13 março 2015

A rotatividade de Lopetegui revista e anotada

Pode haver coincidências casuais no futebol mas pouco há de novidade e muito menos fruto do azar, considerando o médio e longo prazo. Daí que, voltando a abordar a rotatividade dos planteis como Lopetegui chegou a aflorar no final do jogo com o Basileia, é importante notar um ou outro ponto sobre o assunto que muitos opinam na base da emoção do momento e sempre sem o conhecimento próximo sequer pela habituação e visão por dentro de um fenómeno do género que marca o futebol moderno.
 
Não vou falar do que aqui defendi, no início da época, na matéria, percebendo e aceitando as opções de Lopetegui. Uma vez mais, fui ao contrário da manada que vociferava qualquer coisa. Certo é que, nas condições criadas para 2014-2015 seria difícil começar melhor, mas isto é como avaliar a governação com a Troika depois do pedido de assistência financeira que vinha acompanhada de exigências dos credores que os devedores, por bem, devem respeitar e tentar cumprir mesmo que se façam ajustamentos que foi o que se andou a fazer nestes quatro anos lá no fundo do poço onde os socialistas nos meteram.

Para todos os efeitos, essencialmente para ver jogadores e avaliar um plantel que começava cedo a arriscar a época com a pré-eliminatória decisiva da Champions, houve rotatividade. Não ainda no sentido pleno do termo e da função e dinâmica de "gerir" o plantel, mas isso não deixou de estar presente e Lopetegui referiu-o também por esse prisma. Agora que o FC Porto atingiu a velocidade de cruzeiro e quando se perspectivava, nesta altura, precisamente a profundidade do plantel, a sua diversidade de opções mas também a respectiva valia e o ponto de "forma" no momento crucial da temporada com o regresso à Europa, fazer então o levantamento de algumas situações.
 
Não só as soluções respondem, eu diria à excepção desse atraso de vida que é Quintero, mas já nos últimos jogos se viu a entrada de Evandro como uma luva no onze ou a rendição de Jackson por Aboubakar e a maleabilidade de Quaresma já mais crente de que não é o salvador da pátria mas pode ser muito útil e contar como os outros na medida do seu talento inato. Mas os efeitos da rotatividade notam-se, ainda, pela frescura física que os portistas têm revelado, passando por cima de adversários e mesmo em jogos muito duros como Guimarães, Boavista, Sporting, Braga e Basileia fizeram.
 
Mas há mais, porque temos a facilidade de comparação com o que se pratica lá fora de onde chegou a questão da rotatividade, ainda que ao tempo Mourinho a impusesse no FC Porto e por isso saiu-se bem em todas as frentes.
 
Ora, depois da fanfarra merengue de 22 vitórias consecutivas mas em que se foi lançando o alerta de Ancelotti não variar muito o onze e até repeti-lo bastantes vezes, além de decretar que a tripla BBC era sempre titular desde que estivessem em condições Bale, Benzema e Cristiano, temos o afundanço espectacular do Real Madrid nos últimos meses, desde o início do ano, que lhe custou a liderança da Liga espanhola e o fim de 10 vitórias consecutivas na Champions com uma derrota em casa por um adversário a quem o Sporting marcou 7 golos...
 
Ver como se arrastaram os médios do Madrid na 3ª feira foi a prova de como aquilo vai pior do que um escarrador a pedal.
 
Ainda na Champions, a impressionante prova de força física e mental do Paris SG com o Chelsea revela a gestão criteriosa de Laurent Blanc para levar os franceses a um jogo fantástico em Londres nas condições anormais que se viram, subjugando o Chelsea, que não jogou no fds em Inglaterra, nos planos do jogo jogado, da disputa feroz da bola com vigor físico insuperável e a jogar com 10 por mais de 90 minutos com o prolongamento e do carácter psicológico que não pode ser acicatado apenas com 1/4 milhão de euros de prémio individual que dizem o sheik dos Emirados ter oferecido aos parisienses.
 
É claro que isto da rotatividade pode correr mal se não houver jogadores em quantidade e qualidade, algo que Ancelotti tem em Madrid e conheceu no Milan enquanto jogador e treinador campeão europeu. Ancelotti não é um nabo chegado de paraquedas. Mas eu sempre me pareceu que a influência de di Maria na época passada, durante a época e marcante nas finais ganhas, ia fazer falta ao Real Madrid.
 
Creio que não me enganei, mas também não fiz o curso de adivinho em Vilar de Perdizes e já vamos em 2015 com duas sexta-feiras 13. Ao invés, vejo muitos idiotas úteis a polvilharem as tv's da parvalheira com considerações e fellatios informativos e opinativos que obrigam a pôr a bolinha vermelha no canto do ecrã.
 
Eppure, a bola move-se e não tem propriamente segredos.
 
O que não deixa, no FC Porto, de evitar considerar-se como potencial campeão dado o atraso e as ajudas ao Benfica. Tivesse o Benfica, pobre e remediado, continuado na Europa, fizessem os fellatios e amparassem as quedas como fazem os árbitros, e não tinha eu sentenciado que o campeão está encontrado com o benfas limitado às reles provas domésticas de ordinária administração. Iríamos ver o Benfica a cair de novo com estrondo e só cairá, desta vez sim, por incompetência - o que em Jesus não é um dogma do género da antiga infalibilidade papal, de Pio IX no Concílio Vaticano I em 1870 (e criou a Imaculada Conceição; Pio XII depois a Ascensão de Maria). Quanto ao pio dos melros, é deixá-los pousar.

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