30 março 2012

Só falta a nota do Gil Vicente-FC Porto

Lá acabou por sair, tarde mas a tempo, a nota da arbitragem do bruto do Caixão em Barcelos. Mas foi a do Gil-Vicente-Sporting: 3,5 em 5 possíveis. Parece-me justa: há um penálti por falta existente (mão de Schaars) que não se sabe se é fora ou dentro da área, mas o árbitro não inventou a falta (como é costume...), apenas poderá ter errado face à linha da área (mas isso não está provado); há um segundo penálti evidente (sem dar o amarelo a João Pereira, por jogar com a mão na área, mas tenho dúvidas que só por isso, sem ser jogada de perigo, seja motivo para cartão); há um segundo amarelo a Schaars justificadíssimo, armado em carroceiro Javi Garcia a abalroar um adversário; e faltou de facto um amarelo por entrada dura de um gilista, que o observador do árbitro apontou como erro. Ou seja, como qualquer pessoa normal pode constatar, nos lances capitais do jogo o árbitro até esteve bem, o resto é a calimerice habitual. Curiosamente, desse jogo, lembro-me de um pasquim que também viu tudo assim, embora achando que o primeiro penálti não podia ser por considerar a falta fora da área. Tudo bem, mas era motivo para, dando razão ao árbitro nos restantes lances, dar-lhe nota 1? Não, não era, mas a xungaria do Rascord é assim e pategos idiotas que percebem tanto de arbitragem, pelas amizades no sector, como de alfaias agrícolas, caem na esparrela, são obrigados a contar o que lhes dizem pela televisão e depois percebem-se que foram no conto do vigário mas já não podem alterar a nota que foram "forçados" a dar. E é tarde, aí sim, para se retractar. Não viu um corno no campo, foi enrolado pela cambada de Lisboa.

A nota que ainda não saiu é a do bruto do Caixão uns dias antes, no Gil Vicente-FC Porto. Ora, essa nunca mais sai. O FC Porto não fez por isso, como sempre apontei. A pasquinagem fez o suficiente para o que lhe interessa, mas saiu o tiro pela culatra no caso do Sporting. Os jornalistas só se interessam por umas coisas - e porventura são-lhes dadas pelos clubes.
Reparem que a notícia do Record e de A Bola tem exactamente os mesmos pormenores. Foi dada pela mesma "fonte", daquelas fontes precisas que distribuem as prebendas pelas aldeias. O Jogo não teve acesso à nota. Coincidências. Vi-as ontem nos dois jornais lisboetas que apanhei num café.
Como sempre disse, seria possível saber a nota do Gil Vicente-FC Porto. Os jornalistas do Porto não sabem sacá-la? O FC Porto não dá uma ajudinha? Não lhe interessa falar disso?
Bem, é mais uma desmistificação de que não se pode saber e que a FIFA proibe que se saiba. Como referi também há dias, o árbitro Paradas Romero teve divulgada a sua acta do Villarreal-Real Madrid, com todos os incidentes relatados. Em Espanha não têm medo da FIFA?
Os grunhos habilitam-se a beber de fonte inquinada. Os bandidos vão sobrevivendo com o silêncio cobarde de quem não denuncia estas atrociades à verdade desportiva. E à parcialidade informativa.

Por muito que se lhes explique, e tantos já preferem discutir o que diz a bolha ou o rascord, nunca perceberão o que se passa à volta. Muitas vezes, nem o que vêem. O costume.

DAR A VOLTA: mal vejo alguém na bluegosfera fugir à teoria do coitadinho e da inevitabilidade de ser o FC Porto maltratado na Imprensa em geral. É ver o trabalho de casa que o departamento (in)competente faz e avaliar. Se fosse dessa forma, contra todas as vozes agoirentas e púlpitos de sabedores de economia e finanças, mais a sempre presente oposição parlamentar com microfones à disposição, a imagem de Portugal no estrangeiro seria bem pior do que as notícias animadoras dos mercados que há uns meses todos sabiam metralhar com críticas e culpar pelos desmandos das taxas de juro a 2, 5 e 10 anos da dívida pública. Contra tudo e contra todos, Vítor Gaspar até a Washington vai mostrar trabalho (tirado daqui). Pode não dar resultado, pelo menos não satisfazer a exigência interna, mas não se pode negar que fez algo. E ninguém perde por tentar. Perde se não tentar.

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