12 março 2012

Os bandalhos no futebol da rolha e da ronha no País do respeitinho

Quando o Jesus está online e vê tudo que nem um ceguinho parvo como só um grunho pode ser não passa nada. Idem para o Costa dos túneis, que não manda sms de coacção a árbitros e dirigentes e diz tudo up-to-date nas trombas dos cobardes pascácios. Em funções em em directo. Isto se não fosse trágico seria cómico, mas entretanto...

Já não se pode ter opinião, livre, no futebol e em Portugal. Um delegado da Liga é alvo de especulação por ter manifestado uma opinião pessoal à margem dos seus deveres sendo que, na hora, não estava, digamos, em horário de serviço. Alguém está ao serviço 24/7/365? Quando tem tempo e liberdade pessoal? Isto é o Big Brother!
O delegado, se crítico é, observa como o FC Porto se cala e é prejudicado na questão de arbitragens que desde o início da época levam o Benfica ao colo. O incómodo é tanto que, independentemente da sua condição de delegado, fora de serviço no caso, ou mesmo por isso mesmo mas sem estar ao serviço também, que já não se pode disfarçar.

O que se passa já passou a raia do admissível. É indecente e imoral, mas a Imprensa do regime é capaz de pegar isto pela perspectiva errada, ou seja apontar uma falha eventual sem contextualizar e não dando por bem que ninguém pode ficar indiferente ao que se passa, sendo que a própria Imprensa peca por omissão e está descredibilizada por isso.
Aliás, o episódio faz evocar um outro caso, mas bem distinto e muito mais grave, que surgiu há uns anitos, parece que todos já esqueceram um delegado, com assento regular nas bancadas da Luz, que falsificou o próprio relatório que lhe competia fazer, em serviço num jogo do Benfica em casa, conforme se apurou em processo disciplinar. Como sempre, o caso foi para favorecer/proteger o Benfica, sempre o vilão da história, o clube mafioso que retrata o que é básico e trapaceiro em Portugal.
Em Portugal só acontecem destas cenas e duques tristes. Mesmo que o Cavaco aponte, de pleno direito e respeitando integralmente os factos, a "deslealdade institucional" do anterior Primeiro-Sinistro, cai-lhe o mundo em cima. Por dizer a verdade e por lhe competir fazê-lo.
Um País de bardamerdas caiu no fosso da descredibilização que se sabe. Mas a culpa não é dos responsáveis que levam Portugal ao abismo. É de quem vem a seguir, segundo a teoria em vigor e a complacência dos grunhos que gostariam de levar a vidinha de subserviência e dependência de sempre, a que atrofiou Portugal por via de uma maioria de portugueses..
Por sinal, Governo e PR levam sempre porrada no plano mediático por falta de capacidade de comunicação e assertividade na acção de denunciarem o que se passa. Bastou o ministro da Educação denunciar as falcatruas, o despesismo e o desleixo da Parque Escolar, epítome notável do só cretinismo que vivemos penosamente e pagamos todos dolorosamente, para a Administração quase em bloco se demitir.
Apontar os coveiros da situação pode ser ingrato e alvo de críticas, mas é inadiável e bem-visto perante gente de bem.
O Governo, que não eliminou ainda as raízes do só cretinismo que nos afundou, não fez a limpeza de balneário que devia e paga as favas, queixa-se da Parque Escolar, da Estradas de Portugal, do desvario na Saúde, dos contratos armadilhados, das benesses a corporações, da manipulação da Justiça, disto e daquilo de tudo o que sabemos ser real, factual, verdadeiro. Ao ter que impor cortes e sacrifícios, cumpre a obrigação de gerir o bem de todos para as coisas não mais se agravarem. O défice é o melhor exemplo e a ajuda externa, que mantém o País a flutuar, também parece esquecida por muitos que não vêem isso uma dependência e submissão vergonhosas que ninguém de boa-fé está disposto a passar e a sofrer as consequências.
O FC Porto, que cala e consente a não ser que Pinto da Costa se enerve com Roubarte Gomes, é metralhado permanentemente no plano mediático e nem o Torto Canal o safa, muito menos os peritos de Comunicação que tem ao seu serviço como abelhas amestradas que se preocupam com umas bacoradas do Rui Prantos.

Com mafiosos não se pode estar em sossego. Toda a Comunicação Social está ao serviço do Benfica como do PS, vejam-se os pasquins desportivos e os jornais de referência ajoelhados perante o poder político mesmo que vencido rotundamente nas eleições.
Ouvir, com o espalhafato dos pés-de-microfone quais baratas-tontas, Jorge Jesus a comentar os lances de jogo é como ouvir o José Seguro reclamar a sua alternativa como se fosse haver eleições legislativas amanhã. Temos os Grunhos da Silva e os Rui Prantos, os Baldaias da rádio que já foram assessores do Seguro e o "amigo Joaquim" para safar a Vara colonizadora das instituições que aprisionaram o regime da Face Oculta e do livre arbítrio do Freeport e das licenciaturas ao domingo..
Portugal, pateticamente habitado por patetas, indiferentes à realidade e só à espera do próximo fardo de palha que lhes assegure a subsistência miserável sem melhorar-lhes a indigência intelectual ou da cenoura à frente dos olhos e das orelhas de burro. Ups, orelhas, disse o Armindo...

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