04 outubro 2014

Grunho do Carvalho fez-se notar outra vez entre as «nálgas»

Vem a hora de o Sporting entrar em campo.

Sobre a imagem que alguns sportinguistas têm do grunho que lhes saiu em sorte eleitoral:
Penso que o referi há uns meses: aprendi a dar o benefício da dúvida a novos dirigentes chegados ao futebol, no meu clube e nos outros. Não existem cursos que ensinem os comuns mortais a gerir todas as variáveis envolvidas num fenómento que exige tanto de racional como emotivo como o futebol. Considero assim natural que um presidente recém-chegado ao futebol cometa os seus erros nos primeiros tempos de mandato e que, com o tempo, evolua, melhore, se adapte às exigências do cargo. Apliquei o mesmo enquadramento a Bruno de Carvalho, mesmo tendo em conta que se apresentava como alguém que já havia nascido ensinado no que às lides do futebol diz respeito.
Passado mais de um ano de mandato vejo em Bruno de Carvalho o inverso do que acharia natural. Olho aliás o seu início de mandato como mais sereno, positivo e consciente das exigências da função do que o Bruno de Carvalho dos dias que correm. Os últimos tempos são aliás preocupantes sendo que os últimos dias esclarecedores no que diz respeito às dúvidas que eu (ou qualquer pessoa com um pouco de vida) tivesse acerca da sua personalidade e provável destino.
Neste momento não me restam quaisquer dúvidas que ao meu clube preside um déspota cujo destino será o que tradicionalmente é guardado para quem assume tal papel. Mas para que a minha conclusão não pareça infundada vamos aos traços inconfundíveis que o denunciam:
1. A incoerência totalitária – Se Pimenta Machado dizia que no futebol o que hoje é verdade amanhã é mentira Bruno leva o princípio aos limites da falta de vergonha. Os exemplos são mais que muitos, desde a filosofia para a gestão do clube (se há dois anos os fundos hoje são o demónio), passando pela relação com a cultura do clube (antes o Sporting desprezava os seus símbolos, hoje ofende-os no canal do clube) e terminando na relação com os sócios. Pelo caminho Bruno ousa criticar duramente quem tecer qualquer crítica, mesmo que não ofensiva e construtiva (exemplos: Manuel Fernandes e Fernando Mendes) quando passou cerca de dois anos em modo de crítica diária a tudo o que mexia. Não existe qualquer preocupação com tudo isto pelo simples facto de que o déspota acredita sempre que está acima de tudo, inclusive da incoerência e do confronto com ela.
2. A anti-democracia assumida  – A forma já referida como reage às críticas já chegaria mas esta semana tivémos um exemplo inacreditável de a que ponto o despotismo vive no sangue de Bruno. O comunicado acerca do triste episódio da morte de um adepto é surreal: não só incorre no revisionismo despudorado da realidade assente nos testemunhos de inúmeros sócios (passatempo tradicional dos totalitários) como em seguida ameaça agir contra todo e qualquer um que coloque em causa a verdade oficial do regime. Bruno não se satisfaz em reescrever a história do seu mandato, ameaça directamente quem ousar questionar a sua versão da história.
3. O ecocentrismo galopante – Poucos atentaram na forma como respondeu às palavras tecidas pelo criticável mas, no que toca à comparência na AG da SAD, corajoso Luís Duque. Eu reparei. A páginas tantas Bruno justificou a decisão de avançar para tribunal não com o futuro do clube, não com a eventual assunção de responsabilidades mas sim com o facto de ter sido supostamente perseguido com falsidades das quais não se podia defender nos dois anos em que foi vocal e imparável oposição. Ficamos assim a saber que andamos a processar dirigentes anteriores por revanchismo egocêntrico e não para preparar um futuro do clube em que todos os que lá passem se habituem a prestar contas do que fizeram. Sobre esta questão, e sendo eu mais um dos que desejam ver tudo explicado até penso que os visados, caso se sintam inocentes, devem ficar aliviados em ver o caso seguir para tribunal e não vê-lo sumariamente decidido pelos orgãos controlados do clube. Em jeito descontraído convém inclusivamente lembrar que é o único presidente de um clube grande do qual há memória lançar um livro auto biográfico sobre a obra feita ao fim de um ano de mandato.
Temo que os próximos tempos apenas reservem um crescendo destes traços. Bruno ficará ainda mais tirano e mais agressivo para com qualquer resquício de ameaça ao seu império de mil anos verde-e-brancos. Mas existem mais coisas que Bruno não percebeu ao fim de um ano, por mais núcleos que visite e por mais sportinguistas com os quais contacte e essa é até a questão que mais me impressiona constatar. Bruno não percebeu ainda que o Sporting não é apenas a franja de histéricos do teclado, qual ISIS verde e branca do ressaibiamento assente em razões intra e extra Sporting, que o leva ao colo mesmo que sintam aqui e ali uma pisadela cada vez mais pesada e ditatorial do líder. O Sporting é muito mais que isso, e começa-se a sentir à medida que os sportinguistas, maioritariamente silenciosos, observantes e ponderados, constatam o contorno da realidade. Esta é uma realidade que Bruno aprenderá, quer queira ou não queira, mais cedo ou mais tarde. E tempo que o aprenderá da forma mais dura, como sucede quase sempre aos déspotas assumidamente infalíveis, intocávels e inquestionáveis, seja onde for.
Bruno é um déspota em crescendo. Acredite se me lê. E acredite não porque eu o digo mas sim porque o dizem os que mais proximamente dele sussurram nas suas costas cobardemente, com receio de afrontarem um líder absorvente cujo poder não conseguem identificar mas que lhes provoca o receio natural nos cobardes. O déspota crescerá, os cobardes sussurraram, dentro e fora, e o Sporting irá acordando. E no meio de tudo isto nunca mais cumprimos o desígnio justo para um clube como o nosso Sporting.
Eu aguardo, mas o destino já o percebi. E cansa-me, cansa-me a mim como cansará todos os Sportinguistas com juízo que gostavam que este clube se endireitasse.
Aqui e como se fosse um fax correspondente ao envio que a foto acima sugere, numa expressão que ganhou notoriedade: ir mandar um fax.

1 comentário:

  1. Pelos vistos, o silêncio do lado de cá, deixa a criatura em alvoroço. Que desespere muito mais, pois o silêncio é a melhor maneira do ridículo continuar a descoberto.

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