01 abril 2014

Aplaudir de pé uma merda a sério

Eu aprecio aquelas poses dos pivots dos telejornais quando, em noticiário de relevo, saem da cadeira e passeiam pelo palco a categoria profissional, a especialização editorial e inclusive a fatiota de marca associada à produção do espaço informativo. As gajas, então, é um must, bem tentam imitar as boazonas da estranja em palcos e profissões similares, com vestidos coleantes e silhuetas finíssimas pelas quais e para as quais adoram pôr-se de lado mas não ao lado... A tv é um palco e, como no teatro feito o pequeno palco do mundo, reflete a sociedade, pelo menos a que se revê nisso e julga informar-se pela televisão. Daí que, vaidosos e vaidosas, mesmo lendo apenas o que o teleponto disser e sabe-se lá o quê e quem inseriu a informação a prestar num largo espectro de edição e tratamento da informação, eles de vez em quando, como elas, vão andando por ali...
 
Ontem, depois de ver a sonegação das imagens, em todos os canais, da falta de Fejsa para segundo amarelo em Braga, mais os caricatos episódios como o do pretenso penálti que o mesmo Proença viu (com os jogadores fora do campo, logo dando lugar a bola ao solo e nenhuma falta, para além da dúvida sobre o alegado toque do defesa em Rodrigo) sem ter visto a falta grave que dava expulsão por acumulação do médio benfiquista, além dos episódios de Capela na Choupana, apreciei ver o Carlos Daniel passear no palco quando tratou os resultados da bola e a iminência do Benfica (justo) campeão. A coisa podia ser grave, mas é só anedótica. Fica a pose para a posteridade e uma cagança a que os jornaleiros se atrevem e a imagem prodigaliza: parece que fica bem, mesmo que seja por uma coisa de merda, mas dá ar de sério. Uma merda a sério.

Podia naquele informativo da RTP elevar o nível, mostrar que a Informação celebra os feitos do País numa estação dita de serviço público mas é pouco pudica, como mostrar gráficos e passear no palco por causa das contas do défice, por exemplo, mas esse é um elefante, tipo FC Porto, que têm de engolir e já não dá aberturas de telejornais como quando o défice derrapa e sobe e está alto e lança o pânico (quem?) na populaça. Ou, ainda, falar de outro tema "fracturante" e que alarma as pessoas, subsidiadas ou não pelo RSI que tem para contar histórias de pasmar! Não, o pivot tinha de passear no palco apenas e só para celebrar o Benfica quase campeão, o que não deixa de condizer a letra com a careta.
 
Foi bonito, de resto, "apelar" às imagens finais da Choupana, isto num dia noticioso em que, como é hábito jornalístico nestes dias, a derrota do Porto teve a primazia à frente da vitória do Benfica, o que não sucede todos os dias mas, a bem da Nação, tem-se repetido com inusitada facilidade. Talvez a raridade motive algum palerma pôr-se de pé para dizer das diferenças pontuais da classificação - pelo que se percebe como o FC Porto merece essa distinção tão escassa na merdiatização paroquiana cá da parvónia.
 
Das imagens finais, que não gosto em lado algum, da Choupana retive apenas o burburinho sem coisa de maior a não ser a "pega" de Quaresma não com o adversário que lhe disputara legalmente uma bola dividida, mas com um palerma que também se quis fazer notado. Hoje em dia, pelo visto, qualquer palerma faz-se notado à custa do FC Porto, mas isso são contas do rosário de palermas, e cornos mansos, que o FC Porto vai congregando no seu seio, é também justo dizê-lo.
 
O problema é que, dos raros momentos em que vejo um jogo, nunca completo, do Benfica, fiquei também com as imagens finais, mesmo pela net. Felizmente não houve túneis nem treinadores exasperados ou jogadores em fúria. Como um tipo que já cá anda há anos, o sorriso e o cumprimento de Fejsa com Proença, no final, falou da cumplicidade e reconhecimento devidos pela omissão do cotado árbitro. Proença sabe que poupou a expulsão de Fejsa e este, como se cá estivesse há mais tempo do que Julho do ano passado, sabe como passar impune. Junto dos árbitros e salvo pelos resumos editorialmente correctos.
 
A "Emprensa" do regime aplaude de pé. O palco televisivo vive momentos de exaltação entre recriminações contra Quaresma e não com o incógnito jogador do Nacional dizendo já um "Basta!" à possibilidade dele aceder à selecção e ao Mundial como se o seleccionador e o director da FPF para as selecções não tenham feito pior, com murros mesmo, perante a maior plateia planetária e não o esconso cantinho onde estas merdas acontecem e os filhos da puta do costume aparecem aspergindo moralidade à conta dos paroquianos de "fezes" várias.

Merdas destas é que sucedem todos os dias. Bom proveito.

1 comentário:

  1. O objectivo da histeria Quaresma, é impedi-lo de jogar a segunda mão da taça no cesto do pão.
    Saudações Portistas

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