15 janeiro 2013

Vítor, é mesmo isto!


Mais uma vez, o FC Porto mostrou ter muito mais futebol do que o Benfica. Ter futebol é jogar, mostrar a sua capacidade de fazê-lo, mesmo que sem titulares importantes ou com reduzidas opções de banco. Tal como no 2-2 enganador da época passada no Dragão, tal como no 3-2 injusto pela mínima margem que teve, o FC Porto foi melhor. Os resultados, amiúde, não dizem o que se passa em campo e o que se passa em campo só é visível para quem aprecia ou entende da poda. Daí ter ficado muito contente, além da leveza de espírito que enfrentou o jogo sem receios e com atitude de mandar no jogo patente desde o primeiro minuto, da concepção táctica e da partilha de responsabilidades entre todos os jogadores, com a asserção de Vítor Pereira que só pode chocar as chocas cá do burgo: o Benfica é isto, sofregamente protegido pela arbitragem, estupidamente endeusado por uma crítica acéfala que não distingue um boi de um escarro, absurdamente encolhido quando todos prognosticam um ataque avassalador. O Benfica é isto, Vítor, exactamente descrito, da forma corajosa que tu foste em Março e tiveste tomates (a minha imagem desse dia inolvidável de portismo e de saber futebol) para impor o jogo e ganhá-lo.
 
Jesus, ai Jesus que fala tão mal quanto raciocina (?), o que é dos livros ser causa e conseguência da iliteracia, voltou a imaginar um jogo equilibrado quando a sua equipa, em casa, com +3 pontos na tabela, jogou encolhida. Parecia ir jogar com o Barcelona e viu o Porto trocar a bola; jogou com as linhas juntas, defesa recuada que só não tremeu mais porque os cirúrgicos fora-de-jogo do Godinho descansaram uma defesa permeável em diagonais e passes de ruptura; jogou na luta corpo-a-corpo como só a impunidade da arbitragem permite fazê-lo.
 
O Porto até podia ter perdido, como perdeu pelo bambúrrio (também de Mangala) na taça da treta onde os bloqueios ilegais foram permitidos perante os árbitros basbaques do costume e os jornaleiros a ração, mas voltou a afirmar o seu poderio futebolístico sem margem para dúvidas. Há uma cultura de jogo inculcada no FC Porto que os seus jogadores já têm assimilada.
 
Escrevi-o no início da época e não foi preciso, como AVB fez com Guardiola, Vítor Pereira confessar a admiração pelo mais belo futebol de sempe que o Barcelona recordista propicia, para o FC Porto (tentar) executar algo muito parecido. Há uma diferença clara de categoria dos jogadores, deve reconhecer-se, da mesma forma que uma determinação enorme de Moutinho e companhia fazerem o seu melhor e que chega para as encomendas em Portugal. Só arbitagens como a de Barcelos podem impedir o FC Porto de passar mais de 80 jogos sem perder no campeonato, aguentando com tipos como o Ferreira e o Gomes, o Dias ou o Sousa. Podiam ter sido já dois campeonatos sem derrotas e este caminha para ser mais um título sem derrotas, assim os jogadores mostrem a determinação de vencer que, em condições difíceis e de inferioridade circunstancial agudizadas por uma arbitragem caseira e parcial de devoção ao emblema do regime que falseia a Verdade Desportiva, evidenciaram mais uma vez da forma mais assertiva possível.
 
O Benfica ficou a ver o Porto jogar. Só não temos Messi e Xavi, mas bastava um árbitro estrangeiro, da UEFA, com insígnias e reconhecimento, para termos ganho na Luz.
 
Parabéns, Vítor Pereira! Passaste do rookie do qual até adeptos portistas duvidaram ao homem que mais medo mete ao Jesus, fanfarrão com o Aves e com o rabo entre as pernas com o Porto, que já vê no teu Porto de competência e dedicação trabalhadas futebolisticamente a luz do futebol que ele nem sonha como filho de grunho incógnito. Pões o catedrático da treta no lugar de mero vencedor da taça da treta. Já a instituição, como se vê, é impossível de vencer, o regime e a estupidez humana não o permitem. Já se percebeu, porém, que quanto a instituição ficas, merecida e honradamente, com a tua.

Depois, não precisas de dizer que "o árbitro não marcou porque não quis". Todos viram que ele viu e não marcou porque não quis. Nem desculpaste que seria mais fácil ganhar o jogo com menos dois caceteiros em campo: o Matic aos 36 segundos já fazia a 1ª falta com uma pisadela em Moutinho.

Ainda: são medalhas para ti que os especialistas, como lhes chamas, que não distinguem dar pau com a bandeirola de canto, digam que estás a ficar passado ao denunciares que o rei vai nu, que eles são idiotas úteis e o circo está cada vez mais cheio de palhaços. Não podem com as verdades e não admitem intervenção de um recém-chegado ao reino intocável da parlapatice que esconde a impunidade em que o benfas os entretém a falar com os seus botões. Eles são os troca-tintas queimaginam as vacas sagradas só de uma cor e tu um tipo que fazes "um aproveitamento miserável" de factos iniludíveis tanto quanto são inelutáveis com os sacripantas que os encobrem.

De resto, não sei se foram identificados os objectos arremessados das bancadas para o relvado e a área técnica do FC Porto. A mim pareceram-me rosas, o que só fica bem ao Benfica que é isto, como dizes.

Sobre a surpresa com Maxi Impune, o Vítor só quis ser condescendente como o árbitro, pois há anos sabemos que é assim. Só faltou Moutinho morrer para eventualmente o assasino ser castigado devidamente.