29 agosto 2014

Momento Kelvin: perdura a azia

A indiferença da pasquinagem face ao que não lhe interessa, julgando publicar algo de interesse para o público para verem apenas as costas dos leitores e a frente dos números de vendas do desassossego que lhes mina a subsistência mas não elimina a teimosia editorial alegremente à beira do precipício, é proporcional à cobardia indiferenciada dos que nem tugiram nem mugiram - ruminantes, apesar de tudo - sobre o dossiê que até o (Bo)Ronha teria vergonha de publicar, para mais sem se demitir, no rescaldo do Mundial.
 
Ao ver as capas doas pasquins desportivos de hoje na net verifiquei que nenhuma ligou ao mágico momento 90+2 que há um ano e picos deu brado e praticamente o campeonato ao Porto, o Campeonato Kelvin. Kelvin passou à história, apesar de perdurar no Dragão enquanto sobra a azia no mundo e arredores de Lisboa, e um jornal avança até que será dispensado do Dragão. É provável, o mítico Preocupações Fonseca, com a cobardia e irresponsabilidade da SAD, tratou de o pôr gradualmente fora de circulação. Infelizmente, não foi só isso, o que duplicou, triplicou e redimensionou à escala estratosférica a cobardia e a irresponsabilidade da SAD.
 
Ora, Kelvin, precisamente, esteve emprestado ao Rio Ave antes de voltar ao FC Porto. Aliás, uma dupla maravilha que o FC Porto também tratou de desvalorizar, fez furor em Vila do Conde. Era Kelvin e Atsu e mais 9. Kelvin e Atsu, helàs, que tinham fabricado um e marcado outro dos golos no 2-2 que em 2012 tinha empatado o Benfica nos Arcos, resultado que automaticamente deu o título ao Vítor Pereira mal-amado mesmo quando viria a bisar os títulos no FC Porto.
 
A falta de imaginação, quando o primado é fazer um embrulho que leve o leitor a levar o pacote de indigências escritas para casa sendo que o leitor já não se deixa embrulhar pelos parvinhos das redacções, editores "puppies" e directores de sub-informação, leva à uniformização, daí ser recorrente vermos títulos iguais às vezes nos 3 periódicos da bola. Não admira que nenhum se tenha lembrado de evocar Kelvin aos 90+2, o minuto de glória para o Rio Ave. Quem sabe se Kelvin não voltará para lá, com o estímulo europeu que o Produções Fictícias lhe cerceou na época passada, ao ponto de um pascácio pé-de-microfone se lembrar de algum zumbido perturbante que lhe possa agitar o serrim em cabeça oca.

Os grupos da Liga Europa, como na época passada, não dão esperanças a qualquer vitória, mas pode acontecer, até porque apesar dos favoritos ao apuramento (dois primeiros) serem evidentes, a dificuldade, no seu todo, não é de maior monta, pois havia adversários muito mais inacessíveis.
Estoril com PSV Eindhoven, Steaua Bucareste e Dínamo Moscovo, este para tentar evitar o último lugar.
Rio Ave com Dínamo Kiev, Panathinaikos e Aalborg, este também à mão de semear.

Ou seja, da Liga Europa, cujo vencedor na próxima época entrará na Champions se para ela não se qualificar via o seu campeonato nacional, é melhor esperar por quem vai cair da Champions e sonhar com glória europeia em Varsóvia por repescagem indecente.

A Liga Europa que, na próxima época, já não levaria com o Rio Ave, pois o finalista vencido da taça no seu país perde lugar europeu em favor da melhor equipa do campeonato nacional que não se qualifique para a Europa e tenha de esperar pela final da Taça.

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