26 janeiro 2013

Da relatividade das patadas e a coerência a andar de Mota

Por falar em arbitragem, o Bruno Esteves, da escola de Setúbal que não expulsou o Pisa-Pisa em P. Ferreira, vai estar em Braga. Não há dúvidas que as coisas ainda não vão mudar... Melhor: vão dois asistententes que ninguém conhece. Até vai doer, digo eu... Jogam 1º e 3º e... não há internacionais. Não admitem que, à semelhança da época passada. digam que não falam de arbitragens e até as elogiam. Pudera! O vi-te ó Pereira está refém de quê? Assusta-se com o Rui Prantos? O dejectio Queirós? O macaco do Uganda que tem ISP na internet? O Octávio manco Lopes que fala dos mancomunados da FPF?
Creio não ser bom sinal que o tónico das discussões de arbitragem se situe, por estes tempos, na área disciplinar e na permissividade ou intransigência dos árbitros no tocante a julgar entradas duras, ou até violentas, e a adequada sanção, raramente correspondente à acção castradora de uma jogada seja a meio-campo ou junto a uma baliza, mesmo que antes da área.

 
Se repararem, discutiram-se este ano pouco os penáltis. Não repararam, prontos, mas é verdade, a percepção condiz com a realidade. Não tenho números, mas fico sempre com uma muito razoável ideia da existência de casos nas áreas, sejam golos em fora-de-jogo ou penáltis mal assinalados. Há, ainda, muitos penáltis por assinalar. Há mesmo. Mas os que são marcados raramente sofrem contestação. É um bom sinal.
 
Quanto aos fora-de-jogo, um que foi tão comentado na época passada, concretamente a 2 de Março de 2012, basta lembrar a forma assassina - como são este tipo de lances que diz tanto da falta de preparação do auxiliar como da sua notória isenção e honestidade em falta - como em poucos minutos o FC Porto foi prejudicado na Luz, qualquer deles com possível golo à vista com Defour, Alex Sandro e Varela praticamente isolados ante Artur. Tudo em menos de 20 minutos.
 
É uma pena que o responsável da arbitragem não responda por isto, nem abra a boca sequer ao avolumar de situações de repugnante parcialidade como é o caso constante de António Godinho, outro Ferrari de Setúbal. É uma pena que Pedro Proença peça que os técnicos beneficiados por arbitragens não falem nesses casos, mas que o seu dirigente máximo também não aborde as aberrações permanentes das tais situações de faltas mal ajuizadas e sanções disciplinares por aplicar de que se queixa, justamente, e parece ser o único treinador a fazê-lo, como acabou de fazer Vítor Pereira, o treinador portista.
 
Após o Setúbal-Porto, José Mota queixa-se de severidade do árbitro e de como o resultado pode ter sido, teoricamente, falseado por os sadinos acabarem com 9. Mas estava 1-0 e se as faltas são para marcar, os cartões não têm de ficar no bolso. Mota sabe que estava 1-0 e que o jogo caminhava para o fim com o Setúbal sempre longe da baliza de Helton, aproveitando ele para tirar Meyong como confirmação de que, mesmo a perder, ao Setúbal importava perder por poucos e, com magro resultado, poder dizer isto e o seu contário, quiçá discutir o penálti que replicou praticamente, embora com dois abalroadores em vez de um, aquele do Porto-Setúbal da taça da treta há dias no Dragão.
 
A fazer um balanço da 1ª volta, incidindo nas acções disciplinares dos árbitros, Mota poderia lembrar que aos 7 minutos frente ao Benfica já tinha ficado, e bem, sem Amoreirinha, numa entrada para vermelho directo. O árbitro foi Jorge Sousa mas a expulsão é inatacável. Ainda estava 0-0, o Vitória até viria a sofrer o 0-1 em fora-de-jogo (Rodrigo) e, apesar dos 83 minutos sobrantes no jogo, Mota não veio a público dizer que estava 0-0 e 11 contra 11 pelo que a expulsão determinou o 0-5 final.
 
Aos tugas parolos é difícil fazer contas, perceber o estado do País resgatado e o responsável pela chegada ao abismo. Do mesmo modo, pode comparar-se jogar com 10 83 minutos e passar de 0-0 para 0-5 com o Benfica e com 9 durante escassos minutos passar de 0-1 a 0-3, mas Mota acha mais grave esta última situação e é digno de menção, e flash televisivo, uma tirada contra os árbitros.
 
A severidade dos árbitros para com as entradas duras e até violentas, que se aplaudia no início da época, deu lugar a permissividade mas selectiva de tal modo que só o Benfica sai impune, como apontou Vítor Pereira, o treinador do FC Porto.
 
O Ví-te ó Pereira, dos árbitros, está calado que nem um rato. Ainda bem que Proença faz cumprir as Leis do Jogo e confirma o estatuto de melhor do mundo na função. Mesmo que em Setúbal não tenham percebido a diferença. Ou a memória se esgote rapidamente. Ou porque dá sempre jeito fazer barulho mesmo sem ter-se razão.