10 novembro 2011

Coronel em armas, a guerra da Bósnia e os cúmplices terroristas em Lisboa

Estamos numa de mercadejar não favores político-económicos mas alheiras por robalos o que nos remete para o tempo das trocas directas (nos relatos da bola dizem troca por troca) que favorecia o valor das coisas em vez de inserir moeda nas transacções comerciais. Há quem queira, de outra forma, voltar a tempos de antanho e outro coronel, o  terrorista camarada Otelo depois do descolonizador camarada Vasco Lourenço, ameaça com novo-25-de-abril-seria-mais-facil-do-que-em-1974
Além de pobre, Portugal é inseguro. O equívoco de estarmos na Europa salienta-se pelo levantar de armas como na América Latina.
Já não há o fassismo, mas sempre pode Otelo lamentar a pobre democracia vigente em vez de assentar baterias sobre "este Governo", depois do despautério dos executivos anteriores que alargaram as mordomias a um ponto que coronéis e generais não querem mais perder no restinho das suas vidas vazias que lhes sobra.
Também não há o pretexto da guerra colonial, sobrando a batalha contra os "especuladores financeiros" sem rosto nem nome e "mercados" usurários, esses malvados que ainda emprestam dinheiro para pagar as reformas e as mordomias de militares, por exemplo, ou de funcionários públicos que, vitimizando-se a reclamar contra os penáltis que lhes são marcados depois de alguns a favor, de greve em greve impedem a maioria da população de trabalhar.

Até os aviões ficarão em terra por conta da insatisfação desse classe explorada de pilotos e pessoal de bordo da TAP, como a Imprensa do regime na RTP, tudo por uma luta em nome de uma equidade que os anúncios - é ir ao Portal Sapo confirmar - para carreiras na cabina desmentem e restringem os candidatos entre 21 e 26 anos, como se hospedeiras/os nos seus quarentas fossem uma visão dos céus, mas muitos potenciais concorrentes não possam cumprir todos os requisitos apenas para soçobrarem por serem velhos, a partir dos 27 anos...
A revolução na rua de que fala Otelo - no delírio efervescente de quem prefere manter mordomias dispensando um busto escurecido numa praça menor - está a pedir balas e morteiros contra sacrifícios à classe burguesa que há 35 anos era para ser metida no Campo Pequeno. ACT: olha, parece que o feitiço poderia virar-se contra o feiticeiro, não fosse o magnânimo PGR o sonso Monteiro preocupar-se com coisas mais comezinhas do que o livro da Carolina...
Mas já que não colhe mais o argumento de se estar a espezinhar os mais pobres que motivaria, isso sim, outra profusão de cravos nas espingardas mas não se sabe quem ficaria refém num qualquer quartel do Carmo: presidentes da República que já foram PM e vivem de fundações e dotações orçamentais ou governantes que querem ordem nas contas contra o disparo da despesa pública que muitos parece não quererem meter na linha.

Enquanto o espírito do MFA é ressuscitado, coincidindo com a emergência da batalha da Bósnia no campo mítico de Bilino Polje que os portugueses fazem por exaltar em sucessivas vagas que só engrandecem o fervor nacionalista sacralizado pelos locais, a comenda do efe-erre-á acaba por sofrer mais um revés em tribunal.

E 25 anos depois do very-light do Jamor (1986) que assassinou um cidadão cuja família demorou mais de uma década a ser ressarcida pela FPF enriquecida por Mundiais e até um Europeu feito à sua porta e com bandeiras à janela, um adepto benfiquista volta a ter a Justiça à perna pelo petardo que estourou no Dragão mesmo sem festa do título - estranhando eles que muitas bolas de golfe fossem arremessadas para o campo!!! Como anda muita gente a brincar com coisas sérias, a injustiça que incorporaria em tese o mal-estar do coronel tratou de aplicar-lhe pena suspensa porque, felizmente, ninguém morreu e isto parece resumir-se a um fait-divers ainda que vincadamente com pedigree.

Ou não fosse o Benfica já identificado em tribunal como acobertando criminosos e tráfico de droga sob as suas bancadas de cimento que se vêem da rua como antigamente, além de sentenças várias por agressões a adeptos contrários, incêndio de autocarros "inimigos" como se fossem "Berliers" ou "Chaimites" do justiceiro tempo do COPCON que Dias da Cunha vislimbrou um dia para Alvalade receber adeptos portistas e um hoquista adversário deixado em coma acometido por uma brigada de assalto na Luz sem ser a coberto da noite e quando ainda não tinham inventado o apagão que tudo enegrece, não obstante os esforços transparentes do arcanjo Gabriel.

Entretanto, no apelo às armas, a Portugal cabe cavar trincheiras no batatal de Zenica ou, indiferentes ao estado daquela Aljubarrota bósnia, jogar para ganhar e mostrar que somos mesmo melhores como se ergueu dos lamentos da qualificação a selecção ali conquistadora em 2009 e não mostrar a massa de que somos feitos
Porque se a FPF quer falar de um campo ou ervado minado com areia e impraticável sempre podia não esquecer a abertura da época 2004-2005 em Coimbra, chamada apropriadamente de Supertaça de futebol de praia para desconsiderar a "gambetta" de Quaresma a Argel antes de fuzilar Quim e num estádio renovado que acabara de ser palco do Europeu caseiro.
Ou ver o que é o campo do Jamor eternizado pechisbeque nacional para as finais de Taça, num terreno seco lavrado para a festa domingueira de Junho a que chamam popular e do futebol para deleite dos paisagistas e ecoturistas postos a salvo da poeira da mata e preferindo a escassa cobertura da tribuna de pedra à sombra refrescante do arvoredo num vale supostamente idílico que tem sido o massacre de muitas famílias em romaria à capital do Império.
Por falar em Império onde se reclama equidade enquanto perfazem quase 400 dias de discriminação no Grande Porto e Norte Litoral a pagar SCUT sem aflições e indignações na capital e seus epígonos ou meramente desterrados em sinecuras várias, nada como atestar a evolução da solidariedade pátria e o justo reconhecimento das bandeiras do País

Bom enterro proveito.

6 comentários:

  1. Very.Light:

    Sábº, 18 de Maio de 1996.

    Abraço.

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  2. Agradecia que deixasse de misturar opiniões políticas com opiniões futebolísticas nos mesmos posts, até porque não há direito a contraditório e há coisas que, passados os últimos meses e os factos e dados que aí apareceram, só acredita quem quer.
    Cá estarei para lhe agradecer o apoio à perda de 30%+ do poder de compra a todos menos aos que o mereciam, julgando não só que vai mudar alguma coisa como que sem economia há dívida que se pague.
    Seria uma pena não ler mais as excelentes análises desportivas deste blog, mas não há paciência para o ver envolvido na masturbação económica que nos vendem.

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  3. Boas

    enquanto parte da nação portista espera um fracasso hoje da selecção para Paulo Bento ficar livre (Meu Deus onde isto chegou) as coisas continuam a fazerem-se pelo "outro lado"...

    O capela, depois de ter perdoado 2 penalties e uma expulsão logo aos 3 minutos no último jogo do FCP contra a Olhanense não teve de modos e na última quarta feira para a taça da cerveja teve uma arbitragem à sistema. Além de outros pormenores, expulsou 3 jogadores da Naval que estão impedidos de jogar o próximo jogo. E Contra quem é o próximo jogo da Naval ? Duas pistas, é para a taça de portugal e contra um clube que foi recentemente distinguido pelo CNID com o prémio de "Alto Prestigio" depois de uma época onde não ganhou um titulo de campeão nacional nas 237 modalidades onde participou. Nós ganhamos em tudo em que participamos em todas as modalidades e ainda ganhamos um trofeu europeu para Portugal em futebol. Pouca coisa

    Abraços

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  4. DD, não convém muito falar de arbitragem e especialmente do Capela no último jogo. Uma arbitragem conveniente que tirou 2 gp ao FCP e não expulsou o defesa que fez o 1º gp não perturbou quem por impulso teve de castigar, isso sim, a exibição da equipa e as opções, mais uma vez, do treinador.

    Li o que Capela fez e foi unânime a condenação na Imprensa de ter prejudicado a Naval. Por um lado favoreceu o Setúbal; por outro, a outrance, já prejudicou a Naval para o jogo com o Benfica.

    Tenho para mim que há árbitros com condições para cumprirem bem a sua função e tinha, até aqui, a ideia de Capela ser dos aproveitáveis.

    Desde este fds que deixei de vê-lo assim. Porém, como em muitos outros casos, tenho a percepção, um feeling já testado em situações do género, de que Capela actua condicionado, como muitos outros que têm algum valor e aspiram ir longe na arbitragem, pelo momento eleitoral e a definição das estruturas, nomeadamente a Arbitragem a passar da Liga para a FPF em que o lisboeta Vítor Pereira permanecerá, imagine-se, apesar de anteriores protestes contra ele mesmo da parte do Sporting, muito energica e veementemente, e do Benfica, precisamente os clubes que apoiam o futuro elenco federativo.

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  5. Nightwish, eu vou escrever como quero e pelos sentimentos que tenho, não por ideologia pacóvia ou interesseirismo pontual.

    Já deixei antes o aviso de que falo do que quiser, en passant por política e coisas que nos revoltam a todos e creio que são mais as que nos unem que as que nos separam. E está vedado a qualquer um comentar esses aspectos exclusivamente. Porque o objectivo não é esse em qualquer post, mas não sou insensível, como nunca fui, à situação desastrosa e de calamidade que o País vive e muitos não se dão conta.

    Quem quiser, en passant, dar uma dica ou uma ferroada num aspecto político eventualmente, pode fazê-lo, mas cá estou eu para, como em qualquer outro aspecto, verificar a bondade do exemplo.

    O que nunca admiti, e assim permanece, é que tragam assuntos laterais a assuntos já marginais ou que sirvem como pretexto para a minha intenção de elaborar um post.

    Posso aceitar que digam, en passant, que Otelo não é terrorista, mas sim camarada. Porém, não permitiria defenderem além disso, ficando a cada um a qualificação que se entender mas não dando azo a discussões que normalmente, nesse campo, vagueiam por tudo e por lado nenhum.

    A prerrogativa é minha, não abdico dela gostem ou não. Se querem comentar futebol, comentam o futebol que está. Não aceito que venham com outros argumentos que normalmente não são sequer para negar o que escrevo, porque limito-me aos factos que são conhecidos de todos à excepção de uns pataratas que continuam a achar que vamos para a pobreza quando há muito andamos a pedir emprestado e nunca desde o 25/4 tiemos superavit para sustentar este modelo de coisas em quem tantos têm medo de tocar.

    Se queres escrever escreves, mas não iludes a realidade nem crias cenários idealistas que na dura prática actual ficam completamente à margem. Se não queres escrever e preferes continuar a ler, bom proveito. Vou tendo alguma paciêcia para isto, mas não tenho paciência para tudo. As regras são conhecidas de todos e há muito estabelecidas, não ganho mais ou menos fazendo de outra forma e gosto de aproveitar todos os contributos que acho bons para o blog, como está comprovado.

    Há muitos fóruns só de política e os dos jornais estão abertos a todas as inanidades que qualquer um pode ver. É uma janela de oportunidade para todos, sendo que a larguíssima maioria reflecte oi estado de indigência intelectual próprio do País subdesenvolvido que somos e, daí, objectivamente pobre às costas de quem uns quantos, cada vez menos, vão cavalgando a demagogia barata como também mais uma vez se vê na discussão deste OE.

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