15 outubro 2014

Será o Quintela o Goebbels do Grunho de Carvalho?

Já tínhamos percebido que o timing das incursões me(r)diáticas tinha algo de tão sigiloso quanto estudado e, daí, apreendido facilmente à segunda ou terceira tentativa de usar o palco pouco púdico.
 
A teatralidade, no gesto, é acompanhada do soundbyte. A questão é caprichar. Elege-se um judeu para demonizar e culpá-lo das maiores desvergonhas e prejuízos à causa defendida é o menor dos problemas. Pode tornar-se o pior dos argumentos se tudo for repetido até à náusea. Aí, até os convivas perderão o agrado da companhia e a certeza de melhores dias tão prometidos. O problema é a identificação do mensageiro para desconstruir o discurso elaborado.




 
Para a arruaça vingar, publicar um livro sem alguma coisa para destacar é algo imperioso. Vai daí, escolhe-se um autor, parcimonioso e serventuário q.b., sendo indiferente se primeiro se escolheu o autor ou antes converteu-se um lacaio, alegadamente da comunicação in vivo, para fazer de prosador morto à nascença pela falta de credibilidade.
 
Custa mais escrever sem motivo e arenga pior não ter feitos para descrever. Normalmente escreve-se das glórias próprias, não das wanna be; o wishful thinking não colhe todos os dias, mas repetir mentiras mil vezes pode resultar em mentes perturbadas de um rebanho sem rumo no seio do qual as ovelhas negras, pálidas de tão despudorado vigor em praticar o kim-il-sunguismo norte-coreano - acidulado pela infâmia de apontar a dinastias de outros e enjeitar os laços famigliares próprios - de eventos celestiais abençoados numa criatura ou sua família eleita, tendem a afastar-se, esperando que a Natureza das coisas siga o seu curso e separe o trigo vivífico do joio mais sujo.
 
Vai daí que o grande clássico ainda pode ter mais uns episódios grotescos em noites de cristalina edição da imprensa capitolina ávida de puxar pela verve corajosa do fanfarrão que fala à distância e pavimenta o seu caminho com as mais torpes insinuações.
 
Começou, mais uma vez, a encenação do Grande Clássico do fado triste da turva alma tuga que chora por todos os cantos por um consolo primordial: sair vivo da mais inóspita das paragens como regressar dos mares do fim do mundo.
 
É esta a epopeia bacoca de uns pacóvios sem jeito. Vamos dar início, então, à dissecação da obra, que a semana é curta e o jogo está a três dias.
 

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