09 outubro 2014

Reveja-se o rigor de Jorge Ferreira num pastel de Belém depois do derby tripeiro

A parlapatice comentadeira enferma dos mesmos vícios seja em política ou em futebol. Tudo porque os directores de sub-informação permitem-se convidar experts e sujeitar os domesticados editores e os paus-mandados pivots de telejornais e programas vários para diversos números de contorcionismo ideológico/clubístico e correlativas actividades circenses de fazer chorar os palhaços até alegres mas que ganham bem menos do que as aventesmas das pantalhas, sejam os da casa ou os eleitos para debitarem as suas parvoíces e ordinarice comuns.
 
Repare-se que se pôs a comparar visceralmente, e divergir naturalmente, casos de arbitragem em juízo disciplinar de jogos, equipas, jogadores, lances, momentos e árbitros diversos. É que abriu-se a caixa de Pandora dos vermelhos com a expulsão de Maicon no Porto-Boavista - que eu aceitei, embora torcendo o nariz a entradas boavisteiras mal punidas - tendo já sido aberto várias vezes o livro de contradições quanto à linha do fora-de-jogo: sempre atrasada a favor do Benfica (ou do Sporting, como Montero em Penafiel) ou adiantada se o ataque for do FC Porto, como em Guimarães.
 
E enquanto uns pascácios seleccionados e basbaques afins se dispõem a contabilizar quem foi mais beneficiado e/ou prejudicado pelas inenarráveis arbitragens da comandita do vi-te ó Pereira e o adjunto Lucílio Vigarista, tudo no famoso eixo Lisboa-Setúbal longe de serem mexidos os cordelinhos desde o Porto, há lances que habitualmente nem passam nas tv's nem alguém os observa sequer en passant para puxar a conversa da treta por outras vias.



Pois se se lembram do valente e rigoroso Jorge Ferreira, sem rebuços ante Maicon, podem rever a sua coragem e respeito das Leis do Jogo e da defesa da integridade física dos jogadores visualizando este frame da transmissão da SportTV do Belenenses-Setúbal de domingo à noite. Não demorou mais de 15 dias e duas jornadas para o afoito Jorge Ferreira, um disciplinador tipo aplainador do Exército como era o saloio Pedro Henriques que comenta por aí em fóruns dispersos, cair no alçapão da sua coerência e isenção de árbitro de merda. O implacável contemporizou.
 
Junto apenas o pormenor de, em relação do derby tripeiro, se manter o auxiliar nº 1, Inácio Pereira, já que em Belém o nº 2 foi outro. E menciono-o porque poderá Inácio Pereira ter corroborado ou reforçado a opção do árbitro na expulsão de Maicon. E a entrada em apreço, de Sturgeon, só teve amarelo, como pode verificar-se na ficha do site da Liga: pode ter ido de sola, como Maicon, ao alto da canela/quase joelho e para partir de qualquer modo, ao sadino Miguel Pedro, mas cadê a violência observada no lance de Maicon?
 
Enfim, quem quiser enfie a carapuça. Retirei a foto de O Jogo, que vi anteontem na coluna de Jorge Coroado sobre coisas que passam despercebidas no fds. Fui eu que recortei a foto, a que acedi através de O Jogo onde foi publicado um quadradinho quase como cartoon, e inseri a legenda. Afinal, Jorge Ferreira não desgosta dos azuis, teme é as riscas. Bem podia ficar atrás das grades.
 
É esta merda que marca os campeonatos, a par das bandarilhas dos merdilheiros - expressão cunhada de Valentim Loureiro - que discutem tudo menos o essencial e afastam-se da realidade séria e incontornável, que as tv's da parvalheira desconhecem alarvemente, pois a verdade estraga sempre uma boa estória. Qualquer jornalista sabe disso mas assobia para o lado e a eles juntam-se ex-jornalistas que não se distinguem nem do que vêm fazer nem se situam acima do que já faziam nas redacções.
 
São, porém, todos os idiotas livres de verem falta de Martins Indi sobre um mergulhador do Braga e acharem que Ruben Micael não tocou em Alex Sandro no Dragão. Afinal, quem não viu o toque em Alex Sandro também pode desconfiar que Sturgeon não deu em Miguel Pedro no Restelo e que Jorge Ferreira teve excesso de zelo em amarelar uma alegada suposta eventual tentativa de agressão.
 
Porque a língua de pau e cara de urso apregoam-se quer na política quer no futebol. São da mesma laia. Assim do género de Bom Samaristano já estar rodado para exercer a função de caceteiro como deve ser.

Sem comentários:

Enviar um comentário