18 março 2012

Como Alex Sandro "imitou" Leonel Messi

Escrevi isto ontem à tarde, mas podia tê-lo feito também após o jogo de 6ª feira. Entretanto, ontem à noite,  a coisa foi lembrada/antecipada.
Vou falar do golo do Alex Sandro na Choupana. Porque me apetece. Porque ninguém o destacou, como se fosse um golo normal e não foi. Porque vale por si (e já se sabe que não significou a vitória, apenas a ampliou). Porque prefiro ver o copo meio cheio e não meio vazio, sem prejuízo das minhas críticas já abundantemente expendidas toda a época sobre o futebol portista e que agora, como diz a outra, não interessam para nada. Porque até também já referi que nunca vi nada de especial no lateral brasileiro que custou cerca de 9ME mas também aqui isso não interessa para nada. Porque gosto de combater a indiferença geral - patente em muitas situações de grave dolo do FC Porto em todo o campeonato - nem que seja o único a defender um ponto de vista, que é o meu e dele não abdico - e quando encontrar um melhor apoio-o, como já demonstrei uma ou outra vez. E porque hoje é domingo, dá para relaxar um pouco e reflectir.
Pois bem, o golo nos descontos, muito bonito, a lembrar aquele que Messi marcou na época passada ao Arsenal na Champions: tabela com Iniesta e, à saída do g.r., pica a bola sobre ele, salta sobre ele também, e toca para a baliza. Foi o melhor golo da Champions na época passada, salvo erro.
O que fez Alex Sandro? Foi para uma recarga a um remate de James mal detido por Vladan, picou a bola sobre o g.r., saltou sobre ele, e tocou para a baliza. Ninguém reparou? Ninguém evocou o golo de Messi? Nem os experts de comentário e os especialistas de televisão no Torto Canal?  Ninguém achou notável a destreza e capacidade criativa do brasileiro?
Tudo bem, agora se quiserem vão ao vídeo rever, comparem com o Messi e falem no assunto se quiserem. É com enorme prazer que destaco o que parece ninguém ter visto, mais uma vez. E guardei e separei esta dedicatória exclusiva propositadamente, separando-a do jogo analisado em baixo.
Não quero falar de tácticas e opções, diminutas do FC Porto neste jogo mas mais uma vez mal avaliadas até pelos seus correligionários (e queixam-se dos maldizentes alheios...) que ou falam numa equipa a lutar pela despromoção ou viram e vêem melhores equipas ao longo do campeonato, nem de golos mais ou menos ou assim-assim. Aliás, tenho evitado gastar o meu latim, mesmo em tempo de trespasse definitivo da bancada, porque muitas coisas já debati noutras ocasiões e já cansei ou das mesmas coisas e loisas ou de replicar a quem vê as coisas de outra maneira.
Sem velocidade nos flancos o futebol portista perde a sua marca e não era ontem que esperava uma coisa diferente. Tal como a atenção devotada de Moutinho a mais cuidados defensivos retirou mais força ainda à dinâmica atacante.
Enquanto a generalidade da bluegosfera continua presa à época passada, fixando-se no Abril e Maio de 2011 e esquecendo tudo o resto à parte o Cincazero de 7 de Novembro, a equipa portista teve de fazer das fraquezas forças para superar um galo em Barcelos como não se viu outro há muitos anos, recuperando cinco pontos de desvantagem na tabela como se os que perdeu fossem por demérito e não por causa de brutus do Caixão, superando também uma arbitragem do sócio da impunidade vermelha para ganhar merecidamente na Luz e superando ainda mais uma arbitragem de caixão à cova do roliço madeirense que se destaca sempre pela negativa nos jogos do FC Porto e fez perder mais dois pontos com a Académica.
Talvez vejam equipa melhor em compita directa, sendo que o FC Porto ganhou os embates a Benfica e Braga (neste até podia ter goleado, lembro o 4-0 mal anulado, mas acabou 3-2...), por muito que não queiram assumir que, se esta equipa portista não entusiasma, as outras também não vão longe.
As carpideiras resultadistas ou exultantes militantes de tudo o que é bambúrrio lisbonense podem vangloriar-se da façanha do Sporting com o Manchester City face ao que o FC Porto fez com esse mesmo opositor inglês. Se a sorte do jogo tivesse sido invertida talvez os resultados fossem diametralmente opostos, e estou certo que o seriam. Aliás, aquele milagre final de não sofrer golos à vista nos instantes derradeiros só manteve os leões vivos quando se adivinhava um enterro de proporções animalescas face à vantagem adquirida de 0-2 além-Mancha e que esteve para ir pelo cano - mas, como diz a outra, isso agora não interessa nada. De igual modo, a forma inglória e injusta como o FC Porto não logrou fazer o golo e a vitória que tanto mereceu e justificou ante o Zenit podia ter levado a equipa ao topo do grupo da Champions, mas parece que o FC Porto tem feito uma época bafejada pela sorte que, nos últimos tempos, lhe retirou vários jogadores por lesão, dois logo com o City, além das opções da SAD de aliviar o fardo de médios cuja ausência se notou na falta de alternativas neste último jogo na Choupana - mas há quem ache, ao contrário de mim, que o treinador tem a culpa de ter de chamar um júnior para o banco numa época com o maior orçamento da história...
E também não me apetece falar, especialmente a desmiolados avulso, de golos fortuitos. A propósito do "chouriço" que valeu o golo de Janko, com o ressalto feliz da bolada de Vítor Moreno em Álvaro Pereira, parece que nunca viram Sporting, Benfica ou Braga marcarem de "chouriço". Mesmo esta época, lembre-se o falhanço de Rui Rego a falhar o alívio e a permitir o golo de Cardozo em Aveiro, há meio campeonato atrás, numa vitória imerecida e com golo "fatela" do Benfica ao Beira-Mar.
Para aqueles que vêem jogos e depois esquecem, decerto não lembram um golo inacreditável deste Vítor Moreno há uns anitos na Amadora, em 2008-09: Fucile não quis atrasar para Helton, persistiu no erro de manter a bola junto à linha de fundo e na área portista, depois chutou contra Vítor Moreno (actuava a lateral-esquerdo) e a carambola levou, da forma mais imprevista e aparentemente impossível, da linha de fundo, a sobrevoar Helton e a dar o momentâneo 1-1. Não se lembram, seguramente, ou talvez isto ajude a puxar pela memória. Foi no tempo de Jesualdo, o que valeu foi Hulk marcar de bomba o 3-2 logo a seguir ao 2-2 de Lito Vidigal (deu 4-2 final no jogo antes adiado).
Eu tento ter sempre presente um certo background e incidências diversas que me façam ser justo e equitativo, em relação aos adversários, nas análises. Nunca esperei época semelhante à anterior, mal de que enfermam muitas apreciações negativas que se lê por aí, já apontei todos os problemas desta e não deixo num cantinho alguma coisa para atirar como uma pedra mais tarde. 
Tendo deixado este registo de interesses importantes para contextualizar o jogo da Choupana, de alguma forma respondo ao Nélson Carvalho que viu toda a época o copo meio vazio enquanto para mim tem o suficiente para brindar até ao momento.
E não termino sem destacar, mais uma vez, o belo golo de Alex Sandro, algo invulgar até por imitar de alguma forma a genialidade de Messi.

4 comentários:

  1. Boas

    só uma correcção

    O vitor moreno que nos marcou um golo ao serviço do estrela está agora no estoril

    O moreno do nacional é um ex-vitória de guimarães

    Confere aqui:

    http://www.zerozero.pt/jogador.php?id=509&epoca_id=0&search=1

    http://www.zerozero.pt/jogador.php?id=17772&epoca_id=0&search=1

    Abraços

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  2. Ainda bem que me "explicou melhor" o golo do Alex... Eu já tinha visto um dele, no Brasil ainda mais espectacular! Este e o Danilo, foram caros/carissimos, mas são excelentes jogadores, não enganam. (Não esquecer que o Bigorna custou 6 milhões, e esse nem a minha Avó enganava...via-se logo!)
    Digo acima "ainda bem", porque ao menos fico com alguma coisa positiva para recordar, daquele jogo absolutamente miserável que fizemos no Funchal !

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  3. Zé Luis, também reparei no pormenor de classe do Alex logo na altura do jogo e salientei-o a quem estava comigo a ver o jogo, embora me escapasse essa comparação (bem vista) com esse golo do Messi.

    Quanto ao resto do post, subscrevo-o totalmente, principalmente nos pontos que focam a dualidade de analise entre a presente e a época anterior, em que tantos parece não se lembrarem da quantidade de jogos com meias partes miseráveis e tanta estrelinha que nunca nos faltou em momento algum - sem retirar qualquer mérito a todos os intervenientes dessa gloriosa época.

    PS.por falar em genialidade, ontem em Sevilla, mais um golaço para a coleção de Messi!

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  4. Obrigado, DD. Pensei que era o mesmo e só havia um Vítor Moreno. Até porque me parece que são muito parecidos. Estava mesmo convicto de ser só um jogador e aceito como correcta a tua informação.

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