Os quatro clássicos em 20 dias entre Real Madrid e Barcelona deixaram lições valiosas sobre a avaliação que se faz do futebol actual, dos interesses que o movem, da paixão que desperta e de como se admite influenciem os espectadores e aficionados em geral.
Mas não creio que sejam lições boas a reter. Podem ser positivas, mas pelo negativismo que encerram e rejeitam solução para o futuro no sentido de multiplicar esses embates de elevada carga emocional, simbólica ou não mas deixam o desportivismo ao nível mais rasteiro.
Primeiro, Guardiola não escondeu um desabafo e o seu desagrado por tudo isto ter terminado. Claramente, os 4 clássicos que a propaganda jornalística achava serem o máximo e prenderem os aficionados à electricidade inegavelmente conduzida por esses embates galácticos foram um exagero e mostraram os exageros que a repetição destas coisas motiva e nunca tem consequências positivas.
Segundo, a carga emocional é excessiva e repele mais do que atrai, cada lado da barricada com as suas armas, os seus trunfos, o seu marketing, a sua Imprensa. Torna fastidioso, cansa mais os jogadores, retira brilho aos jogos. Era, por isso, importante saber se algum deles foi bom mesmo e se haverá até uma ordem de grandeza entre os diversos episódios, desde o jogo da Liga, a final da Copa e os embates da Champions: qual o melhor? O I, II, III ou IV?
Terceiro, nas apreciações gerais creio que ficou explícito o reconhecimento do poder futebolístico puro do Barça, definitivamente a melhor equipa de futebol de sempre pelo estilo, a vocação, a produtividade e os títulos arrecadados (em especial os 6 no total disputados em 2009 e que nenhum Mourinho pode desvalorizar). Mas sobraram picardias fora de campo e golpes de comunicação que esvaziam a focagem no jogo, obviamente centradas essas manobras de diversão - que não de divertimento, apesar de algumas coisas fazerem-nos sorrir - em especulações sobre as arbitragens.
Quarto, pois as arbitragens, obviamente um tema central do jogo e que não se pode extirpar, foram colocadas pelos merengues no topo da agenda, não a sua cobardia e o desprezo pelo seu rico banco cheio de alternativas de ataque na 1ª mão e um risco mínimo na 2ª que não rendeu nenhum remate à baliza até ao intervalo também para figurar na lista de memórias de Mourinho. "Jogar" com o tema do "Pepe nem tocou no Dani Alves" sem lhe avaliar a intenção (para além de discutível se tocou ou não, sendo indiscutível que a sua imprudência e rispidez motivam uma reacção enérgica do árbitro, como sucedeu sem contemplações), e agora negar a intenção (que decerto não houve) sem poder esconder que mesmo fruto do acaso Ronaldo derrubou Mascherano e impediu-o, efectivamente, de defender a área da entrada de Higuaín no golo anulado ao Madrid, é jogar com as palavras e errar o alvo quando se toca a discutir futebol mesmo pelo prisma da arbitragem.
Pois é tudo isto que aqui tentei resumir o que sempre me levou a estar contra quatro voltas no campeonato português, para termos destas coisas e porcarias afins em cada Porto-Benfica, Sporting-Porto, Benfica-Sporting e multiplicado vezes sem conta, atendendo a potenciais choques na Taça de Portugal, na Taça da Liga e até na Europa.
Não, o que dizem ser chamativo para os adeptos, atraindo espectadores aos estádios, fomentando os direitos tv e a respectiva publicidade, nada disto paga os incómodos de se perder a razoabilidade em geral. E como sucedeu a Mourinho e as tresloucadas declarações que depois de amanhã terão a sanção disciplinar devida da UEFA, como teve a brutalidade de Pepe de resto amiúde sintonizada num rasto de pancadaria e virulência verbal que estes choques suscitam.
Como se houvessem dúvidas disto.
Os defensores palonços do mito Mourinho
Actualizando isto depois de ler, ao almoço, mais umas inanidades nos pasquins da parvónia:
Continuo sem saber se há muitos críticos de Mourinho como se queixam alguns editorialistas. Eu, por mim, que não critico nas horas más e na época passada verberei a forma como o Inter ganhou, penso ser fiel a princípios que os basbaques da Imprensa regionalista ou tradicionalista não conseguem respeitar, nem a si mesmos nem aos leitores.
Além de parvoíces infindas no Rascord do costume pelos mesmos de sempre que afundaram o jornal no esterco que é hoje, com várias peças a comungar do choradinho de Mourinho, um director de O Jogo que há anos vendia publicidade na rádio também se atira aos críticos de Mourinho como se eles andassem por aí à vista de todos sem eu vislumbrar algum. E presume, o tolinho, que só criticam agora porque perdeu, como se há um ano todos tivessem engolido a pretensa supremacia do Inter e banho táctico de Mourinho ou ignorado a falsidade do Benquerença.
É assim que se forjam os fracos mitos tugas de que tem sido venerado exemplo esse condicionador de massas que é o Primeiro-Sinistro de Portugal que, sabe-se agora mas não pelos jornalistas coarctados na sua acção informativa, não autorizou, ontem, qualquer fotografia da sua aparição televisiva que fez lembrar, com o mono Santos ao lado, o velhinho programa de cinema da tv a preto e brando com o vestusto António Lopes Ribeiro, se bem me lembro, e um velhinho ao lado que só dizia, por fim, "Bóua Nóute"!
A intoxicação no eixo Lisboa-Madrid, o torpedeamento do Braga e o submarino espanhol
Mais golpes ainda: é extraordinário o que já suscitou um quase anódino Braga-Leiria, mas nem é inédito nem é surpreendente, apenas espanta que se persistam nas mesmas "tácticas" fora do campo e depois do jogo, de resto fomentadas pelos mesmos do costume e em que os próprios directores de jornais, ou perto disso, assumem escrevendo notícias mais com o wishful thinking do que conteúdo informativo e real. Com o Braga a um golito só de eliminar o Benfica e a uma vitória de ganhar o 3º lugar ao Sporting, a campanha lisbonense pelo recreativo e pelo desportivo voltou ao nível de sarjeta costumeiro quando a Segunda Circular não anda de outra forma.
Do mesmo modo, a "denúncia" de mais jantares numa marisqueira de Matosinhos, do FC Porto com árbitros, é tão ridícula e triste, além de inverosímil e repisada até com repetidos protagonistas do livro que cheira a criolina, que mesmo um 5-1 da 1ª mão deixa tudo em aberto para a decisão.
Em Espanha sabem como fazê-las, realmente, e em Portugal não perdem em exemplos, até na troca de informações entre jornais dos dois lados da fronteira e que fazem um trazer a "cacha" que o outro traz no dia seguinte. Fui ver há pouco o Rascord e a notícia nem tinha autor, mesmo que obrigasse alguém a ligar ou ser "ligado" de Madrid para passar a informação, um exclusivo da Marca seguramente e que não é passível de ser colocada online ontem nem de ser passada para cá a não ser que se dê ao "denunciante" aquilo que em Lisboa quer passar.
O futebol é mesmo para néscios. E se pensam que é propaganda e ajuda às vendas, pois ainda agora coincide em saber-se que em Janeiro e Fevereiro o Rascord já vai em 57 mil diários, menos 10% do que o período homólogo (2010) e isto ainda sem as consequências de uma Primavera Triunfal do FC Porto que mais faz deitar jornais ao lixo, pois não sendo vendidos nem para embrulhar peixem servem como era hábito...
Eu, pessoalmente, nao suporto o Barcelona. Nao gosto do seu futebol. É, provavelmente, a melhor equipa do mundo no que diz respeito a dominar jogos. Mas aquele Tikki-Takka é simplesmente irritante. Nao suporto. Nao gosto de ver. Num jogo de futebol, quero ver definicao, quero ver velocidade e ver DUAS equipas a jogar. O Barca é a melhor equipa a jogar ao rabia ou ao meiinho... Futebol nao é isso. E depois seus jogadores (e treinador também) sao uns fiteiros de primeiro nivel. De elite diria. Talvez é o que me irrita mais. Estou farto de ver Iniesta, BUSQUETS(odeio este jogador desde que o vi a fingir no chao contra o Inter), Daniel Alves, Pedro, Pique, Villa sempre a chorar mal levam um toque. Farto mesmo. Têm sido beneficiados na UC nos últimos anos. Chelsea, Arsenal, Inter, Shaktar(Messi dá uma cabecada no prolongamento da Supertaca, nem uma palavra do árbitro mereceu) e agora Real Madrid. Enfim, espero sinceramente o Man. Utd. ganhe a final com o seu futebol directo, corrido, com emocao e alegria.
ResponderEliminarTudo bem, isso é legítimo, gostar ou não gostar. Mas o que se discute por estes dias nem é isso. O futebol e as suas discussões, se se resumissem a gostar ou não da cor e do passe ou do corte de cabelo até (com exagero mas vá lá...) seria pacífico.
ResponderEliminarO que está em causa, o cerne da questão, é se isto faz bem ao futebol ou não.
É preciso centrar as coisas no que importa.
Mas, já agora, com o Arsenal sucedeu o quê?
O árbitro cumpriu a regra - mais uma vez - e expulsou van Persie por chutar a bola para longe?
Isso não é gostar ou não gostar, é estupidez pura e simples.
E ignorância. O Inter não foi beneficiado na época passada? O Inter que nem sequer devia ter passado da 1ª fase com uma vitória de sorte e proteccionismo arbitral em Kiev?
Nem de propósito, alguém viu criticar, ou sequer comentar, ter sido Shevchenko expulso no D. Kiev-Braga por fazer o mesmo que van Persie?
Não, ninguém comentou sequer.
Quem foi o árbitro: o holandês Bjorn Kuipers.
Na Holanda fizeram campanha contra a expulsão do van Persie pelo Arsenal?
Não, na Holanda não há muitos estúpidos a comentar futebol. Nem os adeptos são idiotas a permitirem que uma equipa jogue à defesa em casa, porque têm interiorizado, e muitos exemplos históricos, o que é o futebol e em especial a cultura de jogo que têm inculcada em jogadores e adeptos.
Até porque teriam de meter a viola no saco por o árbitro holandês Kuipers ter expulsado Shevchenko.
Percebes, flip, o que está em causa?
Ou pensamos as coisas a sério ou mais vale estar calado. Podes não gostar do Barcelona, o que obviamente não discuto, mas deves funcionar mal se achas que ganha por causa dos árbitros. Viste como foi anulado ao Barça o 2-1 em SS por fora-de-jogo não existente a Gabi Milito e depois com um penálti o Barça perde a hipótese de quase ser campeão e de igualar o recorde de 32 jogos sem perder da Real Sociedad? Viste ou nem sabias e julgas ver tudo num lapso de tempo muito curto?
Eu sei que a propensão é para falar, falar, falar, dizer hoje uma coisa e amanhã o contrário, vemos tantos a fazerem isso e seguimos o exemplo.
Onde está o mal, então?
Haja coerência e discernimento, embora seja difícil e para mais com ambas as qualidades.
Faço coro com o Flip - infelizmente os jogos da Espanha e do Barça não são jogos de futebol. São jogos de meninos que gostam de levar a bola para casa, e que como donos da bola, quando não a têm atiram-se para o chão a chorar e a fazer queixinha ao árbitro!
ResponderEliminarPor isso, não posso concordar com essa de o Barça ser uma equipe adepta de futebol espectáculo! Equipe de futebol tem sido o Porto; não outra!
Equipe de futebol foi a Alemanha do último mundial; não a Espanha!
- Quanto ao comentário sobre a Holanda, peço-lhe desculpa, mas lembro-me perfeitamente de ver jogar a mais cínica equipe europeia, o Ajax. Do tempo do Cruiff. 80 minutos de jogo do gato e do rato,e depois o bote da serpente!...
Foram equipes ganhadoras com grandes jogadores, sem dúvida, e por isso merecem ter ficado na história e que lhes prestamos à vénia. Se gostei? Não, não gostei!
Quanto às arbitragens também acho que o Zé Luis anda a tentar castigar o Mourinho, o Pepe e o Real utilizando para confirmar a sua versão dos acontecimentos, os artigos de opinião que lhe vão ao encontro, e não verificando, sem afición, que o Barcelona foi p.ex. muito beneficiado no jogo contra o Arsenal (mesmo que o Sr Wenger agora venha não-comentar essa verdade, preferindo dizer que não acredita em conspirações), e que nestes jogos contra o Real, retirando do ar o barulho dos mind games do Mourinho, também acabou por ser ajudado...
- Se isto faz bem ao futebol? Claro que faz! ... É como a vida: -viver numa redoma com unanimidade é que não faz bem a ninguém.
Então, reine margot, se isto faz bem ao futebol, venham mais jogos assim, não é?
ResponderEliminarJá agora, sobre o Barça-Arsenal, houve mais algum erro a favor do Barça? E o árbitro não cumpriu as regras ao mostrar o 2º amarelo a van Persie? Onde estiveram os favores ao Barça?
É como digo, aceito que uns não gostem do tiki-taka, do Barça ou da Espanha. Os espanhóis, por supuesto, gostaram no Mundial.
Já em Portugal, jogando para ganhar mesmo sendo inferior, criticaram muito Queiroz e a Selecção eliminada por um golo em fora-de-jogo, mas admitem que o Mourinho é que faz bem e o Madrid não merecia.
Porra, onde está a coerência?
E, afinal, se falamos de arbitragens, o Pepe devia ter sido expulso ou não? Vai da bondade de cada um. Aos portistas, que viram em sua casa serem expulsos em jogos europeus o Fucile e o Álvaro pelo mesmo árbitro e sem contemplações, o Álvaro até levou dois jogos, há pretexto para negar que as expulsões foram correctas?
E o golo de ontem do Real Madrid, agora não houve contacto? E se houve, como houve, vamos meter a intenção? É ridículo, sumamente ridículo e só quem vive perturbado e não tem a mesma medida para todas as coisas gosta que isto decorra assim.
Pesoalmente, gosto do Barça, é a melhor equipa, Messi o melhor do mundo, ainda no domingo perdeu a hipótese de ser praticamente campeão espanhol e de igualar o recorde de 32 jogos sem perder da Real Sociedad por um golo mal invalidado a Gabi Milito e n
ao houve campanha alguma na Imprensa catalã.
E quanto a evocar comentários alheios, pelo menos o que fiz no post de ontem foi meter de um jornal de Madrid.
O Rascord de hoje, por exemplo, mete só o que o As e a Marca acham sobre o jogo de ontem.
Haja decência, não é preciso unanimidade que eu também dispenso mas só uma boa dose de observações e não tergiversações.
Sobre o Ajax, até posso concordar com o apíteto de cínica, mas mais pela subida linha defensiva que colocava o adversário em fora-de-jogo permanentemente. Mas isso é uma arma defensiva que até a tornava na mais ofensiva equipa do mundo, com centenas de golos por ano. Não por acaso, foi tricampeão europeu e coincidiu com o tempo em que comecei a ver futebol e o Ajax tornou-se, obviamente, a "minha" equipa (até passei a usar uma camisola com a lista vertical vermelha, que comprei e cosi numa tshirt branca) e a de todo o mundo e inspiradora de outras equipas posteriormente.
ResponderEliminarMas o cinismo táctico resumia-se a isso. Não dava cacetada, ainda que as cacetadas não dessem expulsões naquele tempo em que valia (ainda) praticamente tudo.
Por exemplo, o Barça do Dream Team do Cruijff já não achei tanta piada e teve sorte, como Cruijff reconhece (ler o texto que ontem aqui trouxe), de ter sido campeão duas vezes, nesse Tetra, quando ao RM bastava ganhar, em ambas as ocasiões, em Tenerife (do Valdano).
Para mim, o Real Madrid da Quinta del Buitre, que perdeu em 3 anos seguidos as meias-finais da Taça dos Campeões, era a melhor equipa da Europa e que dava gosto ver jogar e para mais com os rapazes da sua cantera como Butragueño, Michel, Sanchiz e Martin Vasquez. Mas a História não o favoreceu, infelizmente, mesmo em comparação com as equipas que depois, muito inferiores, foram campeãs europeias em 1998, 2000 e 2002.
Infelizmente, as pessoas mal têm uma perspectiva real das coisas e nenhuma da valia comparativa e competitiva das equipas.
Depois, hoje em dia é mal aceite a hegemonia de uma equipa, a não ser da "nossa" e isso é visível quanto a reacções anti-Barça, obviamente com epicentro na ciumeira de Madrid que, como sabe Mourinho bem, não tem antídoto para isso por uns anos mais e torna tudo mais desesperado face aos investimentos de mais um projecto Florentino.
Esse é outro aspecto do cerne do problema que faz exacerbar as discussões da arbitragem, porém nunca viram reacções de Guardiola, mesmo no ano passado, como Mourinho teve.
É uma questão de educação, acredito perfilhando a tese que de uma maneira geral vinga na Europa e faz em geral gostarem mais do estilo Barça do que da confrontação permanente de Madrid e de Mourinho em particular como já se viu em Inglaterra e Itália.
Resta saber quem saiba pôr-se à margem sem ser arrastado por um patrioteirismo serôdio, caso da Imprensa de cá em geral, ou uma noção distorcida das realidades de clubes no estrangeiro que passam muito ao lado de ocasionais espreitadelas de adeptos a campeonatos da estranja.
Mas, como sempre digo, é o que há.
Os defensores do Mourinho não aceitam a superioridade do Barcelona, assim como não aceitam aqui a superioridade do Porto...O Barcelona constrói durante um jogo jogadas entretecidas numa média de 650 passes, contra por exemplo 150 do Real...É significativo, o Mourinho gosta e prefere jogar no erro do adversário.Mas contra uma equipa desta qualidade o Káka até parece ausente do jogo e o Ronaldo apenas através de correrias desenfreadas e de posições à Gladiador nos livres a executar, parece assentar ter aí as suas hipóteses de êxito...
ResponderEliminar-Agora esta estratégia de vitimização Madrilista, assemelha-se imenso à estratégia benfiquista e isso nem surpreende muito, a SIC adora o Real e os Espanhóis têm muitos interesses comerciais na SIC...
Zé Luis, estou a gostar desta polémica!
ResponderEliminar1. Nós sabemos pelos documentos que nos chegaram que já os escribas do tempo das campanhas de Júlio César e os apaniguados do Império que se lhe seguiu, exageravam e pintavam de dourado revertendo para quem queriam ou lhes dava mais jeito a glória das conquistas! Então, tal como naquela altura, e hoje ampliada pela net e tv-show, há sempre os astros da propaganda, para si, ou para quem acham que lhes será útil! Então o que quero defender, é que temos de dar a esses a importância que de facto têm, e não a que queriam ter! ...
2. Estas coisas das arbitragens e da coerência dos jornalistas em Portugal (e, não só) não nos deve desviar dessa observação que elogia, fazendo-nos cair no outro extremo! Parece aquelas coisas dos casais desavindos: - nunca a culpa está só num lado!
3.As hegemonias nunca agradaram aos "outros" (só aos que mudam para a cor da vitória!). Pergunte-me se achei mal o Schumacher ser campeão 7 vezes, ou se acho mal no hóquei nos prepararmos para o deca? Não. Claro que não. Então não são as hegemonias que me chateiam, o que me chateia é que quem ganha sempre nem sempre saiba ganhar.
Não acho que os jogadores (alguns) da melhor equipe do mundo tenham de ser fiteiros, não bate certo. Alguém não lhes disse para se deixarem disso, e é triste. nem parece de melhor equipe...
4. Concordo em pleno consigo que não sou ninguém para falar dos campeonatos dos outros países; ainda houve tempo que não perdia o inglês, mas agora só me resta mesmo lera as notícias. Então, não sei, de facto. Nem deveria comentar. - Quanto à Champions acho que vi bastantes jogos...
5. Quanto ao futebol total do Ajax confesso que são memórias de criança, e por isso fixas à crueldade do resultado, mas não me lembro do Ajax marcar assim tantos golos nas competições europeias (que afinal eram os jogos que via...)...
reine margot, confesso não ter entendido bem qualquer dos pontos em questão. Admito, porém, teres razão quanto a uma fita aqui ou ali. Porém, convenhamos, falar de fitas do Busquets quando em campo está o di Maria ou mesmo o Ronaldo, não é razão de defender uma dama e escarnecer da outra...
ResponderEliminará um ponto indesmentível sobre estes clássicos que é o Barça jogar à bola e o Real Madrid não, preferindo as pernas dos adversários. Não é o contrário. É bem isto que ressalta e tudo resulta da táctica do Mourinho e da obsessão, que lhe pesa negativamente, para com o Barcelona que não tenho dúvida seria o maior sonho do Mourinho treinar.
No momento, não tenho dúvida, o Barcelona é o maior clube do mundo. Em tudo. Até na simpatia. Depois, em termos globais, é mais fácil gostar de Messi do que de Ronaldo. E por aí adiante. Creio ser já uma verdade insofismável. Mas admito que não concordem com ela. Há um ano e tal, quando CR7 chegou a Madrid, tive aqui destas trocas de ideias com alguns que perfilham a ideologia florentina. No final da época, mesmo com o RM a dar luta até final, chegando aos 98 pontos e marcando mais de 100 golos (102-98 em relação ao Barça), o que é notável, os apoiantes do Madrid haviam desaparecido. Tinham-se mudado, entretanto, para uma medíocre equipa do Inter que se banalizou ao nível que o Mourinho quis. Ganhou sem encantar, ganhou contra a preferência ou o gosto da Europa do futebol. Quem gostou do Inter foram os italianos, e decerto nem todos, e alguns tugas. Mais nada.
Ainda que eu prefira, sempre e sempre, o Barça, porque representa em Espanha o que vale o FC Porto em Portugal e historicamente na luta contra o xcentralismo e a ditadura, é desapaixonadamente que avalio os jogos com o RM. "Triunfou o jogo" foi a manchete do L'Équipe" e não por acaso. A Europa, o Mundo, rendeu-se ao Barcelona e até pode contemporizar com algumas coisas menos bonitas. Mas, no campo, o Barça joga e o MadridMourinho destrói. É ler declarações de grandes treinadores por aí fora.
AVB perfilha o jogo de toque e de ataque do Barça, da selecção holandesa, aquele que foi o jogo do FC Porto 2003 com Mourinho e o 4x3x3 que deu mais espectáculo do que no ano seguinte campeão europeu.
Estaremos até aqui de acordo?
Sobre o Ajax, o Grande Ajax, bem me parecia que essa falar do Ajax revelava pouco conhecimento. Não duvido que sigas os campeonatos estrangeiros, mas uma coisa é ver uns jogos aqui e ali, outra é conhecer aquilo por dentro durante muitos anos.
ResponderEliminarNão me parece que haja muita gente em Portugal capaz disso. Nem o expert LFL, um fala-barato que diz o politicamente correcto e tem a mania que escreve como um príncipe e é um banal teatrealizador... meio teatro, meio realizador de cinema de série B.
As pessoas, o futebol em geral, passou a resumir-se ao essencial. Lembra-se os t´tiulos, não as campanhas. Vai-se à net e apanha-se os resultados, desconhecendo-se a progressão e os meios internos para os obter.
A internet pode ter distribuído, facilitando, o acesso a muita informação, mas também é preciso apreendê-la, conhecê-la e saber avaliá-la. A internet não ensina, dá dados, hoje aos montes quando há 20 anos era difícil um jornal dar os nomes correctos de todas as equipas europeias ao longo de uma época.
Ao contrário do que se pensa de forma difusa, há muita informação mas pouco conhecimento e não há enquadramento necessário ao contexto em que se observa.
Continuo, ainda hoje, ao Clássico versão IV, a ler e ouvir coisas boas do RM que ganhou a Taça do Rei. Ou não viram o jogo, o que é possível porque jogavam Benfica e Porto e como eu não pude ver este, em Espanha, vi o jogo de Valência, ou não sabem o que se passou e fiam-se no patrioteirismo parolo da Imprensa portuguesa a descrever o sucedido.
O sucedido na final da Taça do Rei foi um massacre físico aos jogadores do Barcelona e o Casillas defender tudo na 2ª parte. O Pepe nem devia ter acabado a 1ª parte. As entradas de Rodrigo, Arbeloa e Sergio Ramos eram de meter medo.
O Guardiola encaixou a derrota e, como escrevi por aí, nem comentou o estilo, e a violência,d o Real Madrid e até começou logo por dar os parabéns aos vencedores. Nestes jogos, a um jogo, o RM pode ganhar mais vezes, especialmente com uma arbitragem inacreditável que o RM sabia não poder repetir-se na Champions. A não ser que o árbitro fosse português e, então, lá saiu a notícia de que seria Proença. Saiu o Stark e como eu o conheço percebi que a toada agressiva do RM não poderia repetir-se.
Acho ridículo, por isso, o mau perder do Mourinho. Igual, tal e qual, ao mau perder do Benfica em Braga, argumentando contra uma expulsão que foi justa e como se isso condicionasse o resultado.
Como escrevi, mesmo que Javi Garcia tivesse sido mal expulso em Braga, não tinha sido essa a causa do frango do Roberto e esse é que precipitou a derrota do Benfica em Braga, não foi o Xistra.
Faço, por isso, um paralelismo com o desviar das atenções de Jorge Jesus e do Mourinho.
E, para terminar, não vi ninguém apontar, nem contestar, que ontem o RM podia e devia ter acabado com 9 ou mesmo 8 jogadores. Não que tenha sido violento como na Copa del Rey, mas porque o mereciam.
Vires falar-me de fiteiros no Barcelona ou é desconhecimento dos jogos ou má-fé. No primeiro caso, nem vale a pena falar. No segundo nem admito conversa sequer.
Por fim, reafirmo, o que quis resumir é que sou contra, porque já adivinhava isto, campeonatos a 4 voltas que só trazem disto e disto já nos basta ver algumas vezes entre Porto, Benfica e Sporting. E, repara, nem estou a dizer bem de um ou mal de outro, alerto apenas para o ambiente criado e o incêndio que as incidências dos jogos ateia.
Para mim, isto é intolerável. E o Barça ganhou. E critiquei o Mourinho quando ganhou com o Inter. E repeti-lo-ei porque este é o meu princípio e sou coerente.
Já agora, se segues a Champions, tens noção das diferenças do Chelsea de Hiddink para com o Inter de Mourinho e o Real de agora nos confrontos com o Barça?
Percebeste alguma diferença ou não?
É que é de toda essa súmula que se devem tirar conclusões e não de algo casuístico.