Eu não sei se os periodistas pensam mesmo que os leitores, ainda que ocasionais e tendencialmente rarefeitos (e contrafeitos) a pegar em pasquins, são burros. Ou se isso é tendência para se colocarem a par a esse nível. Inclusive jornalistas que passam a assessores de Imprensa e destrambelham nos clubes tanto quanto nas Redacções em geral.
Isto a propósito de três episódios que retratam a indigência a que se chegou.
1) Li ontem no café dois pasquins ditos desportivos e em ambos uns quantos pegam-se por números. Ridiculamente, em O Jogo, um tal Cortez ou Cortes diz mais ou menos que os defensores de Queiroz têm de meter a viola no saco, porque os números de Bento falam por si. Defensores não vi algum e só constsatei que Queiroz prefere os ayatollahs no Irão aos talibãs de Lisboa. Isto depois de duas vitórias sobre a Bósnia há dois anos e de agora ter sido um empate e uma vitória. Já para não falar de os números de CQ serem melhores do que os de PB, aqui registei na apreciação aos factose sem outro pretensiosismo. Em A Bola, Fernando Guerra bate na tecla, mas é só mais um wishful thinking com o handicap de os números dizerem o contrário do que escreve, embora o faça da forma mais estapafúrdia possível, comparando dois jogos iniciais da qualificação, em que CQ nem esteve no banco, com toda a qualificação feita por PB. E se quiser comparar as duas vitórias sobre a Bósnia de 2009 com os resultados de 2011 com a mesma Bósnia (a mesma não, que esta teve medo de Portugal, enquanto a de Blazevic pensou qualificar-se e foi subjugada de forma assustadora no tal ervado de Zenica com o qual a FPF de hoje fez um campo de Aljubarrota para incentivar os tugas descrentes) esteja à vontade. O Jogo, todo Cortez e louvaminheiro de Paulo Bento, empunha a bandeira da bacoquice, além da deturpação da verdade decorrente da adulação idiota.
Precisamente na hora de "sufragar" Bento com toda a presunção, a forma de eternizá-lo, "reclamando" a renovação do contrato, e carregar o andor da Selecção, é apelar a todos os deuses para que o sorteio de Kiev seja benemérito, tanto quanto O Jogo o é. Ora, para comparar, mal, CQ a PB na Selecção, nada como pedir o grupo mais acessível no Euro-2012, repelindo a expectativa de um grupo da morte (Holanda, Alemanha, Portugal e França; ou Espanha, Itália, Portugal e França, a reedição de uma taça latrina qualquer) como teve na África do Sul com Brasil e Costa do Marfim. Eu acho que, com a efervescência serôdia com que a FPF pedia um relvado novo em Zenica, devia exigir-se um grupo em 2012 com checos, irlandeses e dinamarqueses, pois estamos tão sedentos de vingança dos vikings como alguns pategos estão em relação a CQ.
2) Eusébio confirmou de certa forma ser muito plausível que o Garcia espanhol tenha chamado preto a Alain. O preto para quem o tremoço era o melhor marisco diz que não se importa que lhe chamem preto, porque ele o é e indignar-se-ia se o chamassem de branco!... Qual filosofia de cagadeira? Já nem sei se se importa que lhe chamem estúpido, como ele chamou a Alain, supondo que ele, Eusébio - a quem chamam King sabe-se lá porquê e ele não se importa nem interessa a razão de ter um epíteto em inglês como se o Pelé não se importasse que o chamassem Kaiser em vez de Rei - não se melindrará que o tratem abaixo de cão. Isto é muito ao jeito de se evitar atribuir ao Benfica as culpas do apagão de Abril na festa do título do FC Porto, enquanto se acumulam de dúvidas o apagão de Braga de há dias. Sobre o racismo no futebol nada como seguir o que se passa e diz lá fora onde não se põe paninhos quentes numa matéria efervescente que por cá tem a tolerância do costume quando se trata de defender o regime e suas figuras acolitadas pela Imprensa beligerante do costume (ACT.)
E isto de pretos vem a propósito de, mais uma vez, ser verosímil que o espanhol Garcia tenha chamado preto a Alain. O marfinense Marc Zoro (*), que chegou a Portugal definindo-se como (foi capa de A Bola) "um animal em campo", ainda há tempos disse que no Benfica "trataram-me como um cão". Ora, tudo parece bater certo, até porque na Luz, li em A Bola, já meteram os bósnios numa "gaiola" onde encerrarão os lagartos no derby. Vir agora Zoro dizer que no Benfica o espanhol Garcia nunca lhe chamou preto é o mesmo que Eusébio dizer que entre pretos não há que duvidar, são todos da mesma família com um atestado, como se percebe, de "maiores e vacinados", digo eu...
(*) depois de Zoro, p.s., salvo seja, o Zorrinho que não corre o risco de um correlegionário lhe roubar gravadores mas podia ter mais tento na língua.... Porque é que não se vão todos queixar ao portista F. José Viegas?
(*) depois de Zoro, p.s., salvo seja, o Zorrinho que não corre o risco de um correlegionário lhe roubar gravadores mas podia ter mais tento na língua.... Porque é que não se vão todos queixar ao portista F. José Viegas?
3) “O jogador não foi interceptado a 165 km/h, não conduzia sem cinto de segurança e muito menos obrigado a pagar uma coima de 700 euros. Efectivamente, Capel conduzia em excesso de velocidade, na A2, junto a Paderne [Algarve], à velocidade de 156 km/h. Pagou uma coima de 120 euros. Tudo o mais que foi e é noticiado sobre este tema é especulação e visa a desestabilização". Isto reza um comunicado do Sporting agora com um ex-jornalista da RR, Pedro Sousa, nas lides da comunicação leonina. Ok, não foi a 165, foi a 156; e não foram 700 mas 120, mudam os números mas a notícia do CM, supostamente ridicularizada, foi para todos os efeitos confirmada. Se fosse na Guarda em vez de no Algarve teríamos bronca da grossa, seguramente.
Faz-me lembrar Pinto da Costa negar veementemente, ouvi então nas rádios, após um jogo nas Antas, que Robson não tinha cancro nenhum no estômago, desancando verbalmente os jornalistas pelo rumor posto a circular mas era notícia em Inglaterra, isto há 15 ou 16 anos quando os jornalistas traduziam tão mal as notícias como o fazem ainda hoje. De facto, era um cancro, mas no nariz e não no estômago...
adenda: em relação ao post anterior, para alívio dos portistas, não é que A Bola concluiu a reportagem com Paulo Bento com a pergunta sobre os "rumores dos bastidores" de um assédio do FC Porto? A estupidez não tem limites, tal como o universo, já dizia Einstein. "Vítor Pereira é competente e isso não tem fundamento", terá sido a resposta do seleccionador que os aziagos ao FC Porto presumem um dia ver no Dragão.
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