23 agosto 2014

Quaresma tem lugar

Não sabemos ainda o que dará a lesão de Tello, mas o substituto Quintero e o outro, como Tello, entrado a titular, Adrián Lopez, não justificaram as apostas do treinador pelo que, estou em crer, Quaresma deve retomar o seu lugar na 3ª feira. Lopetegui, claro, é quem manda: fez 4 alterações no onze mas, prudentemente, só mexeu num defesa, Ricardo por Danilo. Começou a gestão e nunca se sabe bem como acabará, porque não há prognósticos antes do fim para estas coisas. Evandro fez o posto de Herrera mas este lá entrou para reclamar a sua posição, ainda que com pouca evidência e a confusão do costume na decisão de passar ou progredir sozinho e sem nexo. Pareceu-me que o FC Porto piorou a meio da 2ª parte com Herrera, mas a verdade é que Quintero e Adrian Lopez deram largura mas não profundidade. E o FC Porto jogou no limite do risco, porque o 1-0 nunca é seguro, ainda que o Paços não tenha criado ocasiões flagrantes. Aliás, ao estilo cagão do seu Preocupações Fonseca, o Paços nada arriscou, queria ganhar quase sem rematar: é bola para a frente e fé em Deus...
 
O PF foi prudente e deu a iniciativa ao FC Porto. O FC Porto foi macio e pouco ágil na circulação, chegando pouco à área e sem muito perigo. Só quando Oliver rendeu Ruben Neves é que a posse e o passa saíram melhor. Oliver Torres é fundamental no jogo mas as peças devem encaixar melhor quando todos tiverem minutos e intensidade, algo que Quintero e Adrian, sem utilização até agora, não puderam dar.
 
No contexto da gestão do plantel e do calendário, com dois jogos muito importantes na Champions entre campeonato onde é proibido perder pontos, o FC Porto voltou a sair-se bem e passou sem sustos de maior na Mata Real. Tem os seus móveis mais arrumados atrás e JL é inteligente em não mudar muito. Provavelmente, com o Moreirense, poderá ser Alex Sandro a repousar. Certo é que os minutos e a rodagem devem ser dosificados desde o início.
 
Com palavras ou sem palavras, a rotatividade é isto, embora com riscos. Infelizmente, Tello não teve sorte e mesmo ficando de fora, com a produção menor de Quintero e Adrian Lopez, Quaresma é trunfo e provavelmente jogará com Brahimi na recepção ao Lille, tal como Danilo. Resta saber se Oliver tirará o lugar a Herrera no meio ou se Quaresma fica de fora em favor de uma táctica maus cautelosa para não deixar fugir o pássaro da Champions que o FC Porto tem na mão. A gestão cabe inteiramente ao treinador e percebeu-se, hoje, pelas opções tomadas, que o seu caminho está traçado, presumo que os jogadores o saibam e o diálogo ponha todos no mesmo barco a remar para o mesmo lado. Não há titulares e para já parece que é a defesa o sector mais definido, bem como a baliza, e do meio para a frente, com as alternativas disponíveis, tudo é possível, até Evandro tem sido utilizado de uma forma que talvez não se esperasse. Pelo que JL continua a conduzir a equipa e o plantel com o delicado sentido do dever, da justiça e sem perder a noção dos resultados. De resto, no campeonato, muitos jogos são assim. Na Champions, como em Lille se viu, idem aspas. O FC Porto tem dado conta do recado nesta fase de transição e revolução que nunca é fácil de gerir nem de acompanhar para quem está de fora. Evitam-se especulações gratuitas e definições precocemente tomadas como sentenças.
 
Quaresma tem lugar, o FC Porto está a carburar, Jackson a marcar, os jogos a correrem sem problemas de maior. Nesta fase era difícil pedir mais e melhor. Missão cumprida, so far, so good.

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