09 junho 2008

A crise (I)


O FC Porto e um “9/11”

O Dragão isolou-se, afastou-se do poder mediático e institucional: lembram-se da agência LPM desistir ao fim de um mês face a terreno tão conhecido na sua actividade como minado? Só ganhar no campo não chega, como quis a SAD e nem os adeptos se preocuparam com perda de influência nos órgãos decisórios

Da mesma forma que o ataque de 11 de Setembro de 2001 à América, independentemente da valoração política e mesmo da teoria da conspiração associada, resultou de um plano engenhoso, meticuloso e atempado, estrategicamente brilhante para quem o concebeu, para o qual concorreu a desatenção das autoridades norte-americanas, esta armadilha lançada ao FC Porto decorre de um plano aturado de planeamento e ordenado aos mais diversos níveis de operacionalidade, a que a SAD do Dragão não antecipou em todos os pormenores.

Uma possível exclusão europeia, mais política que jurídicamente sustentada, significará um dano colateral. Podem discordar, mas é um dano colateral. Mais tarde será avaliado. Mediante os recursos em curso, com deadline difusos e sucesso incerto, o FC Porto sofreu um ataque sem precedentes, muito além do habitual folclore da bola indígena, mas decerto não acabará e irá reerguer-se. Em Setembro, com ou sem Champions.

Assentada muita poeira sobre a possível exclusão do FC Porto na Europa, que aproveitou aos “amigos do alheio”, incapazes de em campo mostrar competência mas diligentes e maquiavélicos fora dele, e aos “amigos de Peniche” que surgem nas ocasiões de crise, arrisco-me a tentar ser objectivo na análise que abarca vários domínios para se perceber, no seu todo, o que “é isto”. Dispensei-me de reagir a quente, esperei sempre por dados específicos para perceber o que se passava, constatei as reacções mais díspares mas falhas de ponderação e até razoabilidade. Proponho a minha leitura das coisas, numa análise profunda e extensa, em três capítulos, para quem quiser acompanhar-me na desmontagem de toda esta encenação dantesca que, como se alvitrava no início, só atinge um objectivo pré-definido: o FC Porto estava acima da média de êxito do País cuja idiosincrasia política, de raiz cultural e acomodação congénitas, está a levar a cabo os seus intentos. Não vou ser crítico onde muitos assentam as suas baterias, discutindo assuntos pontuais e conjunturais. Aponto erros estratégicos que a supremacia do FC Porto iludiu e muito a montante desta palhaçada que agora decorre aos nossos olhos incrédulos e ao nosso entendimento que sempre se distinguiu do resto da maralha deste pobre e folclórico povo que não sabe o que quer porque não valoriza o que tem.

FC Porto desprevenido
Está claro, agora, que o FC Porto foi apanhado desprevenido quanto à questão europeia. Não me parece seguro que os adversários tenham tido em vista a repercussão de uma suspensão administrativa (não é uma sanção disciplinar, trata-se de respeitar critérios de admissão numa prova) da UEFA. Mas que tiveram tempo, e “avisos”, para isso, não restam dúvidas.

Em Janeiro, a CD da Liga já poderia ter decidido a subtracção de 6 pontos ao FC Porto. Disse-o o seu responsável, Ricardo Costa. Mesmo sem ouvir testemunhas, mesmo sem recursos da defesa, a sentença ia ser dada.

1º AVISO: Não pensem, apontou-se, que o FC Porto vai perder o título de 2004 e muito menos descer de divisão. Havia que decidir mediante as regras daquela época que impediam esses castigos mais severos que a douta CD da Liga por sua vontade teria imposto.

A sede de sangue popular conteve-se. A resignação evidente ressumou como uma derrota. A corrupção não era provada; de facto, nunca existiu, apesar da intoxicação pública que toldou espíritos mais volúveis e fez sobressair a incapacidade de raciocínio. A clubite estava a impregnar o processo. Sim, pareceu Kafka e o tal Josef K. que era acusado sem saber de quê e por uma entidade misteriosa que amordaçava toda a sociedade.

Aos poucos, o “processo” foi passando a “mensagem” de que sairia uma penalização por pontos. A aplicar neste campeonato que findou ou a transitar para o próximo.

Há poucos dias, dei aqui conta do acórdão vergonhoso da CD da Liga sobre o FC Porto-E. Amadora. Na introdução aos factos essenciais, à margem do Direito para que não estou habilitado, fiz esta leitura:

“(…) à falta de leis que pudessem penalizar seriamente o FC Porto, tentou-se, em vão, encontrar factos que minimamente se adequassem às regras vigentes de modo a, pelo menos, encostar o FC Porto às cordas..

O novelo está todo desfeito, (…) caídas as máscaras dos protagonistas desta farsa ignominiosa, percebe-se, com clareza e objectividade, que Maria José Morgado forçou a nota ao pronunciar Pinto da Costa e o FC Porto (ida a julgamento) sem a convicção que achava sustentar a acusação.

Como é melhor prevenir que remediar, não vá algum tribunal isento inocentar os arguidos, nada como despachar já umas sentenças avulso na justiça dita desportiva.

Do facto, não despiciendo, resulta até a escapatória de Carolina Salgado ao crivo das mentiras, como a CD da Liga reconhece: se ela, até ver, não foi apanhada a mentir em tribunal (é uma forma de ver as coisas, mas pronto), a CD da Liga acha que não pode colocar-se em causa a sua credibilidade”

Ora, esta (in)justiça desportiva resultou de duas coisas: o FC Porto minimizou a defesa, pois Pinto da Costa e Reinaldo Teles não prestaram declarações na Liga onde a própria Carolina se dignou não marcar presença quando convocada; a CD da Liga fez uma interpretação dos factos muito subjectiva e adulterando até uma série de regras, a mais importante de todas respeitar a presunção de inocência. Partiu do pressuposto de culpa, ficou-se pelas escutas convenientemente seleccionadas e ziguezageou para, com premissas falsas apuradas das mesmas escutas (sem caber aqui a legítimidade da sua aplicação em processo disciplinar), tirar uma conclusão errada. Uma fraude consumada em forma e com efeito cujo alcance ainda não se vislumbrava então.

Aquela observação, da CD da Liga, do carácter vingativo de Carolina Salgado e a bondade de achar que ela não foi apanhada a mentir em tribunal sem ainda lá ter passado, disse bem do objectivo que norteou não só a publicação do livro que reabriu uma caixa de Pandora, mas o objectivo punitivo predeterminado da CD da Liga.

A estratégia depois furada
O FC Porto anunciou, então, que não iria recorrer.

Eu fiquei à defesa. Como adepto subscreveria a opção do recurso. Mas a estratégia da SAD não me parecia descabida. Ora, quem está no centro de decisões sabe pormenores que escapam ao público. Lamentável foi Pinto da Costa – aparecendo sozinho porque ia recorrer individualmente como “presidente” (suspenso por dois anos, note-se) – não achar necessário explicar o que fosse e nenhum jornalista, normalmente pouco mais informado que um adepto, foi capaz de bater o pé e dizer que ninguém percebia aquilo.

A SAD não recorreu, logo não teria de marcar presença naquele acto de Pinto da Costa. A estratégia estava pensada, os -6 pontos não faziam mossa nos 20 de vantagem em 2007-2008 mas poderiam perigar o título de 2008-09 que garantia, em exclusivo, a presença na Champions da época seguinte em que o crivo da pré-eliminatória será mais apertado pela mudança de perfil dos adversários chamados à porta de entrada na prova. O FC Porto olhava em frente, mas sem ver o alçapão dissimulado antes da meta.

Houve quem pedisse recurso por uma questão de “imagem” e de “moral”, de “honra” e outras coisas bonitas. Um princípio que perfilho. Muitos adeptos não se importariam de arriscar e começar a época seguinte a perder dois jogos sem os jogar. Já não me convenci tanto. É bonito, corajoso, moralmente estimulador, exaltador da imagem. Normalmente, quem pensa assim não tem a faculdade de decidir. Mas ninguém alertou que a UEFA poderia estar em perigo. A SAD, sempre presente nos sorteios e com regulamentos na mão, esteve desatenta.

O lastro de injustiça do processo corrido na Liga de forma criminosa não chegou para mostrar que o FC Porto tinha moral para sacudir uma mal investigada tentativa-de-simulacro-de-eventual-corrupção, se permitem a ironia. Agora é mais fácil ainda, com o factor Europa a pesar, criticar.

O FC Porto não previu essa manobra. Porventura, nem o adversário, mas estaria já alertado para essa consequência a partir de… Janeiro. Teve meses para estudar todas as implicações de uma sentença que era já sabida “por outro lado”. E passado o prazo de recurso, a manchete não deixava margem para dúvidas.

2º AVISO: O perigo era real, não adiantava matar o mensageiro. O FC Porto teve de reagir, quando se limitou a assistir até então. É pertinente a crítica de “isto” vir no seguimento de muito silêncio ensurdecedor. Agora corre pela Europa e fará tudo para ser bem sucedido. Mas a estrutura abalou.

Dois factores concorreram, a montante, para este desenlace cujos efeitos serão conhecidos com o sucesso dos recursos.

A premonição no início da época
Há muitos anos que o FC Porto deixou de pugnar pelo poder. Não serão tantos quantos os anos de ausência de Pinto da Costa nas AG’s da Liga. Mas mal afrouxou a guarda passou três épocas sem ganhar o campeonato, vilipendiado em qualquer delas: em 2000 perdeu para o Sporting, enquanto Guilherme Aguiar mantinha que Bruno Paixão (Campo Maior, 19/2/2000) era um árbitro de categoria e com futuro promissor à sua frente; em 2001 para o Boavista sempre protegido pelo clã na Liga Loureiro, como foi visível na mudança de comando no derbi do Bessa com Vítor Pereira a apitar; em 2002 quando, definitivamente, o “monstro fugiu ao criador”, numa visão estratégica de Dias da Cunha que sabia do que falava sem deixar de apontar “Pinto da Costa e Valentim Loureiro os rostos do sistema”. Mas os 17 penáltis a favor do Sporting, dois deles nas Antas (2-2) graças a Martins dos Santos (que ironia), falaram por si.

No início da época, o FC Porto contratou uma agência de comunicação. Estranha forma de vida num clube que os próprios adeptos reconhecem como fechado. Pior, a LPM (do nome do fundador Luís Paixão Martins) nem um mês demorou a perceber que a vontade política e real de mudar e actuar no panorama mediático, publicitário e de marketing, além do aspecto político de imagem condizente com o tempo moderno, não chegava. A LPM, bem cotada no meio, desistiu, deixou pistas quanto à premonição do que seria o insucesso do clube e da própria empresa. Ficaram perguntas por responder, cabiam ao FC Porto mas só houve silêncio. Inexplicável. Hoje, seguramente, prova-se antes de tudo o mais como a resignação a essa fatalidade de ter de viver como irredutíveis gauleses no seu domínio foi desastrosa.

A ilusão Mourinho e dos adeptos
Só o fenómeno, desconhecido previamente, de Mourinho ajudou Pinto da Costa a cavalgar nova onda de sucesso quando a casa parecia ir abaixo.

Uma reviravolta sempre com o FC Porto mais afastado da Liga. Uma onda de êxitos inimagináveis e um fulgor e paixão portistas sem igual na História, também enraizaram nos adeptos a ideia, enganadora, de o FC Porto ter de provar em campo, exclusivamente, porque é de facto o melhor.

Mesmo com uma assustadora média de penáltis não marcados a favor nos últimos anos, comparativamente aos adversários, com erros de arbitragem volumosos, os resultados faziam honra à imagem da equipa: vencedora. Mas se os ataques ganham jogos, as defesas ganham campeonatos, sintetizou Michael Jordan. E ao fragilizar-se nos corredores do poder, o FC Porto ficou à mercê do assalto descarado a todas as instâncias de quem queria “fazer as coisas por outro lado” e se interessava em “ocupar lugares na Liga e não numa equipa de futebol”.

Essa ideia de supremacia, moral, de imagem e de categoria técnica e profissional em campo iludiu os adeptos, que deixaram de gritar contra as injustiças, de criar no estádio um ambiente intimidatório que se vê noutros campos contra os árbitros, de combater a rivalidade crescente e a agressividade dos adversários (num crescendo de queixinhas, à falta de argumentos contrários) e passaram, ironicamente, a exigir tudo à equipa, ao clube (nas várias modalidades), à SAD.

Há adeptos, agora, que criticam a SAD, pelo passivo, pelo mercado de transferências, pelo silêncio, mas nunca o fizeram pela perda de influência nos órgãos decisórios, pelo distanciamento na Imprensa, até pelo ostracismo a que foram votados muitos jornalistas de um portismo inatacável que a sua profissão e o seu sentido ético permitiam discernir entre as regras do seu trabalho e os momentos de defesa dos pontos de vista do FC Porto.

(continua)

31 comentários:

  1. Simplesmente brilhante.

    Simple de best.

    Parabens

    Eu sei que vem aí uma 2ª parte, mas esta é brilhante.

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  2. "Apito Dourado"

    Domingo , 08 Junho 2008

    O Presidente do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol, Arnaldo Marques da Silva, vai apresentar, esta segunda-feira (9 de Junho de 2008), pelas 12h30, em Conferência de Imprensa, a ter lugar no Auditório "Manuel Quaresma" da Sede da FPF, as deliberações do CD no âmbito do processo "Apito Dourado".

    alguem me pode explicar se isto é o recurso do PC ou se é outra coisa?

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  3. Ze Luis,

    Sempre me insurgi contra o fenomeno Anti-Porto vigente na Comunicaçao Social.
    Sempre disse que o facciosismo que até ja nem pessuposto economico tem (veja-se as quedas de vendas dos pasquins), era vergonhoso.

    Esta aos olhos de todos e mina as consciencias, que nao sao muito fortes.
    Basta olhar para telejornais que abrem com uma euforia, propria de quem nao "tem mais nada aonde se agarrar".
    As pessoas nao valorizam o que é bom porque nao o procuram. Nao teem cultura para isso.
    Muito mais simples é, ler as gordas dos pasquins e deixar-se levar na "onda". Da uma espécie de sentimento de conforto para quem tem poucos objectivos.

    Os folhetins TEEM que existir, porque nao existem resultados desportivos. Veja-se a cobertura dada à selecçao. Tabua de salvaçao das desgraças dos clubes da capital.

    Nao sei se o Porto baixou a guarda na comunicaçao social propriamente dita, mas baixou a guarda mediatica em relaçao aos seus adversarios. Balneario blindado sim, mas SAD blindada nao.
    Mas foi o que aconteceu.
    Houve quem me disse que nao interessava fazer muito alarido quanto à questao da LPM. Nunca percebi porque.
    Também pensava que quando a SAD nao recorreu seria o melhor porque nao tenho todos os dados à minha disposiçao. Esta a vista que nao foi a melhor soluçao.

    O proprio Pinto da Costa surgiu mais ofensivo nos ultimos 3 meses. Mas sempre sem a SAD ao lado.
    Num silencio de morte.

    A prova que a SAD compreende o erro estratégico, foi o comunicado ao texto sujo, escrito por "alguém" para que Luis Filipe Vieira mostrasse toda a sua capacidade de enojar quem tem principios morais.
    A SAD contra-atacou. Pela primeira vez.

    Quando se falava de sistema o Porto muitas vezes perdia, claramente prejudicado, com records de penaltis e jogadores a serem expulsos porque tinham outros às costas, e nao existia a devida indignaçao por quem de direito.

    Alias, justiça seja feita, fui um dos poucos que sempre aqui relacionei os "poderes politicos" com diversas decisoes desportivas Anti-Porto e com a campanha contra o Porto (até como cidade) de televisoes e jornais, com "opinioes" mentirosas e debates para "tolher" a vista de quem nao sabe as verdadeiras diferenças entre a capital e o resto do pais.

    Espero serenamente pela decisao uefeira, esperando que a xenofobia de Platini nao nos seja nefasta.

    Espero que a FPF tenha a coragem de "desmontar" a decisao injusta e vergonhosa da Liga. é nestes momentos que nos apercebemos se as pessoas ainda teem caracter e se quando chega a hora da verdade as instituiçoes que regulam as actividades se comportam como tal.
    Vejamos se ainda ha esperança para as instituiçoes que regulam o pais.

    E nao acredito que Liga ou Federaçao tivessem alguma vez imaginado que isto poderia provocar uma novela na UEFA.

    No final do Portugal-Turquia o sebento presidente da Liga respondeu duas vezes à pergunta "Torce naturalmente por um desfecho positivo para FCPorto na UEFA?" com duas respostas iguais "Espero que seja tomada uma decisao o mais rapidamente possivel".
    Acho que nao é necessario dizer mais nada.

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  4. Caro "sirmister":
    O CD da FPF está a analisar o caso que envolve o Gondomar.
    O recurdo do PdC está a ser analisado pelo CJ da FPF que é o orgão superior.
    Cumprimentos

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  5. "...que deixaram de gritar contra as injustiças,"

    Cada qual que fale por si. Eu nunca baixei o nível da crítica contra o benfiquismo como corrente filosófica que nos ensina que: "é muito feio roubar, mas quando é a nosso favor já não faz mal".

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  6. do jornal o publico:
    08.06.2008, José Manuel Meirim
    1. Hoje não há como fugir ao "Caso FC Porto/UEFA". A semana foi informativamente arrasadora e os juristas jogaram futebol como nunca. Ultrapassou-se, de longe, o "Caso Mateus" do Verão passado. Todos exprimiram opinião. Certa, errada, reflectida ou menos pensada. Eu também participei: fiz passes acertados e, noutros casos, transviados. Contudo, independentemente da valia destes "novos jogadores", certo é que ficou bem patente a importância do direito no desporto, nasçam as normas no Estado ou provenham das federações desportivas nacionais ou internacionais. Tombam assim por terra as teses de que o melhor é "deixar o desporto com o seu direito", pois o estadual só acarreta problemas e paralisias para "o normal desenvolvimento das competições desportivas".
    2. Não há espaço para irmos mais longe. Temos duas partidas de xadrez jogadas em simultâneo. Um tabuleiro encontra-se no Conselho de Justiça da FPF (CJ), em Lisboa; o outro, no Comité de Apelação da UEFA (CA), em Nyon. Separadas no espaço, estão, no entanto, intimamente ligadas e existe um cronómetro para as jogadas, de cá e de lá. Na semana que entra, o CJ confirmará ou anulará a decisão da Comissão Disciplinar da Liga relativamente ao recurso do presidente do FCP. Diz-se que até ao dia 12 ou 13. Amanhã, o clube/SAD apresenta o seu recurso junto da UEFA. Diz-se que haverá decisão do CA a 18. Ou seja, parece provável que, no momento em que o CA vá conhecer do recurso do FC Porto, tenha pleno conhecimento dos lances realizados em Lisboa.
    3. Se o CJ confirmar a infracção do presidente, não temos muitas dúvidas a respeito da decisão do CA da UEFA: confirmará, também, a decisão do órgão disciplinar da UEFA. Passaremos a jogar em Lausana, no Tribunal Arbitral do Desporto. Se, ao invés, o CJ anular a decisão sancionatória, temos imediatas repercussões nos dois tabuleiros. No interno, saber em que termos tal anulação aproveita o clube (imediatamente? mediante um recurso de revisão?) é matéria a reclamar mais estudo e espaço.
    No tabuleiro de Nyon, pelo contrário, tal decisão do CJ só pode conduzir a que o CA anule a decisão da primeira instância da UEFA. É que, entre os dois ilícitos - o do presidente e o do clube -, existe um elo umbilical, na medida em que o clube só comete a infracção disciplinar por via da sua responsabilização pelos actos do presidente. Não existindo esta, não existe a do clube. E assim também funcionam as normas disciplinares da UEFA. Decidir de outra forma seria decidir contra o Direito.
    4. Como estou ainda fatigado da "partida" da semana passada e não jogo em nenhum dos tabuleiros, seja-me permitido, sem querer beliscar os intervenientes e interessados nas decisões desta "simultânea", avançar com um prognóstico que não tem nada de jurídico: o CJ vai anular as decisões sancionatórias atinentes ao presidente do FC Porto e o CA vai deliberar no sentido desse clube participar na Liga dos Campeões. Contrariamente à regra do futebol, os prognósticos não se fazem no final dos jogos, mesmo que sejam simultâneos.

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  7. "FC Porto have lodged an appeal with UEFA against the decision by European football's governing body not to admit the Portuguese club to the 2008/09 UEFA Champions League.

    Friday hearing
    The decision was taken by the UEFA Control and Disciplinary Body last Wednesday after studying a matter involving alleged bribery of referees in Portuguese domestic matches in the 2003/04 season. The UEFA Appeals Body will hear the appeal on the morning of Friday 13 June at UEFA's headquarters in Nyon."

    Portanto, somos ouvidos no dia 13 e depois a coisa deve arrastar-se por mais uns dias. Mais uma semanita, digo eu.

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  8. afinal a decisao do CJ da federaçao sai quando?
    e que no record ja vem a dizer que nao e esta semana?
    n era pa sair dia 11?
    cada vez percebo menos...

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  9. do maisfutebol:
    Comité de Apelo da UEFA decide F.C. Porto na sexta-feira
    A reunião do Comité de Apelo da UEFA que irá analisar o recurso do F.C. Porto à exclusão da Liga dos Campeões realiza-se na sexta-feira, dia 13 de Junho, em Nyon.

    O encontro, cuja data foi confirmada ao Maisfutebol por um porta-voz da UEFA, terá início pela manhã e é de admitir que seja divulgada a decisão à tarde.

    O Comité de Controlo e Disciplina da UEFA decidiu na semana passada não admitir os «dragões» na Liga dos Campeões, considerando que não reuniam as condições de admissão depois de o clube ter sido condenado por tentativa de corrupção no âmbito do processo que ficou conhecido por Apito Final.
    imagem

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  10. entretanto do record:
    Apelo sem apoio
    CONSELHO DE JUSTIÇA PUXA TAPETE NA UEFA

    O Conselho de Justiça não vai encerrar esta semana a apreciação dos recursos do FC Porto, em nome de Pinto da Costa, para contrariar as penas do Apito Final.

    Um atraso que puxa literalmente o tapete aos esforços que os dragões estão a fazer no sentido de inverterem a sanção de exclusão da Liga dos Campeões decretada pela UEFA.

    grandes fdp

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  11. é sempre tudo ao contrário, em portugal é sempre tudo em passo de caracol. então não é que em menos de quinze dias a uefa consegue dar resposta por duas vezes ao caso em questão, enquanto nós por cá continuamos sempre na mesma sepa torta.com ajudas destas da nossa federação só nos resta esperar o pior.boa sorte portugal??????????????????????????

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  12. Mesmo depois daquele comunicado, a LPM ainda trabalha com o FC Porto.

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  13. Se de facto a FPF, nao deliberar, antes do dia 13, ficamos a saber que o nosso pais é efectivamente, um pais do terceiro mundo.
    As instituiçoes democraticas por e simplesmente nao funcionam.

    Nao existe celeridade, nem competencia, nem imparcialidade, nem idoneidade. Uma falta de caracter e de coragem a toda a prova.

    As instituiçoes democraticas, teem esse nome porque devem actuar com independencia em relaçao ao poder central e aos interesses instalados.

    A guerra desportiva ira alastrar ao fenomeno politico e social.
    Nao creio que as pessoas no Norte continuem caladas perante toda esta dualidade de critérios do poder central.
    Esta dualidade esta em todos os sectores, desde o desportivo ao economico.

    Os brandos costumes nao resolvem problemas.

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  14. Zé Luis,
    Parabéns pelo post, está muito bom.

    Sem dúvida que este abandono total do FC Porto dos órgãos decisores do futebol português nos tem trazido contrariedades.

    Mas não é tudo. Há que começar a reagir violentamente contra estes homens por trás das instituições. Exemplo: no caso de o CJ da FPF dar razão a Pinto da Costa o clube devia fazer uma conferência de imprensa a exigir de imediato a demissão da Ricardina do CD da Liga e anunciar a perda de confiança no presidente Hermínio Loureiro.

    É necessário passar uma imagem de contra-ataque a partir de agora. O comunicado-resposta a LFV foi um começo, mas têm de ser dados sinais muito claros de uma inflexão na política externa. Caso contrário, mais tarde ou mais cedo, iremos continuar a ser cozinhados pelas instituições controladas pelos nossos inimigos.

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  15. Zé Luis:
    Espero a parte II.
    Parabéns, soberba análise.

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  16. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  17. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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  18. Meu caro Amigo Zé Luis

    Excelente post .

    Mas ficamos na velha máxima , somos presos por ter cão e por não ter .

    O que os PORTISTAS têm que entender é o seguinte , existe á muito tempo uma CRUZADA contra o F.C.P. e o seu PRESIDENTE , desde que nos tornamos um clube " REGIONAL " com TAÇAS EUROPEIAS e MUNDIAIS alguém neste país resolveu ABATER-NOS e tudo fará para que isso aconteça , ou alguém no seu perfeito juízo tem dúvidas que fosse qual fosse a decisão da S.A.D. ( em relação ao recurso ) o resultado era o mesmo , ABATER-NOS .

    Meu caro , sinceramente lhe digo isto só lá vai á moda do DISTRITAL :

    LEVAM NO CORPO Á ENTRADA DO DRAGÃO

    E

    LEVAM NO CORPO Á SAÍDA DO DRAGÃO

    Abraços

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  19. wolfboss e que tal comecarmos a dar-lhes no corpo ja amanha em olival, continuamos sabado em fanzeres!
    e por ai adiante!

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  20. Parabéns!- Excelente crónica

    Abraço

    AZULEBRANCO

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  21. acho que não nos devemos rebaixar à inignificância desses seres(MOUROS)
    cumprimentos

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  22. então não é que a uefa quer juntar sexta-feira f.c.porto, benfica e guimarães para resolver a questão?vamos agora ver quem são essses senhores que são adeptos da transparência.
    boa sorte f.c.porto

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  23. no jogo:
    A Associação Europeia de Clubes (ECA) mantém a pressão sobre a UEFA por causa da decisão de suspender o FC Porto da Liga dos Campeões. Raul Sanllehí, director-geral do Bracelona e porta-voz da ECA, garantiu a O JOGO que "há um canal aberto em permanência" entre as duas instituições, que continuam a trocar informações. "O que me parece é que a UEFA se precipitou um pouco neste caso. Creio que o FC Porto ainda pode acalentar a esperança de poder jogar na Liga dos Campeões na próxima temporada", comentou.

    O diálogo tem sido, para já, a única via utilizada para tentar devolver os tricampeões nacionais às competições europeias, até porque a ECA - recentemente formada a partir do antigo G14 - tem boas relações com a UEFA e não quer entrar em colisão com aquele organismo, o que afasta logo a possibilidade de enveredar pela via jurídica para ajudar o clube português. "Digamos que estamos em alerta permanente por causa do caso e que tudo faremos para pressionar a UEFA no sentido de a fazer rever a sua posição em relação ao FC Porto", acrescentou Raul Sanllehí.

    Sexta-feira é, portanto, um dia-chave. O Comité de Apelo pronuncia-se sobre o caso e mais dados poderão surgir da reunião de quinta-feira da ECA, que deverá enviar um novo comunicado para fazer pressão. "Temos tido várias comunicações, como já disse, e a sensação que tenho é a de que o FC Porto ainda tem as portas abertas para jogar na Liga dos Campeões", disse o dirigente catalão.

    Do Benfica, parte interessada no afastamento do FC Porto, Sanllehí disse ainda não ter tido qualquer tipo de reacção, mas não colocou de parte a possibilidade de esse ser mais um dado a tratar na reunião de quinta-feira.

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  24. no maisfutebol:
    UEFA junta F.C. Porto, Benfica e V. Guimarães

    F.C. Porto e Benfica poderão estar juntos esta sexta-feira, em Nyon, quando a UEFA decidir o recurso portista sobre a suspensão das provas europeias em 2008/09.

    A UEFA chamou os responsáveis dos dois clubes, bem como o Vitória de Guimarães, clube que pode beneficiar com a pena do F.C. Porto, e o assessor jurídico da Federação Portuguesa de Futebol, João Leal.

    O organismo que dirige o futebol europeu entende que todos são parte interessada nesta questão. Os «encarnados» ainda não decidiram se estarão presentes em Nyon.

    F.C. Porto, FPF e, eventualmente, Benfica e Vitória de Guimarães, serão ouvidos na sexta-feira de manhã pelo Comité de Apelo da UEFA. A decisão será conhecida ao princípio da tarde. Caso se mantenha a suspensão, o F.C. Porto poderá ainda recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto.

    Conselho de Justiça pode anular tentativa de corrupção

    O F.C. Porto pediu à Direcção Executiva da Liga que informasse se a sentença da Comissão Disciplinar que puniu o clube por tentativa de corrupção já transitou em julgado. De acordo com um parecer de Rui Sá, consultor jurídico da entidade que dirige o futebol profissional, a sentença que subtraiu seis pontos ao campeão nacional ainda não transitou em julgado. O recurso de Pinto da Costa poderá, caso seja entendido como procedente pelo CJ, anular a decisão da CD.

    Na prática, diz a Liga na resposta enviada ao clube azul-e-branco, se o CJ considerar que Pinto da Costa não é culpado de tentativa de corrupção então o F.C. Porto também não poderá ser punido por algo cuja autoria está imputada ao seu presidente. Logo, se Pinto da Costa for inocente, o clube também será. O presidente da Comissão Disciplinar da Liga não foi chamado a pronunciar-se.

    O Benfica também não tem estado parado. De acordo com o que Maisfutebol apurou, os «encarnados» solicitaram ao Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol uma certidão em que ficasse clara a data em que transitou em julgado a sentença da Comissão Disciplinar que pune o F.C. Porto.

    Na resposta, a FPF informou o Benfica de que só poderá dar uma resposta no prazo de dez dias úteis. O presidente dos «encarnados» ficou incomodado com o facto e na sexta-feira à tarde dirigiu-se mesmo à sede da Federação em busca de explicações.

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  25. Desculpem a intromissão, mas eu julgo que seria bom que o Adelino Caldeira levasse para a reunião da UEFA uma cassete com todas as gravações dos telefonemas do Zé Veiga e do LFV...Ali em directo, olhos nos olhos e cassete em cima da mesa, provar a falsidade dos Benfiquistas...
    Já me vou, melhor já fui...

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  26. Meus amigos: escreve um sócio com mais de 30 anos de filiação.
    Os nossos dirigentes falharam onde era impossível falhar. Deixaram-se ir na cantiga e o clube foi penalizado. Recorreram? Não! Errado! Mais errado não podia ser, conforme se comprova. Se em termos nacionais já nos apelidavem de vigaristas, agora a nível internacional é a vergonha que se conhece.
    Já entrei em muitas lutas, uma delas era o espectro da descida de divisão (caso da Taça) mas nunca cedemos, nunca demos o flanco, estivemos sempre juntos nas barricadas. Os inimingos de então são os mesmos de agora. E agora falharam os nossos dirigentes, falhou o nossos Grande Líder. A defesa, agora, parece patética.
    A Constituição proíbe, mas alguém acha que isso interessa? A justiça, a polícia, os magistrados, a imprensa, o poder lisboeta, tudo está vendido ao benfica. Não perceberam ainda?
    O Porto, o Presiente, a SAD erraram edondamente na sua defesa. Na UEFA, acreditem, a política já decidiu. CONDENADO! Preparem-se para tempos difícis, mesmo se continuarmos a ser carneiros mansos, se continuarmos a mandar uns bitaites na blogosfera, nada de bom nos acontecerá.
    Ainda não perceberam que temos que nos colocar atrás das barricadas? Alguém acredita que só a justiça por mãos próprias é a saída?

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  28. Kosta de Alhabaite estamos de acordo.Há que preparar o pior mas ir á luta,porque por agora o nosso caso está arrumado.Mas,digo eu,que é preciso ir escabulhar bem os processos do Estorilgate,das chamadas do Veiga para o Loureiro,do"orelhas para o J.Rodrigues ,e ainda ouvir o Carlos Xavier e Litos, fazer que isto não acabe aqui,pois nós já pagamos ou pelo menos estamos condenados ,eles ainda vão seber com quantos paus se faz uma canoa.

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  29. Kosta de Alhabaite:

    Ja muitas vezes aqui falei na relaçao de poderes existente para deitar o Porto abaixo. Nao directamente, mas indirectamente sob um favorecimento ilicito e constante, de décadas, a Lisboa.

    O Porto comeu e calou.
    Alheamento, falta de sentido de comunidade? Comodismo? Adormecimento perante os graves problemas sociais que nao deixam espaço à meditaçao? Ou simplesmente falta de coragem?

    Nao faç ideia. So sei que ja tentei juntar grupos de amigos e no final, nada.

    Ou as pessoas se revoltam ou o fosso continuara a cavar-se.

    No futebol, enquanto a SAD se foi demarcando da luta, os do poder central e os subservientes desse regime encapuçado aproveitaram.

    Esta é a hora da revolta. Com pedras, paus, inutilizaçao de votos e tudo o mais que for possivel.

    Mas isto de campanhas pelos blogs nao é nada. As pessoas precisam de ser mobilizadas na rua. Mas os brandos costumes nao deixam. E é pena.

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