Podíamos, aos mais fraquinhos de memória e mais susceptíveis de meterem os pés pelas mãos, evocar alguns "hiatos" mesmo nas provas internas. Rapidamente, à vitória estrondosa na Supertaça com o Benfica em Aveiro, um triunfo inexpressivo e algo feliz na Naval a abrir o campeonato. Depois dos Cincazero, duas vitórias sofridinhas em casa com Portimonense e V. Setúbal, esta com os sadinos graças a um penálti falhado no último minuto de um jogo muito fraco dos dragões. Na Taça da Liga, a opção descabida de AVB alinhar algumas reservas com o opositor Nacional mais forte do grupo e que venceu todos os jogos, graças a um frango monumental de Kiesczek... Na Taça de Portugal, uma derrota acabrunhante com o Benfica em casa.
E na Europa, levada a eito com sete vitórias fora consecutivas? Bem, ganhar em Sevilha já foi uma proeza, mas parece já esquecido o sufoco impressionante sentido pela equipa portista no Sanchez Pizjuan. Ganhar em Moscovo ao CSKA só com muita sorte, na iminência de sofrer três ou quatro golos apenas na 1ª parte em que só por milagre Doumbia e Vagner Love não marcaram ante um Porto encolhido e atarantado. Mesmo a final com o Braga foi fraquinha, sem rasgo.
Convém ter noção de certas realidades, cientes de que é difícil voltar à Terra a quem andou na Lua. O banho de humildade de que padece a equipa podia estender-se a muitos adeptos de críticas desbragadas, daqueles a quem é fácil apoiar nas vitórias mas insuportáveis de aturar nas derrotas. Nem sei o que diriam se, em vez do 5-1 com poker de Falcao na semifinal, o Villarreal tivesse praticamente sentenciado a presença na final só na 1ª parte do Dragão em que apenas marcou um golo quando sem favor podia ter tido quatro ou cinco. Agora na Champions também, o pobre Submarino Amarelo leva quatro derrotas, duas delas em casa. Quem diria, não é?
Depois, para quem nota faltar apenas Falcao no onze habitual e não achar nada de fundamental, pois fiquem com a baliza do golo em Dublin comprada para o museu e arranjem quem volte a marcar 34 + 38 golos em duas épocas.
Amanhã fará três anos de uma fase conturbada do FC Porto, que tenho vindo a lembrar, em que nem faltava o treinador nem a equipa titular tinha sido modificada substancialmente. E voltaremos a revisitar o passado que muitos esquecem por não terem miolos para mais do que dizer bacoradas no presente.
Assim de repente lembro-me de um velho dizer: "chegar ao topo é fácil, ficar lá é que é mais dificil".
ResponderEliminarPenso que acenta na perfeição ao momento actual do Porto.
Já dos tempos do Jesualdo lembro-me que a oposição interna estava muitos furos abaixo do actual momento de forma tanto de lagartos como lampiões e ao quarto ano, um slb mais agressivo e um Braga super organizado, relegaram o futebol de contra-ataque portista para o 3º lugar.
Tal e qual Zé Luis,
ResponderEliminarAs vitórias, como sempre, nublaram a realidade de uma defesa mediana, um meio campo mais laborioso que genial (não havia um Deco e muitos Maniches) e um ataque que vivia do oportunismo de um fora de série sem alternativa real.
Na Europa dos 5ºs e 6s de Espanha, Itália, Alemanha, França e Inglaterra e dos russos, ucranianos e holandeses, é normal que um clube com a estrutura do FC Porto tenha de lutar pelo titulo. Na prova dos Manchesters, Barças, Madrids e companhia, o normal é jogar com os pés na terra.
Qualquer treinador vence uma liga cada vez mais mediocre, o mérito de Villas-Boas foi a invencibilidade, nao esse, e mesmo essa conseguida com muita sorte em alguns momentos.
O Rolando imagina-se o Pique, o Alvaro cree que é o Dani Alves, o Moutinho de repente sente-se o Xavi e não há um tipo que lhes diga onde estão e para o que servem. Ver os 40 milhoes por pagar do Falcao e os 15 da loucura chamada Villas Boas mudou muitas cabecinhas, dentro e fora do campo, e agora estão a pagar a factura de um clube querer ganhar algo com Varela, Djalma, Kleber e Walter...
um abraço