Foi um jogador de raça, e de tal modo que a levava até superar os limites na ordinarice verbal que se percebia nos despiques televisionados e inclusive cuspir no adversário que lhe deu uma longa suspensão na Bélgica com o escândalo inerente ao ineditismo. Mas pareceu sempre um jogador bipolar, doente em dois sentidos: fazer bem até ao extremo e portar-se mal como um miúdo. Contagioso, serviu de mote nas armas de arremesso da comentadeirice parola e ignara das tv's da parvalheira.
De algum modo, um excessivo ego faz-me comparar o jovem treinador Sérgio Conceição a José Mourinho, sem SC ter altura para os calcanhares do Zé que começou a extravasar (o seu ego) já com a barriga cheia de títulos. E o trajecto das carreiras iniciais de ambos poderia ter alguma similitude, não fosse o caso de Mourinho ter sido negociado com a U. Leiria para voltar às Antas e Sérgio Conceição ter inopinadamente saltado de Coimbra para Braga sem dizer água vai à Académica, segundo o presidente Eduardo Simões que falava em planificação da nova época até muito perto dela começar quando soube, enfim, que Salvador levara o seu menino para a Pedreira.
O tom truculento de Sérgio Conceição, sem olhar a quem (o que não tem mal nenhum), passou-lhe de jogador para treinador. Não esqueço, nem percebi e nunca foi explicado tendo até sido desdramatizado logo na conferência de Imprensa, aquela altercação há dois anos, salvo erro, no final de um Olhanense-FC Porto em que SC parecia possuído pela vontade de bater em alguém portista, porventura um ex-colega e creio que Paulinho Santos. Salvo erro ainda, penso que foi no último jogo de Hulk pelo FC Porto que ganhou em Olhão por 3-2 no início de Setembro antes de partir para o Zenit.
Agora, desmiolado como sempre e decerto pouco dado a leituras nem que fossem de estatísticas da bola com a sua cultura peculiar, Sérgio Conceição reclamou falta de coragem a Pedro Proença para marcar um penálti que ele não podia ver à distância que no banco se encontrava e que de facto não existiu. A mesma distância que o impediu de ver, porque foi na mesma área lá longe do banco e praticamente no mesmo sítio dessa área, uma falta de Ruben Micael sobre Alex Sandro com um flagrante toque no pé de apoio do brasileiro que se lhe escapava.
Ora, pedir penáltis, como reclamou SC, contra o FC Porto no Dragão no último minuto não é assim tão inédito, a não ser para os desmiolados e os escarafunchosos que estão fartos de nos seus estádios levar com penáltis contra, já nem digo no último minuto - como, por exemplo, aquele em Alvalade que o FC Porto reclamou e que para mim não existiu.
Só de memória, lembro de um 1-1 com o Braga, em 2006, com um penálti no último minuto, marcado pelo famoso Bruno Caixão, na época do Adriaanse e era Jesualdo técnico do Braga. Mas penáltis no último minuto no Dragão lembro ainda um inventado por Elmano Santos que daria o 3-3 à U. Leiria mas que Helton defendeu, num jogo com penáltis negados ao FC Porto e com dois penáltis contra o FC Porto, um deles convertido. Até acrescentaria, a propósito de dois penáltis contra o FC Porto no Dragão, que Artur Soares Dias marcou dois para o V. Setúbal num jogo da taça da treta em que um deles também foi falhado e até não permitiu o empate (2-1). E, ainda, dois penáltis contra o FC Porto também tem outros exemplos, como um "bis" de Xistra em Alvalade ainda na taça da treta.
Isso do "ele sabe do que fala" é de gente tão desmemoriada quanto Sérgio Conceição. Como é da praxe saloia, nenhum pé de microfone pediu a adeptos rivais para lembrarem um penálti contra as suas equipas no último minuto...
Se Benfica, Sporting ou até Braga tiverem exemplos de "coragem arbitral" de lhes serem assinalados penáltis contra no último minuto, em casa ou mesmo fora, é favor dizerem, não vá a gente pensar que isso é só contra o FC Porto.
Sérgio Conceição ganhou foros de fama ao levar a sua Académica a bater o FC Porto do Preocupações Fonseca, na época passada, uma derrota para a Liga que não sucedia há 41 ou 42 anos em Coimbra. Empertigado como sempre foi - uma vez vi-o sair mal soou o apito final a vomitar ainda no relvado mas a correr para o balneário no tempo do Felgueiras onde treinava Jorge Jesus e um brasileiro do plantel revelou existir doping! - Sérgio Conceição pensou repetir a gracinha.
E quis ser engraçado. Por sinal, bateu no FC Porto, o que não vem mal ao mundo nem será o primeiro nem o último. Mas bateu ainda em Pedro Proença, que me pareceu mal nomeado para este jogo. Pedir coragem a Pedro Proença era súplica dos portistas, a quem foi negado dois penáltis na Luz e um em Alvalade e nem eram no último minuto, na época passada.
Pedro Proença, en passant, ficou fora das cogitações para o Porto-Sporting da Taça (não se adivinhava o sorteio, vá lá) mas especialmente para o Braga-Benfica. E por aí Sérgio Conceição pode suspirar de alívio. Se não fosse desmiolado, como sempre foi, SC lembrar-se-ia que Proença inventou simplesmente um penálti no último minuto contra o Braga na época passada, um penálti vergonhoso, junto à linha de fundo, que o Benfica desperdiçou mas não evitou vencer (0-1). Talvez se sofresse um penálti assim, de Pedro Proença, no último minuto, o desmiolado e desbocado SC aprenderia a ter tento na língua e exercitar algum neurónio mais disperso.
Fora o problema de uma comissão da sua venda à Lazio ter levado à zanga pública de Alexandre mancomunado com José Veiga com o pai Pinto da Costa que deu primazia - e um milhão de euros, ao que constou, pela comissão - a um alegado contrato de representatividade em nome de Luciano D'Onofrio, a saída há 16 ou 17 anos de Sérgio Conceição das Antas não trazia nada de relevante quanto ao seu passado no FC Porto. E isso nem vale a pena lembrar.
Melhor olhar para o futuro e ver em SC o sucessor de Vítor Baía a colunista do Rascord...
Melhor olhar para o futuro e ver em SC o sucessor de Vítor Baía a colunista do Rascord...
este junta letras ze luis e mais um iluminado do sistema
ResponderEliminarso pode ser o sabichão da rua dele, ou quer taxo no dragão..