02 março 2015

Vamos lá mudar para tudo ficar na mesma... mudo

Parece que o chirivari vai por conta dos políticos e sua moral e ética há 15 anos, no virar do século que virou isto de pantanas e chegámos ao recurso à Troika, malfadada mas necessária, da forma que sabemos, precisamente pelo percurso, desde o fim do século XX, desta gente que ninguém devia recomendar a não ser que, fora os pecadilhos evasivos que todos tiveram - e atire a primeira pedra quem não pecou! -, de maior ou menor monta, haja alguém capaz de querer inverter e mostrar o que se deve fazer para Portugal mudar de vida e arrepiar caminho. Eu continuo a achar que há gente ignara a quem é desculpado não saber como ficou tramada para sempre mas há gente mais preparada e intelectualmente capaz que deve saber disto e de como recuperar e não voltar à porca miséria.
 
É como dizer que se este é o campeonato mais viciado de sempre - DE SEMPRE, repito - equivale ao que terá sido, dizem, nos anos 90 - quando os campeonato, NOTE-SE, eram repartidos e não poderiam ser bons num ano e maus no outro -, o desvario das arbitragens, como se dantes se fizessem por outro lado as patifarias que se têm feito na longa procissão que ainda vai no adro!
 
Isto leva-me inevitavelmente, porque polémicas estéreis de falso moralismo sabem tanto a ranço como demagogia de pacotilha servida abundantemente por quem quer voltar ao pote e que Portugal volte a ser a cloaca que sempre tem sido, descontroladamente, desde o 25/4, ao clássico que, por força desta emergência nacional de um montante de 4 mil euros mal pagos, como se fossem 4 mil milhões ou 25 milhões apenas, desapareceu das manchetes.
 
Da parte do clássico, é ler o que se escreve agora de Marco Silva e o que se escrevia em Outubro; ler o que se escreveu em Outubro de Lopetegui e o que não se escreve agora.
 
 
Ao contrário do que se pensa, ser treinador do FC Porto implica mais obrigações, nunca reclamadas a treinadores de outros clubes, e sujeito a mais desprezo. Apenas li por alto umas coisas em O Jogo e no JN, mas o traçado genérico fala do Sporting desaparecido e não do FC Porto encontrado consigo mesmo; em Outubro a tónica era diferente, falou-se do Sporting em grande e do FC Porto na mesma de forma depreciativa. E, contudo, o que podia ter sucedido no malfadado jogo da Taça de Portugal nenhum destes jornais evocou face ao que ali foi vertido há quatro meses apenas. O jornalismo escrito, que fica para a posteridade, revela uma falta de memória só equiparada à falta de desfaçatez, amiúde proclamada a políticos sem escrúpulos, mas equivalente à falta de vendas e falta de futuro que lhe subjaz.
 
Não arrepiam mesmo caminho, os pasquins, pelo que, como os políticos que querem que tudo mude mas deixando tudo na mesma, Portugal segue o caminho da servidão, descrito por Hayek.
 
Do mesmo modo, a miserável arbitragem do protagonista ASD - e não por culpa dos auxiliares, que estiveram bem em geral -, incapaz de se assumir como árbitro de categoria embora seja um árbitro de carreira, passou, como diz o inexpressivo JN, como se nada fosse porque o 3-0 é inapelável e não se fala mais nisso.
 
Este arrastar dos pés do futebol tuga - com o silêncio conivente das entidades superiores e a mestreia informativa de encontrar artifícios para desviar as atenções, como criticar Jesus para não falar das arbitragens que levam o Benfica ao colo e deixam o Arouca agora sem 4 jogadores para a próxima jornada - é apanágio do Portugalório insonso que nos tem servido uma chusma de parlatões capazes de manter os charlatães nos cadeirões. E com capatazes na Imprensa subserviente isto é mesmo de temer que não mude, mesmo que se proclame ou a Herdade Desportiva ou a ascensão socialista ao poleiro.

Sem comentários:

Enviar um comentário