18 setembro 2014

BATE bate levemente até ao recorde e outro por atingir

Mudou aos 3, acabou aos 6, deu a maior goleada portista no formato Champions, igualou a maior goleada (no campeonato) no Dragão mas ficou sem chegar aos 8-0 do Liverpool ao Besiktas que é recorde máximo da prova. Porque Jackson, embora sempre a carimbar, mandou duas aos ferros, teve um penálti sofrido mas não marcado - sempre achei este holandês que não é louro um incompetente tipo Pedro Henriques cheio de cagança mas mais nada -, golos iminentes falhados por pouco, numa barrigada de futebol que se antevia, disse-o no Twitter ao ver o onze, com ataque Adrian Lopez, Jackson, Quaresma e Brahimi a interior como gosta, ficando Herrera menos ocupado no vaivém até à área para assegurar posição e prevenção ao contra-ataque contrário, o que transformava o clássico 4x3x3 em 4x2x4 e sempre muita pressão ofensiva.
 
Brahimi fez não só 3 golos, levando a bola do jogo para casa, como repetiu aquele maravilhoso livre directo que encheria páginas de jornais num país que gostasse de futebol puxado por uma Imprensa de qualidade em vez dos pasquins que há a agonizar alarvemente. Voltou a ser o homem do jogo, 3 golos diferentes, todos brilhantes, primeiro a decidir no 1x1 na área e marcar à matador, depois numa arrancada desde o meio-campo, abstendo-se de fintar o g.r., como Tarik Sektioui fez uma vez ante o Marselha, por fim o livre a papel químico da folha seca mostrada ao Lille para quebrar o enguiço da época passada sem vitórias em casa na Champions.
 
O scoe final pode ser bom para desempatar no fim e até surpreendeu por o BATE Borisov estar num adiantado estado da época e era suposto mostrar mais frescura física, embora a qualidade técnica se tenha perdido com saídas importantes dos melhores jogadores, de Krivets a Renan Bressan chegado ao Rio Ave.
 
Foi um festival, molhado mas gracioso, a equipa num registo ofensivo de largura e percussão nos flancos para servir Jackson. Além da inédita composição atacante, em tom demolidor, a posição e, acima de tudo, a função de Herrera evitam-lhe embaraços na zona de decisão junto à área e resguardam-no para um segundo papel de âncora para equilíbrio defensivo prudencial com a equipa toda no ataque. Não é um duplo pivot com Casemiro, nem é o que o Preocupações Fonseca pretendia e dizia a Herrera para fazer como 8. Herrera não é um 8, Brahimi mostrou a diferença, mas o mexicano é um mouro de trabalho que assim, sem avançar tanto e expor limitações técnicas de passe e remate em penetração, torna-se um jogador mais de equipa, para a equipa e que aproveita a inteligência funcional em favor da técnica rudimentar e incapacidade de decisão no último terço.
 
Esta será talvez a descoberta fundamental para dar um equilíbrio defensivo que Ruben Neves não vinha a dar por "misturar-se" muito com Casemiro.
 
Como tuítei, o 4x3x3 que se viu poderia significar que o futuro do FC Porto começou ontem e não só na Champions.
 
Lopetegui continua a fazer experiências conhecendo melhor os jogadores que tem e explorando as suas características para melhor renderem e servirem a equipa, beneficiando-se individualmente e tornando o colectivo forte na zona atacante que ainda não convencia totalmente. Voltou a gerir bem a rotação do planel, Adrian Lopez e Aboubakar até já marcaram, o credenciado Tello não tem problemas em começar no banco e o valor do plantel, com as opções disponíveis, é cada vez mais uma certeza.
 
Talvez mais do que a goleada este seja o aspecto primordial, mas decerto também menos explorado pelos experts da bola que há.

Mais uma coisinha em desconto de tempo: fácil, fácil, seria o APOEL há uns anos e ainda ontem, em Camp Nou. Perdeu 1-0 em golo de bola parada e quase empatou no final. O que é fácil, para quem achar que tudo é fácil, é não querer ver mais nada e ainda conseguir perceber que os bimbos da TVI conseguiram dar primazia ao resumo alargado do spórtem empata-fadas e só depois uma goleada que devia abrir telejornais em nome do futebol tuga. Mas permitiu-me ver o resumo alargado do Dragão. E o futebol tuga é o que se sabe. Boa noite e boa sorte.

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