22 novembro 2013

To do or not to do

A TVI resolveu, hoje, publicitar um vídeo, com legendagem própria, específica e modificada em relação ao original dado a conhecer em Portugal em Maio, de uma mulher húngara num concurso de riso desconchavado. Se fosse uma novidade, tudo bem, teria piada; mas não era: alguém, se não a própria estação, resolveu fazer de chico-esperto e meter isto num telejornal, à hora de almoço, porventura a repetir noutro horário nobre, quiçá ad nauseum na canal de informações repetidas 24 horas por dia.
 
A ideia de as tv's, e muitos jornais, apanharem coisas do Youtube ou da net e das redes sociais em geral não tem mal nenhum. Os diversos OCS apreendem uma coisa que milhões de pessoas conhecem e vêem. O que serve para, todos os OCS, perceberem que não vendem nem gato por lebre aos leitores ou espectadores a quem chama  hoje "espetadores", nem podem fazer de chico-espertos como se mais ninguém soubesse e descobrissem, esses OCS, a pólvora, há milénios inventada pelos chineses ao que consta.
 
Agora, apanhar um sketch por uma determinada ocasião e não apanhar o mesmo sketch de outra opinião equivale, para medir a isenção, idoneidade e idiossincrasia desse OCS, a esperar que deturpe outras coisas e chegue, porventura, ao cúmulo de apresentar a mesma coisa noutra circunstância e não numa circunstância diferente e já surgida antes. É que nem é em tempo real, chega atrasado pelo menos seis meses - o que dá que pensar na distracção, e ignorância, de quem é suposto providenciar notícias actuais que captem o espectador, e não o "espetador", com riqueza e circunstância, já nem digo pompa e momento...
 
É o caso deste vídeo, legendado depois do golo de Kelvin ao Benfica. Troquem-se as referências ao Benfica e ao Kelvin pelas referências à Suécia e ao Ronaldo e temos a saloiice pegada, sem eira nem beira, a denotar o sentido de oportunidade e a parvoíce jornalística de quem faz uma vez mas não faz noutra podendo sempre fazer uma vez mais noutra circunstância.
 
É por exemplos destes, repetidos ad nauseum, que a credibilidade e seriedade dos OCS e seus directores e editores de Informação é o que é, está como está e daqui não sairá, replicando-se pequenas e baratuchas imitações que, lamentavelmente, se entretêm a fazer. E, na era do infortainement, a do entretenimento da Informação, nem piada têm, sem deixarem de ser palhaços  e de segunda. Não ter seriedade e não ter piada sequer arruína qualquer pretensão de captar público.

É que nem é o caso de ser ou não ser, porque "não são", mas de fazer ou não fazer - eis a questão.

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