi mal montada. A mudança quase radical nas exibiçoes caseiras e mesmo fora de portas no ultimo mes deve-SE ao tapar do "buraco" que existiu na direita do ataque durante meses. Esse "buraco" nao é tao visivel fora mas é-o e de que maneira em casa, quando somos obrigados a jogar em ataque continuado.
    Nao ha médio ala direito como o esquerdo e por isso ha que improvisar. Penso que a soluçao foi encontrada, embora a perda de Lisandro no centro seja uma pecha importante. Jesualdo tem o meio campo montado de tal forma que se torna impossivel jogar com Hulk e Lisandro no meio. Algum tem que fechar na direita. La se vai o 442 em casa.

    Existiu toda a época pouca flexibilidade nas substituiçoes.

    O plantel foi para mim bem gerido do ponto de vista das prioridades desportivas e do esforço fisico, sempre o disse.

    A questao disciplinar foi mal equacionada e esta agora a ser bem remediada. Haja jogadores para o fazer (estamos a ver que ha).

    No competo geral o trabalho do treinador é muito bom e muito vem ajudar a existencia de um defesa esquerdo (que vai ser um grande jogador) para equilibrar a equipa. Aqui Jesualdo foi um artista na forma como debelou essa lacuna da equipa durante meses a fio, mesmo com as repetidas lesoes de Fucile.
    Os assobios sao menos estridentes o que é muito bom para o Sapunaru, que é um lateral com muita capacidade mas que precisa de confiança.

    Muita gente nova e sem experiencia. Os resultados sao excelentes dada tanta alteraçao e tanta adaptaçao.

    Faço mea culpa por ter achado que o treinador deveria ter saido. Mas acho que é facil constatar porque o fiz.

    Nao tenho duvidas que o que fez a equipa mudar de rumo foi a estrutura do clube o golo do Lucho em Kiev. Em qualquer outro clube dados os resulatdos e as opçoes do inicio de época Jesualdo nao teria tido sucesso.
    Ha momentos assim, em que tudo muda. As vezes temos de acreditar no destino e ainda bem que ele foi risonho para Jesualdo.

    Como disse antes, se sair que saia pela porta grande, é sinal que estarei feliz, se ficar, que seja tao feliz quanto tem sido até aqui e que continue a defender o Porto como tem feito, sendo a pessoa coerente que sempre mostrou ser.

    Para conversas sobre novos treinadores nao dou tempo.

    Estou muito confiante porque vejo a equipa em casa, com um homem fixo na direita, com um futebol muito solto e dificil de parar. Haja inspiraçao na finalizaçao.

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  11. Refazer uma equipa não é fácil, perder jogadores nucleares não é fácil e isso notou-se.
    Mas também tenho para mim que Jesualdo foi o treinador português que melhor interessava ao FCPorto desde que veio para cá, com outro não teriamos tido sucesso.
    Não é perfeito? Não,, quem o é na sua profissão?
    É um bocado medroso? é, mas tem crescido e o seu trabalho não pode ser posto em causa.
    Refez uma equipa, e aos poucos ela também vai crescendo.
    Lamento naturalmente os pontos perdidos em casa, com metade deles já eramos campeões mas vamos lutar e estar atentos às armadilhas e apoiar, apoiar a equipa e Jesualdo.
    Depois, no final, fala-se do resto.
    Força FC Porto

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  12. PedroBM, estou inteiramente de acordo contigo e creio que os adeptos Portistas, tal como a generalidade do nosso povo, sofre um bocadinho de memoria curta, mas, e ainda bem, o professor Jesualdo foi, com algum custo e demasiada demora, corrigindo os problemas que o plantel lhe apresentava perante o sistema que ele queria impor e a equipa, neste momento, apresenta-se forte, unida e motivada.

    Na minha opinião, o futebol que a equipa apresenta hoje deve-se ao Rui Moreira, ao Miguel Sousa Tavares, a mim, ao Soren e a todos aqueles que não tiveram o mínimo problema em criticar duramente as asneiras infantis que Jesualdo cometeu na primeira metade deste campeonato.

    Admito também, que se fui um dulcíssimo critico dos métodos do Professor e assumi que desejava fortemente de que ele se fosse embora, terei alterado um pouco o meu discurso pelo facto de reconhecer em Jesualdo uma pessoa que escutou a massa adepta do clube(nunca tive duvida nenhuma que o professor é leitor assíduo deste blog e que obviamente vê o Trio d'ataque) percebeu o que estava a fazer de errado e corrigiu uma data de coisas que simplesmente não estavam a funcionar.

    Se da parte da SAD houver um esforço suplementar para manter o actual plantel, sou dos que subscrevo a continuação de Jesualdo. Se formos obrigados a perder três jogadores fundamentais como aconteceu em épocas anteriores, tenho imenso medo que o Professor volte outra vez à estaca zero, a cometer outra vez os mesmos disparates e por azar passarmos a ter uma concorrência interna um pouco mais forte e consistente.

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  13. Sem dúvida que a equipa está a viver um bom momento, mas não podemos facilitar até final porque o campeonato está, quanto a mim, longe de estar ganho. Perdemos três jogadores chave e durante um período em que a equipa ainda não estava devidamente rotinada perdemos imensos pontos e somamos exibições atípicas. Após o jogo da supertaça confesso que não augurava nada de bom para esta época, talvez por precipitação da minha parte, mas a equipa soube dar a resposta. A partir daquelas 3derrotas seguidas, se excluirmos os empates com Marítimo (resultado justo e nada alarmante a meu ver) e Trofense (roubalheira naquela jornada cozinhada pelo Benfica), tudo correu normalmente e com tranquilidade.
    Ouvi o Beto dizer que ainda não tem nada com o Porto porque não falaram com ele. Espero que seja só bluff para não aumentar ainda mais a polémica à volta desta tranferência. Se não fôr e se ele ainda não está contratado retiro uma conclusão simples: enquanto a direcção não perceber que o Beto é que é guarda-redes para o Porto vamos ter de levar com os frangos do Helton mais uma temporada.

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  14. Todos os jogadores podem e devem evoluir, sejam eles quais forem, independentemente do seu valor intrínseco, no entanto existem na nossa equipa muitos jogadores ainda jovens, inexperientes, a necessitar de muitos reparos e correctivos. Helton, Sapunaru, Cissoko, Fernando, Fucile, Rodriguez, Hulk, Tomás Costa, Guarin, enfim, quase todo o plantel.Mas existem lugares muito sensíveis à performance dos seus titulares, os de defesa ou o de guarda-redes são os de maior responsabilidade pois um falhanço nestes lugares, pode comprometer irremediávelmente todo o desenrrolar de um desafio!...E Helton tem que se capacitar que as críticas têm de ser aceites com um sorriso nos lábios, de outro modo não estará aberto ao desenvolvimento e à eliminação de defeitos que realmente tem.

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  15. Todos devemos um mea culpa, Soren, eu também passei-me com Sapunaru, por exemplo, embora em menor grau de virulência crítica do que muitos colegas de bancada.

    Obviamente, também fiz reparos a Jesualdo mas, acima de tudo, via nele a capacidade de entender os problemas e, claro, corrigi-los. Foi, é e será o melhor treinador português disponível para o FC Porto e merece ser o primeiro treinador português a ser tricampeão em anos consecutivos. Igual só fez Artur Jorge (2+1), com a particularidade de ter saído com o êxito de Viena e regressado para repor a equipa, em 1989, na senda dos títulos.

    Se aconselho a leitura dos comentários feitos há meia volta atrás foi para alguns terem noção da barbaridade das críticas que não podem chegar ao extremo a que se chegou.

    E, ainda hoje, aqui e agora, alguém achar que se perderam muitos pontos em casa, não entendendo, também, que esta equipa é a mesma em construção desde o início da época, melhor um bocadinho em progressão natural, esses adeptos nem são adeptos nem entendem de futebol. Não há varinhas mágicas, é preciso paciência, trabalho e competência. Com tempo se pode demonstrar quem sabe.

    O tempo, por fim, veio provar que houve algumas diferenças de opinião, mas muitos apontavam os erros básicos detectados de fora mas que não se corrigem num estalar de dedos. Achei natural os solavancos da equipa, muitos não tiveram encaixe para o entenderem.

    Nas diferenças de opinião, tive de entrar em confronto opinativo com Rui Moreira, senti que me levou muito a mal e fiquei triste, como agora me regozijo por saber que são águas passadas. Tal como fiz reparos a Jesualdo, também opinei contra os opinadores e o "diferendo" provocado por Nuno na baliza resultou de uma contínua má opinião sobre Helton, que ainda agora MST retoma, mas que eu não partilho e o abraço dos jogadores em Madrid e no Dragão com o g.r. é bem elucidativo. E, sim, acho que Helton tem mais poder de encaixe das críticas, até com um sorrido nos lábios porque é da sua natureza positiva e optimista.

    O que interessa é que só o FC Porto podia dar esta volta às coisas. Após a jornada 7 com 4 pontos de atraso para o Benfica e 5 para o então líder Leixões, o FC Porto era 8º. Agora não ganhou o campeonato, mas ganhou uma equipa e só ela pode perder este título.

    A base, para mim, além dos resutlados engatados em Novembro e Dezembro, ainda que culminados com o emate caseiro antes do Natal com o Marítimo, foi a gestão do plantel em Janeiro, na Taça da Liga, e a melhoria dos índices físicos num trabalho invisível que quis vislumbrar no post que fiz sobre a mudança de chip necessária.

    Jesualdo trabalhou bem. José Gomes não teve aqui uma palavra especial nem de mim, propositadamente, nem de tantos que o culparam de tudo, lembrando Carlos Azenha como lembravam P. Assunção, Bosingwa e Quaresma.

    O mundo do futebol pula e avança, como uma bola colorida nas mãos de uma criança. É preciso saber estar e acompanhar as vicissitudes deste desporto apaixonante, que muitas vezes nos tira do sério e que devemos levar a sério.

    São notas finais que pretendia fazer neste espaço, feita a concórdia entre todos, conscientes de que não sabemos tudo, eu particularmente não acho que tenho sempre razão, mas devemos, todos, saber mais um bocadinho, aprendendo com quem sabe.

    No caso, o professor ensina-nos futebol todos os dias. Que a época acabe em grande para Jesualdo Ferreira, que todos ficaremos tão felizes quanto ele e decerto tê-lo-emos mais uma época.

    p.s. - o nosso Ricardo Costa "exagerou" nos encómios a Jesualdo, alongou-se nos considerandos e enfetizou as certezas certas da sapiência do professor e do quanto deve ensinar aos adeptos. A falta de uma cultura desportiva não permitiu a muitos assimilar o que Ricardo Costa teve necessidade de exprimir, dissecando tácticas e desembrulhando conceitos e jogadas. Não queria fazer mais uma nota de elogio ao professor, porque sim, mas dando a entender que o êxito não é só de um, mas de muitos. A SAD, também tão criticada nas questões de mercado, faz o trabalho que deve e fá-lo com pelo menos mais competência do que as outras rivais. A nova política para o futuro, à vista de todos, é um exemplo de saber trabalhar. Mas se ainda não entenderam porque é assim, em tempo oportuno explicarei a razão de ser de tudo isto.
    Posto tudo assim, só me apetece dizer POOOOOOOOOOOOOOORTOOOOOOOOO!

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  16. Não queria estar a carpir mágoas velhas, mas pronto, já que sinto estarmos perante um pequeno ajuste de consciências, devo dizer que também eu critiquei e muito Jesualdo. E critiquei imenso Sapunaru ou Helton! -Critiquei porque senti e sinto ainda, que Jesualdo -para mim o alvo central das críticas formuladas, por ser o principal responsável técnico da equipa- não tem grande capacidade de reacção em tempo útil -especialmente no tempo do jogo- nas suas opções estratégicas.
    Fernando era para mim uma solução mais viável a defesa direito que a médio defensivo.
    -Sapunaru precisava nítidamente e precisa ainda, de aprendizagem, muito mais que Fucile, já anteriormente utilizado quer na direita como na esquerda e com bons resultados.
    Pelé foi contratado para suprir algumas destas lacunas na cobertura dfensiva...E foi outra vez de barco -ou de avião, não sei- para o Estrangeiro. Não discordei da chamada de Andrés Madrid, porque sinto que não há ninguém que faça cabalmente aquela posição.
    Para mim a equipa apresenta-se quase sempre de uma forma anárquica, especialmente na sua dinâmica do meio-campo, parece haver um fosso entre as linhas estritamente defensivas e avançadas...Daí eu falar em termos efabulatórios do factor Imprevisibilidade.
    Mas eu nem quero acreditar que esta forma de jogar seja mesmo pouco científica...
    No fim-de-semana findo eu vi algo de diferente nesse estado do jogo.
    Espero que esta visão seja para se manter.

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  17. o proprio jesualdo corrigiu os erros e tirou ilações desse jogo da Naval, tendo dito que a partir de agora sabia com quem podia contar..
    e a verdade é que corrigiu!
    Portanto as criticas foram justas e o proprio aprendeu com os erros!

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  18. As críticas construtivas são sempre justas. As destrutivas não. E viram-se muitas críticas destrutivas no período negro, aquando das derrotas em Londres, com a Naval e com o Leixões, pedindo a cabeça de Jesualdo. Por vezes, é preciso reflectir antes de falar. Uma coisa é dizermos que Jesualdo comete erros, mas acreditarmos que, ele próprio, tem capacidade para os corrigir. Aliás, numa equipa em remodelação, a fase inicial é mesmo assim, de erro em erro, até se acertar. Outra coisa, é dizer que Jesualdo é fraco e tem de se ir embora.

    Acho graça que alguns dos que pediram a demissão de Jesualdo Ferreira venham agora dizer que a melhoria do futebol do FC Porto se deve a eles. É preciso ter lata! A melhoria do FC Porto deve-se à competência, seriedade e conhecimentos de futebol do senhor Jesualdo Ferreira. Os excelentes resultados desta temporada até agora, mesmo com alguns momentos complicados, facto inevitável face às perdas importantes e a um plantel algo limitado a nível de opções, devem-se, sobretudo, a Jesualdo Ferreira, não aos que pediram a sua cabeça.

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  19. Todas as semanas o jornal O Jogo traz uma pequena rubrica intitulada "Little Portugal/Recortes". No desta semana vinha esta pérola escrita por um jornalista (?) mal-informado inglês:

    "Sempre que o FC Porto ultrapassa um obstáculo na Champions League de 2008/09, os senhores da UEFA - organizadores da prova e guardiões do fair play no futebol europeu - sentem-se cada vez mais perturbados. Se o Porto atingir as meias-finais, no próximo mês, a Juventus - banida da Europa durante dois anos - bem poderá franzir o sobrolho"
    Ian Hawkey - "The Sunday Times" (Reino Unido, 15-3-2009)

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  20. Ó PedroBM, você tem todo o direito a criticar os criticos dos críticos.
    Você pode achar que o Lucho não sabe receber uma bola, eu, e não só, acho que ele é o melhor jogador a actuar em Portugal.
    Você pode achar que o Hulk, só sabe fintar em corrida, e que não evoluiu nada, apenas os companheiros agora passam-lhe as bolas, eu, é em corida que gosto que ele finte, dos que fazem fintas parados não gosto, e acho que ele evoluiu bastante como o demonstra o facto de ser, juntamente com o Raul Meireles o jogador com mais assitências para golo.
    Você diz que até gosta do Sissoko, mas se ele não sabe fazer uma finta, ou um passe a mais de três metros, gosta de que nele? Eu acho que ele ainda não é, nem podia ser, um grande jogador, mas é a melhor aquisição para o lado esquerdo da defesa desde 2004 com um potencial fabuloso.
    Quanto ao Helton, concordo que ele dá uns frangos, o que não quer dizer que isso seja culpa do treinador ou que deixe por isso só, de ser um bom guarda-redes, aliás, só os bons guarda-redes dão frangos, os outros não dão frangos... fazem o que podem.
    O meu amigo pode valorizar apenas os aspectos negativos e chamar a isso perfeccionismo, eu chamar-lhe-ia antes masoquismo, mas pronto, é um direito seu que eu não questiono, apenas tenho opinião diferente.

    Quanto ao miguel-canada, direi que, presunção e água benta cada um toma a que quer. Eu tenho em grande consideração este Blog e aprecio as opiniões das personalidades que referiu, mas não acha um bocado exagerado?

    Saudações portistas

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  21. Nelson, acho que nao percebeu os meus comentarios sobre os jogadores. Para esclarecer:

    1- O Lucho e muito bom jogador, tem uma visao de jogo excelente, passe curto e longo certeiro e sabe pensar a bola. Mas para ser um jogador perfeito teria de ser muito mais veloz e nao se deixar antecipar constantemente quando recebe passes a meio-campo. E, ja agora, se fosse assim tao grande jogador, acha mesmo que ainda estava em Portugal?
    2- Quanto ao Hulk, eu nao estou a deitar o Hulk abaixo. E um facto que quando recebe a bola parado, com um adversario nas costas ele nunca consegue finta-lo - por isso a minha critica ao Jesualdo e porque e que se continua a passar a bola ao Hulk para os pes dele, em vez de em profundidade?
    3- Gosto do Sissoko porque sabe fazer tackles, corre muito, tem forca e parece perceber o que e jogar no Porto - mas isso nao me abstrai de que sempre que sai em corrida nao consegue fazer uma mudanca de direccao e so passa a bola paralela a linha para quem estiver imediatamente a frente dele, em vez de pensar em cortar para o miolo para surpreender o adversario.

    Mas, de qualquer modo, aprecio a sua abertura a ideias diferentes e espero que, seja Jesualdo, seja outro, percebam estas falhas que nos afastam da perfeicao e as corrijam nos treinos.

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  22. Na segunda -feira estive a rever um jogo Farense-Porto de 1994. Com uma noção de entreajuda notável, num ritmo alucinante, o Porto cilindrou -é o termo- a melhor equipa de sempre do Farense sob o olhar atónito do ApitoCoroado e do Pedro Henriques!...Aquela equipa formada essencialmente por jogadores oriundos das Escolas do Porto, arrumou em três tempos uma equipa recheada de bons jogadores...

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  23. Já se sabia que esta época Jesualdo teria dificuldade em superar as saídas de Bozingwa, P. A$$unção e Quaresma, principalmente devido à dependência da equipa do rendimento do extremo. O problema acabou por ser muito maior. A estas saídas juntou-se a ausência de Fucile e Tarik por lesão. Ficámos só com meia equipa em relação à época passada.

    Depois de aquela semana negra em Outubro passado, eu disse que "a continuidade de Jesualdo vai depender de uma vitória na Ucrânia. Vitória em que já não acredito."

    A vitória aconteceu mesmo e foi decisiva. Não só pelos pontos, mas principalmente por dar confiança a uma equipa que parecia sofrer uma crise de identidade. De então para cá só perdemos dois jogos, ambos com a equipa B na taça da liga.

    Jesualdo corrigiu os aspectos tácticos que se impunham e a contratação do Cissokho resolveu o problema do defesa esquerdo.

    Actualmente a única critica que faço a Jesualdo é a postura defensiva da equipa quando está à frente do marcador. No último jogo isso não aconteceu, apesar de ser o 3º jogo em 8 dias e a equipa acusar algum cansaço. Espero que seja para manter.

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  24. Excelente post, Zé Luís. Uma revisão crítica com fulgor, da equipa, da época e dos críticos, deu gosto ler. Que diferença dos posts palavrosos, autênticos testamentos, do apaixonado Jesualdista Ricardo Costa.

    Em relação ao que diz o BATCdC, já se tinha notado, pelas arbitragens de Madrid e do Dragão, que a vontade da UEFA é de que o Porto não vá muito mais longe na CL. Mas pode ser que tenham azar.

    O jornalista inglês é burro. A Juventus não foi banida pela UEFA coisa nenhuma, como toda a gente sabe, desceu foi de divisão, e quem desce de divisão não vai às competições europeias, nem na Itália nem em sítio nenhum.

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