25 novembro 2006

(In)Dependências

«Quando, carregadinho de boas intenções e apesar dos mil cuidados com que disputou o lance, Katsouranis delicadamente partiu o perónio a Anderson, houve quem garantisse que o FC Porto se ia ver grego - desculpem o trocadilho fácil, mas irresistível - para lidar com a ausência do médio brasileiro. Afinal, diziam, o campeão nacional estava tão dependente dele como uma top model está da dose diária de sementes de girassol e a ressaca seria tão inevitável e prolongada como a própria recuperação do médio. Mas não foi. Na verdade, a ressaca pela perda de Anderson durou cerca de meia-hora, a mesma meia-hora que o Benfica aproveitou para empatar o jogo com os portistas antes de Bruno Moraes colocar um ponto final no último clássico do futebol português. O FC Porto ganhou ao Benfica, mas mais do que isso, conta como vitórias todos os jogos realizados desde essa altura, desmentindo as teorias catastróficas que garantiam que depois de Anderson seria o dilúvio. Em boa verdade, se houve alguma equipa levada pela enxurrada das últimas semanas, não foi o FC Porto. Ora, tal não significa que Anderson não faz falta. A ausência de um jogador com as característica do médio brasileiro seria sentida por qualquer equipa que pudesse contar com ele no plantel. Acontece que há mais jogadores decisivos à disposição de Jesualdo Ferreira e Quaresma é apenas o mais fácil de identificar: é o tipo que aparece sempre sob a luz dos holofotes a fazer cruzamentos impossíveis e fintas improváveis, não tem nada que enganar. Quaresma é dado como certo no Atlético de Madrid pela Imprensa espanhola. Tão certo como Anderson era dado no Barcelona pela mesma Imprensa há algum tempo. É provável que ambos cresçam o suficiente no FC Porto até já não caberem no futebol português. Já aconteceu antes. O melhor mesmo, é aproveitar enquanto duram.
QUE LO HAY, HAY
"Quaresma agrada e manifestámos interesse, mas não voltamos a falar. Não está nada negociado, nem com o FC Porto, nem com o jogador"
Miguel Angel Gil Marin, maior accionista do Atlético de Madrid»
Jorge Maia in O Jogo

4 comentários:

  1. ehehehehehehehe

    é que eu tive this close (/me junta os dedos indicador e polegar a uma distância mínima) de te mandar o link para este comentário.
    mas depois pensei: "nejjjjjj... ele já leu":)

    PS: oJorge Maia também gosta de piadas fáceis. mas são melhores que as tuas. o que, aliás, não é difícil!:)

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  2. Ora ai xta 1 comentario bem feito! Nem eu fazia melhor!LOL Tvz tu Zirtaev!:p
    A equipas k investem milhares de euros em jogadores, ñ lhes é permitida "dependências" face a 1 ou outro jogador, particularmente!
    Kuanto às constantes especulações nos jornais, axo k ñ se deve dar demasiado crédito! Até pk o k elas fazem é criar instabilidade, começando por o jogador a k dizem respeito!
    Se o Quaresma, o Anderson ou outro sair, acredito k será pela quantia exacta e no momento oportuno! E sei k haverá soluções para resolver esa(s) saidas na altura!
    Ok, eu sei k xtou xeia de fé! =) Mas, uma x k a equipa xtá num bom mmt, decidi acreditar!!! ;p
    Vamx a ver o k acontece!!

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  3. Só tenho uma coisa a acrescentar, é que o grande Lucho que é um luxo (piada fácil) também se tem mostrado mais desde a lesão do Anderson.

    marinheiroaguadoce a navegar

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  4. Marco, um luxo é ter numa equipa jogadores de quem se pode depender, sejam eles Anderson, Quaresma, Lucho, etc. De qq maneira o FCPorto nunca dependeu verdadeiramente de ninguém.

    O que mais gostei neste texo até foi a "delicadeza" da primeira frase. Não é fina ironia, é pura e dura: "Quando, carregadinho de boas intenções e apesar dos mil cuidados com que disputou o lance, Katsouranis delicadamente partiu o perónio a Anderson, houve quem garantisse que o FC Porto se ia ver grego". Excelente.

    Um abraço.
    PS: Comparar as minhas piadas às do Jorge Maia, é a mesma coisa que comparar o meu nome ao dele. ;-)

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