29 novembro 2013

O islamita de Alvalade

Parece que o bronco do carvalho de Alvalade sugeriu uma bandeira de Portugal toda verde. É legítima a ideia de resolver os problemas de Portugal" eliminando o vermelho da bandeira nacional. Há quem defenda variantes para tirar o País da crise, da "austeridade inteligente" à "reforma do Estado sem cortar no Estado Social e na Função Pública que gastam o dinheiro de todos na ordem dos 70/75%".
 
Gracejam que o novo grunho do Sporting disse aquilo após o almoço, um momento expost já antes atribuído a Soares Franco. Sabemos que certa "nobreza", vendo falta dela a quem só beba água por exemplo e não tenha roupa de marca como "casuals" dos tempos modernos, abusa dos elixires e nem todos para a pele, antes para o estômago, vulgarmente conhecidos por digestivos.
 
Portugal, desde há 870 anos, teve praticamente uma única bandeira, branca com cruz azul. Ainda hoje isso fere certos instintos republicanos, mesmo que a única bandeira seja motivo de bandalheira mesmo em cerimónias da República (como o 5 de Outubro do ano passado, com a bandeira de pernas para o ar).
 
Mas se o bronco do carvalho de Alvalade, confortado pelo generoso líquido que envelhece em casco da dita madeira, perceber o que é uma bandeira toda verde, idealiza um símbolo nacional próprio apenas de país islâmico e, contra o seu fundamentalismo fanático, nesse caso são terminantemente proibidas bebidas alcoólicas. Embora beber apenas chá seja dos costumes próprios também da Nobreza. Mas essa nem todos têm.
 
Eu também não gosto da combinação de cores da bandeira portuguesa que é a bandeira da República, e não de Portugal, tive de ensinar isto à minha filha mais nova que pensava que Portugal era o nome oficial deste País. Mas se não gostava, descobri por acaso que o gosto muito pessoano também era avesso a tal dicotomia com algo de mais antinatural do que surreal.
“O regime [republicano] está, na verdade, expresso naquele ignóbil trapo que, imposto por uma reduzidíssima minoria de esfarrapados morais, nos serve de bandeira nacional — trapo contrário à heráldica e à estética, porque duas cores se justapõem sem intervenção de um metal e porque é a mais feia coisa que se pode inventar em cor. Está ali contudo a alma do republicano português — o encarnado do sangue que derramaram e fizeram derramar, o verde da erva de que, por direito mental, devem alimentar-se.”  --- Fernando Pessoa

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