Em 2009, já depois da vigarice maior do Sótraques de aumentar a FP em pré-campanha e depois de reconduzido cortar subsídios antes prometidos (natalidade, família, etc.) e congelar pensões dos mais pobres, apercebi-me do fundo do poço. Pela 1ª vez tive noção exacta de que o Estado, todo o Sistema, era sustentado com empréstimos, nada daquilo de que o Estado, Portugal, os seus dependentes directos, vivia era garantido pela sua produção. Ninguém melhor do que o sinistro dos Santos para dizer que sem empréstimo não havia subsídio de Natal. Puro e duro.
Isto retratado não é virtual, acontecia pelos idos de 1983-85, repescado pelo jose na Porta da Loja. O sobrinho de Mário Soares dizia o que aí está, embora o bispo de Setúbal falasse em fome a sério na península. O Marocas, esse, dizia que se se vivia mal é porque Portugal se habituou a viver assim: "Não é verdade que o Povo viveu sempre em extremas dificuldades?". Nu e cru para quem quiser comer.
Na bola cá da parvónia de ignaros e idiotas úteis, perguntem ao treinador do Benfica o que acha do penálti de sábado por agarrão, evidente, e comparem com o penálti que ele contestava no Guimarães-Porto, igualzinho evidente, na 1ª jornada da época passada. Pois, já ninguém se lembra.
Por cá prometia-se quase o Euromilhões a cada um e praticamente todas as semanas. Na Alemanha, pela primeira vez na Europa mais próxima de nós, mas há uma década na Suécia e essa realidade tão fria e distante que às vezes nos deixa sonhar quando olhamos atentamente para ela dispensando os epítetos de socialismo e igualitarismo e distribuição de riqueza e benefícios com os inerentes sacrifícios e deveres, a tal sra. Merkel a quem muitos, estúpidos, apontam o dedo, anunciava um corte de 11 mil milhões de euros na Administração, no Estado, nas regalias sociais. É claro que os gregos já diziam que os alemães é que os exploravam e diminuíam, mas a Alemanha sempre assentou o seu desenvolvimento em planeamento, planeamento e planeamento, cálculos e ponderações.
Quadro do PIB e Vídeo da telegenia tirado do Insurgente
Agora, quando quem diz estar na merda e aflito até ao pescoço fala da culpa dos alemães, os alemães são brindados não com o aumento da idade da reforma, mas com mais dinheiro na reforma, porque a idade da reforma já eles assumiram também antes como um aumento inevitável para garantir a sustentabilidade do sistema de retribuição inerente ao trabalho dispendido.
Pronto, o que uns chamam sorte, no futebol, às vezes é trabalho, mas na vida o que chamam exploração é trabalho e planeamento. A história da cigarra e da formiga, de resto, é da literatura infantil e conhecida tanto na Alemanha como na Suécia e em Portugal. A verdade esvazia qualquer argumentação demagógica. Na vida como no futebol. Na Imprensa como na Realidade.